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Toca algumas para nós, Josh Homme
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Lúcio Ribeiro

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Uma das grandes atrações do Lollapalooza em Chicago no fim de semana com seu Queens of the Stone Age, Josh Homme também foi assunto na Inglaterra. Ele fez as vezes de DJ e apresentou o programa de Jarvis Cocker que vai ao ar pela cool BBC Radio 6.

A BBC 6, a mais “classic” das estações de rádio da rede de comunicação britânica, tem em sua vasta e ótima programação, aos domingos às 16h (de lá), o polêmico e super ouvido programa do Jarvis Cocker, também conhecido como líder do Pulp, aquela banda. É o “Jarvis Cocker’s Sunday Service”, que mistura música boa e opiniões afiadas do líder do Pulp sobre tudo o que acontece por lá, desde política ao futebol, passando por cultura pop. Às vezes ele fala mal da própria BBC.

Ultimamente, diversos convidados têm apresentado o programa do Cocker quando ele precisa se ausentar. A Alison Mosshart, do Kills, foi uma das convidadas não faz muito tempo. No programa que foi ao ar ontem, o líder do QOTSA fez uma verdadeira mistureba sonora durante duas horas. Tocou Beck, Grimes, Savages, Arctic Monkeys e velharias tipo ACDC, Iggy Pop e The Doors.

O programa está disponível para audição até o próximo sábado. Vamos ver qual é a do Josh DJ.

* O que o Homme tocou…
Screamin’ Jay Hawkins – Alligator Wine
Whomadewho – Space For Rent
The Cramps – Garbageman
The Damned – Neat Neat Neat
Bjork – Enjoy
Primal Scream – Miss Lucifer
The Saints – (I’m) Stranded
The Doors – Not To Touch The Earth
Iceage – Ecstasy
Bill Withers – Use Me
Bauhaus – Ziggy Stardust
Roky Erickson – Anthem (I Promise)
Sly and the Family Stone – I Want to Take You Higher
Savages – No Face
Komeda – Disko
Misfits – She
Gnonnas Pedro – DaDje Von O Von
Eagles of Death Metal – Speaking In Tongues
Grimes – Oblivion
Beck – Girl
Blonde Redhead – In Particular
Cat Power – Werewolf
Ramones – Sheena Is A Punk Rocker
AC/DC – Dirty Deeds (Done Dirt Cheap)
Iggy Pop – Sixteen
Iggy Pop – Nightclubbing
Arctic Monkeys – Do Me A Favour


All my friends. Beck, Jarvis Cocker, Franz Ferdinand, os poetas e a Popload ontem em Londres
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Lúcio Ribeiro

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* O Melhor do Twitter, você sabe, está gozando férias. No momento, ele se encontra vendo shows em Londres. Se mais uma vez ele vai faltar na Popload hoje, pelo menos fica mandando relatos legais de shows incríveis. Tipo este:

* No ano passado, Beck lançou um “disco” que não foi ouvido por ninguém. O “Song Reader”, na verdade um livro lindo de capa dura, vinha com 20 partituras prontas para serem executadas pelos fãs, da maneira como eles quisessem interpretá-las. No site do projeto você pode ouvir e ver versões ecléticas de músicos do mundo todo. Apesar da maioria das versões caírem para o folk, arranjos e outros instrumentos são “opcionais”, fazendo com que cada uma das versões nunca seja igual à outra.

No show realizado ontem, no Barbican, em Londres, a ideia era mais ou menos essa. Enviar uma partitura para cada banda/artista e deixar que eles criassem uma música em cima daquilo escrito pelo Beck, mas com arranjos e intervenções necessários. Assim como quem compra o livro-álbum, nenhuma banda convidada tinha ouvido ou tocado nenhuma daquelas músicas antes, e não puderam ter contato com o Beck, que só ouviu tudo ali no dia, durante as passagens de som. Foram três dias de ensaios e pronto. Convidados como Jarvis Cocker (!), Franz Ferdinand (!!), Charlotte Gainsbourg (!!!), Joan As Police Woman, Guillemots, Beth Orton, The Irrepressibles, Conor J. O’Brien, The Pictish Trail entre outros, e o próprio Beck, claro, se revezaram tocando o álbum na íntegra com o apoio de uma banda fixa de quinze músicos (!!!!) no palco.

