Blog POPLOAD

Arquivo : boogarins

Boogarins, de Goiânia, ao vivo em um dos lugares mais sinistros dos EUA
Comentários Comente

Lúcio Ribeiro

>>

Screen Shot 2014-03-31 at 13.19.00

* A banda brasileira Boogarins, que não faz cinco meses nunca tinha feito um show fora de Goiânia, segue em turnê mundial de mais de 60 shows em mais de 10 países visitados.

O grupo, que tem um álbum lançado nos EUA, já saiu no “New York Times” e ainda não tem um selo para editá-los no Brasil, apesar de cantar em português, já prepara o segundo disco, para quando a poeira da extensa turnê americana e europeia baixar.

Caiu na nossa mão um vídeo de uma performance do grupo indie psicodélico no Union Bar & Grill, em Athens, Ohio, no último dia 27.

Athens, em Ohio (não confundir com Athens, Georgia, terra do REM), foi considerada uma das cidades mais “amedrontadoras” ou “aterrorizantes” do mundo, segundo documentário de TV, no canal Fox Family. A fama vem de seus sinistros cemitérios antigos e principalmente do asilo de lunáticos The Ridges, que já não existe mais como tal, e sempre carregou a pecha de assombrado.

O asilo, uma “mental institution”, abrigou desde 1874 veteranos da Guerra Civil americana, crianças e até criminosos extremamente violentos com problemas mentais. Dizem que o tratamento aos doentes era punk num nível sinistro.

Hoje o Ridges integra o campus da Universidade de Ohio e é parte do Kennedy Museum of Art. Mas sua fama de abrigar almas atormentadas na cidade continua firme.

Daí que, então, o Boogarins tocou nessa Athens, Ohio. E temos um vídeo para a performance deles para a linda “Infinu”.

O quão sensacional é isso, hein?

>>


O mantra dos 20 anos do Boogarins, direto da Califórnia
Comentários Comente

Lúcio Ribeiro

>>

Papo reto na Popload.
A ótima banda goiana Boogarins, em excursão pela gringa que consiste em mais ou menos uns 60 shows em 11 países, com apresentações recentes no South by Southwest na bagagem e o Primavera Sound por fazer no meio de datas que incluem outros países como França, Espanha e Holanda, estreou nova música no Burgerama, em Santa Ana, Califórnia, no festival indie da famosa loja de discos.

A faixa é a boa “6000 Dias (ou o Mantra dos 20 anos)” e está saindo do forno agora.

>>

Tags : boogarins


Um pouco de Primavera Sound no Brasil. E feito por brasileiros
Comentários Comente

Lúcio Ribeiro

>>

Imagino que não seja exagero dizer que o cada vez maior-melhor-mais-concorrido Primavera Sound de Barcelona seja o festival no mundo hoje que cresce em doses cavalares, a ponto de ser o destino mais procurado pelos fãs de boa música, seja ela nova ou de vanguarda.

O festival, que acontece entre os dias 29 e 31 de maio na cidade do Neymar e do Messi, tem lá suas dezenas de atrações incríveis que vão do Arcade Fire ao National, passando pelos veteranos Pixies e Nine Inch Nails, sem deixar de lado os novos campeões de audiência Disclosure, Haim e Metronomy. Tem ainda o nosso Caetano Veloso, a volta do Slowdive e um tal Queens of the Stone Age.

Mas talvez a grande notícia que cabe ao Brasil neste festival espanhol cada vez mais plural é a armada indie verde e amarela que vai representar o nosso país por lá.
Quatro bandas brasileiras – Boogarins, Black Drawing Chalks, Móveis Coloniais de Acaju e Single Parents – farão shows no Primavera, em agito arquitetado com o festival goiano Bananada, em tour produzida pela A Construtora, empresa indie de bookings e gravações que agitam a cena local.

O mais legal disso tudo é que quem não pode ir até Barcelona ver o que os brasileiros vão aprontar por lá, pode ter um gostinho dessa conexão Brasil-Espanha uma semana antes do festival. Vai rolar o Primavera Sound Gig Brasil, com as quatro bandas se apresentando na mesma noite, a de 23 de maio, no Cine Joia, em São Paulo. Um dia antes, a balada é em Brasília, no Arena Club, sem o Single Parents, mas com o grupo de art rock português The Legendary Tigerman.

