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Popload em Los Angeles. O incrível Fuck Yeah Festival e a paixão por dois homens
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Lúcio Ribeiro

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* “Foda-se o Coachella. Quem precisa ir até o meio do deserto quando dá para tocar num lugar desse aqui e dentro de Los Angeles”, disse o figuraça Father John Misty, nome fantasia de Joshua Tillman, antes de seu show no Fuck Yeah Festival (FYF), ontem, aqui na principal cidade da Califórnia.

Misty estava obviamente zoando, até porque o sol que ardia na cara dele (e no cocuruto da galera) quando ia fazer sua apresentação era digno do deserto onde acontece o megafestival citado. “Alguém sabe que horas é o show do Radiohead? É hoje que o Foo Fighters toca?”, continuou trolando o roqueiro, falando abóboras pré-show enquanto um trem do metrô passava ao lado do palco onde ele estava.

Mas tinha umas verdades embutidas no que Tillman tava falando. Num parque zoado nos “fundos” de Los Angeles, colado na região de Downtown onde quase ninguém vai, foi erguido o FYF, o festival organizado por um moleque que tem sido destaque há alguns dias na Popload. Você sabe a história.

Com as bandas principais sendo nomes como M83, Refused e The Faint, dá para ver o “caráter indie do indie” do FYF. O que não impediu de 30 mil pessoas/dia ocuparem o Historic Park, região disputada em dias normais por chineses e mexicanos. O que não impediu a Goldenvoice, a organizadora do gigantesco Coachella, de se juntar à organização do FYF. Como diz Father John Misty, quem precisa ir no meio do deserto quando tem sol forte e música indie das boas no meio de Los Angeles?

** OS SHOWS – Do punk no sol escaldante ao eletrônico viajante no frescor da noite, aconteceram muitos shows e DJ sets bons no FYF. O menino Paul Banks, do Interpol, vai surpreender muita gente com sua “nova banda” e um punhado de canções “rock” ainda darks, mas sem a execução dark de seu grupo famoso. Deu para entender? Banks quaaaaaaaase iria tocar em setembro no Brasil. Mas os planos dele foram mudados.
Voltando ao FYF, o Twin Shadow, no pouco que deu para eu ver ontem (umas cinco músicas), foi incrível.
Paguei uma dívida com o maravilhoso produtor eletrônico Nicolas Jarr. No Sónar, em Barcelona, deixei de ver a estreia do seu badalado live “diferente”, com um guitarrista e um saxofonista, para colar na apresentação da boneca Lana Del Rey. No FYF, o Jarr foi legal e tal. Mas senti que fiz a escolha certa ao optar pela Lana na Espanha.
O Tainlines, que tocou recentemente no Creators Project em São Paulo, outro que eu perdi por “força maior” na minha cidade, “doença na família” e coisa e tal, também paguei a mesma dívida. Agora sim. Esse foi maravilhoso. Temos um novo Cut Copy.
M83 fez, para o maior público do festival todo, no sábado, o que dele se espera: electropop para sonhar. Climão. Amei o show do Wild Nothing. Adoro me surpreender com bandas pequenas. Perdi o Beirut dessa vez. O Simian Mobile Disco e sua festança electro iluminada, vi uma parte e tava incrível. Glass Candy e Chromatics são apresentações indie-disco fofuras. Gostaria de tê-los na Popload Gig em breve (alô, produção!).

>>> Teve ainda os dois melhores shows do festival (na minha humilde opinião, claro). Não sou gay nem nada nessa linha, mas no FYF caí de amores por dois caras, em especial.

– Fucked Up – Não foi a primeira vez que vi a banda punk hardcore doida canadense ao vivo. Já tinha me alegrado muito com a tosquice juvenil deles em um desses Sxsw. Mas, na ocasião do festival do Texas, acho que de 2010, prestando mais atenção na forma que no conteúdo, não tinha percebido como as músicas do grupo são boas. Principalmente ao vivo. E eles não tinham ainda esse “David Comes to Life”, disco lançado no meio do ano passado, que eu adoro. A banda ao vivo se porta da seguinte maneira: o gordão careca vocalista, o gênio Damian Abraham, canta fora do palco, ali pendurado na cerca junto à galera. Nunca no palco, veja bem. Para vê-lo, você tem que chegar bem à frente. Ou olhar o telão, quando tem. No palco, na retaguarda de Abraham, fica uma galera incrível, bem boa e nova, formada por uma molecada integrante com nomes do tipo Concentration Camp, 10,000 Marbles etc. E uma baixista e backing vocal (às vezes) chamada Mustard Gas. Entre outros. Reparei em todos tocando. Todos bem bons. Mas Abraham brilha. A molecada, óbvio, pira com o som indie hardcore do Fucked Up e quer ir para perto do vocalista gordão, sem camisa, suado e peludo. Fazem o crowdsurf básico para chegar a Abraham, que os recebe com um abraço feliz e sincero. De tal modo que a galera não quer desgrudar do vocalista. E muitas vezes ele entrega o microfone para o público cantar junto com ele. Ali não tem “instinto hardcore” envolvido. Os abraços entre Abraham e seu público é de uma fofura sem tamanho. Isso porque, ali no palco, o coro sonoro está comendo no hardcore rápido e feroz. Demais.