Tirando duas músicas tocadas no começo do ano em um show na Califórnia, Beck nunca havia tocado as canções do “Song Reader” ao vivo. Ele se recusava a fazer isso, na verdade. Segundo ele, a ideia era que quem tivesse a partitura em mãos se apropriasse dela. Um dos métodos mais antigos de lançamentos de música de que se em notícia (era assim que as eram distribuídas antes da invenção da música gravada), ironicamente ele também reflete a geração de hoje: seria o “do it yourself” levado ao pé da letra. O show contou com quatro intervenções no estilo “spoken word” de escritores britânicos, entre eles o sensacional poeta-punk John Cooper Clarke. Luke Wright, jovem e sarcástico poeta inglês, conseguiu resumir todo o projeto nos 4 minutos do seu discurso. Aos berros, como se estivesse liderando uma passeata na Paulista, implorava para que o mote “punk” dessa (a sua e a dele) nova geração seja não o do “Faça você mesmo” e sim, “Faça seu próprio entretenimento”. “Não compre música, faça música”, berrava. Make Your Own Entertainment. Recado dado.

O show foi dividido em duas partes, com dez músicas e dois manifestos “spoken word” em cada bloco, mais um bis. Os quinze músicos da banda fixa ficaram no palco o tempo todo, enquanto os convidados célebres entravam um a um. Assim como no livro, cada música tinha uma capinha-pôster correspondente, que ficava exposta no telão. Jarvis Cocker era a atração mais esperada e fez uma das versões mais bonitas, cantando “Why Did You Make Me Care?”. Mal acostumado a não ter toda a atenção só para ele no palco, foi o primeiro a se dirigir e a se apresentar (como se precisasse) à plateia. A maioria dos artistas simplesmente entrava, tocava e saía. Mas, como um bom Jarvis, náo só se apresentou como pediu que todos gritassem pra ele. Básico. 🙂 Assim como no site, as versões pendiam para o folk-country, mas todos deixaram as músicas com cara de músicas próprias. As duas tocadas pelo Franz Ferdinand (“Saint Dude” e “Leave Your Razors by the Door”) pareciam mesmo músicas novas da banda, com cara de “hit-Franz”.

A mesma música “Saint Dude” foi também executada pelo Guillemots, justamente para mostrar como cada um via e entendia a missão que tinha recebido. Foram duas performances completamente diferentes. Performáticos e com uma versão megateatral e interativa para “We Wear Cloaks”, o idolatrado (aqui) grupo humorístico The Mighty Boosh acabou sendo um dos mais aplaudidos, ironicamente (vishe Jarvis!), “abrindo” para Beck.

“Vai ser difícil bater isso”, disse o dono da noite, entrando só depois do intervalo para três músicas seguidas, acompanhado de uma (muito) tímida Charlotte Gainsbourg – escolhida a dedo por ele – que de tão nervosa mal descruzou os braços. Para encerrar, o palco do Barbican, não se sabe como, conseguiu acomodar TODAS as bandas (mais a big band de fundo) ao mesmo tempo, para a música final e para o bis, cantando a versão-Beck para “Rough on Rats”. Emocionante e bizarro ao mesmo tempo, principalmente quando você vê um Mighty Boosh com chifres de diabo abraçando a Charlotte Gainsbourg, que conversava com o Jarvis enquanto ele combinava alguma coisa com o Alex Kapranos e…

Com tanta pompa e tanto milhares de libras em cima daquele palco, dá para entender por que foi uma apresentação única, mas bem que uma versão mais compacta do projeto, envolvendo alguns artistas locais, até, poderia se espalhar por outros países. Hein? Hein?