Brasil e Espanha: imagina na Copa…

250314_primaveraspbsb


Deu no “New York Times” – Boogarins no Sxsw
Comentários Comente

Lúcio Ribeiro

>>

bannersxsw2014

* Alá o que JÁ está acontecendo. A banda goiana Boogarins, que em Austin deu início a uma turnê mundial de 60 shows em 12 países, saiu no “New York Times”. Tudo bem, tudo bem. Num lugar onde tem 2000 bandas tocando um famoso crítico de música de um dos dois mais poderosos jornais do planeta falar da performance de um quarteto goiano que nem tem disco lançado no Brasil e fez seu primeiro show em São Paulo pouco mais de quatro meses atrás, digamos que é “A-Ha-Mazing”, ou estou enganado?

boogarins

O diário impresso mais famoso do mundo está cobrindo geral o Sxsw. E o crítico Jon Pareles viu um show do grupo goiano BOOGARINS em Austin, ontem, e botou o que achou sobre a performance do grupo no site do diário americano e fez uma comparação com psicodelia hipnótica do Jefferson Airplane (!!).

O texto contempla a dobradinha do show do incrível grupo novo inglês Temples com o Boogarins, durante o showcase do festival Austin Psych Fest, que vai acontecer em maio e tem presença confirmada do quarteto brasileiro. Junto com o australiano Tame Impala, Temples e Boogarins são as principais bandas dessa neo psicodelia zeitgeistíca planetária a que estamos assistindo na música.

Sobre o Boogarins, Pareles disse: “The other was Boogarins, from Brazil, where in the 1960’s psychedelia was also tropicalia, with its rebellious underpinnings. They had the sweet melodic convolutions of tropicalia, some playfully unconventional meters and, at times, some of the modal hypnosis of San Francisco bands like the Jefferson Airplane. Neither band is some wave of the future, but each one takes its psychedelia beyond erudition, into immersion”.

Screen Shot 2014-03-15 at 10.23.06

Quanto ao primeiro show dos Boogarins nos EUA e no Sxsw, quarta passada, um dos grandes jornais do Texas, o “The Austin Chronicle”, mandou esta: “Mop-headed singer Fernando Almeida, looking Cobain-like with his cardigan and Fender Mustang, delivered his playful vocal melodies in Portuguese, his feminine voice floating above the warped heaviosity of lead guitarist Benke Ferraz. It was the latter bandmember, with his maxed-out tremolo pedal, who stole the show with his phenomenal riffing, which peaked with a relentlessly extended take on “Doce” that bounced between reggae and power rock and concluded their set”.


** A foto grande do Boogarins lá em cima é de show da banda no Icenhauer’s, bar de Austin, Texas, onde o Boogarins fez seu primeiro show nos EUA, dentro da programação oficial do Sxsw. A banda já havia tocado de dia em showcases de mostra paralela. A imagem é do “The Austin Chronicle”.

>>


Sxsw e a imagem do indie brasileiro no exterior
Comentários Comente

Lúcio Ribeiro

>>

* As imagens, quero dizer. Estas abaixo.

brasilsxsw

Encontro das bandas Hellbenders e Boogarins, ambas de Goiânia, para um churrasquinho em Austin, Texas. Cada um dos grupos fez quatro showcases só na quarta-feira do South by Southwest. Tem um rumor que a Lady Gaga estava em um desses shows do metaleiraço Hellbenders. Um produtor americano teria dito, sobre a banda: “It’s like Pantera and Black Sabbath had a baby together”. Para o Boogarins, a história toda só está começando. Acaba em junho na Espanha, com idas e vindas</p>

foto 1

O Zefirina Bomba, da Paraíba, nos EUA só Zefirina por motivos óbvios, tocou ontem no Icenhauer’s, dentro da programação oficial do Sxsw, em Austin. Testemunhas disseram que o show foi demolidor. Na plateia, pessoas se olhavam tentando compreender por que um violão, no caso o violão tunado tocado pelo Ilsom, conseguia fazer tanto barulho. O Zefirina (Bomba) se apresenta amanhã no Headhunters Patio

>>


Boogarins, de Goiânia, no SXSW. Uma pequena graaaande revolução
Comentários Comente

Lúcio Ribeiro

>>

* A gente vem falando deles aqui há tempos, mais pela boa qualidade musical do que pelo grande acontecimento em que a banda está inserida. Ou melhor, SE inseriu. Não sei como você enxerga uma coisa assim, mas aqui deste lado a gente vê esta história toda a seguir um feito inacreditável. E ela é mais ou menos assim:

Com três shows HOJE, daqui a pouco, em Austin, Texas, no meio da confusão chamada South by Southwest, a banda goiana Boogarins inicia uma aventura internacional que consiste em 60 shows em 11 países, incluindo EUA, Inglaterra, França, Espanha e Holanda e festivais do nível do próprio Sxsw, Primavera Festival (Barcelona) e Austin Psych Fest (outro na cidade texana, mas este em maio).

