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Os melhores discos do ano da Popload – Internacional
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Lúcio Ribeiro

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Só eu mesmo para votar como disco de 2013 um álbum que saiu em… 2012. Fazer o quê? Por isso que as listas (vá lá, algumas) de melhores de muitos lugares bons ficaram confusas. Na verdade, o primeiro disco do Parquet Courts, mais ou menos situada como banda de Austin que fixou residência no Brooklyn (seria o melhor dos mundos indie?), lançou o “Light up Gold” bem mal lançado em agosto de 2012, na gravadorinha improvisada do lider da banda. E ninguém viu. Ou pouca gente viu. Mas alguém de um selo mais, hum, esperto viu, achou muito bom e fizeram “relançar” o trabalho em janeiro deste ano. Aí o bicho pegou nas rádios indies americanas.

O disco é chapante. Parquet Courts é puro punk rock de agora. É Nirvana + Strokes + Modern Lovers e às vezes Pavement. Resumindo, tem tudo o que eu sempre gostei no rock: velocidade, precisão, cérebro, atitude, como eu li em algum lugar quando eu buscava mais informações sobre a banda. E que me marcou.

Talvez o MAIS IMPORTANTE: salvou minha lista de botar rap ou eletrônico em primeiro lugar, hahaha.

discos

“Light Up Gold”, este no topo da pilha acima, transborda energia da primeira à última música. As duas primeiras faixas (“Master of My Craft” e “Borrowed Time”) são coladas, separadas apenas por um “1, 2, 3, 4”, gritado por um dos vocalistas. Num jeito tosco-indie-sujinho de analisar, são sublimes. As duas guitarras da banda, seguradas pelos dois que cantam, são as que mais combinam como dupla no rock desde os Strokes e Arctic Monkeys. Parecem ser casadas. A troca de vocal é ótima também. O baixista é cool e parece não estar nem aí com o que está acontecendo nos shows do Parquet Courts. O baterista lembra aquele baixinho feio que é zoado na escola. Mas com as baquetas é um animal. Ouvi tanto esse disco que seria um crime votar em outro. Mesmo que esses outros fossem os incríveis álbuns do cada-vez-melhor Arctic Monkeys, a grande surpresa boa Disclosure e o supremo Daft Punk, vanguarda quando mais é retrô.

2013 teve tanto discos bons que eu fiz e refiz o Top 10, reouvi e re-reouvi os álbuns nos últimos dias. Deixar de fora os discos do Drake, do Bowie, do Vampire Weekend, Nick Cave, Deerhunter, do Kurt Vile. National e Savages. O lindo do James Blake.

Tem ano em que é fácil fazer um Top Ten. Este doeu…

1. Parquet Courts 
- Light Up Gold

2. Disclosure – Settle

3. Daft Punk
- Random Access Memories

4. Arctic Monkeys – AM

5. Kanye West – Yeezus

6. Majical Cloudz – Impersonator

7. Queens of the Stone Age – …Like Clockwork

8. Arcade Fire – Reflektor

9. Franz Ferdinand – Right Thoughts Right Words Right Action

10. Jagwar Ma – Howlin’

Até o final do ano tem o Melhores Disco Nacional e as Melhores Músicas do ano. E um anúncio ou outro de pequenas novidades impactantes na Popload que poderão mudar o mundo a partir de 2014. Nada sério.

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Os Melhores de 2012 da Popload – Shows no Brasil
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Lúcio Ribeiro

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* Sei que já devia ter deixado 2012 em 2012, mas faltou o ranking das melhores apresentações ao vivo do ano passado.

* Num espetacular ano para shows gringos no Brasil, ainda que dois mil e doze tenha acabado meio sinistro, com uma certa crise de “ajustes de mercado” misturada a um já movimentadíssimo calendário para 2013, a gente viu tanta coisa ao vivo em solo tupi que eu nem lembro de tudo direito.