Alguns vídeos. Não estão lá naqueeeeela qualidade, mas…

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Alison Mosshart, diva do Kills, enquanto DJ da BBC e substituta do Jarvis Cocker
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Lúcio Ribeiro

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Continuando esse papo sobre rádios legais, a grande BBC Radio 6, a mais “classic” das estações de rádio da rede de comunicação britânica, tem em sua vasta e ótima programação, aos domingos, o polêmico e super ouvido programa do Jarvis Cocker, também conhecido como líder do Pulp, aquela banda.

O “Jarvis Cocker’s Sunday Service” vai ao ar sempre às 16h (de lá) e tem, além de música boa, muito papo e especialmente opiniões do Jarvis sobre o cotidiano britânico. Ele comenta cultura pop, política, futebol e às vezes fala mal até da própria rádio.

Durante este mês, Cocker está de férias e quem assumiu seu lugar nos últimos três domingos foi nada menos que a Alison Mosshart, diva indie, líder cool do ultra-cool The Kills, que um dia também fez parte de uma banda do Jack White.

Alison não tem a língua afiada do Jarvis para dar opiniões, mas se mostrou uma ótima DJ. Tocou quase só velharia. De Johnny Cash a Nick Cave, passando por Neil Young e Primal Scream. Acho que as coisas mais novas que ela botou na programação foram Bat for Lashes e Queens of the Stone Age, para se ter uma ideia.

Mesmo assim, vale a audição. O programa do último domingo, norteado pelo tema “Outlaws and Highways”, fica no ar por mais quatro dias. Vejamos qual é a da Alison DJ Mosshart.

* Tracklist
1) Bo Didley – Cops & Robers
2) Johnny Cash – Desperado
3) John Lee Hooker – I’m Bad Like Jesse James
4) Nick Cave & Warren Ellis – What Must Be Done
5) Woody Guthrie – Billy The Kid
6) Mississippi John Hurt – Stack O’ Lee
7) Soggy Bottom Boys – I’m A Man Of Constant Sorrow
8) Howlin’ Wolf – I Ain’t Superstitious
9) Royal Tryx – Esso Dame
10) The J.B. Pickers – Freedom Of Expression
11) Primal Scream – Kowalski
12) Chuck Berry – You Can’t Catch Me
13) The Velvet Underground – Run Run Run
14) The Modern Lovers – Roadrunner
15) The Cramps – Route 66
16) Townes Van Zandt – White Freight Liner Blues
17) Jeff Buckley – Lost Highway
18) Laura Marling – Blues Run The Game
19) Waylon Jennings – I’ve Always Been Crazy
20) Neil Young – Unknown Legend
21) Canned Heat – On The Road Again
22) Fiji – Song for Charles Manson
23) Shocking Blue – Harley Davidson
24) Bob Dylan – Highway 61 Revisited
25) Queens Of The Stone Age – Outlaw Blues
26) The Doors – My Wild Love
27) R.L. Burnside – Let My Baby Ride
28) Creedence Clearwater Revival – Up Around The Bend
29) Dean Martin – My Rifle, My Pony and Me
30) Tom Waits – Ol’ 55


Outra música nova: do PULP. Mais ou menos nova, aliás
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Lúcio Ribeiro

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* Fala, Jarvis, fala.

A banda inglesa Pulp, pilar do britpop lá nos 90 e frequentadora recente de Brasil e navios, lançou música nova. Eles foram ao Twitter agora há pouco para avisar.

“After You”, bem boa, tinha sido liberada no Natal, disponibilizada para download primeiro para quem tinha ido ao show da banda em Sheffield, no final do ano. Agora, botaram no iTunes, para a geral. Disco Pulp!