Screen Shot 2014-03-12 at 17.58.38

O Boogarins, que toca hoje no Sxsw, no Texas. Fernando Almeida, Hans Castro, Raphael Vaz e Benke Ferraz. Imagem de Luiz Campos Jr.

Vou repetir: o grupo goiano Boogarins, de um rock autoral que vai da psicodelia moderna ao velho Clube da Esquina mineiro sem perder o embalo, um “Mutante meets Beatles” como uma hora alguém na gringa vai escrever, há menos de um ano nem uma banda era. Até menos de cinco meses nunca tinham tocado fora de Goiânia, hoje inicia uma certa turnê mundial que passará por cidades como Nova York, Manchester, Dallas, Liverpool, Paris, Milão, Zurique, Amsterdã.

A banda que não era banda quando 2013 começou lançou seu primeiro disco no dia primeiro de outubro, “As Plantas Que Curam”. Lançou NOS ESTADOS UNIDOS. O disco não existe no Brasil. Mas nos EUA, graças a um contrato de três álbuns que receberam de selo americano ANTES MESMO DE TOCAR AO VIVO PELA PRIMEIRA VEZ como grupo, o Boogarins tem seu álbum de estréia nos formatos de vinil, CD, mp3 e FITA CASSETE.

O álbum saiu pelo selo Other Music Recording, uma famosa loja de disco nova-iorquina que virou gravadora. Quem tem a responsabilidade de espalhar os Boogarins pelas lojas de disco americanas é a Fat Possum Records, selo e distribuidora importante do Mississippi que tem em seu elenco nomes importantes como Black Keys, Dinosaur Jr, Band of Horses, e Iggy & The Stooges. Olha em que meio os Boogarins está metido.

Os Boogarins é uma banda de quatro, mas quem fala pelo grupo é a dupla Benke Ferraz (guitarrista) e Fernando Almeida (vocalista e guitarrista), o primeiro 20 anos de idade e o segundo 21, que começaram na verdade o Boogarins na escola há alguns anos, mas entraram sério no “business” no ano passado. Porque fizeram algumas músicas e Benke teve a pachorra de mandar para uns blogs americanos. E daí aconteceu o seguinte, como Benke mesmo conta, em entrevista à Popload domingo passado, fazendo as malas, na manhã do dia de ir para Brasília pegar os vistos e um dia antes de embarcar para Austin, Texas.

“Tudo é surreal. E aconteceu muito rápido. É muito bom fazer as coisas que a gente sempre sonhou em fazer. Só que seis meses atrás a gente não imaginava nada disso que está acontecendo hoje. Não tínhamos noção. Quando a gente tocou, em outubro, em São Paulo e São José no mesmo dia, já pensamos: “Uau!”. Imagina estar numa turnê grande dessas? Quando a gente olha aquele tanto de data e lugares, e as pessoas de fora vêm falar pelo Twitter que vão no show da cidade tal, isso dá um orgulho desgramado. Ao mesmo tempo que é inacreditável. Até os brasileiros que estão no exterior vem procurar a gente dizendo que estão escutando nossas músicas nas rádios e que vão nos assistir ao vivo quando passarmos pelas cidades deles.”

“Teve uma mulher de Seattle que quando viu que íamos tocar no Psych Festival, em Austin, em maio, comprou o ingresso e passagem para ficar três dias no Texas. Acabou que depois fechamos show em Seattle. Ela disse no nosso Facebook que vai nos dois.”

“O engraçado foi que a Other Music, nosso selo, não foi um dos lugares que eu mandei email para mostrar as nossas músicas. Quando a gente gravou o EP, por volta de março, eu sentei diante do computador para tentar promover o disco. E acabei escrevendo para uns blogs lá fora e para selos também, uns que eu achava que podia ter a ver com o nosso som. Fiz um pequeno release nosso, em inglês, e botei umas músicas junto na hora de enviar. O primeiro show que a gente fechou foi o festival Austin Psych Fest foi porque eu mandei um email para eles, pessoalmente, porque acompanho as coisas do festival há tempos. Eles disseram que curtiram a música mas que em 2013 estava com o line-up fechado, não rolava. Voltei a entrar em contato com o disco pronto e lançado nos EUA e conseguimos fechar um show lá. Foi o primeiro show fechado dessa turnê toda.”

