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Ao vivo em Glasgow: Howler, a melhor banda nova do planeta, o “novo-Strokes”, “novo-Ramones”, “novo-Clash”, “novo-Jesus & Mary Chain”…
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Lúcio Ribeiro

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* Popload em Glasgow.
Aqui está fog e -1 grau, thank you very much. Como está aí, calor?

* Sábado à noite fui ver a molecada do grupo americano HOWLER, de Minneapolis, Minnesota (veja bem), se apresentar no famoso clube King Tut’s Wah Wah Hut, aqui em Glasgow, Escócia. Esse mesmo Howler que, ATENÇÃO se você ainda não deu conta, faz show em SP e Porto Alegre no final de fevereiro agora. Com o espetacular primeiro álbum lançado há poucas semanas, o “America Give Up” corre o Reino Unido desde janeiro e essa da Escócia foi uma dos últimas apresentações deles. Hoje em Londres, sold-out, eles fazem o “último show britânico”, depois vão à Europa, passam pelo Japão e encaram a grande turnê americana do disco novo. Eles não param. Tanto que o vocalista Jordan Gatesmith disse a mim em entrevista a ser publicada que nem dá para dizer mais que eles são de Minneapolis: “Não temos mais casa. Faz tempo que moramos em hotéis Travelodge”.

* Primeiro o King Tut’s: o lugar é considerado o “melhor clube pequeno do mundo”. Diz que cabe 300 pessoas, mas acho que, vendo o show, mesmo, deve caber umas 200. Foi o local onde o Oasis foi descoberto pelo empresário, músico e agitador Alan McGee. Falam que, no Reino Unido, se uma banda nova não passou pelo palco do King Tut’s, ela ainda não “aconteceu”. A lista de quem já tocou lá impressiona: White Stripes, Belle & Sebastian, Strokes, PJ Harvey, Franz Ferdinand, Beck, Coldplay, Blur, entre outros.
Na noite do Howler, sábado, uns -3 graus do lado de fora e uns 45 dentro. Perto daquilo, o Cine Joia e o Estúdio Emme, em SP, muito maiores que o King Tut’s, parecem um frigorífico.

* Adorei o show que abriu para o Howler, de um guitarrista solitário americano chamado Man Made. O menino tocava notas, gravava no pedal, as deixava em loop, adicionava efeitos e continuava tocando por cima um monte de canções de amorzinho. Voz bem bonita. Ele sozinho em cena e parecia, às vezes, que tinha uns três guitarristas e dois baixistas juntos. Aí o show acabou, ele tirou o casaco dourado cintilante, guardou a guitarra, botou o boné para trás e começou a montar o palco do Howler. Ele é o roadie da banda principal.

* O Howler (“ráuler” na pronúncia) é um quinteto que, tirando o baterista, de 24 anos, e o segundo guitarrista, de 22, os outros têm 20 anos. Eles são “de menor” nos EUA, então se esbaldam bebendo no palco no Reino Unido. E se divertindo entre si, por conta dessa “liberação”. Os caras são todas essas comparações do disco atribuídas a eles, mas ainda por cima têm uma personalidade própria impressionante. Todos são bons músicos. E entrosados. Barulho, energia, diversão, boas músicas, vocalista carismático. Que mais uma banda nova precisa ter?
Duvido alguém me apontar uma música “mais ou menos” do disco deles. Todas as canções têm uma marca própria, parece, sem parecerem diferentes entre si. Se eu pudesse, ia até Londres hoje vê-los tocar de novo. Aguento esperar os shows no Brasil.
Minha única “decepção” foi eles não terem tocado a música “14 Days”, que está no EP do ano passado e não entrou no álbum. A canção tem tudo o que eu gosto no rock. E contribui na atribuição louca de rótulos ao Howler com os títulos de “novo-Wedding Present”, “novo-Vaccines”, “novo-Modern Lovers”.
Mas, OK. Eu supero.

* Fiz alguns vídeos para botar aqui. Por enquanto, vai o da incrível “This One’s Different”.

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