2012 teve o nascimento de dois outros megafestivais (Lollapalooza, Sónar), um outro “dando um tempo” (SWU), um outro querido evento indie acabando “as we know it” (Planeta T…). Uma pancada de shows pequenos acontecendo seja em casas novas (Cine Joia, cof cof), seja em porta de cemitério. Teve a maturação das festas com DJs gringos bons nas tardes, teve o Franz Ferdinand causando tumulto no Ipiranga, o Horrors tocando em loja de azulejo em Sorocaba, banda francesa tocando em navio, banda do Texas se apresentando 7 da manhã no meio da rua do Centrão, teve o Carl Barat excursionando e cantando Libertines com banda brasileira “de fundo” e um beatle fazendo concerto no Nordeste, no mangue.
Não vou nem me alongar muito dizendo que 2012 foi o ano mais movimentado do Popload Gig.

Falando em Popload Gig, peco desculpas por votar nos shows que eu mesmo provoco, na casa em que eu faço parte. Faz parte. Um perdão ainda especial a Jarvis Cocker, Morrissey e Noel Gallagher. Vocês me entendem…

Então, o Tame Impala levou essa, nem vou explicar muito. Tocaram duas vezes no Cine Joia, em dias seguidos. O primeiro, numa festa fechada em que 80% dos presentes nem aí para quem estava no palco. E já foi muito bom. Na noite seguinte, público todo dela, a banda ainda só “experimentou” tocar ao vivo duas músicas do fantástico disco novo. Foi mágico.

O Arctic Monkeys foi gigante no gigantesco Lollapalooza. Nossos meninos de Sheffield agora são banda de homens. Visual de motoqueiro, baterista fantástico, mais à vontade em tocar as músicas que não são hits. Monsters of rock. Os srs. do Kraftwerk fizeram seu “musical” no estreante (agora para valer) Sonar SP. Show de interpretação de um tempo em que as máquinas nos davam medo. Parece filme antigo daqueles que nunca cansamos de ver.

Na cara de pau, fazer o quê, outro do Popload Gig: o Rapture. Comecinho do ano, o som do Cine Joia ainda zoado, o ar-condicionado do Cine Joia ainda zoado, o grupo nova-iorquino despejou dance-punk de uma maneira tão tocante e intenso que a adversidade jogou a favor. O que o Mogwai fez no teatrinho escondido do Anhembi foi avassalador. O Suede, no PT, ocupou um lugar de destaque no ranking que eu daria facilmente a algum herói veterano tipo Morrissey, tipo Noel. Mas o grupo do Brett Anderson conseguiu ser genial, atual.

Bom, como pincelada geral rápida, é mais ou menos isso. Os nomes desta particular lista de melhores falam por si só. E ela acabou assim:

1. Tame Impala, Popload Gig / Cine Joia

2. Arctic Monkeys, Lollapalooza Br

3. Kraftwerk, Sonar SP

4. Rapture, Popload Gig / Cine Joia

5. Mogwai, Sonar SP

6. Suede, Planeta Terra

7. Howler, Beco

8. Foo Fighters, Lollapalooza

9. Totally Enormous Distinct Dinosaurs, Sonar SP

10. Skrillex, Lollapalooza Br

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Os Melhores do Ano na Popload – “Discos Internacionais”
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Lúcio Ribeiro

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* Popload em Miami, Flórida. Este post está começando a ser escrito de dentro de uma Target.

* Chegou a vez da lista de melhores do ano, quesito “Disco Internacional”. Essa aqui deu briga até no QG da Popload, imagina fora. Já vou logo avisando: “Coexist”, segundo do XX, ficou de fora. Pode chiar.

* Disco do ano aqui é o “disco do ano” em vários outros lugares. Pooooonto para o Tame Impala. Kevin Parker e amigos brilharam absurdo com o segundo álbum, “Lonerism”. O mundo precisava de mais psicodelia, acho. E psicodelia australiana, ainda por cima. Esse disco do Tame Impala é papo velho com cara de novo. Não se trata de copiar o que foi feito “lá atrás”. É a onda, que volta. Até as músicas lados-B deles são boas. As faixas que ficaram fora do disco são boas. Os vários remixes eletrônicos para os rockão do Tame Impala são bons. Crianças cantando faixa de “Lonerism” ficaram demais. Os shows deles mostrando as novas canções elevaram a alma. Não teve jeito.