“O Gordon Zacharias, que hoje é nosso empresário, leu sobre a gente em algum desses blogs e veio conversar comigo pelo Facebook. Nesse papo, ele disse que tinha gostado do som que ouviu e que já tinha mostrado nossa música para uns amigos em Nova York que tinham um selo. E que os caras desse selo, que era a Other Music, tinham ficado muito animados. Que tinham passado um domingo inteiro ouvindo e que provavelmente iam querer conversar comigo nos próximos dias. Na segunda-feira mesmo chegou um email enorme para mim com uma proposta de contrato anexada. Ficamos naquela paranóia. Isso aqui é de verdade mesmo? O que está acontecendo? Eu entrava no site da Fat Possum e via lá Iggy Pop, Melody Echo Chamber, Black Keys. E eu ficava pensando: “Bicho, como assim?”.”

“Conversei muito com o Gordon. Arrumamos um advogado nos EUA para ver as cláusulas do contrato certinho… Demorou, mas aconteceu. Eles entraram em contato com a gente em abril. Não tínhamos ainda feito o primeiro show em Goiânia. E já tínhamos recebido o contrato. Levamos mais de um mês para desembaraçar tudo e assinar. Mas fomos tocando mais e seguramos a informação do contrato gringo, para fazer as coisas direito. Quando em agosto lançamos o single de “Lucifernandis” e o vídeo saiu no Popload e no Stereogum, a gente falou do contrato com o selo americano. E aí…”

** O DISCO NOS EUA
“Nosso disco já passou das 2.000 cópias vendidas lá fora. Estados Unidos e Europa. O que para a gente é um número expressivo. Somos uma banda que canta em português e que não tem disco lançado no Brasil. Quando eu digo Europa, é assim. O disco por lá é distribuído em Londres, Amsterdã, Bruxelas, acho que só. Em Portugal mesmo, que poderia ser um mercado, também não tem o disco.”

“A gente tentou botar alguns discos no Brasil e chegamos a fazer isso no ano passado, importando de Nova York, da Other Music. Mas o vinil chega aqui pra gente e temos que pagar um caminhão de imposto. Não vale a pena. Ficou meio inviável para nós. Tínhamos 50 cópias que levamos nos shows daqui. Vendeu tudo só na primeira viagem a São Paulo. Agora, quando viajarmos para fora, para tocar, vamos trazer mais na mala.”

“Espero lançar o segundo disco no Brasil, em vinil, CD. A gente já está em pré-produção do próximo disco. Assim que voltarmos da turnê e conseguirmos parar um pouco, vamos tentar acabá-lo. Vai ser todo em português, também.”

Screen Shot 2014-03-12 at 5.45.30 PM

Foto algo psicodélica do último show do Boogarins no Brasil antes de se aventurar em tour internacional. Foi em Goiânia, no final de semana passado. Imagem de Renato Reis

** O COMEÇO DE TUDO
“As músicas do Boogarins começaram a aparecer desde que eu conheci o Fernando (Almeida) na escola, no Ensino Médio”, em 2008. No ano seguinte a gente já compunha umas canções. Não éramos bem uma banda. Ele tinha a dele (Ultravespa). Eu não tocava com ninguém. Mas a gente só pensou mesmo em gravar a sério em 2012.”

“Num dia só, quando resolvemos gravar, a gente compôs cinco músicas, algumas que inclusive estão no primeiro disco. “Lucifernandis”, “Despreocupar”, “Hoje Aprendi de Verdade”, “Paul” e uma em inglês, que a gente acabou não gravando. A gente pensou em fazer logo um EP. E até conseguir produzir esse EP fizemos outra música, como “Erre”. A ideia era lançar o EP em março de 2013. E desde o Reveillon de 2012 a gente chamou um baterista e começamos a ensaiar como trio. Não deu certo.”

“Lançamos o EP em março. A gente gravou ele em duo mesmo. Eu gravei as baterias, sem saber tocar a bateira. E em abril do ano passado fizemos nosso primeiro show, como banda, como quarteto, já com baixista e baterista, o Raphael e o Hans. Tocamos em Goiânia mesmo. Aliás, de abril a outubro só fizemos apresentações em Goiânia. Quando o disco foi lançado, nos EUA, é que saímos de Goiás para tocar. Fizemos shows de lançamento em Recife, São Paulo, Campinas, Sorocaba e São José dos Campos.”

