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Arquivo : junho 2013

Carl Barat quase não chega a Campos de Goytacazes. Mas no fim um ‘novo Libertines’ tocou no interior do Rio
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Lúcio Ribeiro

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* Você soube por aqui, semana passada, que o libertine Carl Barat, de passagem para um DJ set em São Paulo dentro do Cultura Inglesa Festival, aproveitou para fazer um show, digamos, bastante especial. Barat foi cooptado para tocar em Campos dos Goytacazes, cidade no interior do Rio de Janeiro. Levados por fãs do Libertines, principalmente um em especial, que persegue Carl e o parça Peter Doherty por onde tocam. Conrado Muylaert, esse um, tem uma banda inspirada em Libertines, a Playmoboys, e inclusive possui um “pub inglês” na cidade, o Underground, homenagem a Londres.

Muylaert conseguiu o contato, fez o convite e Barat topou fazer um show seu improvizado. E levou ainda o baterista Gary Powell (Libertines, Dirty Pretty Things) com ele. O show aconteceu domingo passado.

Antes de mostrar registros em vídeo dessa apresentação de 1/2 Libertines em Campos dos Goytacazes, reproduzo aqui um interessante depoimento do fã Muylaert na tentativa de botar de pé um show de seu ídolo em sua cidade, que não é exatamente um lugar visitado por atrações internacionais. Muylaert escreveu o relato na terça-feira, depois de descansar da aventura de domingo.

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Hoje, terça-feira, a ficha caiu. Realmente aconteceu: Carl Barat foi a Campos, tocou no nosso pub, e se juntou a Gary Powell e à minha banda e fizemos 6 músicas. Sonho realizado: Libertines + Playmoboys. Mas foram 24 horas. E nem tudo foi sonho. Vamos lá, hora a hora.

11:00 – Chego no aeroporto de Guarulhos para pegá-los. Nosso vôo era apenas às 13:50, mas me antecipei.

12:00 – Ansiedade a mil, e nada deles. Faltando 10 minutos para às 13, tento ligar para ele que não atende. Gary entra em contato: “Vamos pegar um voo mais tarde, Carl está atrasado”.
Desesperei. Como pegar outro vôo? As passagens estavam comigo. Tentei ligar de novo. Gary não explicava bem o que ocorria. Minutos depois liga uma menina, chamada Fani: “Vou ser sincera, o Carl está apagado, não se mexe. Não sei se ele irá. Ele abusou muito ontem, e entrou numa viagem muito pesada.” Bem, o sonho virara pesadelo. Passagens trocadas para 14:40. A empresa informou que eles teriam que chegar até as 14. Fani liga novamente, por volta das 13:20. Ele abriu os olhos, e disse que vai. Pediu para comprar coca-cola e aspirina para que ele saia do quarto. Todos os sócios do Underground Pub em desespero. Eu sozinho em Guarulhos, repetia para minha amiga Marina: “Meu ídolo virou meu inimigo”.

14:20 – Eles chegam ao aeroporto. A Azul abre exceção e prorroga check-in para podermos viajar. Carl não sai do carro de imediato. E quando sai mal consegue andar. Gary ri todo o tempo, e logo se mostra uma pessoa incrível. Minha primeira foto com Carl:

Na verdade não, eu estava carregando ele, que não andava, e só se concentrava na Coca-cola lata e no pão de queijo que Marina comprou para ele. Primeira etapa cumprida. Fani e Marina vão embora, e eu entro no embarque com os dois. Porém, Carl bota a lata aberta no bolso, e por isso não pode passar no detector de metais. Senta na esteira, e só sai depois de comer o pão de queijo com o refrigerante. Pergunto para o Gary: “O problema não era o Pete?”. Gary ri e diz que os dois são quase iguais. Somos os últimos a entrar no avião, porque na última hora Carl resolve comer outro pão de queijo. Me mostra 90 reais e pergunta se dá para comprar com esse dinheiro.

15:00 – Estamos no avião. Enquanto a aeromoça passa informações em português do uso do cinto, Carl começa a dar uns gritos: “Talk in english… taaaaaaaaaalll… cof cof, ahahah…aaaaaa”. A aeromoça se aproxima de mim. Achei que era para expulsar a gente. Mas diz para eu ficar calmo, que todos iriam me ajudar. Gary me chama: não se preocupe, ele só está um pouquinho bêbado.

