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Semana “NEVERMIND”, o disco que mudou a sua vida, mesmo que você não saiba disso direito
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Lúcio Ribeiro

* Popload em Seattle. Sleepless.

* Estou de volta à minha cidade predileta nos EUA. Terra do Starbucks, do Starbucks hipster (uma hora eu falo), do Boing, da Microsoft, do “Grey’s Anatomy”, do Hendrix, do Bruce Lee, do grunge todo, do Postal Service, do Flight of the Conchords… Que mais?

Grohl, Cobain e Novoselic. Não teve salva-vidas em 1991 na música. Foto de Kirk Weddle, o cara que fez a imagem do bebê e a nota de dólar na capa do “Nevermind”

* Vim ver o “Nevermind Live”, o show que o Krist Novoselic, ex-baixista do Nirvana, vai armar na cidade com um monte de amigos e bandas e bandas amigas, para comemorar o aniversário de 20 anos do segundo disco de sua banda, aquela, que tinha uns tais de Kurt Cobain e Dave Fucking Grohl na formação. O “Nevermind”, aquele, vai ser recriado no palco, na íntegra. Vamos falar muito desse show por aqui. Esta instituída , de hoje a sábado, a semana “Nevermind”.

* O “Nevermind” será duas vezes comemorado. Amanhã, terça, que é o dia célebre de lançamentos de disco nos EUA, e sábado, dia 24 de setembro, que foi a exata data em que o álbum foi lançado, lááá em 1991.

* September 24th é o September 11th da música, num sentido mais positido de destruição total.
O álbum aniversariante do Nirvana, o contundente disco punk metal popular “Nevermind”, também conhecido como o disco que carrega a música “Smells Like Teen Spirit”, é “acusado”, entre outras coisas, de mudar à época o jeito de se consumir música pop, de dar voz a uma nova geração de adolescentes infelizes (losers) americana e de botar a escanteada Seattle no centro do mapa (não só musicalmente, não só culturalmente e até geograficamente).

Em questão de semanas de seu lançamento, o disco transformou o algo obscuro Nirvana em mais popular que Michael Jackson e Madonna. Transformou a música independente raivosa e “suja” em popular.

Transformou uma nação de adolescentes tímidos, passivos e acuados em garotos punks com algo a dizer, mesmo sem nada para dizer. Transformou a indie Seattle em roteiro turístico obrigatório.

Não é à toa que os 20 anos do “Nevermind” têm dominado a pauta de música por onde quer que se olhe, ouça, escute: o disco está entre os 20 mais importantes da história pela revista “Rolling Stone”. E tem gente que contesta seu 17º lugar.

Em 2005, “Nevermind” ganhou lugar oficial no Registro Nacional de Gravações Musicais da Biblioteca do Congresso americano, láurea dada às canções ou discos que são “relevantes culturalmente, historicamente e de importância artística que informam ou refletem a vida nos Estados Unidos”.

Hoje em dia , o “Nevermind” mostra impacto até na geração de músicos de hoje. O líder de uma das bandas jovens mais importantes, Alex Turner, da inglesa Arctic Monkeys, lembrou em entrevista que quando o disco do Nirvana saiu ele nem tomou conhecimento, porque estava em idade de jardim da infância (5 anos) e não ligava para música. Mas ouviu depois, considera “um sensacional disco de uma sensacional banda” e afirma que baseou a procura de estúdio de gravação na Califórnia (“Nevermind” foi feito no Sound City, em Los Angeles) para produzir um de seus álbuns.

O Alex Turner, ele mesmo que provocou uma revoluçãozinha na música moderna envolvendo a internet, talvez não tenha a real idéia do impacto que foi na música aqueles meses pós-lançamento do “Nevermind”. Acho que quem tem menos de 30 anos hoje não tem. Enfim.

* Onde você estava e o que você estava fazendo em setembro de 1991, quando o “Nevermind” chegou às lojas?


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