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Arquivo : abril 2012

Ingressos para o Nada Surf em Curitiba e no Rio de Janeiro. Quer?
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Lúcio Ribeiro

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Banda indie americana bem grande nos anos 90 de Nova York, quando a gente ainda chamava banda indie de college por causa das rádios universitárias americanas e o underground era lugar do “rock alternativo”, o NADA SURF vem ao Brasil daqui duas semanas para apresentar a turnê de seu mais recente álbum, “The Stars Are Indifferent to Astronomy”, lançado ano passado.

O grupo fará uma extensa turnê pelo Brasil, se apresentando em Recife, São Paulo, Curitiba, Florianópolis, Rio de Janeiro, Belém e Fortaleza. Vi um show deles no início do ano, em Glasgow, e posso atestar que a banda ainda está no gás.

Como a Popload nunca deixa você de fora dessas, colocamos para sorteio um par de ingressos para o show de Curitiba e um par de ingressos para o show do Rio de Janeiro. Isso para você não reclamar que as promos rolam só para São Paulo. 🙂

Para participar, é aquele esquema esperto de sempre. Nos comentários, deixe nome, e-mail e a cidade para a qual você quer concorrer.

* As datas do Nada Surf no Brasil
22 de abril – Recife, Abril Pro Rock
25 – São Paulo, Cine Joia
28 – Curitiba, Music Hall
29 – Florianópolis, John Bull
2 de maio – Rio, Circo Voador
4 – Belém, Se Rasgum Apresenta
5 – Fortaleza, Órbita Bar

* Informações sobre ingressos, aqui.

Tags : nada surf


Todo mundo quer a Lana Del Rey. Até o Tyler the Creator…
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Lúcio Ribeiro

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Todos (também do hip hop) querem botar as mãos na dondoca Lana Del Rey. Primeiro foi o bamba Snoop Dogg fazendo um convite público para ela gravar uma música para seu novo álbum, com produção do Major Lazer. Depois, A$AP Rocky, nome forte da nova geração, gravou com a moça a faixa “Ridin”, que entraria em uma mixtape do duo Kickdrums. A parceria ficou tão boa que Rocky não liberou o som para a mixtape na última hora alegando que vai colocá-la em seu novo álbum. E andou dando entrevistas falando que a Lana é sua “dream girl”.

Agora, o combo Odd Future, do perturbado Tyler the Creator, resolveu tirar uma casquinha dela também (quem não…). Eles remixaram “Blue Jeans”, um de seus principais hits.

E ficou bom. Confira.


Quer entender o “novo rap” ou a “nova eletrônica”? É só ouvir o novo álbum da Santigold
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Lúcio Ribeiro

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Cantora, compositora e também produtora, Santi White – conhecida como Santigold e atual atração do(s) Coachella (2) – tem sido uma das mulheres mais requisitadas da música nos últimos anos, desde seu primeiro álbum de carreira lançado em 2008, ainda como Santogold. O Popload Gig que o diga.

De lá para cá, ela sempre foi escalada bastante para produzir trilhas sonoras de campanhas publicitárias, esteve envolvida com gente do rap, eletrônica e do indie. Agora, como se em nova fase, novo nome, ela desponta como uma das novas e importantes vozes desses “novo rap”-“novo rock”- “nova eletrônica”, movimentos que crescem a cada dia, especialmente por misturarem suas bases, fator que tem despertado a atenção não só do público que consome música, mas também da crítica especializada, que busca entender até onde vai o alcance dessas “novas estrelas”.

A Santigold, depois de todos estes projetos paralelos, lança dia 23 de abril seu segundo álbum, “Master of My Make-Believe”, que registra parcerias com Karen O e Nick Zinner (Yeah Yeah Yeah’s), Dave Sitek (TV on the Radio) e Switch (Major Lazer), que é um dos produtores. Também assinam a produção nomes como John Hill (Shakira), Greg Kurstin (Lily Allen), David “Switch” Taylor (Beyonce, Christina Aguilera), Diplo (Azealia Banks, Chris Brown) e Alexander Ridha, dos Boys Noize. Ou seja, a moça está com as “costas quentes”.

“Master of My Make-Believe” foi disponibilizado para audição e a Popload indica. “GO!” tem a participação da dondoca Karen O; “Desperate Youth” já é uma das melhores músicas do ano. Ouve aí.