16:00 – Carl, que dormiu a viagem toda, continua apagado mesmo após o pouso. A essa hora, todos do avião já sabem quem é ele, e riem. Sobra pra mim e Gary a missão de acordá-lo.

Quando estamos na pista andando para o aeroporto, uma moça me avisa: olha para trás, seu amigo dormiu de novo. E lá estava ele dormindo na escada do avião… Barreto, baterista do Playmoboys, nos esperava de carro no Santos Dumont. Viagem de 4 horas para Campos. Carl dorme quase todo o tempo. Acorda na hora em que tocava uma música nossa no rádio, chamada “Baby Girl”. E diz: “Que música legal, quem canta?”. Falei que era a gente, pensando que iria iniciar um papo. Falei que uma das minhas músicas preferidas ele nunca toca em shows, chamada “Come Closer”. E ele riu. Mas 10 segundos depois, ele já estava dormindo.

Quando acordou de novo, ele e Gary ficaram encantados ouvindo a coletânea de Bossa Nova que tínhamos no carro. Gary ficava tentando descobrir a batida, o compasso.

20:30 – Campos. Fomos direto para casa da minha irmã. Ao descer do carro, ele estava totalmente sóbrio, simpático. E disse: “Onde estamos? Eu viajei hoje?” Gary riu, e respondeu. Na casa da minha irmã, Gary comeu bastante e tomou whisky. Tocou bateria com meus cunhados, puxando sambão de carnaval. Carl vai para o quarto do meu sobrinho tocar violão. Quando eu e Barreto entramos, ele estava tentando tocar “Come Closer”, e me mostrou o setlist que acabara de fazer. “Come Closer” seria a música número 1. E me perguntou se estava boa a lista de músicas. Logo após, foi para o quarto do meu outro sobrinho e ficou sozinho. Fui conversar, e ele disse que estava muito nervoso com o show. Falei que não tinha motivo, que era só uma diversão para poucas pessoas. Ele agradeceu e pediu para ficar mais um pouco ali.

22:00 – Fomos para o pub. Enquanto minha banda tocava, ele ficou no camarim, e Gary foi nos assistir, no meio da galera. Quando acabou o show dos Playmoboys, fui para camarim. Um dos meus sócios me disse no caminho que Carl havia dito que estava nervoso porque achava que não seria reconhecido e achava que o público poderia não gostar do show. Fui falar com ele. Ele: “Prefiro não tocar agora, tá? Você toca com sua banda cheia de guitarras e músicas dos Beatles, ninguém vai gostar de mim com meu violãozinho”. Aí brinquei: “Ninguém veio aqui pra ver minha banda! Todos estão à\a sua espera”. Ele repete: “A primeira música é para você. E no final, vamos tocar juntos!” Minutos depois, ele vai ao palco e se transforma. Era o rockstar que conhecemos. Com atitude, carisma, e contagiando a todos, música após muúsica. Gary é chamado ao palco, e no caminho me chama. Vou para o baixo. Eles puxam “Don’t look Back into the Sun”, logo depois “Bang Bang, You’re Dead” e “Deadwood”. Nesta música, logo no início, eu errei. Ele olhou parecendo bravo. No fim da execução eu falei que não sabia tocar baixo. Ele: “Não se preocupa, é só brincadeira.”

Por fim, ele me passou a guitarra. Chamei os outros integrantes do Playmoboys, e tocamos “Can’t Stand Me Now”. Ele com a cabeça fez sinal para eu cantar junto.

Após o show, os dois se misturaram a todos. Muitas fotos e autógrafos. Às duas da manhã, fomos embora. Eles passaram na casa da minha irmã, e escreveram um bilhete para ela e meu cunhado, agradecendo por tudo.

Fomos para o Rio. No aeroporto, conversamos até a hora do embarque. Eles perguntavam da nossa banda e do meu livro (escrevi um romance que lanço no Pub próximo sábado, 29). E diziam que era chato viajar sem ter tempo para nada. Trocamos telefones e e-mail, e eles perguntaram quando eu e Barreto iríamos a Londres. E seguiram para Buenos Aires, onde ficariam apenas um dia, antes de voltar para a Inglaterra.