– Father John Misty – Um dos melhores shows que eu vi num ano até bem movimentado de shows vistos. Como sempre a gente acha que o último é sempre o melhor, porque o entusiasmo atual ofusca um pouco os da memória, voto em Father John Misty. Aqui a pegada é rock-canção, tipo country, tipo folk. Bendita hora em que Joshua Tillman largou a bateria do Fleet Foxes para virar guitarrista e cantor sob essa nova alcunha. Como o Dave Grohl com o Nirvana, haha. Deixou de ser indie-hippie cabeludo e barbudo (faltava a bermuda) e virou “elegante”, na linha Chris IsaaK. Cool. O trabalho solo de Tillman não é novo, mas agora, com nova assinatura, parece que “firmou”. Father John Misty é figuraça no palco, dança meio que quebrando a espinha, como se estivesse sozinho no quarto e não diante de uma plateia. É contador de histórias nas músicas e em shows, daqueles que você não quer parar de ouvir nunca. Sua voz é incrível. As músicas, do excelente álbum “Fear Fun”, a estreia do FJM, lançado em junho, ficam ainda mais espetaculares ao vivo. Mais pesadas, mais altas no volume, com mais alma. Emocionantes. Mesmo no sol matador, com metrô passando ao fundo de cinco em cinco minutos. Talvez ainda mais por causa dessa situação toda. Repara no Misty, no vídeo. Sua banda hippie-nerd é absurda.

* A Popload está em Los Angeles a convite da Chilli Beans, patrocinadora do FYF (Fuck Yeah Festival), o maior festival pequeno do planeta.

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Popload em LA. O Fuck Yeah Festival vai começar, para devolver o indie ao indie
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Lúcio Ribeiro

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* Popload na Califórnia.

* Já que os megahiperblaster festivais tipo Coachella e Lollapalooza tomaram o indie dos indies e o transformaram em mainstream, vem um moleque para devolver a música independente a um festival independente. Acontece hoje e amanhã em Los Angeles o delicioso Fuck Yeah Festival, festival de nome apropriado para abrigar 70 bandas do punk ao eletrônico em um parque no meio do centrão de Los Angeles, a região “feia” de Downtown. Imagine o centrão de São Paulo. Pense agora nessa área a caminho da restauração, ganhando ares cool de novo, novos restaurantes e clubinhos, reformas em parques e ruas. Enfim, a revitalização de lugares históricos.
Pois, do lado contribuidor indie hypster, o FYF Festival está fazendo sua parte.

O local do show é perto da prefeitura de Los Angeles, no Los Angeles Historical Park, colado já na famosa região de Chinatown. Ali, cerca de 30 mil pessoas por dia estão sendo esperadas para ver a partir de daqui a pouco a 9ª edição do evento, criado por Sean Carlson quando ele tinha 18 anos.

De edição em edição, o festival cresceu absurdamente, em tamanho, número de bandas, patrocinadores. A Goldenvoice, que organiza o Coachella entre muitos eventos musicais nos EUA, já se aproximou do FYF, para dar uma idéia. Uma ainda mais robusta e impactante edição está sendo prometida para 2013, quando o festival completa 10 anos.

Do dream pop do M83, do punk sueco do Refused, o folk delicinha do Beirut até a bombástica eletroferveção do Simian Mobile Disco, passando por gostosuras como Glass Candy (foto acima), Father John Misty, Paul Banks, The Faint, Future Islands, Warpaint, Chromatics, Chairlift, Tainlines, Twin Shadow, Liars, Yeasayer, Fucked Up, Health e, ufa, Dinosaur Jr e Vaselines, entre muitos outros, o Fuck Yeah Festival 2012 vai ter destaque aqui na Popload.

Os destaques de hoje do FYF são:

A Popload está em Los Angeles a convite da marca de óculos brasileira Chilli Beans, uma das patrocinadoras master do FYF Festival. Eles me perguntaram se eu queria vir para o festival e eu respondi: “Fuck Yeah”.

