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Of Monsters and Men leva seu folk para as ruas
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Lúcio Ribeiro

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A banda cool de indie-folk Of Monsters and Men, que vem da Islândia, gravou uma participação nas sessions diferenciadas do blog francês La Blogotheque.

A filmagem foi feita em ruas antigas e estreitas da cidade de Roma, com um clima todo intimista. Em destaque, a faixa “Dirty Paws”.


Lollapalooza Brasil, sexta – O dia em que o Flaming Lips… Em que o Flaming Lips… O Flaming Lips…
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Lúcio Ribeiro

A doidinha Alice Glass, do Crystal Castles, largada no público durante apresentação no palco Alternativo

* Rapidinho, Brasil. Porque o segundo dia está aí. Começou o mega Lolla. E o que a gente achou de tudo foi mais ou menos assim:
Dia relativamente fraco, sem grandes lembranças ou shows inesquecíveis, mas mesmo assim, agradável. Programação focada no publico adolescente que está entre o eletrônico e o rock-coxinha. Mal sabia a produção que o Flaming Lips desencanaria da fofurice de pelúcia e apareceria numa bad trip esquisita. Deve ter assustado o público do Killers, mas isso não é necessariamente um problema, não. Esse também é o lado bom dos festivais. Não?

* ROLOU

– show do Of Monsters and Men, com fofurice de banda & fãs ignorando a chuva. Com apenas um CD e músicas muito parecidas (com invariáveis “HEY!”, novo grito folk obrigatório), o show tinha tudo para ficar cansativo, mas a simpatia islandesa e o número impressionante de teens emocionados ao meu lado foi deixando o show cada vez mais bonito de ver. Quando tocaram a música mais esperada, “Little Talks”, já era deles esse primeiro dia de festival. Sobrou tempo para uma versão folk-fofa (!) de “Skeletons”, do Yeah Yeah Yeahs (!!). Menção honrosa à superintegrante que segurou o show no acordeón, trompete, percussão, palminhas, Hey-zinhos e no backing vocal

– O sofrimento do Temper Trap é às vezes irritante, mas a simpatia da banda ajudou. O vocalista Dougy Mandagi exagera nos falsetes e na cara de sofredor. Você quase fica com pena dele e tem vontade de abraçar e dizer “Calma, é só uma música, só um show”. Mas, ganhou pontos quando, depois de alguns problemas no som e com a plateia distraída no meio de tanto melodrama técnico e musical, voltou aos hits e à pista cheia. Simpático, o cantor chegou a pedir desculpas várias vezes pelos problemas no início do show. Encerrou com a linda “Sweet Disposition”. Todo falsete foi perdoado.

– A faixa lateral que serve para as pessoas irem e virem sem tumulto, sem lama e sem estrume

– Pipoca quentinha sendo vendida no meio da multidão. E minichurros! \o/

– A pontualidade absurda, transformando indies em maratonistas, percorrendo o 1,5 km (é isso mesmo?) que separa um palco principal do outro, em segundos.

– O hoje “too much” Killers começando seu incrível show com a maravilhosa “Mr. Brightside” foi emocionante.

– Que banda linda é o Passion Pit. Que show gostoso. Pena que o som do “Palco Alternativo” jogou contra.

– Mas o melhor show mesmo do Lollapalooza ontem não foi no Jockey. Foi no Cine Joia. A banda inglesa Hot Chip chapou a casa que o “New York Times” gosta com um das apresentações mais incríveis do lugar.

– Que bom que o Flaming Lips mudou o show previsível, com bichinhos e bolha de wayne-coyne… Quem estava cansado do show-fofura, teve o que pediu. Viagem psicodélica do começo ao fim, quase que uma bad trip sem volta.

Wayne Coyne, o regente da psicodelia indie do Flaming Lips, finalmente mostrou um novo show de sua graaaaaande banda. Mas foi esquisito


* NÃO ROLOU

– Que triste que o Flaming Lips mudou o show previsível, arrancou os bichinhos de pelúcia e apareceu com flashes de vagina no telão e um bebê saído do American Horror Story… Quem estava cansado do show-fofura deve ter levado um susto. Apesar do show bonito e esforçado, as boas músicas novas se arrastaram modorrentas ao vivo e ficaram monótonas. A performance do bebê cansou logo na segunda música e a viagem de Coyne imaginando um avião caindo na plateia enquanto o show rolava não caiu bem. Ao público do Killers, só restava sentar na lama e desacreditar.