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Ouça “Right Action”, mais uma nova do Franz Ferdinand
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Lúcio Ribeiro

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O ótimo Franz Ferdinand, atração do Glastonbury neste final de semana, prepara para 26 de agosto o lançamento de seu quatro álbum, “Right Thoughts, Right Words, Right Action”.

Esses dias a gente ouviu a faixa “Love Illumination”. Agora apareceu outra, que a própria banda divulgou na tarde de hoje no programa do Zane Lowe, na BBC Radio One.

Ouça “Right Action”, canção que tem todos os elementos tradicionais que faz a gente amar a banda escocesa.


Liam Gallagher abre para as mil bandas do Glastonbury, que começa amanhã
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Lúcio Ribeiro

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Duraram menos de duas horas os 135 mil ingressos colocados à venda para o Glastonbury 2013. O sold out rolou em outubro do ano passado, quando ninguém sabia quem ia tocar no maior festival de música do mundo, que é capaz de atrair essa procura absurda só com seu pesado nome.

O aguardado festival começa oficialmente amanhã e vai até domingo em uma fazenda localizada na região de Pilton, Inglaterra. Oficialmente são 60 áreas de palcos ou tendas, que vão sediar nada menos que 2 MIL apresentações artísticas, sejam shows musicais ou teatrais.

O grosso do Glastonbury rola em nove palcos, incluindo os bombados Other, The Park e John Peel Stage, onde se apresentam as bandas mais “indies”, além do Pyramid Stage, palco principal do evento que vai receber neste ano uma penca de nomes grandes, entre eles “só” os Rolling Stones. Por incrível que pareça, em mais de 50 anos de carreira, esta será a primeira vez de Mick Jagger & Co. no evento, que também é veterano, com mais de 4 décadas de história.

Além dos Stones, as outras atrações principais são Arctic Monkeys e Mumford & Sons. Fora eles, tem ainda Dizzee Rascal, Primal Scream, Nick Cave & the Bad Seeds, Vampire Weekend, Rita Ora, Tame Impala, Jake Bugg, Professor Green, Haim, Crystal Castles, The xx e Foals, só para citar outros doze.

Como se não bastasse a absurda programação de centenas de shows, existem ainda os boatos de shows surpresas. Desde o Kanye West ao One Direction, passando pelo huge Daft Punk e o seminal David Bowie, os chutes nas casas de apostas têm sido intensos sobre quem vai aparecer por lá do nada e fazer um show surpresa, como o Radiohead fez em 2010 e o Pulp no ano seguinte.

O papo que ganhou força nas últimas horas é que Liam Gallagher vai “abrir” o festival com seu Beady Eye. Ele, que recentemente disse que tocar no Glastonbury é um pesadelo, parece ter mudado de ideia. Ao que tudo indica, sua banda vai tocar no Other Stage às 11h da manhã desta sexta, abrindo oficialmente o evento.

A notícia chega a ser bem interessante e é um ótimo cartão de visitas para o festival se a gente pensar que na revista GQ inglesa do mês passado tem uma matéria em que Liam diz que o som do Glastonbury é uma merda e muito baixo. “Lá agora é como uma Bond Street (rua com lojas luxuosas em Londres) com lama, com um monte de celebridades passeando com suas botas e guarda-chuvas. Eu não quero isso. Nunca mais quero fazer isso de novo porque é um pesadelo”. Vai lá, Liam. Abre o Glasto para o mundo.

A Popload vai ficar de olho no festival inglês com sua cobertura convencional dos grandes festivais.


Oh, no. A volta de… COURTNEY LOVE
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Lúcio Ribeiro

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* God save the queen, dizia a camiseta à venda na barraquinha de merchandising, com a foto da sempre complicada Courtney Love, ex-Hole e ex-senhora Kurt Cobain, no lugar da rainha da Inglaterra. Love iniciou ontem no Brooklyn, em Nova York, uma série de quatro shows na principal cidade americana. E a vibe estava assim:

Courtney Love começou essa nova turnê dia 20 agora, na Filadélfia. Anda tocando só hits, nada de novidade, embora ela está prometendo um disco de inéditas para o final do ano, que sai junto com suas “memórias”. Ai, ai.
Abaixo tem vídeos de Courtney Love tocando “Violet”, no Warsaw, em Nova York, e “Miss World”, na Filadélfia, o show de estreia. ambas dos tempos do Hole.

Gênia.