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This was hardcore. Pulp ontem em SP
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Lúcio Ribeiro

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Show do ano ou só mais um show do Pulp? Jarvis Cocker é o maior frontman do rock ou ele é Deus só para quem é fã da banda britânica? Questionamentos básicos em jogo, mas que no final das contas não valem nada. O que vale dizer é que o veterano Pulp ainda está cheio de gás e fez um show emocionante na noite de ontem, em uma Via Funchal “agradável”, para um público razoável.

Na plateia ou no palco, o show do Pulp foi um verdadeiro encontro da “Class of 1990s”. Ou “Class of 2000s” do comecinho. Um belo baile da saudade britpop que teve muitas funções sociais-emotivas bacanas, uma vez que o Pulp voltou para isso. O dândi Jarvis Cocker continua o mesmo. Cantando muito, instigante, com seu visual e trejeitos peculiares. O quase cinquentão não deixou de fora musicas pontuais da história do rock britânico como “Babies”, “Disco 2000” e o super hit “Common People”.

Nas lentes de Fabrício Vianna, a Popload destaca alguns momentos da estreia do Pulp em palcos brasileiros.


Pulp ontem na Argentina. Jarvis Cocker está pertinho
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Lúcio Ribeiro

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* A cultuada banda Pulp, última da trinca master do britpop a finalmente aparecer na região, tocou ontem à noite em Buenos Aires, no mesmo momento em que no outro lado da cidade Brasil x Argentina estavam se pegando em amistoso fuleiro no futebol. O veterano Jarvis Cocker, não mais um Neymar do pop inglês, botou sua banda para executar 21 músicas, curiosamente começando com o hit “Do You Remember the First Time?”, coisas que com certeza argentinos vão lembrar sobre o Pulp daqui para frente. E brasileiros também, depois que a banda fizer sua estreia aqui, em show único, quarta-feira da semana que vem, no Via Funchal, em São Paulo.

Segundo relatos, o bicho pegou no Luna Park. Jarvis falou tanto, tanto, que até discurso em espanhol ele arriscou para as 8 mil pessoas que abarrotaram o lugar. Uma das resenhas a que conferi dizia algo como “Musica y poesia a una magica noche en Buenos Aires”. Jarvis falou tanto até antes mesmo de entrar em cena. Veja o vídeo abaixo, de momentos antes de a banda aparecer no palco.

A gente vai ficar durante o dia trocando os vídeos por mais legais, à medida que eles forem aparecendo. Os argentinos estão acordando agora, né?

** Fotos deste post são de Tadeo Jones, “Rolling Stone” argentina.

*** PROMOÇÃO POPLOAD – Aproveitando o post aqui para informar que o par de ingressos para o show de SP, que estava a sorteio na Popload, saiu para André Borelli, já comunicado. Se não obtivermos respostas do André até amanhã a gente faz outro sorteio.

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Jarvis Cocker à Popload: sobre São Paulo, a importância do britpop, a treta com Michael Jackson, Lana del Rey e “Common People”
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Lúcio Ribeiro

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* Saiu publicada hoje na “Folha de S.Paulo” a entrevista que eu fiz semana passada com o grande Jarvis Cocker, vocalista falador dândi da banda inglesa Pulp, que faz show único no país semana que vem, aqui em São Paulo. Havíamos, Popload e Folha, soltado um teaser da entrevista com a história real e ficcional do maior hino da banda, a maravilhosa “Common People”. Agora a entrevista está completa. Até mais completa do que a que saiu na “Ilustrada”, porque não tem limite de espaço. Tem o que Jarvis falando de São Paulo, de por que o Pulp nunca veio para cá, sobre o legado do britpop e a respeito da maior confusão de sua vida: a treta com o Michael Jackson, transmitida ao vivo pela TV inglesa.
Bom, lê aí.

Era só o que faltava. Ou, melhor, era só quem faltava.
Quase 20 anos depois de fazer parte do último grande movimento musical inglês, a banda Pulp, liderada pelo dândi Jarvis Cocker, se apresenta pela primeira vez no Brasil agora em novembro. O show, único no país, acontece no dia 28, semana que vem, na Via Funchal, em SP.

