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Música ótima, vídeo não tanto: o Black Rebel Motorcycle Club voltou aos seus melhores dias
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Lúcio Ribeiro

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Grupo incrível do rock do novo milênio, o Black Rebel Motorcycle Club retomou os trilhos neste ano. Depois de alguns discos apagados e mudanças em sua formação, a banda da Califórnia acertou a mão no “Specter at the Feast”, sétimo disco deles, lançado no início deste ano.

A banda está trabalhando seu novo single, “Hate The Taste”, e a faixa é um bom exemplo que o BRMC voltou à sua velha forma. O disco, que tem 12 faixas, soou bem confortável logo nas primeiras audições. Tem de tudo um pouco da trajetória do BRMC. O rock cru de garagem, o folk desengonçado, as baladas psicodélicas, as letras viajadas e até a xaropagem gospel formam todas as peças deste quebra-cabeças. Mas, no final das contas, funcionou.

Essa “Hate The Taste”, que tem o selo de riff de qualidade do BRMC, ganhou vídeo com imagens de um show da banda realizado em Austin, no mês passado. Música boa, vídeo meia boca. Mas tudo está no seu lugar.


O amor e o Sxsw: o maior festival do mundo tem muitas bandas e também tem clima de paquera
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Lúcio Ribeiro

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* Primeiro um detalhe geográfico sociológico sobre o South by Southwest, o principal festival de novidades do planeta, que está acontecendo até domingo em Austin, no Texas (praticamente até sábado, mas enfim). A cidade é base da Universidade do Texas, a maior concentração de estudantes dos EUA, em número. O que acontece durante o período do South by Southwest é o Spring Break americano, a semana do saco cheio deles, também conhecido como “March Break” ou “férias da primavera”, nomes técnicos para os sete dias de putaria estudantil que a gente vê bastante no “Pânico na TV” e tals.

O negócio é que Austin, nesta exata semana, Austin troca de população. Enquanto a molecada universitária se manda para as praias próximas no Golfo do México, ou para as do México mesmo tipo Cancún, ou para o Panamá, em busca de diversão e de ver (ou mostrar) peitos antes de encarar a reta final escolar de provas e trabalhos, a “galera da música” chega à cidade texana o “povo da música” para o South by Southwest.
Aí a cidade fica suportável.

Acontece que, de uns anos para cá, percebeu-se que o público do festival aumentou bastante, e não é só por causa da invasão de publicitários que descobriram o Sxsw, haha. Uma parte da molecada também ficou na folia das bandas. Trocaram os peitos pelas guitarras, vamos colocar.

Pois bem…

Talvez por isso, foram criadas algumas novidades nos últimos anos de South by Southwest, para “entreter” a galerinha que não queria circular “só” atrás das 2000 bandas que movimentam o festival e bagunçam a incrível cidade do Texas.

Por exemplo, a comemoração em plenas ruas do St Patrick’s Day, o feriado irlandês da bebeção até cair, que neste ano cai no domingo, embora em Austin não se restringe a apenas um dia, o dia, de festividades. Os universitários curtem bem o costume irlandês.

E em 2013 tomou forma forte o “Sx Single”, iniciativa que teve tímida participação em datas recentes mas que neste ano, segundo relatos, pegou. Você se escreve no site do festival, usa a hashtag nas redes sociais, e praticamente se candidata a não ver os shows sozinhos. Ou ir nas festas sozinhos. Ou ir comer salgadinho de gafanhoto, pirulito de grilo sozinho.

Teve até um encontro oficial dos “Disponíveis no Sxsw” em algum dia destes.

O mais legal é que a galera passou a pintar no corpo o #Sxsingle, só para, na correria das ruas e entre e sai dos bares, deixar a coisa bem clara logo de cara.

Como diz o slogan da “brincadeira” do Sxsw, “SXsingle, it’s not just a hashtag, it’s a lifestyle”.

Quem precisa de Spring Break para se descolar?

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Treme, Austin. Gang do Eletro invade o Sxsw com remix do Daft Punk
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Lúcio Ribeiro

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* Não sei se isso tem a ver com o boataço que o cultuado duo francês Daft Punk vai fazer show surpresa no atual South by Southwest, festival absurdamente grande e intenso que acontece no Texas até domingo. Mas vamos lá.

