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Popload nos festivais: conheça o Solid Sound, o festival do Wilco, banda que deve vir ao Brasil em breve

Lúcio Ribeiro

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No último final de semana, a cultuada banda americana Wilco fez em Massachusetts mais uma edição de seu festival, o Festival do Wilco, ou Solid Sound. É um festival próprio mesmo, com assinatura. O Wilco tocou duas vezes nele, na sexta e no sábado. E botou no festival quem eles gostam, produzem, tocam como abertura deles, banda de amigos.

Uma infiltrada da Popload esteve por lá. A Mariana Neri, fanzoca de Wilco, que levanta a bandeira todos os dias para que eles venham ao país, relata abaixo suas impressões em textos, fotos e vídeos, mostrando como é esse festival, com a visão lá de dentro.

A primeira coisa que a gente pensa quando chega em North Adams, Massachusetts, é ''por que será que o Wilco resolveu fazer o festival aqui?''. Afinal a cidade é minúscula, não tem nem 15 mil habitantes e parece mais um lugar cenográfico… Mas é só o festival começar que você entende que faz parte da experiência low profile e combina muito com o ritmo do festival, bem mais calmo que os festivais de verão que a gente conhece e com público que vai dos 6 meses aos 60 anos.

O festival é realizado no MASS MoCA, uma fábrica abandonada que virou museu de arte contemporânea e tem tudo a ver com a proposta da banda de unir arte e música num só lugar.
Além dos shows e das exposições do museu há instalações de integrantes do Wilco, feitas especialmente para o festival. Neste ano a mais concorrida foi a The Loft, um ambiente que simulava o loft/estúdio da banda, com guitarras e camisas expostas (o famoso nudie suit usado na turnê de 2009 também estava lá!).

O primeiro dia foi calmo com apenas quatro atrações: os novatos do White Denim (que abriram alguns shows do Wilco no ano passado e em breve lançarão disco produzido pelo ''boss'' Jeff Tweedy), os veteranos do The Relatives, o já citado show de covers do Wilco e o grupo Yo La Tengo tocando ao vivo a trilha do documentário “The Love Song of R. Buckminster Fuller”. Foi o melhor dia para ver as instalações e conhecer melhor o museu. O clima estava tão tranquilo que você podia sentar na mesa ao lado de Susan Tweedy (a mulher do Jeff) e dos Yo La Tengos tomando sorvete.

No sábado foi engraçado perceber que, enquanto os “tios” se empolgavam nos shows do Yo La Tengo e Low, os jovens pi-ra-vam na apresentação do Foxygen (eles cancelaram alguns shows da Europa mas mantiveram esse do Solid Sound… chupa, Primavera!). Aliás, o duo californiano causou no festival: um deles subiu na estrutura do palco e foi arrancado de lá por um segurança e outro, dizem as más-línguas, foi expulso no final da noite por estar caindo de bêbado. Jovens…

O Wilco fechou o segundo dia com seu show “normal”, que fez menos sucesso que o do dia anterior, mas agradou os mais fanáticos, ressuscitando velharias da fase pré-''Yankee Hotel Foxtrot'' como ''Forget the Flowers'', ''She’s a Jar'', ''Candyfloss'' e ''Sunken Treasure''.

O último dia começou com a The Blisters, cujo baterista é Spencer Tweedy, o filho mais velho de Jeff. O pai não fez participação especial mas, apesar do nervosismo no início do show, eles deram conta do recado e apresentaram as músicas do disco recém-lançado “Finally Bored”.

Foi o melhor dia para tietar os Wilcos, já que quase todos estiveram presentes com os projetos paralelos e também na tenda de autógrafos (só Jeff não apareceu por lá). Finalmente foi possível perguntar quando o Wilco tocará novamente no Brasil e a resposta foi que ''provavelmente ficaria para o ano que vem'', mas pelo visto vontade é o que não falta:

Pat Sansone e Glenn Kotche acabaram entregando que devem tocar em terras brasileiras com o Autumn Defense e o On Fillmore, respectivamente, entre o final de 2013 e o início de 2014

Os Mutantes representaram bem o Brasil no festival e os gringos ficaram bastante animados com o show, mesmo debaixo de um sol escaldante. O encerramento ficou com o trio de jazz Medeski Martin & Wood que chamou Jeff Tweedy e Nels Cline para cantar uma música do Wilco com eles.

Para o Tweedy, foi a maior e melhor edição do festival até agora e, se você é mesmo apaixonado pelo Wilco, não pode perder os próximos!