Todas as imagens do post são da incrível fotógrafa de shows Dana (Distortion) Yavin, pegas no site Brooklyn Vegan

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Morrissey nos cinemas: saiu o trailer
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Lúcio Ribeiro

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Você já sabe, o nome de Morrissey está envolvido em eventos legais nos próximos meses. Primeiro, o maior britânico vivo começa daqui duas semanas sua nova e extensa turnê pela América Latina, que vai terminar no Brasil com shows em São Paulo (30/7), Brasília (2/8) e Rio de Janeiro (4/8), com ingressos já sendo vendidos.

Também será em agosto, no dia 29, o lançamento do filme “Morrissey 25: Live at Hollywood High School” nos cinemas. A obra comemora os 25 anos do cantor em carreira solo. O filme é baseado no show que Moz realizou em março deste ano na Hollywood High School em Los Angeles numa época difícil, em que ele já estava sofrendo com problemas de saúde que o obrigaram a cancelar uma grande turnê pela América do Norte que estava por vir. Este show em LA foi acompanhado por cerca de 2 mil sortudos, apenas. Mas foi uma espécie de catarse coletiva, pelos relatos que saem desde a época.

“Morrissey 25: Live at Hollywood High School” será exibido primeiramente em salas dos Estados Unidos e México, incluindo alguns IMAX 3D. Depois deve ganhar outras praças e ser lançado em DVD no fim do ano.

O trailer foi liberado e já dá para ter uma noção do quão emocionante é o registro.

* O setlist do show:
“Alma Matters”
“Ouija Board, Ouija Board”
“Irish Blood, English Heart”
“You Have Killed Me”
“November Spawned a Monster”
“Maladjusted”
“You’re The One for Me, Fatty”
“Still Ill”
“People Are the Same Everywhere”
“Speedway”
“That Joke Isn’t Funny Anymore”
“To Give (The Reason I Live)”
“Meat Is Murder”
“Please, Please, Please Let Me Get What I Want”
“Action Is My Middle Name”
“Everyday Is Like Sunday”
“I’m Throwing My Arms around Paris”
“Let Me Kiss You”
“The Boy with the Thorn in His Side”

Tags : Morrissey


Mark Lanegan solta “nova” música incrível e de chorar
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Lúcio Ribeiro

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* Lanegan, Lynch… Popload Cult.

Se o David Lynch liberou uma nova faixa do seu próximo disco que chega a dar medo, outra lenda do mundo pop também anunciou seu novo projeto hoje. O obscuro e cavernoso Mark Lanegan vai lançar um disco bem pessoal. Dono de uma voz marcante, Lanegan vai emprestar seu talento para músicas que ele disse ter crescido ouvindo nos anos 60 e 70. “Imitations”, um álbum só de covers, será lançado dia 16 de setembro.

Em comunicado, o cantor descreveu o mote do projeto. “Quando eu era criança, no final dos anos 60 e início dos 70, meus pais e seus amigos costumavam ouvir discos de Andy Williams, Dean Martin, Frank Sinatra e Perry Como. Músicas com arranjos de cordas e homens cantando músicas que soavam tristes, mesmo que elas não fossem. Em casa, meus pais também ouviam músicas country. Willie Nelson, Johnny Cash, George Jones e Vern Gosdin eram alguns de seus favoritos. Por um bom tempo sempre tive vontade de fazer um disco que me proporcionasse a mesma energia destes álbuns antigos, utilizando as mesmas músicas que eu amava quando criança e outras que fui amando enquanto envelhecia”.

O primeiro recorte sonoro de “Imitations” é “I’m Not The Loving King”, música de John Cale, ex-Velvet Underground, que fez sucesso em carreira solo e assinou diversas produções que vão desde Stooges ao LCD Soundsystem.


* Tracklist
01. Flatlands (Chelsea Wolfe)
02. She’s Gone (Hall & Oates)
03. Deepest Shade
04. You Only Live Twice (Nancy Sinatra)
05. Pretty Colors (Frank Sinatra)
06. Brompton Oratory (Nick Cave)
07. Solitaire
08. Mack The Knife (Bobby Darin)
09. I’m Not The Loving Kind (John Cale)
10. Lonely Street (Patsy Cline)
11. Elégie Funèbre (Gérard Manset)
12. Autumn Leaves


David Lynch solta nova música incrível e que dá medo
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Lúcio Ribeiro

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O gênio David Lynch deixa seus projetos cultuados das telinhas e telonas em segundo plano por esses dias. Ele pegou gosto pela sua carreira musical e vai lançar daqui algumas semanas seu segundo álbum.