Da trinca de ouro do britpop, que vendeu milhões de discos na metade dos anos 90 e frequentou tanto a parada de sucessos quanto os tablóides, o Oasis já veio quatro vezes. O Blur esteve aqui em uma oportunidade, lá em 1999.
“Eu estive em 2008 na Argentina e Chile, para shows de minha carreira solo. Estávamos acertados para ir ao Brasil, mas algo de última hora aconteceu e acabamos não indo”, disse à Folha o vocalista do Pulp, Jarvis Cocker, em entrevista por telefone de Paris, onde mora “parte do tempo” [Jarvis tem um filho francês].
“O Pulp não fazia grandes turnês fora da Inglaterra, então talvez não fizesse sentido na época incluir a América do Sul em nossa rota de shows.”

Cocker, famoso por ser mais um contador de histórias do que propriamente um cantor, diz estar ansioso por tocar em São Paulo. Não necessariamente para ter o primeiro contato com os fãs brasileiros da banda. “Eu tenho uma amiga inglesa que negocia arte e vive viajando a São Paulo, para visitar galerias. Ela me fala tanto que a cidade é viva, interessante, que agora quero muito conhecê-la”, contou.

O Pulp tem sete discos lançados, três na abastada era do britpop. O último deles produzido há quase 12 anos. Ao todo, a banda vendeu mais de 10 milhões de cópias. Em 2002, o grupo acabou. Cocker chegou a dizer que não se via mais tocando na banda aos 40 anos. No ano passado, quase aos 48 anos e dentro dessa grande onda de ressurreição de bandas acabadas , ele botou o Pulp novamente na ativa. Sem disco novo, músicas novas. E o teste da popularidade inabalada foi logo o acerto de shows gigantes no Hyde Park, no Reading Festival, no Glastonbury, entre outros.
“Bom, eu disse aquilo dos 40 anos. Mas o fato é que, mesmo agora, não me sinto um adulto propriamente dito, então tudo bem. Tinha um certo medo da velhice”, afirmou Cocker.
“No começo fiquei incomodado de a banda voltar. Aí chamei todo mundo, nos trancamos num estúdio frio em Sheffield e eu disse: ‘Se tocarmos as velhas canções de um modo minimamente decente, a gente volta’. Daí eu percebi que tinha passado toda minha juventude no Pulp. E não tinha sido uma perda de tempo. Então dava para tocar aquelas músicas de novo.”

E, aos 49 anos, como o senhor Jarvis Cocker vê hoje o que se deu na música inglesa há cerca de 20 anos, a febre do britpop e o resgate da auto-estima sonora britânica diante da “invasão” americana protagonizada pelo grunge.
“O britpop foi muito importante para a Inglaterra até socialmente. Não sei se fez diferença fora dali. Ajudou a dar força à história do ‘Cool Britannia’ que fez os jovens como a gente voltar a ter orgulho de ser inglês, principalmente culturalmente”, definiu o líder do Pulp.
“Mas acho que a melhor contribuição mesmo foi botar a música independente no mesmo patamar do mainstream. Chegar a jornais, rádios e TVs de modo que nunca havia chegado. Mas no fim, hoje dá para falar, o britpop não mudou tanto como queríamos. Ou como a gente achou que poderia mudar.”

Chegar aos jornais, mais especialmente aos tablóides, no caso específico do Pulp, deu fama nacional ao Pulp, mas também teve um lado amargo para Jarvis Cocker.
Numa importante premiação da música inglesa, o Brit Awards de 1996, no auge do britpop, Jarvis saiu da plateia para protestar invadindo o palco onde se apresentava o astro pop americano Michael Jackson. Era o indie britânico testando sua força contra o pop ianque.