– Som baixo. Ou já estou surdo no primeiro dia de festival??

– Problemas técnicos atrapalharam a apresentação do Temper Trap. A primeira música chegou a ser interrompida, deixando o dramático vocalista Dougy Mandagi, que já tem cara de tristinho, ainda mais #chatiado.

– Cake exagerou nas piadinhas com o público e fez um show parado, só acordando a plateia nos hits.

– Relatos de amigos e no twitter indicam que quem comprou o ingresso pela internet chegou a pegar TRÊS HORAS de fila para entrar no Jockey. Outros relatos também afirmam que pessoas vendiam lugares na fila por cem reais.

– A Popload conseguiu perder o Deadmau5. Droga.

************* FOTOS

Galera em pleno agito no primeiro dia do Lollapalooza Brasil, que teve 52 mil pessoas e um unicórnio presentes, segundo a organização

Show “tranquilo” do Flaming Lips, mostrando Wayne Coyne, vagina louca, bebê esquisito. Cadê os ursinhos?

Desafiando ordens médicas, o Passion Pit fez grande show com pequeno volume de som no Lolla Dia 1

John McCrea, da veterana Cake, trouxe um pouquinho do clima vespertino da Califórnia para a urbe paulistana. Rolou médio, mas rolou

O lindo Péricles no agito do cada vez melhor show do Boss in Drama, prata da casa

O povo no Lollapalooza: até duas horas para trocar ingresso, lama, filas para o banheiro e complicações no metrô, na volta. Festival no Brasil

A banda paulistana Holger tocando seu impecável show Beto Barbosa meets Pavement no Lolla. Cada vez melhor

A esporração garageira do Tokyo Savannah, a atual banda mais energética da cena SP

Wayne Coyne tarra ca nenê no colo e…


************* VÍDEOS

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* Cobertura Popload: Alisson Guimarães (base), Ana Carolina Monteiro, Fabríco Vianna (fotos), Fernando Scoczynski Filho, Lúcio Ribeiro

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Março lindo. Cine Joia recebe o Paul Banks, do Interpol. E ingressos para os shows solo do Lolla estão à venda nas bilheterias da casa
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Lúcio Ribeiro

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* Cola aê, Paul Banks!

O dândi-indie vocalista do grupo americano Interpol, o rapaz Paul Banks, em sua interessante versão solo, faz show no Cine Joia, no dia 14 de março, e não mais no Grand Metrópole, onde estava previamente marcado. Em novo local, a apresentação de Banks servirá para divulgar o belo disco “Banks”, lançado no ano passado. Paul Banks no Brasil, ação confirmada primeiro por crowdfunding, marca a estreia da plataforma de shows do Club NME no Brasil.

Os ingressos para o Paul Banks estão à venda via Ingresso Rápido, na internet. Os que foram comprados até agora, para o Grand Metropole, valem para o Cine Joia. E as bilheterias da casa de shows da Liberdade devem receber amanhã um lote físico para venda no local, sem taxa de conveniência. Confirme com o Cine Joia a chegada, antes de se dirigir à casa.

** SIDE SHOWS LOLLAPALOOZA – Já os ingressos para os shows solo de Hot Chip, Alabama Shakes e Of Monsters and Men, atrações do Lollapalooza que nos dias do festival se apresentam também no Cine Joia, cada um em um dia, esses estão na bilheteria da casa, já. Portanto, sem taxa de conveniência. O Hot Chip toca no Joia na sexta-feira 29 de março. O Of Monsters and Men no dia seguinte, sábado. E o Alabama Shakes fecha a série solo no domingo, 31.


Os shows “à parte” do Lollapalooza Brasil. Hot Chip toca na República. Two Door Cinema Club repete show no Circo Voador
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Lúcio Ribeiro

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* O megafestival Lollapalooza Brasil, que acontece nos dias 29, 30 e 31 de março de 2013 “puxado” por Pearl Jam, Black Keys e Queens of the Stone Age, anunciou nesta madrugada seus “side shows” em São Paulo e Rio, conforme a Popload havia revelado. As famosas Lolla Parties, apresentações “mais íntimas” de bandas do evento em lugares fechados, acontecem no Grand Metrópole (casa nova paulistana na República, que começou sendo chamada de Cine Metrópole) e Circo Voador (tradicional reduto de shows bons na Lapa, Rio).