Uma das 2000 atrações do Sxsw, o quarteto paraense de “eletromelody” brega Gang do Eletro se aventura pelo Texas nesta semana, onde faz seu primeiro show em terras gringas. O grupo, que sacode às batidas do criativo DJ Waldo Squash, toca sexta-feira na Flamingo Cantina, ali na rua 6, junto com bandas e DJs mexicanos. Ninguém vai entender nada.

Nesta semana, a banda lançou via Facebook o single “Eletro do Robô”, mostrando um certo futurismo brega que vai estar no primeiro álbum da banda, a ser lançado entre o fim de março e começo de abril.

Junto com o single, a banda de Belém ainda soltou um remix “muito loko”, na verdade um mashup, que junta as músicas “Velocidade do Eletro”, essa nova “Eletro do Robô” e ainda ““Technologic” do Daft Punk. Obra do DJ Strausz.

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Cotadíssimo para vir ao Brasil, At the Drive-In faz primeiro show após 10 anos
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Lúcio Ribeiro

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Atração aguardada do Coachella e ao que tudo indica fechadíssima para se apresentar em um festival paulista no segundo semestre, o At the Drive-In, banda fundamental do indie hardcore que brotou em El Paso, Texas, voltou ontem aos palcos com sua formação original.

O show – o primeiro em 10 anos – aconteceu no clubinho Red 7, em Austin (pra variar…). Eles não tocaram material novo, mas as clássicas estavam lá, resistindo bem ao tempo. Bandaça.

O blog indie Consequence of Sound registrou alguns momentos da apresentação. Veja.

* A foto é da Rolling Stone US.


Sxsw 2012 – Escolha bem o nome de sua banda. Tipo Planeta Diarréia
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Lúcio Ribeiro

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* Ainda vão longe por aqui os posts do South by Southwest, viu?

* Nome de banda é sempre uma questão delicada. Tanto para quem tem as bandas quanto para quem ousa gostar delas. Esdrúxulos que viram espertos, espertos que viram esdrúxulos, os normais, os com o “The” na frente, os com o “The” no meio, os longos, os curtos. Aqui no Brasil tem clássicos, que vão de Paralamas do Sucesso, que hoje é aceitável porque a banda “pegou”, mas pensa quando foi tomar contato com o grupo pela primeira vez. Tem o clássico “Engenheiros do Hawaii”. Tem o ótimo nome “Garotas Suecas”, banda indie de meninos (ok, com uma menina), sonoramente atrativa para o público masculino, haha.

* Pois. Uma das coisas mais legais no garimpo das 2000 bandas que tocam no festival texano South by Southwest é tomar contato com bandas novas com nomes, hum, diferentes. Principalmente as bandas do Texas, haha. Mas tem de todo lugar.

(Antes de mais nada, esclarecendo, o Diarrhea Planet, banda punk de Nashville, NÃO foi ao Sxsw 2012. Mas eles apareceram numa reportagem da revista “Paste” e me lembrou das bandas de nomes gozados do Sxsw. E aqui estamos então.)

Abaixo, uma listinha de alguns nomes diferentes, vá lá, de bandas (e artistas) que se apresentaram no festival neste ano. Escolha o seu preferido. Vai que uma delas vire sua banda preferida em pouco tempo (se já não o for):