Tags : Santigold


Coachella fantasma 2013
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Lúcio Ribeiro

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Com toda essa história da volta do Tupac Shakur (1971-1996), que tem inclusive a possibilidade de sair em turnê mundial, podemos começar a acreditar piamente que tudo pode acontecer e não vai demorar muito para turnês do além aparecerem só para complicar ainda mais nossas agendas já lotadas de shows e compromissos musicais.

Já tem até uma versão fantasma do Coachella marcada para 2013. Jesus, coitado, vai ser atração secundária do domingo. Beatles maior que Jesus.


Nova do Hot Chip, que toca no Brasil no segundo semestre
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Lúcio Ribeiro

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* The way I feel about you, babe, in the middle of the night!

* Segunda música, mas o primeiro single oficial do disco novo. A gravadora britânica Domino botou para circular a nova do Hot Chip, “Night and Day”, electropop sacolejante clássico da banda. Eles já tinham soltado a looonga “Flutes”, mas “Night and Day” é, digamos, mais enxuta, um pá-pum de pista que deve crescer absurdo ainda mais, quando saírem os remixes. Ambas pertencem a “In Our Heads”, que sai em junho, assim como esse single.

* O Hot Chip vem tocar aqui no segundo semestre, depois de setembro, está certo. Eles que disseram. Desconfio que sei onde vai ser.

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Bob Dylan enquanto curry: músico precisa aprender a cantar
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Lúcio Ribeiro

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* Calma, não é bem assim. Dylan precisa re-aprender a cantar, por questões médicas. Um dos maiores tótens da música pop de todos os tempos, o cantor está no Brasil em turnê caríssima (de R$ 120 a R$ 800). Tocou ontem no Rio, se apresenta amanhã em Brasília, depois BH (quinta), SP (dia 21 e 22) e Porto Alegre (24).

* Tem algo esquisito quanto ao show de Brasília de amanhã, no melhor nome de lugar do Brasil: ginásio Nilson Nelson. Os ingressos restantes para o show não serão vendidos pela internet amanhã, como os demais da turnê. No dia do show, só nas bilheterias do NN, a partir das 10h.
?!?

* Sobre o título esquisito acima, principalmente a história do curry, principalmente a questão médica, li um artigo interessante publicado hoje na Revista “TPM”, na sua porção virtual. É sobre o Dylan, envolve curry, medicina, “House”, de autoria de Mariana Perroni. Conheci Perroni há algumas semanas. Quando ela não está salvando vidas em UTIs, está em shows ou festivais de rock pelo mundo. Vale ler. Está reproduzido aí embaixo.

por Mariana Perroni

Lembro-me de, há alguns anos, ter assistido a um episódio de House em que a ex-mulher dele fez uma das comparações mais geniais para defini-lo e ilustrar a dinâmica do relacionamento que os dois tinham. Se não me engano, após alguns segundos de silêncio durante uma conversa, ela olhava para ele e dizia que ele era como: curry. Ao notar a fácies de interrogação perfeitamente misturada com sarcasmo causados nele, ela continuava:

“você é abrasivo, irritante e áspero demais na hora em que quer se aproximar… que nem curry. Isso é legal quando se está morrendo de vontade de comer curry. Mas não importa o quanto você ame o molho, se você comer demais, machuca a boca e até faz mal. Daí a gente fica sem querer comer curry de novo por um bom tempo… até aquele dia em que você acorda e pensa ‘nossa, que vontade de curry!'”

Provavelmente, nada disso fez sentido para ninguém que está lendo até agora. Mas, como o show está ficando próximo e preciso decidir se pagarei o extorsivo preço para vê-lo, pensei que minha relação com o Bob Dylan é exatamente assim. Apesar das músicas dele terem marcado importantes épocas da minha vida, tem dias que sinto como se ouvir sua voz correspondesse a pegar meus tímpanos com uma pinça e raspá-los no asfalto. E dias em que o “folk de protesto” dele me parece irritante e exagerado. Já, pouco tempo depois, simplesmente tenho uma vontade incontrolável de dirigir em direção à praia ao som de Freewheelin’ ou me flagro assoviando I Shall Be Released depois de tomar alguma porrada da vida.

Talvez tenha sido por isso que me incomodei tanto ao me deparar com essa reportagem em que um médico especialista afirma que ele “sofre de fadiga na voz e precisa reaprender a cantar”. Segundo o médico do Zezé Di Camargo e do Galvão Bueno, depois de anos cantando “sem técnica”, o Sr. Dylan, o segundo maior artista de todos os tempos, ganhador de Grammy, Golden Globe, Oscar e lugar no Rock and Roll Hall Of Fame precisaria “reaprender a cantar em um intensivão de pelo menos três meses” se quiser melhorar.