São Paulo: As atrações a se apresentarem fora do festival, na capital paulista, serão Passion Pit (dia 28), Hot Chip (29, foto acima), Of Monsters and Men (30) e Alabama Shakes (31). Tirando o Passion Pit, todo o resto coincide com os dias do festival no Jockey. Os shows acontecerão de 28 a 31 de março. Os ingressos (R$ 150 a inteira) começam a ser vendidos na próxima segunda-feira, dia 10, através do site www.showcard.com.br (com taxa de conveniência) e na Bilheteria Oficial do Jockey Club de São Paulo (sem taxa de conveniência).

Rio de Janeiro: No Circo Voador tocam Hot Chip (dia 28), Two Door Cinema Club (29) e Passion Pit (30), O Alabama Shakes se apresentam no Rio dia 1º de abril. Os ingressos começam a ser vendidos também na segunda-feira e custam R$ 140 a inteira. Nas bilheterias do Circo ou no Ingresso.com

* O Two Door Cinema Club se apresenta pela segunda vez no Rio de Janeiro. A banda irlandesa segue sem tocar em São Paulo. O Alabama Shakes e o Of Monsters and Men tocam pela primeira vez no Brasil.

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Airwaves, Islândia – O festival mais frio do mundo
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Lúcio Ribeiro

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* Num ano em que a Popload botou seus olhos próprios e/ou emprestados nos principais festivais de música do ano, só faltavam dois. O incrível Iceland Airwaves Festival, da especialíssima Islândia, terra de duendes e da Bjork, que não deixa de ser uma duende. E o Coachella no navio, que vai rolar em dezembro em algum lugar do mar das Bahamas. Isso é um outro assunto.
O que pega aqui é que o parceiro Lúcio Caramori, nome lindo sobrenome nem tanto, colega de Lucioland e tals, se mandou para a Terra do Gelo para absorver toda essa experiência ímpar de shows bizarros e indies e pop do festival islandês. E conta com propriedade, aqui na Popload, um pouco do que aconteceu por lá. O que ele viu, ouviu, comeu, bebeu. Relatório cool direto de Reykjavik. Só não ligue para o jeitão do Caramori de se expressar: ele é publicitário… Haha.

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por Lúcio Caramori

Durante a primeira semana de novembro em Reykjavik, Islândia, é impossível escapar de duas coisas: (1) do vento que sopra em um dos países mais bizarros por sua formação, o povo, sua geologia, sua geografia; e (2) da música que toca no país por todos os lados através de seu grande festival, talvez o maior festival pequeno do mundo (depois do Popload Gig, claro).
O Airwaves Festival, que aconteceu semana passada, de 31 de outubro até o último domingo, 4, teve neste ano a sua 14ª e mais fria edição da história.

Na verdade mesmo, o Airwaves é um festival de bandas islandesas com atrações internacionais, não o contrário. Não que isso seja ruim, porque as bandas do país são tradicionalmente boas e atraem muitos estrangeiros para a cidade. Neste ano, 75% dos visitantes eram de fora da Islândia e os ingressos se esgotaram bem antes do festival começar, prenunciando a edição mais bombada da história, segundo se comentou por aqui.

O circuito oficial do Airwaves acontece em diversos bares, boates e casas de show da cidade, com atrações a partir das 19h. Você ganha uma pulseirinha no começo do festival para ter acesso aos shows nesses lugares. Mas uma gigantesca programação não-oficial, chamada off-venue, garante festa por toda a cidade mesmo para quem não comprou o ingresso. A bagunça começava logo às 9h da manhã, com o imperdível (se você conseguir acordar) Rock and Bacon, em um dos cafés da cidade.