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Fuck Yeah!! Popload sorteia ingressos para festival… em Los Angeles
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Lúcio Ribeiro

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* Se nada der errado, a Popload se manda para Los Angeles, Califórnia, nesta semana. No sábado e no domingo próximos acontece o delicioso Fuck Yeah Festival (FYF), evento de “pequenas” bandas que tomará o LA State Historic Park, na região de Downtown, no fim de semana.

A lista das bandas que se apresentarão é linda: o festival tem como headliners as bandas M83, Beirut e Refused. James Blake, Sleigh Bells, Simian Mobile Disco, Twin Shadow, Paul Banks, Liars, Warpaint, Yeasayer estão na lista. Os veteranos Dinosaur Jr. e Vaselines também. O Fucked Up está escalado!!!!! Chairlift, DJ Harvey, Dam Funk e Cloud Nothings estão nessa. Minhas paixões Father John Misty e Chromatics também. O line-up completo está aí embaixo, no pôster.

Afoga nos números. O FYF foi fundado há oito anos por um moleque de 18. Hoje, o dono da parada toda tem 26. E comanda mais de 70 bandas em seu próprio festival. Os ingressos para o festival são vendidos em 22 lojas cool de discos de LA, incluindo a gigante Amoeba.
E eu achando que o Popload Gig… haha.

Zach Condon, o Beirute, acima, e a banda indie-italo-disco Chromatics estão nesta edição do FYF, festival de Los Angeles que acontece sábado e domingo colado em Chinatown

Uma das patrocinadoras master do FYF é a marca brasileira de óculos Chilli Beans, que está convidando a Popload para o festival. A Chilli Beans inaugurou duas lojas recentemente na Califórnia e está se aproximando da galera. Entre outros patrocinadores do festival do menino é apenas o “LA Weekly” e a Goldenvoice, que organiza o Coachella.

Agora o engraçado. A Popload vai sortear UM PAR de ingressos para o FYF, no fim de semana, em Los Angeles. Claro que vai ser apenas para a meia-dúzia de leitores brasileiros que mora na região, pelo menos dentre os que eu conheço. Ou para alguém que por acaso esteja indo ou esteja em LA no sábado e no domingo. Ganha um par de óculos, ainda por cima. Alguém se candidata? Só me avisar nos comentários.

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Coachella, dia 1 – Jarvis Cocker é Deus e levou a chuva para o deserto
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Lúcio Ribeiro

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Conhecido não só por suas centenas de atrações que vão da eletrônica ao punk, o Coachella Festival também se destaca pelo seu ambiente: realizado no deserto da Califórnia, em Indio, cerca de três horinhas de Los Angeles de carro em estrada “Arquivo X”, o evento sempre é abençoado pelo sol escaldante e pelo calor que só não é insuportável porque você tem outras coisas para ocupar sua cabeça. E porque umas obras de arte espalhadas pela área do festival faz chover uma águinha.

No primeiro dia da primeira semana da edição 2012, ontem, CHOVEU e VENTOU no Coachella. Talvez essa tenha sido a grande notícia do primeiro dia. Chover e ventar no Coachella meio que significa ficar sem internet por quatro dias seguidos. Uma coisa que deixa todo mundo perturbado. Amigo meu disse que esta se sentindo em Seattle, no Sasquatch. Mesmo assim achei legal a matéria de um jornal de lá: “Coachella 2012 opens to cold rain and hot sounds”. Haha.

Pela primeira vez acontecendo durante dois finais de semana, para tentar desafogar a procura por ingressos (adiantou em partes), o primeiro dia do festival tinha como atração principal o Black Keys, esperto duo de Ohio que entrou 2012 como um dos shows mais concorridos do mundo. Recém lotaram diversas arenas nos Estados Unidos e tiveram como suporte nada menos que o Arctic Monkeys, outra atração do primeiro dia que foi bem-recebida pelo público, mas apontados como “frios” pela crítica, especialmente no trato com os milhares de espectadores. Usual. Eu vi o show inteiro via Youtube e achei sensacional.

Mas quem parece ter roubado a cena mesmo no Coachella Day One, talvez pelo sentimentalismo, foi o veterano Jarvis Cocker, figura ímpar da história da música britânica, que comandou um show super elogiado do seu Pulp, fazendo a galera se sentir em 1995. “Disco 2000” e “Common People” estavam lá. “This Is Hardcore” foi apontada como o grande momento da noite, com interpretação emocionada de Jarvis. Repara que aí embaixo tem o show inteiro do Pulp.

Do que deu para ver daqui, enquanto não estamos lá, o Grouplove na tendinha foi espetacular. E o Black Keys, para variar, monumental.

Aqui, uns videozinhos do primeiro dia do Coachella 2012. Daqui a pouco a gente vem com mais.

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