– Shit and Shine – Austin (velha de guerra. sempre abre a lista)
– Gay Witch Abortion – Minneapolis
– Last Year’s Men – Chapel Hill
– How I Quit Crack – Houston (Houston, we got NO problem anymore)
– Cancer Bats – Canadá
– Capybara – Novo México
– Michael Fracasso – Austin
– DJ Jester the Filipino Fist – San Antonio
– Teengirl Fantasy – Nova York (irmã do Garotas Suecas)
– Dikes of Holland – Austin (prima do Garotas Suecas)
– Jacuzzi Boys – Miami (primo do Garotas Suecas)
– Screaming Females – (ok, ok)
– Rebuilding The Rights Of Statues – China
– Say Hi – Seattle
– CuCu Diamantes – Nova York
– Tic Tic Boom – Los Angeles
– Cold Showers – Los Angeles
– Oh My Me – Lexington, Kentucky
– Family of the Year – interior da Califórnia
– Mujeres – Barcelona (não toca cover do Girls)
– I Want My Name Back – Nova York
– Mr Muthafuckin’ eXquire – Brooklyn
– Bad Weather California – Colorado
– I Hate Our Freedom – Nova York
– Prime Ministers – Equador
– Two Cow Garage – Ohio
– What Made Milwaukee Famous – Austin (essa é “famosa”)
– Kid Congo and The Pink Monkey Birds – Washington
– …And You Will Know Us by the Trail of Dead – Austin (talvez a mais famosa de nome “diferente”, principalmente porque começa com reticências)
– Ain’t No Love – Canadá (…em SP?)
– Las Guitarras de Espana – Chicago
– Monstr0 – Atlanta
– Tiê – Brasil (tô zoando)
– Arctic Monkeys – UK (tô zoando)
– xxxy – UK
– Football – Chicago (não conheço, mas tendo a gostar)
– The Company We Keep – Detroit
– A Great Big Pile of Leaves – Brooklyn (óbvio)
– We Were Promised Jetpacks – UK (outra famosa, bem boa)
– I Got You ON Tape – Dinamarca (bom nome)
– Sons of Fathers – Austin
– 1, 2, 3 – Pittsburgh

* Chega por agora. Tem muito mais, mas está ok. Voltamos com o assunto outro dia.

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Fórum Popload de discussões (haha): a nuvem
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Lúcio Ribeiro

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* Popload ainda (com a cabeça) no Sxsw.

* Contei, através de textos no UOL, sobre algumas discussões que envolvem música, internet, tendência e o escambau, que aconteceram no South by Southwest deste ano. Porque, no Sxsw, tão importante quanto os shows, são as discussões, palestras, entrevistas ao vivo. Neste ano apareceram lá para seu “blablablá” importante de Bruce Sprinsteen a Billy Corgan, dos meninos do Napster aos palhaços hardcore do Insane Clown Posse.

Não que eu tenha assistido a todas as conferências, mas queria listar aqui alguns dos assuntos tratados no Sxsw 2012.
– Indie going mobile
– Banded together: Touring as a Standup Comedy Group
– Beethoven + Social Media = Crowdfunding Patronage
– Opportunities that Others Miss on the Web
– From the Blocks to the Blogs
– The Year Dance Music Killed Rock & Roll
– Who Said You Could Use My Name?
– None More Black: How Extreme Can Metal Go?
– How Indie Metal Is Surviving and Thriving
– Do Music Moguls Know a Secret about K-Pop?
– No Label, No Manager, No Problem?
– Has Digital Music Made Indie Labels Go Mainstream?

* E mais:
– Palestra “Creating Your Second Act”, para quem quer ter um projeto musical paralelo e não sabe como. Bob Mould (Husker Du), Mac McCaughan (Superchunk) e Matthew Caws (Nada Surf) na mesa.
– Palestra “Australia – It’s a Long Way Away”, para quem queria se aprofundar na cena australiana.
– Palestra “Cool Garage Recording Tools and the Crap to Avoid”. interessante ver que a pretensão chega até o ponto de um evento dizer a merda que você tem de evitar.
– Palestra “I May “Like” You, but I’m Not in Like with You”, sobre o que as marcas podem oferecer a consumidores nas redes sociais.

Não dá vontade de ter visto tudo? Pena que no meio tinha uns 6.000 shows rolando.

Mas, enfim, voltando a alguns escritos meus que acho que vale botar aqui, em repeteco, tem esse sobre o que se falou sobre “A música na nuvem”, assunto mais importante do que você pode imaginar.

***

“O festival South by Southwest 2012 andou com a cabeça na nuvem, mas o negócio aqui está longe de parecer um desleixo. Todas as devidas atenções de quem faz, quem consome e quem vende música, parece, estão mesmo voltadas para um dos assuntos mais envolventes da correlação entre esse produto musical e as possibilidades futuras da internet: o serviço “Cloud”. Sendo que, o futuro no caso do Sxsw, e no caso dessa Nuvem, é agora.
No meio dos painéis de debate que aconteceram no festival, deu para perceber que um segundo momento da revolução da música digital pode estar acontecendo exatamente por causa dessa história de ouvir som na nuvem. Depois de uma década de “era do download”, quando comprar faixas matou a venda de CDs e o desenvolvimento de novas mídias do tipo, a indústria agora se pergunta como lidar com a “computação em nuvem”, quando o conteúdo é armazenado na internet.