Como a própria reportagem diz, o debate em torno da voz do Bob Dylan é tão antigo quanto aquele em torno de suas letras de protesto. “lixa cantando”, “mistura de cola e areia”, “nasal”… foram inúmeras as tentativas de caracterização. Sempre sem sucesso. Até porque, na minha opinião, a única definição que cabe é voz-de-bob-dylan. Goste ou não. Ouça ou fuja dela. Ou, como no meu caso, ouça E fuja dela. Em momentos diferentes.

Sendo assim, por mais graduado, famoso e especializado que se possa ser, não consigo entender como é possível propor um “conserto” para a voz de alguém que já influenciou (e continua a influenciar) incontáveis músicos, movimentos políticos e gerações utilizando-se exatamente de suas particularidades. E, o pior, que não pediu opinião médica. Na minha cabeça, não deixa de ser uma versão um pouco mais sofisticada daquele costume dos senhores de meia-idade e circunferência abdominal gigantesca se juntarem com o copo de cerveja na mão para debater como o craque de 23 anos deveria ter chutado a bola ou feito o drible para não perder o gol.

De qualquer forma, sei que sou só uma médica de 29 anos, de uma especialidade que pode até prejudicar vozes (ah, os tubos orotraqueais…) e que ainda precisa de “muita experiência nessa vida”. Mesmo assim, eu também tenho a minha cópia do Juramento de Hipócrates, a qual leio com uma certa frequência. E quando ele insiste em caracterizar a medicina como uma arte, sempre me pergunto se, salvo em caso de urgência/emergência, mais do que fazer diagnósticos e propor tratamentos, essa “arte” não seria a capacidade de ficar na sua e respeitar a vontade do paciente, estando sempre pronto e disposto a ajudar com todo o conhecimento disponível. Quando solicitado.

Talvez eu nunca chegue a uma resposta para isso. Mas, se eu pudesse chutar uma, certamente seria “the answer, my friend, is blowin’ in the wind… the answer is blowin’ in the wind…

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Tags : bob dylan


Skrillex: dois anos em 20 minutos
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Lúcio Ribeiro

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* O canal Multishow soltou em seu site um vídeo de 20 minutos da apresentação do moleque dubstep Skrillex no Lollapalooza, recentemente. A emissora não transmitiu na TV o DJ set do atual rei da moçada electrosonora americana, que até há poucos anos tinha uma banda emo. Mostrou apenas na internet. E agora bota os 20 primeiros minutos do incrível set do Skrillex.

* Em tempos de shows do Coachella inteiros e em HD na internet, uma hora dessas o Multishow deve botar o set inteiro do Skrillex na rede. Vamos aguardar.

* Foto acima: Fabrício Vianna/Popload

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At the Drive In: 10 anos em 40 minutos
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Lúcio Ribeiro

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Foram cerca de 40 minutos, mas a intensidade foi de 80. Um dos grupos mais aguardados do Coachella Festival, o At the Drive In voltou aos palcos após um hiato que durou mais de uma década.

Banda importante do punk e post-hardcore dos anos 90, a turma liderada pela dupla Cedric Bixler-Zavala e Omar Rodriguez-Lopez foi escalada no palco principal, em um dos melhores horários da programação, tamanha era a ansiedade pelo retorno do grupo.

Toda a insanidade de Cedric ainda permanece viva no palco. Ele fala coisas sem nexo a todo momento, vai na galera, volta para o palco, pula, corre, cospe para todos os lados e mantém acesa a energia da banda. Ou como relatou o NY Times, “eles ainda não parecem confortáveis, mas continuam funcionando”.

Confira o show completo da turma de El Paso, uma das apostas do ecofestival SWU em sua edição 2012, que será realizada em novembro em algum lugar que não Itu nem Paulínia, é o que parece.

* Setlist – At the Drive In @ Coachella
Arcarsenal
Pattern Against User
Chanbara
Lopsided
Sleepwalk Capsules
Napoleon Solo
Quarantined
Enfilade
One Armed Scissor

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Tupac Shakur ressuscitado no Coachella. Confira a íntegra do show de Dr. Dre & Snoop Dogg
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Lúcio Ribeiro

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Noel Gallagher concedeu uma entrevista interessante para a revista Rolling Stone no backstage do Coachella, festival no qual o seu finado Oasis foi atração principal em 2002. O irmão do Liam foi bem claro ao comentar a ascensão meteórica do festival da Califórnia: “quando tocamos aqui, dez anos atrás, era apenas um palco no meio de um campo de pólo. As pessoas nem imaginavam que existiam festivais na América”.