A banda francesa Cercueil se apresentando na rua, durante o Airwaves Festival. Foto de Sebastien Dehesdin

Aliás, na programação extra, a gente podia assistir as bandas em restaurantes, livrarias, estações de ônibus e onde tiver espaço para colocar umas caixas de som e alguns instrumentos. A maioria dos grupos, principalmente os da cidade, acabam tocando mais de uma vez durante os cinco dias do festival. E esse é o fator mais bacana do Airwaves: o contato com as bandas. Você vê uma banda pela primeira vez na quinta-feira, assiste um show off-venue deles na sexta e no sábado é bem capaz de estar tomando uma cerveja com os integrantes em algum bar da cidade. Afinal, Reykjavik não é tão grande assim.

Musicalmente, o Airwaves é um festival de novos nomes da musica indie. Das 200 atrações do evento, eu conhecia umas cinco. É um festival para experimentar e tomar contato com o novo, não para assistir medalhões. Só que pode ser uma boa chance de ver artistas antes que eles despontem para o “estrelato”. The Shins, TV on the Radio e Florence and The Machine são alguns nomes que passaram pelo Airwaves antes de serem “grandes”.

As bandas islandesas, claro, são uma atração a parte por tocarem “em casa”. O Of Monsters and Men, que se apresentam ano que vem no Lollapalooza Brasil, mostraram que são, hoje, o principal nome da cena islandesa. Um show no Harpa, um dos maiores lugares para apresentações da cidade, e outro no Marina Hotel, ambos lotados e concorridíssimos, revelaram isso. FM Belfast e Retro Stefson, com seu pop eletrônico, transformaram em festa os lugares nos quais tocaram. Olafur Arnalds, Low Roar e GusGus, apesar de eu ter perdido, foram imperdíveis, me disseram. As meninas do Samaris, com sua mistura de James Blake com Björk, foram uma das minhas gratas surpresas no festival.

Galera no show do Barr Brothers no festival de Reykjavik. Foto de Sebastien Dehesdin

Já o time de fora sofreu algumas baixas importantes durante a semana. Django Django e Poliça cancelaram seus shows. Coube ao The Vaccines, Dirty Projectors e Daughter representarem os gringos, sendo que os dois últimos fizeram os shows mais elogiados da semana. Entre as descobertas, os canadenses do Half Moon Run atraíram recém-adquiridos fãs (eu, inclusive) nas suas apresentações pela cidade com um som radioheadiano.

Depois de cinco dias de música non-stop, incontáveis pylsurs pela cidade e muita caminhadas no frio congelante, amparado por doses de Brennivin, chegava a hora de assistir o show de encerramento, no domingo, com a banda Sigur Rós. E isso merece um capítulo a parte.

** O CONCERTO DO SIGUR RÓSNo meu vôo de ida para a Islândia, um senhor ao meu lado me perguntou o que eu iria fazer lá. “Assistir a um festival de rock”, respondi. Ele me pediu desculpas e emendou que um dia eu ia conhecer e gostar de música de verdade: música clássica. Ele não conhece o Sigur Rós. Acho que a palavra inglesa “concert” para designar show de música tenha, finalmente, feito sentido para mim.
O que foi visto lá não tinha nada a ver com o presenciado nos cinco dias anteriores. E, ao mesmo tempo, só faz sentido depois de cinco dias pela Islândia, terra natal da banda. Um concerto do Sigur Rós, com seu lirismo e seu apelo sensorial, é algo completamente diferente de um show de rock. É denso, cansativo (cansaço agravado por cinco dias de festa, uma hora de atraso para começar e duas horas de apresentação) e catártico.

Mas a musica do grupo é uma perfeita representação do que é esse país desconhecido. Os longuíssimos momentos instrumentais e de vocal do cantor Jonsi Birgisson são uma tradução musical das paisagens lunares e intermináveis que estão pelo interior da Islândia. As explosões de sons no meio de algumas canções são como assistir as erupções do impronunciável vulcão Eyjafjallajökull.

Pianos e xilofones tocados com tanta sensibilidade são como um retrato das belas islandesas. Desde 2001 o grupo não se apresentava em um Airwaves e a emoção dos islandeses de os assistirem novamente em um grande show era perceptível nos rostos e no silêncio durante as músicas. E para nós, estrangeiros, foi mais do que o fechamento de um festival de rock. Foi um inesquecível resumo do que é a Islândia.

Público da banda “local” Of Monsters and Men, que toca em São Paulo em 2013. Foto de Sebastien Dehesdin

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Vídeos do Airwaves

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