Michael Jackson estava na premiação para receber o título de “Artista de uma Geração” e aproveitou para tocar seu sucesso na época, o single “Earth Song”, e entrou em cena vestido tal qual um Jesus Cristo, acompanhado por um rebanho de criancinhas.
Ao vivo para a Inglaterra e Europa, Jarvis furou o bloqueio de seguranças, foi ao palco e mostrou seu traseiro para o público e principalmente para Michael Jackson. Acabou preso. Mas acabou extrafamoso.
“Aquilo foi um protesto que fazia sentido à época. A gente dominando a música e a indústria bajulando um artista vestido de Cristo e ‘curando’ criancinhas. Veja, eu adoro Michael Jackson e sei da importância dele na música e…. Isso foi há muitos anos… Deixa para lá.”

Pouco antes da entrevista, Jarvis estava gravando seu programa semanal para o BBC Radio 6 Music, que apresenta aos domingos. O “Sunday Service”, que tem duas horas de duração e vai ao ar às tardes dominicais na internet. “É o mais próximo que cheguei de um trabalho ‘normal'”, disse o líder do Pulp, que no programa lê poesias, trechos de livros, fala de cinema e ATÉ toca música, nova e antiga, pop e jazz, clássico e trilhas sonoras de filmes. Às vezes ao vivo, às vezes gravado. “Acho que o mais novo que eu toquei foi ‘Video Games’, da Lana del Rey. Gosto muito dela. Acho seu disco irregular, algumas coisas boas, outras nem tanto. Mas essa ‘Video Games’ é maravilhosa.”

Quanto a sua ocupação principal de um trabalho não-normal, o de cantor do Pulp, no show de semana que vem em São Paulo certamente Jarvis Cocker vai lidar com a expectativa de fãs brasileiros esperando a banda tocar aqui ao vivo uma das mais marcantes músicas dos anos 90, o hino “Common People”, um dos singles que catapultaram o grupo ao sucesso no Reino Unido e no mundo e que está no milionário álbum “Different Class”, de 1995.
À Folha, Cocker revelou que a famosa letra da menina grega rica que foi estudar artes na Inglaterra, se apaixonou pelo modo de vida da classe operária inglesa e queria então ser uma “pessoa comum”(viver como uma pessoa comum e dormir com uma pessoa comum) é verdadeira, mas “em partes”.

“Conheci mesmo na vida real uma garota assim na Saint Martins College of Art and Design, em Londres. Ela era mesmo grega. O pai dela era mesmo rico. Ela queria mesmo viver uma vida mais ‘normal’. Mas, diferentemente do que eu narro na música, ela nunca disse que queria dormir com uma pessoa comum como eu”, contou Cocker. 

“Eu tinha atração por ela, ela não tinha atração por mim. Mas o mais engraçado de tudo foi que a canção fez sucesso dez anos depois desse encontro. Como artista, mudei um pouco a letra para mudar o final e tornar a história mais feliz para o meu lado. E dez anos depois do sucesso recebi uma ligação dela, comentando a música e dizendo que na época ela até teria dormido comigo. Mas eu acho que não, no fim. Ela nunca conseguiu ser uma ‘pessoa comum’.

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Jarvis Cocker, do Pulp, fala à Popload. E contou uma história sobre “Common People”
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Lúcio Ribeiro

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* Na verdade ele falou à “Folha de S.Paulo”. Tamo junto, “Folha”. E na verdade essa história ainda não está completa, porque aqui abaixo é apenas um teaser da conversa. E, na verdade meeeeeesmo, Jarvis Cocker revelou que seu maior hit, a grande “Common People”, tem uma mentirinha em sua famosa letra. Verdade, Jarvis?

** A distintíssima banda inglesa Pulp, uma das mais significativas da era do britpop, toca em São Paulo no próximo dia 28 de novembro, no Via Funchal, show único em solo brasileiro e a primeira vez que o famoso grupo vem ao país. Será a oportunidade para muita gente ver de perto, ao vivo, o líder Jarvis Cocker cantar uma das mais marcantes músicas dos anos 90, o hino “Common People”, um dos singles que catapultaram o Pulp ao sucesso no Reino Unido e além e que está no milionário álbum “Different Class”, de 1995.