Do acesso a uma canção por meio de um vídeo no YouTube, só pelo áudio, a Lastfm, Netflix e iCloud, as empresas começam a perceber que os usuários vão abrir mão de “ter” o conteúdo para acessá-lo na rede, a qualquer momento, e desfrutar dele quando – e como – bem entenderem.
Num primeiro painel, que discutiu a “Música Social” – compartilhada por usuários de redes sociais -, os participantes foram unânimes ao admitir as possibilidades abertas por um simples “tweet” ou comentário no Facebook (vide A Banda Mais Bonita da Cidade no caso brasileiro), mas ponderaram que essas redes podem tanto proliferar o mau gosto quanto atrair novos fãs, conhecidos dos fãs mais fiéis do artista falado.

Em um segundo momento, mais dedicado ao sistema em nuvens, levantaram-se questões mais práticas em cima do, não dá para escapar, aspecto comercial em tempos de internet livre: qual o valor justo para ouvir? A fórmula de um preço fixo, independente do perfil do usuário, não é uma ressaca da velha indústria musical? Os artistas conseguirão sobreviver com esse esquema?
A filosofia de todos esses serviços, parece ser, é algo na linha “é melhor ter usuários pagando 10 dólares por mês, do que nada”.

Realmente, esses serviços são muito baratos, e oferecem uma quantidade imensa de conteúdo, em boa qualidade. Claro que depende de adoção em massa para dar certo, senão não é sustentável.
Mas surge outro problema, que é a quantidade de dinheiro repassada para os artistas. Muitos reclamam, que vem um quase-nada mensal estabelecido por gravadoras e pelos escritórios de direitos autorais (de novo o paralelo brasileiro: chegamos à era do polêmico Ecad cobrar de blogs que incorporam vídeos do Youtube, a discussão virtual da “moda” no Brasil).
Talvez seja devido ao número ainda relativamente pequeno de usuários que pagam, imaginam alguns. Ou talvez seja é uma porcentagem injusta e sem um bom critério definido mesmo, é o pensamento “favorito” da maioria. Só o tempo dirá se streaming/cloud tem mesmo como “substituir” vendas de álbuns (sejam físicos ou digitais).
As possibilidades de assunto em torno da Nuvem eram inesgotáveis. Tinha ainda o aspecto do armazenamento também para ser discutido.

A idéia é que, um dia, você não precise mais de um HD em seu computador. Tudo o que você quer armazenar vai direto pra cloud, que pode ser acessada em qualquer lugar que tenha internet. Não precisa de HD pra backup — a cloud “É” o backup. Tem a discussão sobre ser legal ou não você colocar músicas pirateadas na cloud e fazer streaming delas. Nos EUA, está sendo visto como legal, porque os artistas estão supostamente sendo pagos de qualquer forma, e você fazer upload de seus próprios arquivos não seria diferente de acessar os arquivos da base de dados do iCloud (ou Spotify ou qualquer outro).
De toda forma, o armazenamento e a sincronização de tudo automaticamente é uma tremenda mão na roda, independentemente de sua legalidade. Tira aquela preocupação de o HD/DVD/pen drive um dia estragar.

Houve, ainda, um painel para discutir a evolução das descobertas musicais nessa era das nuvens, e a possibilidade de novos modelos de serviços se adaptarem: que tal se, à moda dos anúncios do Gmail (email do Google que, por meio de algoritmos computacionais, exibe propaganda sobre os assuntos de suas mensagens), um site de música na rede nos sugerisse novos artistas, baseados nas preferências de cada usuário? Nesse caso, como ficaria o jabá? Questões que o tempo, foi a “conclusão”, até poderá responder. Por ora, sabe-se apenas que a claudicante indústria musical, a um passo de morrer e ir para o céu, terá de reaprender a dançar – conforme a nova música for sendo tocada lá na nuvem.