“O nome Boogarins saiu quando a gente já ensaiava a banda, os quatro já. Tínhamos gravado as coisas. A gente precisava de um nome para lançar o EP. Como o disco já tinha o título “As Plantas Que Curam”, que eu tirei de um rótulo de uma garrafa de bebida medicinal da minha mãe, a gente queria um nome que tinha a ver. Olhei num livro de botânica e achei o nome “bogarin”, com um “o” só, que era uma flor que exalava o amor puro. Achei que tudo isso combinada com o pique das nossas músicas, algo como uma “onda boa”, então botamos o “o” a mais para parecer com “boogie” e ficou “Boogarins”.”

** A PSICODELIA DO BOOGARINS
A tradição de Goiânia é a música sertaneja. A galera que consegue escapar disso e cai na cena independente curte um rock mais pesado. Como o Boogarins aparece psicodélico, som viajante, meio cena mineira, falando de amor e com nome de flores.

“Isso vem mais do Fernando, o Dinho, que é do Paraná e chegou em Goiânia em 2007 com outras referências. Ele trouxe um pouco desse lado de bandas que cantam em português com uma pegada rock britânica, tipo o Júpiter Maçã. Eu meio que segui o meu pai, que curte mais o rock pesado tradicional mais pesado. Aos 12 anos eu fui pela primeira vez no festival Bananada. E pirei. Essa coisa de compor em português vem mais dele. Antes de conhecê-lo eu nunca tinha feito uma letra. Então, quando me meti a fazer, saiu em português.”

“Eu na verdade acho o nosso som mais “rock de canção”, bem anos 60, Beatles, verso, refrão, verso, do que psicodélico, no sentido de ter músicas longas, coisas muito instrumentais, ser “cabeçuda”. Tudo bem que o EP foi feito quando a gente estava ouvindo muito o primeiro disco solo do Syd Barrett (um dos fundadores do Pink Floyd), depois que ele saiu da banda. A gente procurava ter nas nossas músicas essa sonoridade dele. Uma coisa primitiva, de primeiro sentimento. A nossa psicodelia está mais no espírito, mesmo.”

** O Boogarins toca hoje em Austin em três showcases. Um dentro da programação oficial do South by Southwest e dois em eventos paralelos ao maior festival de música nova do mundo. O do festival mesmo é no Icenhauer’s, nesta madrugada. Amanhã, também dentro da programação oficial do Sxsw, eles tocam no tradicional Red 7 Patio.

>>


Boogarins, do Brasil para o mundo. Mesmo. 63 shows com Europa e EUA no meio
Comentários Comente

Lúcio Ribeiro

>>

Screen Shot 2014-02-28 at 4.25.19 PM

* Meu cérebro é corroído. Mas não lembro de uma banda independente brasileira, tipo o CSS ou Bonde do Rolê circa 2007, ou a caixeiro-viajante Autoramas todo ano, ou mesmo o über Sepultura nos áureos tempos, soltar uma turnê mundial com 63 shows marcados, do Texas a Manchester. De Bruxelas a São Paulo. Incluindo festivais tipo Primavera Sound em Barcelona, South by Southwest em Austin, RECBEAT semana que vem no Recife e casa de shows tipo Glasslands Galery no Brooklyn (NYC), Shacklewell Arms em Londres, Paradiso em Amsterdã e Cine Joia em São Paulo.

Isso de 2 de março agora a 1º de junho. Fazendo turnê com o incrível Temples, da Inglaterra, o conhecido Of Montreal, americano, e os veteranos Dean & Britta (Dean Wareham é ex-Galaxy 500 e Luna)

Com todo o segundo semestre pela frente.

Estou impressionado.

O Boogarins é uma banda indie de Goiânia, GO, que apareceram no final do ano passado e já estão com uma performance impressionante na música independente mundial. Fazem parte de um clubinho de uma certa neo-psicodelia que tem como sócios o Tame Impala, o Temples, o Jagwar Ma um pouco e uma série de outras bandas novas.

Assinaram contrato de três discos com selo Other Music Recording, importante loja de disco de Nova York que virou gravadora, e garantiram distribuição do álbum pela Fat Possum Records, selo do Mississippi que é casa de nomes como Iggy & The Stooges, Youth Lagoon, Black Keys, Dinosaur Jr, Band of Horses e Wavves, entre outros.

