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O Austin City Limits e a programação mais absurda de um festival nos últimos anos

Lúcio Ribeiro

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Ao menos duas vezes por ano, Austin se torna a capital norte-americana da música. Em março, tradicionalmente acontece o South by Southwest, principal festival de novidades do planeta, com uns mil shows (ou mais) espalhados em casas de shows, galpões abandonados, clubinhos e bares da cidade. É o festival responsável por fazer o Justin Timberlake aparecer do nada para tocar para 700 pessoas, por exemplo. Fora isso, paralelamente, aos shows rolam as palestras e workshops, de gente da música ou que mexe com música falando da história e dos novos rumos dessa música. Entendeu? No Sxsw desse ano, o Dave Grohl contou basicamente porque resolveu ganhar a vida com isso e tentou explicar como foi parar nas duas maiores bandas do mundo de suas épocas. Acontece.

Além do Sxsw, a cidade localizada no Texas tem outro festival que prende muito a atenção da mídia e cada vez mais cresce em números e repercussão, “rivalizando” com outros eventos de música norte-americanos como o Coachella e o Bonnaroo, que acontecem no primeiro semestre. O de Austin é o Austin City Limits, que é realizado mais para o final do ano, geralmente em outubro.

A procura pelo ACL tem sido tanta em suas últimas edições que o festival adotou a política Coachella e neste ano será realizado em dois finais de semana de outubro. A programação do primeiro final de semana saiu com os horários e a intenção deste post é mostrar que o festival de Austin chegou ao limite (!) das coincidências de horários de shows de bandas boas. Não vai ser fácil para quem for ao City Limits.

O primeiro final de semana, 4 a 6 de outubro, vai ter na sexta-feira Vampire Weekend começando o show com o do Black Angels rolando e o Arctic Monkeys iniciando o seu quando o do Vampire Weekend estiver no meio. No final da noite, presta atenção, Depeche Mode e Muse tocam praticamente NO MESMO HORÁRIO.

No sábado, tem mais lamento indie. Passion Pit e Wilco vão dividir as atenções na faixa das 19h, enquanto, outra vez no final da noite, The Cure e Kings of Leon sobem ao palco (cada um no seu) no mesmo horário, 20h.

No domingo, para dar um refresco, tem o Divine Fits x Franz Ferdinand, o Toro Y Moi dividindo público com o National, o Tame Impala e o Phoenix fazendo clássico de rugby e, para fechar, o Lionel Richie precisando enfrentar a sensualidade do Thom Yorke e seu Atoms For Peace.

Dá para ir a um festival desses?