E olha que por teeeempos fiquei achando que o disco de estreia de Lana Del Rey, que teve dois lançamentos no ano, ia levar essa de “melhor de 2012”. Ok, teve algumas músicas pouco descartáveis no álbum. Mas, na média, é sensacional. Primeiro porque Lana é bem polêmica por motivos extra-música e muita gente não gosta de seu som. Isso é sinal de que ela é realmente boa, às vezes. Mas, tal qual o Tame Impala, remete ao passado mas super tem a cara do “hoje”. É um som visual. As letras de Lana del Rey são sensacionais, linha a linha. Bem “encaixadas”, são espertas nas revelações de espírito de uma garota pós-adolescente comum, à procura do amor ideal que quase sempre não está perto, nem existe. Ela mesmo encontra a razão, talvez, quando canta “Você é tipo punk rock e eu cresci no hip hop”. Entende a Lana? Sua voz é foda, cheia de personalidade. Lana é… Bom, chega.

O disco do Father John Misty talvez seja a “novidade” do topo da lista. Mas o novo dândi desajeitado do pós-folk é muito melhor apresentando suas canções ao vivo, incrementando com sua ótima performance e entrega. Mas chega alto na lista porque seu disco realmente é um punhado de música linda, que nem o “esmero” coxa de estúdio estragou. De resto tem o magnânimo Jack White com o disco de duas bandas, o trio indie-indie americano Grizzly Bear, Dirty Projectors e Beach House, com obras-primas lindas, cada uma no seu ritmo e representando ou o Brooklyn (NYC) ou pelo menos um certo lado dos EUA musical.

Para não falar que a gente não deu bola para os ingleses, tem o disco de estreia do Howler. Que é americano, haha (risos contidos). Os caras de Minneapolis são muito “brit” na sonoridade. Sim, tem o Hot Chip inglês para salvar os ingleses e a dance music cool. E, se tem o frescor do Howler, tem o frescor também do Leonard Cohen.
Bom, vamos logo à lista antes que eu troque o Tame Impala de lugar com a Lana Del Rey. Aí sim a galera ia chiar…

**** MELHORES DISCOS INTERNACIONAIS

1 – “Lonerism” – Tame Impala

2 – “Born to Die” – Lana Del Rey

3 – “Fear Fun” – Father John Misty

4 – “Shields” – Grizzly Bear

5 – “Blunderbuss” – Jack White

6 – “Old Ideas” – Leonard Cohen

7 – “Bloom” – Beach House

8 – “Swing Lo Magellan” – Dirty Projectors

9 – “America Give Up” – Howler

10 – “In Our Heads” – Hot Chip

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Os Melhores do Ano na Popload – “Discos Nacionais”
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Lúcio Ribeiro

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* Popload em Miami (de novo!).

* Você pensou que ia escapar das indefectíveis listas de melhores do ano da Popload, não? Não!!! Já que neste ano eu mandei o “the best” gringo e nacional para lá e para cá, por que não botarmos a nossa aqui, para você concordar muito, discordar total, rir, se emocionar, ficar com ódio ou, como normalmente acontece em listas assim, ficar indieferente e dizer “Beleza, mas é sua opinião”.

A gente vai soltar nossas listas durante a semana. Começamos com as de Disco Nacional. Deu trabalho pensar, escolher, rankear…

O Bonde do Rolê, quem diria, apavorou. Fez um dos discos mais ricos da cena nacional dos últimos anos, não só de 2012. Músicas boas, mudanças de rota sem perder identidade, fina flor de convidados variados de lugares variados e representantes de cenas variadas de tempos variados, tudo amarrado “à lá Bonde”, com um pé no conceito e outro no deboche, disco pensado da capa à sonoridade, é fashion, é rockabilly!!!, tem o Das Racist, o Poolside e o Caetano. E defende um movimento organizado de música globalizada. Que meleca!