Lançaram via EUA seu primeiro disco no último 1º de outubro, “As Plantas Que Curam”, em vinil, CD, mp3 e até cassete. E são presença constante em blogs como o Pitchfork Festival e um tal de Popload. O Boogarins é fraco não.

A turnê toda está aqui embaixo. No fim de tudo, tem um vídeo novo dos caras, para a música “Erre”, uma das faixas trip-goiana do “Plantas”.

March 2 – Grito Rock Festival – Goiania, Brazil
March 4 – RECBEAT Festival – Recife, Brazil
March 7 – Metropolis – Goiania, Brazil
March 12 – Casa Brasil – Austin, Texas
March 12 – Trailer Space Records – Austin, Texas (Burger Records Day Party)
March 12 – Icenhauer’s – Austin, Texas (Sounds From Brazil)
March 13 – Whip-In – Austin, Texas (Burgermania)
March 13 – Hotel Vegas – Austin, Texas (Levitation Austin)
March 13 – Red 7 – Austin, Texas (Ground Control Touring)
March 14 – Uncorked – Austin, Texas (Seaport Music Festival / Paper Garden)
March 15 – Hotel Vegas – Austin, Texas (Burgermania III)
March 16 – The Limelight – San Antonio, Texas (Burgerama Hangover)
March 17 – Distant Tavern – Tucson, Arizona
March 18 – Yucca Tap Room – Tempe, Arizona
March 22 – Observatory – Santa Ana, California (Burgerama III)
March 23 – DC9 – Washington, D.C. *
March 25 – Glasslands Gallery – Brooklyn, New York *
March 26 – The Barbary – Philadelphia, Pennsylvania *
March 27 – The Union Bar & Grill – Athens, Ohio *
March 28 – Grog Shop – Cleveland Heights, Ohio *
March 29 – Frankie’s – Toledo, Ohio *
March 30 – Double Happiness-Columbus, Ohio *
April 1 – The Earl – Atlanta, Georgia ^
April 2 – Snug Harbor – Charlotte, North Carolina
April 3 – Back Room @ Cat’s Cradle – Carrboro, North Carolina %
April 4 – MACRoCk Music Festival – Harrisonburg, Virginia
April 5 – The Mothlight – Asheville, North Carolina
April 6 – Phuzz Phest – Winston-Salem, North Carolina
April 8 – The Moon Club – Cardiff, United Kingdom +
April 9 – The Shipping Forecast – Liverpool, United Kingdom +
April 10 – Band On The Wall – Manchester, United Kingdom +
April 11 – The Shacklewell Arms – London, United Kingdom
April 12 – Epic Studios – Norwich, United Kingdom
April 13 – Charlatan Democrazy – Ghent, Belgium
April 14 – Botanique Witloof Bar – Brussels, Belgium
April 15 – Mad Museum – Liege, Belgium
April 16 – DB’s – Utrecht, Netherlands
April 17 – Paradiso Basement – Amsterdam, Netherlands
April 18 – TBA – Lille, France
April 19 – Espace B – Paris, France
April 20 – TBA – Lyon, France
April 21 – Osteria del 32 – Modena, Italy
April 22 – Magnolia – Milan, Italy
April 23 – Moog – Ravenna, Italy
April 24 – Teatro Altrove – Genova, Italy
April 25 – Le Coq d’Or – ZUG, Switzerland
April 26 – Langstars – Zurich, Switzerland
April 30 – Firebird – St. Louis, Missouri #
May 1 – The Record Bar – Kansas City, Missouri #
May 2 – Club Dada – Dallas, Texas #
May 3 – Austin Psych Fest – Austin, Texas
May 4 – Spanish Moon – Baton Rouge, Louisiana $
May 5 – Vinyl Music Hall – Pensacola, Florida $
May 6 – State Theatre – St. Petersburg, Florida $
May 7 – Grand Central – Miami, Florida $
May 8 – The Social – Orlando, Florida $
May 9 – Chop Shop – Charlotte, North Carolina $
May 17 – Bananada Festival – Goiania, Brazil
May 22 – TBA – Brasilia, Brazil
May 23 – TBA – Sao Paulo, Brazil &
May 28 – Global Music Network Showcase – Barcelona, Spain
May 31 – Primavera Sound – Barcelona, Spain
June 1 – Primavera Sound – Barcelona, Spain

* with Vertical Scratchers
^ with Dean & Britta
% with Dean Wareham
+ with Lumerians
# with Temples
$ with Of Montreal
& com Black Drawing Chalks, Moveis Coloniais de Acaju e Single Parents