“The Big Dream” será lançado dia 15 de julho e chega como sucessor de “Crazy Clown Time”, seu álbum de estreia lançado em 2011. O novo disco tem até cover de Bob Dylan e a participação especial da cantora indie Lykke Li. No total, são 13 faixas.

Depois de “I’m Waiting Here”, a faixa que tem a participação da Lykke Li, Lynch solta agora “Are You Sure?”, balada psicodélica cheia de efeitos vocais, quase uma chamada evocando o apocalipse, como se estivesse no espaço em 2035.

Olha o Lynch fazendo coisa séria na música também.

* “The Big Dream”, tracklist
01 “The Big Dream”
02 “Star Dream Girl”
03 “Last Call”
04 “Cold Wind Blowin”
05 “The Ballad Of Hollis Brown” (Bob Dylan cover)
06 “Wishin’ Well”
07 “Say It”
08 “We Rolled Together”
09 “Sun Can’t Be Seen No More”
10 “I Want You”
11 “The Line It Curves”
12 “Are You Sure”
13 “I’m Waiting Here” (com Lykke Li) (bonus track)


Daft Punk remixando o Daft Punk
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Lúcio Ribeiro

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Depois das mil versões covers e remixes, o próprio Daft Punk resolveu fuçar em sua “Get Lucky”. O super hit do duo francês ganhou uma nova versão dos robôs e agora tem duração de 10 minutos. A intenção deles é remixar cada uma das faixas de “Random Access Memories”.

A “Get Lucky” remixada deve ser lançada oficialmente, via internet, dia 15 de julho.



Popload nos festivais: conheça o Solid Sound, o festival do Wilco, banda que deve vir ao Brasil em breve
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Lúcio Ribeiro

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No último final de semana, a cultuada banda americana Wilco fez em Massachusetts mais uma edição de seu festival, o Festival do Wilco, ou Solid Sound. É um festival próprio mesmo, com assinatura. O Wilco tocou duas vezes nele, na sexta e no sábado. E botou no festival quem eles gostam, produzem, tocam como abertura deles, banda de amigos.

Uma infiltrada da Popload esteve por lá. A Mariana Neri, fanzoca de Wilco, que levanta a bandeira todos os dias para que eles venham ao país, relata abaixo suas impressões em textos, fotos e vídeos, mostrando como é esse festival, com a visão lá de dentro.

A primeira coisa que a gente pensa quando chega em North Adams, Massachusetts, é “por que será que o Wilco resolveu fazer o festival aqui?”. Afinal a cidade é minúscula, não tem nem 15 mil habitantes e parece mais um lugar cenográfico… Mas é só o festival começar que você entende que faz parte da experiência low profile e combina muito com o ritmo do festival, bem mais calmo que os festivais de verão que a gente conhece e com público que vai dos 6 meses aos 60 anos.

O festival é realizado no MASS MoCA, uma fábrica abandonada que virou museu de arte contemporânea e tem tudo a ver com a proposta da banda de unir arte e música num só lugar.
Além dos shows e das exposições do museu há instalações de integrantes do Wilco, feitas especialmente para o festival. Neste ano a mais concorrida foi a The Loft, um ambiente que simulava o loft/estúdio da banda, com guitarras e camisas expostas (o famoso nudie suit usado na turnê de 2009 também estava lá!).

O primeiro dia foi calmo com apenas quatro atrações: os novatos do White Denim (que abriram alguns shows do Wilco no ano passado e em breve lançarão disco produzido pelo “boss” Jeff Tweedy), os veteranos do The Relatives, o já citado show de covers do Wilco e o grupo Yo La Tengo tocando ao vivo a trilha do documentário “The Love Song of R. Buckminster Fuller”. Foi o melhor dia para ver as instalações e conhecer melhor o museu. O clima estava tão tranquilo que você podia sentar na mesa ao lado de Susan Tweedy (a mulher do Jeff) e dos Yo La Tengos tomando sorvete.