Ontem à tarde, Cocker ligou no celular deste colunista-blogueiro. Entre outras coisas, ele revelou que a famosa letra da menina grega rica que foi estudar artes na Inglaterra, se apaixonou pelo modo de vida “simples” da classe operária inglesa e queria então ser uma “pessoa comum” (viver como uma pessoa comum e dormir com uma pessoa comum) é verdadeira. Mas “em partes”.

“Conheci mesmo na vida real uma garota assim na Saint Martins College of Art and Design. Ela era grega, sim. O pai dela era rico, sim. Ela queria viver uma vida mais ‘normal’, sim. Mas, diferente do que eu narro na música, ela nunca disse que queria dormir com uma pessoa comum como eu”, contou Jarvis Cocker.

“Eu tinha atração por ela, mas ela não tinha atração por mim. Mas o engraçado de tudo isso foi o que aconteceu dez anos depois…”

O final dessa história e a entrevista completa com Jarvis Cocker sairão publicados na “Ilustrada” (Folha de S.Paulo) e neste blog na próxima semana.

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Jarvis Cocker e o nado sincronizado
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Lúcio Ribeiro

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* Mister Jarvis Cocker, do Pulp, ícone dândi do britpop e que dá as caras aqui em São Paulo para show no final deste mês, atacou de diretor de vídeo e veio com este bonito “Night Before Mutiny”, música da cantora, pianista e tocadora de harpa Serafina Steer, uma das musas indie-clássico da Inglaterra de uns dois anos para cá. A moça, que tem voz impressionante de linda, é uma espécie de Joanna Newsom inglesa. Música para os mais sensíveis e refinados, haha.

Cocker convidou para o vídeo duas atletas inglesas olímpicas para um balé aquático triste e sincronizado para dançar suave enquanto Serafina canta seus lamentos e faz cortes na alma com sua impiedosa harpa. O líder do Pulp também é o produtor do novo disco da cantora, “The Moths Are Real”, que sai dia 14 de janeiro e já está sendo considerado como um dos grandes lançamentos do início do ano novo. “Niht Before Mutiny” é o primeiro single do álbum, a ser vendido a partir da próxima segunda-feira. Na mesma segunda, em Londres, Serafina Steer faz um show com ingressos esgotados no Seabright Arms, um pub velho que virou novo lugar de shows independentes faz alguns poucos anos e tem um hambúrguer maravilhoso.

Enfim, o Jarvis Cocker no nado sincronizado você vê aqui, agora, na linda cantoria da especialíssima Serafina Steer.

Night Swim With Jarvis Cocker on Nowness.com.

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Ingressos na faixa para ver o grande Pulp em São Paulo? Aqui na Popload tem
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Lúcio Ribeiro

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* Mister Jarvis Cocker e uma das armadas mais legais da música nos anos 90, a banda inglesa Pulp, toca aqui em São Paulo no dia 28 de novembro. A apresentação, única no Brasil, está marcada para ser um dos últimos shows da Via Funchal, que fecha suas portas no mês seguinte.

O poeta pop do cotidiano Cocker, contador de histórias em cima do palco, traz o Pulp ao Brasil pela primeira vez, enquanto seus amigos de britpop Blur e Oasis já frequentaram estas plagas. Mas tava na hora mesmo: só neste ano o Pulp quase estrelou o SWU (se o ecofestival não terminasse para sempre), o Popload Gig (cóf) e um outro grande festival paulistano.

Antes de chegar ao Brasil, o Pulp faz showzaço no Olympia, em Paris, dia 13 de novembro. Vamos ficar de olho para contar como foi, num warm-up básico para o concerto de SP.

E, para terminar, claro que a Popload tem ingressos do Pulp para oferecer. Vai a sorteio UM PAR DE INGRESSOS para o show do dia 28, na Via Funchal. Se quiser concorrer, o espaço dos comentários estará abertos aos pedintes até o fim desta semana. Quer ver o Jarvis?

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