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O “esquisito” Pitchfork Festival 2013. E o melhor show foi…

Lúcio Ribeiro

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* Popload em Chicago.

Então… Precisamos falar sobre o Pitchfork Festival.

Um dos festivais indies mais deliciosos da face da Terra, até porque é em um parque no meio de Chicago e no verão e daí não tem como não ser delicioso, o Pitchfork Festival vive um drama, haha.
Quer dizer, o festival vai muito bem, bateu seu recorde de público (55 mil pessoas circularam nos três dias, de sexta a domingo). Quem vive um drama são os fãs do festival e da marca Pitchfork, o mais famoso site de música independente do planeta.
A discussão aqui de quem olha de fora (e principalmente dos que estavam dentro) é que o festival está (1) ousando em atrações nada indie; (2) listando um monte de hip hop para tocar; (3) botar como grande atração um cara de R&B que vendeu mais de 50 milhões de discos; (4) trazendo o show cabeçudo da ex-indie e ex-mainstream e agora uma coisa científica Bjork; (5) elencando muitas bandas ''velhas'' em posições de destaque (Swans, Low, Wire, Belle & Sebastian, Breeders, M.I.A. (M.I.A. é ''velha''?)).

Eu juro que não vejo problema em nenhum desses cinco itens. O Pitchfork foi indie em resgatar o over-consagrado R. Kelly, que nem está tão na ativa assim, o hip hop é uma realidade retumbante pá-pum do underground americano e o Pitchfork (o site) fala hoje até de dubstep e eletrônica experimental. E se teve ''os velhos'' indies, teve os ótimos artistas novos, tipo Savages, Solange, Blood Orange, Foxygen, Sky Ferreira e o Parquet Courts, meus preferidos, o melhor show do festival na minha opinião beeeeeem suspeita, porque encanei nos caras. No fim, um festival com 46 atrações dá para atirar para bastantes lados. E indie só reclama, a gente sabe bem, haha.

Amei o show da M.I.A., pelo agito que eu pensei que ela não fosse mais conseguir fazer. Mas, veja, achei ela mais bagaceira do que sempre foi. Essa mulher não é fácil. Savages tocando, a mulherada inglesa toda de preto num sol de dar dó, foi impressionante o tempo todo. Acho que elas nem suavam e eu, parado vendo, devo ter emagrecido uns cinco quilos. Há umas coisas que combinam, tipo Joanna Newsom, sua harpa e a voz de fada, num final de tarde de verão. Não tem como ser ruim. Belle & Sebastian foi a fofura linda de sempre, mas confesso que teve horas que eu me peguei vendo site de futebol para tentar ver os gols do Palmeiras. Parquet Courts foi muito cedo (2h50 da tarde), tava muito quente, foi no terceiro palco (o menor), longe dos outros dois principais que revezavam a programação, e tinha uma loirinha linda e superbem vestida meio posh na minha frente, uns 16 anos. Aí o show do quarteto do Brooklyn começou e logo uma roda de pogo grande tomou conta do meião da galera. A loirinha indie-posh abriu um sorriso e se meteu na bagunça da molecada, empurrando e sendo empurrada. E o Parquet Courts colando uma música na outra sem dizer nem ''Boa Tarde''. A outra vez que eu notei a loirinha ela estava sendo carregada num crowd surf. Foi assim o show do Parquet Courts.

O Pitchfork Festival, como eu estava falando, tinha três palcos. Identificados por cores. O maior era o verde, que ficava bem perto do vermelho. Acabava um show num, começava no outro. Dependendo de onde você estava, nem precisava se mover para ver bem as atrações de ambos os palcos. O terceiro palco era o azul, bem longe dos outros dois, tipo afastadão. E menor. Portanto mais indie. O ''verdadeiro Pitchfork Festival'' aconteceu ali.

Também pelos fundos do festival tinha um ''setor de compras'', uma tenda gigante com um monte de selos pequenos vendendo suas coisas, várias lojinhas de discos de Chicago e região representadas com boa carga de vinil, lojinhas de camisetas, pôsteres e o pessoal do Cut Copy prensando ao vivo os vinis de seu novo single, para quem quisesse comprar. Você deve ter visto o post de ontem. Tinha barraca do Whole Foods Market vendendo várias frutas, pipoca feita com milho de plantação local, barrinhas de cereal e potinhos de grãos. Tudo bem natural e orgânico. Tipo o Pitchfork Festival.

Bom, mais sobre o festival vou tentar falar por aqui durante a semana. Por enquanto, fique com fotos e vídeos do Pitchfork Festival 2013, que dizem mais que o blablablá acima. Todas as fotos são da galera de imagens do Pitchfork Media. Tem uns vídeos bizarros, de som ruim, mas com visual, digamos, representativo.

*** FOTOS



O povo, minha gente


Esse ser acima é a Bjork, recém-chegada de Plutão. Headliner da sexta-feira, o show dela foi cortado em MEIA HORA por causa da tempestade que estava chegando em Chicago. Som desligado e a produção evacuando o povo do festival. Houve quem reclamou. Teve quem não


A cantora brit-cingalesa M.I.A. ainda bate suas bolinhas amarelas, com seu electro-funk racial e de protesto


Nossos velhos amigos do And You Will Know Us by the Trail of Dead mostrou com quanto barulho se faz um bom show vindo de uma banda de Austin. Você era nascido(a) quando eles tocaram no Brasil?


Quero muuuuito acreditar que você não vai perder o show das Breeders amanhã no Cine Joia, pfv


Este Austin Brown, da banda punk nova-iorquina Parquet Courts, deve ser filho bastardo do Kurt Cobain, só pode


Sabe a Solange, a irmã mais nova da Beyoncé? Então, ela…

*** VÍDEOS

* A Popload está em Chicago com o apoio do Choose Chicago, organização que bomba Chicago aos olhos regionais, locais e internacionais, e do escritório brasileiro da Interamerican Network.

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