No sábado foi engraçado perceber que, enquanto os “tios” se empolgavam nos shows do Yo La Tengo e Low, os jovens pi-ra-vam na apresentação do Foxygen (eles cancelaram alguns shows da Europa mas mantiveram esse do Solid Sound… chupa, Primavera!). Aliás, o duo californiano causou no festival: um deles subiu na estrutura do palco e foi arrancado de lá por um segurança e outro, dizem as más-línguas, foi expulso no final da noite por estar caindo de bêbado. Jovens…

O Wilco fechou o segundo dia com seu show “normal”, que fez menos sucesso que o do dia anterior, mas agradou os mais fanáticos, ressuscitando velharias da fase pré-“Yankee Hotel Foxtrot” como “Forget the Flowers”, “She’s a Jar”, “Candyfloss” e “Sunken Treasure”.

O último dia começou com a The Blisters, cujo baterista é Spencer Tweedy, o filho mais velho de Jeff. O pai não fez participação especial mas, apesar do nervosismo no início do show, eles deram conta do recado e apresentaram as músicas do disco recém-lançado “Finally Bored”.

Foi o melhor dia para tietar os Wilcos, já que quase todos estiveram presentes com os projetos paralelos e também na tenda de autógrafos (só Jeff não apareceu por lá). Finalmente foi possível perguntar quando o Wilco tocará novamente no Brasil e a resposta foi que “provavelmente ficaria para o ano que vem”, mas pelo visto vontade é o que não falta:

Pat Sansone e Glenn Kotche acabaram entregando que devem tocar em terras brasileiras com o Autumn Defense e o On Fillmore, respectivamente, entre o final de 2013 e o início de 2014

Os Mutantes representaram bem o Brasil no festival e os gringos ficaram bastante animados com o show, mesmo debaixo de um sol escaldante. O encerramento ficou com o trio de jazz Medeski Martin & Wood que chamou Jeff Tweedy e Nels Cline para cantar uma música do Wilco com eles.

Para o Tweedy, foi a maior e melhor edição do festival até agora e, se você é mesmo apaixonado pelo Wilco, não pode perder os próximos!


Toma essa: banda mais legal do mundo vem da Bélgica. E torce para o Palmeiras!
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Lúcio Ribeiro

* Vai, Pa-ra-ra-pa-Palmeiras!!!

Grupo indie com um pé no pop, os belgas do Garcia Goodbye despontam hoje como a banda mais cool do mundo da música, mesmo sem a gente saber muita coisa sobre eles.

O trio é formado por Tommy Gontie (vocalista e guitarrista), Tin Verryken (baixista) e Jens Leen (baterista) e iniciou a carreira em 2008. Eles têm algumas peculiaridades. A principal delas talvez seja o fato de a banda querer fazer mais sucesso fora da Bélgica do que no próprio país. Daí eles viajam para outros lugares tentando divulgar seu trabalho. Já fizeram um barulhinho em Luxemburgo, na Holanda e Turquia, por exemplo. Em 2011, vieram ao Brasil e fizeram uma session para uma rádio, se eu entendi bem.

No início deste ano, o grupo bolou uma estratégia de marketing surreal para lançar “Horizon”, seu single, que deixaria o Daft Punk com inveja. Eles pegaram um pen drive e gravaram nele o tal novo single e um release, pedindo para quem encontrasse o pen drive, retornasse o contato. A banda prometeu que iria atrás de quem achasse a mídia.

Então eles pegaram esse pen drive, o penduraram em um monte de balões e soltaram a partir da Bélgica, para que o vento “lançasse” o single para um lugar qualquer. Dias depois, chegou um email da DINAMARCA. Um rapaz havia encontrado o pen drive perto de um ponto de ônibus.

Cumprindo a promessa, a turma do Garcia Goodbye viajou cerca de 800 quilômetros até a casa do “novo fã” que encontrou o pen drive. A história ganhou até matéria no grande jornal El País. E a banda até fez um vídeo sobre isso.

Agora, apostando no mercado brasileiro (hihi), o Garcia Goodbye gravou uma música em homenagem ao Palmeiras (!!!!!!). Com o singelo título “Vai Palmeiras”, o grupo gravou um clipe para divulgar a faixa, usando camisa do time e botando umas palmeiras como decoração perto de uma trave. Fora isso, ao final, eles ainda cantam um pedaço do hino do clube.

Espero que eles sejam escalados para abrir a turnê dos Stones no estádio do Palmeiras daqui uns meses. Ou até mesmo do One Direction. Nada mais justo.

Vai, Palmeiras!