Dez anos mais tarde, quando as pessoas imaginam que o Coachella não possui mais cartas na manga para surpreender, aparece a dobradinha Dr. Dre & Snopp Dogg, dois pesos pesadíssimos da história musical daquele país, para um show que contaria com convidados especiais que não estiveram necessariamente presentes.

50 Cent, Wiz Khalifa e Eminem apareceram. Mas foi o finado Tupac Shakur a principal atração do domingo no Coachella. Assassinado em 1996 em um crime rodeado de mistérios, Tupac tem sido o nome mais comentado hoje. Através de uma avançada técnica holográfica, Tupac estava vivinho no palco do festival em Indio, interagindo com a galera e com seus parceiros Dre e Dogg. Do além, ele cantou “2 of Americaz Most Wanted” e “Hail Mary”.

Momento histórico na história do Coachella, que pode ser conferido na íntegra abaixo.


Dr. Dre & Snoop Dogg (Live at Coachella, 2012)… por coachellasets


Dr. Dre & Snoop Dogg (Live at Coachella, 2012)… por coachellasets

* O Tyler the Creator falou que está com medo e dormindo só com a luz acesa. Haha.


Esqueça o White Stripes. O disco solo do Jack White é um absurdo!!
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Lúcio Ribeiro

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* Claro, não esqueça, não. Eu estava brincando. Botei isso no título para parecer dramático…

* Mas, no meio da muvuca do Coachella, vazou nas últimas horas o disco solo do guitarrista (e pianista e…) Jack White e o foco pop agora está dividido. “Blunderbuss”, que sai na semana que vem na Inglaterra e EUA, é muito bom da primeira faixa até a última. Em seus créditos, parece, indica que ele foi inteiramente gravado e produzido por Jack White. As letras todas são dele. O álbum é lançado pela gravadora dele. Você conhece o Jack…

* A brincadeira é que em “Blunderbuss” tem ATÉ os rasgos estridentes da guitarra punk-blues suja de mister White, mas não só. Tem Jack no piano, Jack cantando como nunca, Jack pop, Jack country, Jack indie, Jack anos 70 rock é rock mesmo. O disco é completo e as canções, muito boas.

* Você não viu nada se só escutou até agora os singles, “Love Interruption” (juro, a “pior” do disco, para dar uma idéia) e “Sixteen Saltines”. “Blunderbuss” já começa grande com “Missing Pieces”, que tem Jack em várias vozes e um piano dando o ritmo da música que é de matar. E, claro, a guitarra de Jack. A música tem fases, tem letra forte. Uma delícia. Vem “Sixteen Saltines” e o álbum já começa a mostrar as faixas da categoria “absurdo”, principalmente com a terceira, “Freedom is 21”, a do single do balão.
“Freedom is 21” é cheio de eco e começa marcada pela bateria, daí entra a guitarra com a marca que vai atravessar a música para Jack White brilhar em volta. Estamos em Nashville. Pelo que eu entendi, tem um duelo de guitarra com o órgão no meio que dá vontade de organizar uma festa em algum lugar só para tocar essa música na pista bem alto.

* A partir daí, e depois de “Love Interruption”, disco vai e vem para todos os lados da música, cada hora elegendo um “personagem principal”: o piano, a voz de White, a guitarra… Neste balaio roqueiro tão moderno quanto regressivo, minhas favoritas são as espetaculares “Weep Themselves to Sleep” (essa tem um quê de ópera!) e “I’m Shakin'” (e essa, bluseira, podia ser do White Stripes, se a Meg fosse uma baterista de verdade). Sobre a linda “Hip (Eponymous) Poor Boy”, você começa a entender um dos caminhos de “Blunderbuss”. Jack White se aproxima de um lado rock-ópera teatral tipo Queen. Isso explica “Weep Themselves to Sleep” também, a que eu citei antes.

* Jack, que começou no novo rock como um guitarrista singular, agora pode ser chamado de um músico plural.

* Não vou falar de outras faixas “Blunderbuss” agora, senão vocês vão achar que é meu disco do ano. E, olha, vou dizer que…

************ Ouça as ótimas “Freedom Is 21” e “I’m Shakin'”

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Jack White em foto de março agora, fazendo um show “pop-up” de duas músicas em frente ao ônibus de sua gravadora, a Third Man Records, numa hora qualquer no último South by Southwest, no Texas

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