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Ainda o Coachella no mar: a “Nova Logística Honesta do Rock”. Mais Sleigh Bells e James Murphy
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Lúcio Ribeiro

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* Ainda sobre o festival mais bizarro do planeta, o Coachella no mar, ou SS Coachella como é conhecido. Em dezembro um dos principais festivais do mundo, no caso o tal do deserto da Califórnia, resolveu fazer duas edições em alto-mar: um em direção às Bahamas, outro rumo à Jamaica. A Popload embarcou no primeiro. E já falou/mostrou bastante da aventura musical marinha por aqui.

Nesta semana, uma das revistas mais cool da Terra, a “New Yorker”, publicou o parecer de um dos renomados escritores musicais, o jornalista Sasha Frere-Jones, que viajou na “viagem” do Coachella.
“On music on the high seas – All abord for the Rock Cruise!” era a chamada de “capa”.
“Rock the Boat” é o título interno.

((Na foto, o DJ festeiro Girl Talk bagunçando geral o navio do Coachella com seus mashups))

Jones começa seu texto lembrando como o Coachella, desde 1999, começou suas atividades numa época difícil para festivais nos EUA (os americanos, diferentemente dos ingleses, não curtiam muito. Hoje, muito por causa do Coachella, festival é febre em um milhão de cidades do país), sendo realizado em dois dias que não esgotavam. Chegou a não acontecer em 2000. Hoje, é feito em dois finais de semanas consecutivos, repetindo a escalação, sempre com esgotamento recorde de ingressos, e se atreve a levar sua marca agora para o oceano num navio que mais parece um hotel de 15 andares sob as águas.

O melhor está no fim. Ele analisa o “público ideal” para um festival desses em cruzeiro marítimo. Entrevistou um cara que não quer sentar no chão na chuva e na lama para ver shows, sem puder ir embora (para o quarto, pelo menos). Fala que, já que o “rock’n’roll” deixou de ser uma causa de rebeldia ou algo do tipo, um festival num navio, não tem nada demais ele ser servido ao público agora debaixo de uma “EXPRESSÃO DE HONESTIDADE LOGÍSTICA”.
O que ele quer dizer é, mais ou menos: você fica na piscina curtindo o sol e a água, anda alguns passos para seu quarto, bota uma roupa e vai assistir uma das bandas de sua predileção tocando. Cansou de tudo (drinks, shows, discotecagens, papos), pega o elevador e já está de volta ao quarto. Ou a um restaurante tranquilo para uma refeição necessária. E entrevistou um rapaz que disse que foi ao navio porque queria ver seus grupos preferidos sem os hippies por perto.
Wow.

Temos o perfil de um novo público de shows.

** A banda americana Sleigh Bells tocando no teatrão para umas 1500 pessoas que ocupava dois andares do navio que abrigou o Coachella no mar

*** Dez minutos em vídeo da discotecagem do gênio James Murphy (ex-LCD Soundsystem) no barco. É o comecinho do set, Murphy esquentando a parada. Ele chamou todo mundo ao palco para não ficar distante do público. E se mostrou preocupado com a galera: “Vocês têm como descolar bebida por aqui?”

10 Disco Minutes w/ James Murphy (at S.S. Coachella) from Lucio Caramori on Vimeo.

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