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The Cure e a área Vip. Lolla Brasil x Lolla Chile. E umas perguntas sobre como você vê os shows e festivais no Brasil

Lúcio Ribeiro

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* The Cure no Anhembi
Eu até entendo a existência da área VIP como modelo de negócios, fonte de renda importante para o produtor que briga com 1 milhão de fatores, tipo impostos, a ''questão'' da meia entrada etc. para fazer um show acontecer num país arenoso como o Brasil. Mas ela realmente precisa ser do tamanho do que tem sido na maioria dos eventos e tomar toda a frente do palco, jogando o fã ''comum'' da banda, muitas vezes o ''verdadeiro fã'', láááá para trás, longe do artista? Não pode ser de lado, ou montada sob uma plataforma, ainda em um lugar ''privilegiado'' para quem se dispõe a pagar mais e ter acessos mais tranquilos a banheiros, bebidas e a entrada/saída do lugar?

Pois bem, vi o show do Cure de uma dessas áreas vip, sábado passado. Era enorme. Logo que cheguei, fiquei lá atrás, perto da ''divisa'', da ''fronteira''. Galera na parte ''normal'' fazia maior festa, cantava, batia palmas, esperando a entrada da banda ao palco. Ali, o show já tinha começado.

A contrapartida disso, a ''maligna'' área VIP, também virou notícia. Muita gente ontem e hoje nas redes sociais reclamavam do falatório, das conversas paralelas do povo ''VIP'' enquanto o Cure tocava lá em cima do palco. Nada contra ninguém conversar em um ambiente assim, mas pera lá. Mudei de lugar umas três vezes por causa do blablablá incessante de gente a minha frente, ao lado… O assunto ''conversas vip'' ganharam destaque hoje até na ''Veja'' na internet.

Daí hoje de manhã, procurando vídeos para um post neste blog, achei um de ''A Forest'', a música que eu procurava. O primeiro que eu encontrei, esse abaixo, era de alguém na pista ''normal'' (adoro essas aspas). Olha a distância de onde o ''fã comum'' do Cure enxergava o palco. E ouça os berros que vinham ao redor de quem filmava a música. A energia ''banda-seu público'' tinha um obstáculo, um ''vazio'' grande no meio. Esse vazio, essa vala, era a área VIP.

PS: uma outra coisa engraçada que eu sempre noto nessas ocasiões e que no Anhembi sábado estava particularmente irritante, porque passei a prestar muita atenção nisso: eu sei que não é novidade, mas onde eu estava tinha muita gente desinteressada, ou pouco interessada, no show em si. Tinha dois caras na minha frente que quase todo começo de música soltavam um ''U-hu. Adoro esta'', começando a dançar e tal. No SEGUNDO SEGUINTE, já estavam no papo solto nem olhando direito para o palco, nem aí mais com a música que diziam adorar. Se eu quisesse abdicar do show, ficaria filmando toda essa movimentação. Ia dar um interessante material de estudo.

Veja o vídeo de ''A Forest'', captada da ''pista comum''. Precisa ser assim?


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* Lollapalooza Brasil x Lollapalooza Chile
Ainda no tema acima, mas voltando ao assunto Lollapalooza, acompanhamos o movimento dos brasileiros que foram a Santiago no fim de semana, para a versão chilena do festival. Desde sexta-feira os comentários eram todos elogiosos. Primeiramente em relação à cidade, claro, que como qualquer grande cidade em época de festivais fica mais alegre e tem mais atrações para os milhares de turistas que estão lá de bobeira enquanto a festa mesmo não começa.

No início, parecia só deslumbramento de viagem, aquele oba-oba de quem está na curtição e nada ou pouco vai ser capaz de te aborrecer. Mas, quando o festival começou e depois, já na madrugada de segunda, quando o último show havia acabado, a discussão foi ficando mais séria. Vários fãs colocaram em suas páginas de Twitter e Facebook comparações entre a versão brasileira e chilena do Lolla. Em todas elas, a do Chile, mesmo que através das experiências de poucos brasileiros por lá, ''saiu ganhando'' no ''trato ao público''.
(Sempre levando em conta que lá o público total divulgado foi de 138 mil pessoas. E, aqui, 164 mil. No montante, a diferença de ''manobra'' nem foi tanto assim.)