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Sxsw 2012 – Banda brasileira Cruz te leva para um rolê em Austin, Texas
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Lúcio Ribeiro

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* Uma das bandas brasileiras que se apresentaram no festival South by Southwest deste ano, a Cruz, formada por brasileiros que moram em Los Angeles, armou um vídeo musical cool que tem ao fundo Austin, a cidade-sede do maior festival de bandas novas do planeta. Vale a historinha antes. Como Austin é uma cidade plana de ruas largas, funciona muito na época do festival as bicicletas estilo gôndola, com uma garupa que cabem duas pessoas e que têm preço camarada para levar rapidinho, na pedalada, de um clube a outro um pouco mais longe.

Aí a banda Cruz sentou numa bike dessas, com violão, e fez esse vídeoclipe-cartão postal de Austin.

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Sxsw 2012 – Vendo o Jack White da janelinha
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Lúcio Ribeiro

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* Popload de volta a São Paulo. Messing with Texas, agora, só no ano que vem. Várias coisas para falar, ainda, do fantástico festival South by Southwest 2012, que vamos botar em ordem aqui durante esta semana.

Jack White, da janela, em ação no Sxsw

* O Jack White estava zoando com a minha cara, no South by Southwest. Assim:
1. No Sxsw, tinha um passe “mágico” chamado Sxxpress Pass. Com um desse nas mãos, você podia furar a fila que fosse no clube que fosse e entrar em qualquer dos lugares de shows do festival. Para tê-lo, tinha que ir buscá-lo logo de manhã para os shows mais concorridos, no QG do Sxsw. Com seu crachá, você tinha direito a um por dia, para o show/clube do dia. Eu, que estava hospedado colado ao Centro de Convenções, pensei: “vou catar um pro show do Jack, óbvio”. Às 10h da manhã do dia do show do Jack White no Stage at Sixth, os Sxxpress para o local já estavam esgotados. Desde 9h30.
2. Beleza, me viro na hora de entrar, pego fila e tal. Daí soube que o ônibus da Third Man Record, a gravadora do Jack White, estaria vendendo em seu ônibus-loja, que rodava o Sxsw e ia parar na frente do clube que ele ia tocar, o single em vinil de “Sixteen Saltines”, com exclusividade para o festival. Eu na filinha de compras da loja móvel e o single esgota, com o último vendido exatamente para o cara da minha frente.
3. Na fila para o show, bem longe da porta (cheguei uma hora e meia antes de começar), vem o aviso. Seria difícil entrar no clube, naquele ponto da fila. Fui embora.
4. Voltei mais tarde, na hora do show, só para ver a muvuca da porta. Daí o que vi foi uma multidão do lado de fora, olhando pela janela. O palco era colado à janela, ela estava aberta e dava para ver Jack White e banda tocando. O som era bom mesmo do lado de fora. Deu para ver o show, não tão bem como para quem tava dentro. Mas deu.
5. O show, dividido em dois por gênero sexual, durou quase duas horas e teve sete músicas de sua banda mais famosa, o White Stripes. Foi um “White Stripes diferente”, agora com arranjos cheios, não só o minimalismo de guitarra-bateria que marcou a banda.
6. Jack White tocou músicas de seu disco que vai sair, o “Blunderbuss”. Algumas do Dead Weather e do Raconteurs. E muitas do White Stripes. “Hotel Yorba”, “Dead Leaves and the Dirty Ground”, “Hello Operator”, “Hardest Button to Button”, “My Doorbell”, “Ball and Biscuit”, pelo que me lembro. E, óbvio, “Seven Nation Army”, seu maior hit, que foi cantado efusivamente pelo público, dentro e fora do bar. De vez em quando o Jack vinha e dava tchauzinho para nós.
7. O John C. Reilly estava pertinho de mim. Pena que eu não vi o BILL MURRAY. Haha, sério, o cara estava lá, soube depois.

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Sxsw 2012 – Você sabe qual é esta banda?
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Lúcio Ribeiro

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* Popload em Austin, Texas. Socorro!

* Ontem a maratona foi insana. E hoje promete ser pior.
Não dá para botar tudo aqui, então vamos soltando aos poucos. Porque ver bandas legais, ir a conferências incríveis, pegar um filme obrigatório, comer, tomar banho, dormir e outras coisinhas “básicas”, quando se está no Texas, precisaria de um dia com 38 horas.

* Lembrando que a Popload no Texas está saindo também na Ilustrada, da “Folha de S.Paulo, na Folha.com e na área de entretenimento do UOL.