>>


Goiânia novamente. Luziluzia ilumina o indie brazuca com o primeiro disco
Comentários Comente

Lúcio Ribeiro

>>

* Pop will eat itself.

luzi

Para você se achar geograficamente em Goiânia, é assim: a fabriquinha indie psicodélica da cidade fica colada à fabriquinha de indie metal, na mesma região da fabriquinha indie gay, só que bem distante da fabriquinha de sertanejo. E lá, nessa primeira “indústria” foi fabricada mais uma bandinha produto exportação. O nome do grupo, um quarteto, já entrega o momento iluminado pelo qual passa a “new music” da capital goiana: Luziluzia.

O selo paulistano Balaclava Records lança hoje o primeiro trabalho dessa Luziluzia, banda que traz Benke Ferraz, excelente guitarrista do Boogarins, esta já algo famosa no circuito independente que vai de Goiás a Austin e a Barcelona. E além, tudo indica. Benke tem a companhia de Raphael Vaz, João Santana e Ricardo Machado no grupo. O disco tem o nome de “Come on Feel de Riverbreeze”. Raphael também é do Boogarins, seu baixista.

O Riverbreeze do nome do álbum sai do nome da banda que gerou o Luziluzia, a qual pertencia aos outros três integrantes fora o Benke. Entende a escala de produção?

Para transformar o lançamento do disco num pacote ilustrativo sonoro-visual, os responsáveis pela engrenagem dessa indústria goiana de bandas novas armou o vídeo de “Cosmic Melodrama”, primeiro single do Luziluzia, que apesar do nome em inglês é cantada em português, como quase sempre todas as músicas da banda o são. “Cosmic Melodrama” é mesmo um melodrama cósmico, viajante, cheia de barulhinhos bons. São muitas cenas numa música só: tem indie puro, noise, National, Foals… Boogarins. Mais do pacote: a Construtora Música e Cultura, agenciadora do Luziluzia e responsável por botar óleo na máquina goiana de gerar bandas, promove uma apresentação do grupo nesta noite por lá, no clube Metrópolis, para comemorar disco e vídeo.

O vídeo, dirigido por Kaco Olímpio, é este:

O disco todo está aqui:

>>


Indie brasileiro invade o Primavera Sound, na Espanha. O Caê também
Comentários Comente

Lúcio Ribeiro

>>

Quatro bandas brasileiras vão em combo para a Espanha, no final de maio, participar de um dos festivais indies mais bacanas do verão europeu e que a cada ano tem se tornado destino imprescindível para quem ama, curte e respira música, seja ela nova ou de vanguarda. Boogarins, Black Drawing Chalks, Móveis Coloniais de Acaju e Single Parents vão representar o Brasil no Primavera Sound 2014, em Barcelona, para o Neymar ver de perto. O agito foi possível a partir de uma jogada esperta com o festival goiano Bananada, em tour produzida pela A Construtora, empresa indie de bookings e gravações que agitam a cena local.

280114_primaverasound2014

O especial e diferenciado festival acontece entre os dias 29 e 31 de maio. Em seu line up estão bandas tipo Arcade Fire, Pixies, The National, o Slowdive voltando (!!!), Disclosure, Nine Inch Nails, Haim, Metronomy, Queens of the Stone Age, o Caetano Veloso e o Rodrigo Amarante.

280114_primaverdaposter

Os ingressos podem ser adquiridos no site oficial do PS. Um pacote para os três dias, por exemplo, custa 175 euros.

Vamos para Barcelona?

>>


As melhores músicas do ano da Popload – internacional
Comentários Comente

Lúcio Ribeiro

>>

Fiz uma regra interna, para os poploaders, que não se podia votar em mais de uma música de uma mesma banda ou cantor ou dupla, porque senão eu iria encher a lista de canções do Disclosure e do Parquet Courts e do Arctic Monkeys. Não pegaria bem o Disclosure ter umas quatro músicas no Top 10…
A única exceção seria o Daft Punk, porque aí já seria demais não botar “Get Lucky” e “Lose Yourself to Dance”, ambas, perto do topo.
Também transformamos a lista das 10 músicas em 20, por fortes razões de consciência e dramas gerais. O ano foi muito bom. O certo seria eu fazer um Top 40 das melhores canções de 2013. Sem ordem de preferência. Daí o ano estaria mais bem representado.
Mas, já que tem que ser, é assim:

popload2013_musicas

Dá para escrever um livro sobre “Get Lucky”.
Primeiro de tudo: quem iria imaginar que, lá no ano passado, quando foi anunciado que 2013 traria a “volta do Daft Punk”, oito anos depois de seu último trabalho de estúdio, os “robôs” franceses fariam uma música com vocal de um rapper (Pharrell Williams) e desencavaria um toque de guitarra mágico da época da disco music (Nile Rodgers, do Chic)? Soaria maluco, como realmente é maluco.
Depois teve todo o mistério mercadológico. A música pôde ser ouvida num preview de 15 segundos numa propaganda sem aviso dentro do programa humorístico “Saturday Night Live”. O mundo ficou chocado.
Aquele domingo de março ficou marcado como o dia em que se discutiu no universo se o trechinho cortado da canção trazia nas letras algo como “Mexican Monkey”, “Mexican Low Key”, “Mexican Loki” ou o quê.
No mês seguinte, também sem avisar, o duo apareceria nos telões do Coachella, em intervalo de shows, também com “Get Lucky”, também em trecho apenas, mas em vídeo. Era a prova de que os robôs estavam acompanhados de Williams e Rodgers. Outra “ação” que foi um tapa na cara da sociedade musical. Soou, no Coachella, como uma das grandes atrações do festival californiano. Todo mundo parava entre os shows para ficar olhando o telão do palco principal para ver se o Daft Punk apareceria.

Quando se esperava um arrojo musical vindo de uma nova fase do Daft Punk, os caras vieram com uma cançãozinha simples e barata sobre “dancing and fucking”. Sobre se dar bem na noite. Sem pirotecnias sonoras, vocoder comandando a música. Algo bem retrô, mas apontando o futuro. Nada da “rave pop”, como disse o “Guardian” inglês, sobre o tipo de música que assolava as paradas no começo do ano, com DJs famosos fazendo canções para vender ou gritarias e refrões explosivos como Lady Gaga, Jessie J etc.

Lembro que, na expectativa de “Get Lucky” vazar inteira, alguém pegou os 15 minutos disponíveis e, em um “loop trabalhado”, construiu com o que tinha uma “Get Lucky” de três minutos. Toquei essa versão muitas vezes na pista. Ficou demais.

O que mais sobre “Get Lucky”, hein? Que até agora vendeu 8.5 milhões de cópias em download para todas as mais variadas tribos? Que tocou na mais indie das rádios indies americanas e na Metropolitana em São Paulo? Que está no Top 10 da Pitchfork de músicas do ano e ganhou cover de rock que explodiu na internet já no dia seguinte ao seu lançamento, dia 19 de abril? Que foi tocada em streaming 138 milhões e 500 mil vezes no Spotify? E que no fim é uma musiquinha cool malemolente feita pelo Daft Punk, cantada por Pharrell Williams e seguindo a vibe guitarreira de Nile Rodgers?

Como não botar uma música ensolarada dessas em primeiro lugar?

get

1. Daft Punk – Get Lucky
2. Arctic Monkeys – Do I Wanna Know?
3. Parquet Courts – Stoned and Starving
4. Disclosure – White Noise
5. Daft Punk – Lose Yourself to Dance
6. Robin Thicke – Blurred Lines
7. King Krule – Easy Easy
8. Lorde – Royals
9. Majical Cloudz – Bugs Don’t Buzz
10. Arcade Fire – Reflektor
11. Drake – Hold On, We’re Going Home
12. David Bowie – Where Are We Now?
13. Sky Ferreira – You’re Not the One
14. Queens of the Stone Age – If I Had a Tail
15. Franz Ferdinand – Evil Eye
16. Vampire Weekend – Diane Young
17. Jagwar Ma – The Throw
18. Haim – The Wire
19. Kanye West – Black Skinhead
20. James Blake – Retrograde

*** FELIZ 2014, GALERA – A Popload não para nunca, você sabe. Pode ser que daqui para o final do ano vamos colocando um postezinho aqui, só para dar um movimento.
Algumas novidades sobre o blog (blog?) vão aparecer logo no começo do ano, stay tuned.
Assim que janeiro chegar, pelo menos dois Popload Gig vão ser anunciados, para dar uma ideia de que o ano começou.
Algumas movimentadas viagens atrás dos bons shows estão programadas logo para janeiro.
Vamos ver como tudo se arranja.
No meio de tudo isso, obrigado pela companhia em 2013. E estamos juntos em 2014! Feliz Ano Novo!

>>