Adriano Silva e Marina Vello, quem diria, apavoraram também. Mesmo. Ex-Cansei e ex-Bonde se juntaram, se reinventaram e fizeram um disco “spiritual” com seu Madrid, tipo meio Portishead, tipo umbanda indie, um XX sem DJ por trás. Canções belas e shows lindos. Exorcismo do bem. O Silva foi a grande surpresa electro-samba-indie-rock do ano. Disco bonito, show muito melhor. O Holger virou primo do Bonde do Rolê e experimentou. Botou jogo de cintura na cintura dura. Causou estranhezas neles mesmos e em quem adorou o primeiro disco. “Disco esquisito… Lambada… Para onde esses caras estão indo?” Quem ouviu o álbum novo mais de uma vez, viu o show e sentiu uma evolução, entendeu um pouco e quer ir junto deles para 2013, o ano da “maturação”.

Pode reparar que eu “roubei” no Top Ten. Tem 12 discos. Tem um que nem é disco. Ali no terceiro lugar eu TIVE que botar o Subburbia. Seria uma traição comigo mesmo não botá-los. Tudo bem, eles não têm disco e inventei um “Subburbia Soundcloud” para amarrar o “não-álbum” deles. O quarteto, dois caras-duas minas. São de Curitiba, terra que nos deu este ano o vice-campeão da Copa do Brasil e uma porrada de bandas legais. Isso porque o Subburbia é tipo um lado-B da cena indie de Curitiba. Dialogam com o lado-B da cena paulistana. Tem letras boas, musicalidade esperta, caprichada. É barulho organizado, inventivo. Assisti a ensaios caóticos e inaudíveis e ainda assim era bem bom. Tem sucessores, já. Fazem som “cinemático”, o que aproximam eles a uma “early Lana Del Rey”. Veja os videoclipes bizarros. E isso porque às vezes, tocando, parecem Ministry-grunge-metal-New Order. Tem uma queda no gótico, mas mais no estilo do que na música. Fizeram uma Popload Session SICK. O que o Subburbia fizer, vou estar bem de olho.

E, sim, botei na lista o Cidade Cemitério. E daí?

Bem, o Top Tenzão da Popload, geral, ficou tipo isso abaixo. Sem essa de juntar tudo sem dizer a ordem. Pode concordar, acrescentar, achar um absurdo. O espaço de comentários é seu. Amanhã tem mais.

Melhores Discos Nacionais

1. Tropical/Bacanal, Bonde do Rolê

2. Madrid – Madrid

3. “Claridão”, Silva // “Subburbia Soundcloud“, Subburbia

4. “Asa Morte”, Cidade Cemitério

5. “Ilhabela”, Holger

6. “O Deus Que Devasta Mas Também Cura”, Lucas Santtana

7. “E Você Se Sente Numa Cela Escura, Planejando a Fuga, Cavando o Chão com as Próprias Mãos”, Jair Naves

8. “No Dust Stuck on You”, Black Drawing Chalks

9. “Motel”, Banda Uó

10. “Arrocha”, Curumin // “Unrest”, Single Parents


O melhor disco e a melhor música de 2011 (segundo a “NME”)
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Lúcio Ribeiro

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* Bom, as listagens de melhores de 2011 começou geral. Qual a sua?

* A do semanário indie britânico “New Musical Express”, que é tema da capa da edição que está indo para as bancas inglesas e as de iPad hoje, é “The Best Albums and Tracks of 2011”, como você pode bem ver abaixo.

* O Top 10 dos álbuns, segundo a “NME”

1. “Let England Shake”, PJ Harvey
2. “The English Riviera”, Metronomy
3. “Skying”, The Horrors
4. “Smother”, Wild Beasts
5. “Smoke Ring for My Halo”, Kurt Vile
6. “Suck It and See”, Arctic Monkeys
7. “Strange Mercy”, St Vincent
8. “On a Mission”, Katy B
9. “Whokill”, Tune-Yards
10. “Go Tell Fire to the Mountain”, WU LYF

* As 10 melhores músicas do ano
1. “Video Games”, Lana Del Rey
2. “Yonkers”, Tyler the Creator
3. “Still Life”, The Horrors
4. “The Words that Maketh Murder”, PJ Harvey
5. “Bed of Nails”, Wild Beastes
6. “Ice Cream”, Battles
7. “The Bay”, Metronomy
8. “Bizness”, Tune-Yards
9. “I Told You Once”, Howler
10. “Midnight City”, M83

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