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Sónar reinventa a vanguarda. Hoje tem Lana Del Rey trombando com Nicolas Jaar
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Lúcio Ribeiro

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* Popload em Barcelona.

* Hoje saiu na Ilustrada, da Folha de S.Paulo, um texto meu discutindo a vanguarda. E está meio esquisito essa história de vanguarda. O texto, com algumas intervenções, está reproduzido aqui abaixo.

A vanguarda musical, a julgar pela escalação do Sónar 2012, anda atirando para todos os lados. O festival de “música avançada” de Barcelona, Espanha, de veia eletrônica e um dos mais prestigiosos eventos sonoros do verão europeu, começou menor ontem para engatar forte hoje e amanhã com um elenco que causou estranheza.

A polêmica cantora pop Lana del Rey, os veteranos, semiaposentados e algo roqueiros New Order e o grupo de hip hop e soul music The Roots são os principais nomes do evento. Vou repetir: principais atrações do Sónar. A gente até entende que a “música avançada de cunho eletrônico” esteja espichada de tudo quanto é jeito hoje em dia, e eu particularmente nem me importo tanto com isso, mas o line-up causou.

Lana del Rey, o mais recente furacão da música jovem e que se apresenta hoje à noite no festival, é o nome mais comentado e estranhado do evento-farol espanho deste ano, pelo bem e pelo mal.
Cantora nova que construiu fulgurante fama na internet, onde também sofreu um verdadeiro linchamento midiático na mesma medida, Lana vem levando a todo lugar seu pop com jeito de “antiguinho”, tipo “chanteuse” de cabaré dos anos 50 e com seu pezinho no hip hop contemporâneo.
Desde que surgiu com força no ano passado, ela cantou em programas de auditório cafonas de França e Alemanha, em piscina de hotel, no programa humorístico “Saturday Night Live” americano, no popularesco “American Idol” e agora empresta sua bela voz de diva que sai de sua falada boca grande ao festival electrofuturístico Sónar.

“Concordo que a Lana Del Rey faz parte de um universo à parte do Sónar. Contudo, a própria evolução do conceito de música avançada e uma série de apresentações de ‘revivals’ têm justificado algumas atrações que não seriam esperadas no festival”, diz Marcos Boffa, um dos diretores artísticos do Sónar SP, a filial brasileira do evento espanhol, que está em Barcelona.
“Vale lembrar que, também, desde uns três anos a concorrência do Primavera Sound fez o Sonar se repensar”, afirma Boffa, citando um outro grande festival da cidade catalã, que aconteceu há duas semanas e teve mais de 200 atrações, bastante deles de eletrônico.

Rapaz mexe nos botões da vanguarda eletrônica no Sónar 2012, em Barcelona. Tudo parece meio confuso. Foto de Laura Damasceno

Um modo de “defender” a presença de Lana Del Rey num festival como o Sónar é a quantidade enorme de remixes oficiais e não oficiais que surgiram para suas músicas, levando-as para as pistas de dança de clubes de todo o mundo. Lana, engraçado, toca no mesmo horário que o DJ e produtor meio chileno, meio ianque Nicolas Jaar, um dos nomes mais incensados da nova eletrônica. E agora, Sónar?

A vocação do Sonár de apresentar “artistas do futuro”, ou pelo menos de um presente marcante da eletrônica atual e suas ramificações, está muito bem representada na “parte de baixo” de sua escalação. James Murphy, Hot Chip, Simian Mobile Disco, Metronomy, Friendly Fires, Richie Hawtin, o velho Fatboy Slim se juntam a nomes como Modeselektor, Maya Jane Coles, Nicolas Jaar, XXXY, James Blake, Flying Lotus, Totally Enormous Extinct Dinosaurs, entre muitos outros, no line-up 2012. Essas últimas três atrações citadas estiveram no começo de maio no Sónar de São Paulo.

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