* Mas, sobre o título deste blog, eu falo o seguinte. Tem 2000 bandas oficiais registradas no Sxsw. Aqui tem oficiais 108 palcos, para oficiais 94 “clubes”, bares, arenas, parques, salas, estacionamentos, garagens. Mas tem também as bandas não-oficiais tocando em lugares não-oficiais. Vou dar um exemplo, em foto.

Na foto acima, tirada de uma rua qualquer de Austin no meio da muvuca sonora do Sxsw, você está passando para ir de um show a outro e ouve uma sonzeira vindo de algum lugar. Consegue ver onde tem uma banda tocando? Olha bem. Está vendo predião preto? Vê uma lage logo abaixo dele, com uma estrutura metálica servindo de cobertura? Consegue enxergar a banda tocando?

Vou ajudar com essa aproximação aí embaixo.

A música era realmente boa. Parei, terminou a música, ouvi palmas aparentemente dadas por cinco pessoas e a banda agradeceu e parou de tocar. Tinha acabado o show. Nunca vou saber que banda era aquela.

Isto é muito Sxsw.

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Sxsw 2012 – Dia 1 – Daniel Johnston tadinho, Kasabian “roots” e a geração C
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Lúcio Ribeiro

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* Popload em Austin, Texas. Sxsw 2012.

* Se a vocação maior do festival South by Southwest (2000 bandas, 104 palcos) é a descoberta de novidades, foi uma grande novidade descobrir que o cultuado cantor e compositor americano Daniel Johnston, não só está vivo como ainda é fisicamente capaz de cantar com a emoção que marcou sua carreira, a ponto de comandar o concorrido showcase que ajudou a abrir com gala independente a parte musical do Sxsw 2012, ontem.

Johnston, 51 anos, há muitos sofrendo de esquizofrenia e transtorno bipolar e que no passado era frequentador de hospícios, segue sendo cultuado pelas novas gerações. Ou, melhor, por cada uma das gerações posteriores a ele. Do Metallica e Matt Groening (Simpsons) a Kurt Cobain, de Flaming Lips a Beck, até os meninos da interessante banda Motopony, de Seattle, uma das caras novas do Sxsw 2012 e que duplamente fez seu show na noite e também serviu de banda-suporte para Johnston cantar do jeito que ainda consegue, e por trê/quatro músicas.

A veterana banda Built to Spill, também americana, que ainda em 2012 anda fazendo shows da turnê de seu último disco “There Is No Enemy”, de três anos atrás, fechou de modo brilhante a noite dedicada ao mito indie Johnston.

* Enquanto o novo hip hop e suas misturas arrastava um bom número de pessoas para a maior fila da noite, tudo para ver os muito (bem) falados Santigold e Theophilus London, em outro canto de Austin uma outra festa expunha aos americanos a banda britânica Kasabian, gigante no Reino Unido, mas “apenas mais uma” boa banda indie para o público dos EUA.
Sem a pompa de estádio que o cerca em shows na Inglaterra, o Kasabian mostrou de modo cru (em outras palavras, sem “frescura”) as boas músicas de seu quarto álbum, “Velociraptor”, um dos grandes discos do ano passado. Parecia um Kasabian de 2004.

O grupo sueco Miike Snow e o cantor e guitarrista americano M. Ward (o “Him” da queridinha dupla indie She & Him) integraram a escalação da festa em que tocou o Kasabian, tornando o quintal do famoso restaurante “Stubbs” um dos endereços obrigatórios de Austin na noite de abertura do South by Southwest.

* O Sxsw tem a parte musical forte, mas é importante também na porção “festival de cinema” (Sxsw Film) e “painel de discussão dos novos rumos tecnológicos” (Sxsw Interactive). Com o fim deste último na terça, uma das conclusões tiradas é a de que a Geração Y e a Geração X perderam a importância. Vivemos para agradar a Geração C. De “connected”. Somos os novos cyborgs, vivendo uma relação cada vez mais simbiótica com nossos devices tecnológicos para interagir com o mundo ao redor. Existe até uma palavra para isso: “Egosystem”. Um cenário em que não temos mais que ir atrás da informação. Só de estarmos conectados, ela nos encontra. Se for importante.

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