No ano passado, chegamos a falar sobre o perrengue que foi para aqueles que gostariam de ver os shows até o final e do quanto era difícil ser um ''festival goer'' no Brasil. Também fizemos um post, em novembro, sobre a zica dos shows no Brasil (e olha que o Planeta Terra nem havia entrado nessa onda ''vai rolar/não vai rolar'' e o Sonar ia muito bem, obrigado) e também colhemos a opinião do público no próprio Lolla 2012.

Sentimos menos esses problemas na edicão 2013 do Lolla Brasil, mas algumas questões continuaram mal resolvidas, como as filas na entrada e para os banheiros, os táxis escolhendo corridas no final e o metrô lotado, dando apenas 15 minutos a mais de seu horário normal para quem saia correndo do Jockey para pegá-lo, depois do show final.

Segundo o site Scream & Yell, do brother Marcelo Costa, que fez o favor de compilar esses relatos todos, o Lolla-Chile levou a melhor por estes motivos abaixo:

– filas controladas para banheiros, comida e principalmente entrada. Galera chegava e saía muito rápido, fosse a hora que fosse. Pegar bebida e comida não apresentava grandes problemas.
– Vários pontos de retirada de ingressos pela cidade. No Brasil, quem comprou ingressos online (e deixou para retirar na última hora) levou 2h para conseguir entrar no Jockey.
– Metrôs e ônibus rodaram por 1h a mais depois do término do festival.

Tirando a logística mais ''caprichada'' na hora de cuidar do público, lá em Santiago o clima de festival estava propício para:
– Eddie Vedder, do Pearl Jam, aparecer para dar uma forcinha no show do Queens of the Stone Age. Não que eles precisassem, porque quis mesmo.
– Perry Farrell estar mais ''presente'' lá do que cá. Aparecia nos palcos, fez participações especiais, transitava geral. Talvez porque depois da polêmica do ano passado (quando ele foi mal interpretado em uma entrevista dizendo que “o país não tinha cultura” — querendo dizer cultura de música nas escolas), e após ter sido metralhado pelos fãs brasileiros, tenha decidido ficar mais ''na dele''.
– A apresentação surpresa da banda Chevy Metal, do baterista do Foo Fighters, no palco do… Kidspalooza! Com participação dele, sim, Perry Farrell.
– Para deixar a gente com ainda mais inveja, Josh Homme imitou o Eddie Vedder e apareceu no palco do amigo, acompanhado de Perry Farrell. *HUMPFT* (vale lembrar que as duas bandas tocaram no mesmo dia, ao contrário do que aconteceu no Brasil)
– Sem contar que, já falamos aqui tambem, Homme e Vedder deram ingressos para a galera em frente ao hotel.

O Lollapalooza virou o grande festival brasileiro anual (o doido Rock in Rio não conta) e o Jockey é um lugar bem posicionado e bacana para eventos, embora os cavalos reclamem do cheiro de hipsters no lugar. Melhorando essas questões que nos fizeram ''perder'' para os chilenos, vai ficar lindo.


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* Enquete Popload: Qual o seu relacionamento com festivais no Brasil?

Fiz essa convocação ontem à noite, para uma pesquisa rápida e indolor através de um questionário básico, e foi uma avalanche de cooperação. Então, para quem ainda não respondeu, perca esse tempinho falando como você vê os festivais e os shows no Brasil, o que faz você NÃO ir a um evento de música, quantos shows você vê mensalmente, essas coisas.

O questionário está aqui: https://www.surveymonkey.com/s/festivaisnobrasil

Não deixa de ser uma instrumentação útil para você. E, da parte que nos toca, o Popload Gig agradece. ♥

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  17. Fabiana

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    Fui no Lolla 2013 do CHILE, e...foi ÓTIMOOOO!!Muito mais animado do que a gente viu na transmissão da TV!Inclusive, percebia-se mais animação dos cantores também...A ala VIP de lá não ficou na frente, o que foi ótimo e mais democrático!Não vi confusão, vi entre outras coisas, várias famílias,com crianças pequenas, tudo na paz.Valeu muito a pena ter saído do Nordeste do Brasil, para Santiago no Chile, curtir o Lolla 2013!O preço do ingresso, bem mais acessível, e os shows com dois dias, num esquema bem melhor, que permitiu a interação de vários artistas uns com as bandas dos outros, como já foi dito, inclusive o vocalista do Franz Ferdinand ficou de DJ na madrugada do sábado/domingo, e foi massa!!

  18. Erik Beese

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  20. Eduardo Loureiro

    12/04/2013 11:23:57

    O que eu acho de festivais brasileiros, depois de ter ido no lolla chile? EU NUNCA MAIS PISAREI EM UM DELES NA VIDA.Lá e em outras partes do mundo o espetáculo é a música, que é composta de fans, e por isso precisam ter atenção. Tem lucro? Claro! Mas o propósito é a música. Aqui, a música é que se foda, o que importa é o lucro.E detalhe, comprei passagens por 500 reais ida e volta e paguei o equivalente a 700 reais na area vip de lá (com comida e bebidas alcólicas e que não estava na frente do palco e isso foi muito bom).

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  22. Daniela Lellis

    11/04/2013 21:08:00

    Não fui no Lolla 2012 mas fui neste e odiei. Os banheiros estavam horríveis, no mínimo. E, no terceiro dia, tudo estava ainda pior. E muito, muito mais cheio. Tive que mudar de lugar depois de uma galera ficar batendo papo no show do Pearl Jam e, delícia, fui parar num lugar ainda mais especial onde dois carecas (aqueles do abc, idiotas) resolveram fazer uma roda de poga e bater em todos que estavam ao redor. Não sei mesmo como poucas pessoas se machucaram dada a lotação. Lolla agora só com show da formação original do Black Sabbath, e olhe lá!!!!!!!

  23. Claudinei

    11/04/2013 13:35:00

    Detalhe: Fiquei na primeira fila no show do Alice In Chains e foi sensacional !!! E pagando preço de pista normal !!!

  24. Claudinei

    11/04/2013 13:32:51

    Otimo assunto a ser discutido.Pois fui ao SWU de 2011 (onde a Area VIP era lateral e não na frente do palco) e achei otimo...ver os fãs fanaticos das bandas na fila do gargarejo foi demais !!

  25. jorge

    09/04/2013 20:27:02

    Oi Lúcio, tudo bem? Que post bacana. Por favor, insista nisso, escreva mais e mais sobre esses casos. As comparações são sempre um divisor de ...festivais!Você está ligado no mercado latino. Bem que podia comparar o preço dos ingressos no sul ( põe o México na jogada também), além do preço e QUALIDADE da cerveja nestes lugares.

  26. Rafael

    09/04/2013 11:03:10

    Eu não vou mais em shows com pista vip. Ponto final. Achei ridículo existir pista VIP em um festival (swu). Fui no show do paul em porto alegre e era com pista vip. 1/3 do gramado era pista vip, a pista normal começava quase no meio-campo. E o show foi exatamente como vc descreveu: pista vip parecia um buraco e o show de verdade estava rolando nas arquibancadas populares (a quem o paul elogiou e mandou jogar a luz para ela) e na pista "normal". Depois disso pulei e pularei todos os shows com pista vip. Já pulei inclusive a Amy aqui em floripa.

  27. Eduardo Pinha

    09/04/2013 10:19:29

    É isso aí Lucio. O negócio de shows internacionais foi ficando cada vez mais mega e os produtores e artistas foram perdendo a mão na questão qualidade dos espaços e preço de ingressos. No passado a oferta de shows era muito menor, então as pessoas estavam dispostas a pagar caro e passar aperto para ver bandas quem nem amavam tanto. Agora o público já está ficando mais exigente e se recusa a pagar o preço ou ver o show láaa atrás da área vip. E o mercado tem que se adaptar (vai se adaptar ou ficaremos sem shows) a essa nova realidade.

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