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Bonde do Rolê Day – A entrevista
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Lúcio Ribeiro

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No mês passado, enquanto ouvia o álbum “Tropical/Bacanal” de cabo a rabo, conversei com Rodrigo Gorky e Pedro D’Eyrot nos escritórios da Popload. Rá.
Em nova reprodução de texto publicado na Folha de S.Paulo de hoje, segue o que foi conversado.

** “A intenção era soar como trilha dos filmes do Adam Sandler”

Segundo Gorky e Pedro, os dois rapazes do Bonde do Rolê, orquestradores da mistureba sonora toda da banda, o novo disco “Tropical/Bacanal”, até ser finalizado havia poucos meses, estava sendo feito e refeito desde 2009.
“Esse álbum foi pensado primeiro para ser uma continuação de ‘Tieta’ [música do disco anterior, ‘With Lasers’, alopração funk em cima do clássico da lambada, de Luiz Caldas]”, diz Pedro, MC do grupo, em entrevista.
“Uma outra pegada que a gente queria para o disco era criar uma espécie de western rockabilly tropical, na verdade um rockabilly aplicado ao baile funk. Algumas músicas do disco novo têm isso.”

Gorky, DJ do Bonde, revela que, na busca de não repetir a fórmula do começo da banda, eles pensaram num caminho mais eletrônico. Mas isso soaria datado.
“Todas as bandas que surgiram com a gente lá em 2006/2007 meio que andaram neste caminho, e não fizeram mais nada de relevância. Algumas até sumiram, não lançam mais disco. Então pensamos: vamos fazer algo que ninguém esteja fazendo. Ou isso vai dar muito errado… Ou até pode dar certo”, lembra.
“Na verdade, eu queria que o disco fosse alegre. Soasse como uma trilha sonora para os filmes do Adam Sandler”, resumiu Gorky.

“O primeiro disco, quando a gente lançou, tinha todo um hype por trás. Quando lançamos ele, fiquei uns três dias embaixo das cobertas de medo do que ia acontecer. Este segundo disco não tem nada, ninguém está esperando nada”, conta Pedro.
“O ‘With Lasers’ era novidade, a gente queria zoar. Agora, com este segundo disco, queremos mostrar nosso talento”, completa Gorky, rindo.

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Bonde do Rolê Day – O segundo rolê do Bonde
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Lúcio Ribeiro

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* Fez-se o dia. Hoje finalmente sai, nos EUA, com previsão de lançamento no Brasil e Europa para ja já, o encantado segundo álbum da banda Bonde do Rolê, uma das formações musicais mais bizarras e de alcance mais longínquo do Brasil dos últimos dez anos. O que antes era uma zoeira de três amigos curitibanos virou hoje em dia, entre tapas, beijos, embaços e desenlaces, um dos mais ricos exemplos de nova música do indie nacional seja na informação passada, no movimento engajado, nas relações perigosas assumidas, na conexão com diferentes raças e credos da atualidade e do passado. Isso tudo, e mais um pouco, é “Tropical/Bacanal”, o disco.

Escrevi sobre o lançamento do álbum hoje, na Folha de S.Paulo, capa da Ilustrada. Abaixo, sem os cortes de edição, reproduzo o escrito no jornal. Me acompanha no rolê.

“Sai hoje nos EUA o disco mais importante da música independente brasileira recente, da banda de curitibanos que um dia fez certa fama mundial com funk carioca, ganhou um elemento mineiro, tem colaboradores jamaicanos e australianos no álbum e resgata à cena atual um baiano ícone da velha MPB.
Muito além do funk, com uma energia sonora absurda e cheio de referenciais e significâncias (já falo mais sobre isso), finalmente é lançado “Tropical/Bacanal”, o segundo álbum do trio bagunceiro Bonde do Rolê, grupo que melhor internacionalizou a, desculpe, putaria do batidão das favelas cariocas misturado ao rock, com bombásticos shows em festivais americanos e clubes da Inglaterra e Rússia.

À globalização sonora, de formação e de trajetória da nova fase da banda alia-se à de venda do disco. “Tropical/Bacanal”, que sucede o polêmico “With Lasers” (2007), será editado pelo selo americano Mad Decent, com comercialização em lojas e no iTunes de lá. A partir daí o disco ganha distribuição no Brasil, no mercado europeu e na literal world wide web. Aqui, “Tropical/Bacanal” chega às lojas em agosto, via Deckdisc.

Depois do sai-não-sai da gravadora, de duas sacudidas na formação original e adicionando rockablilly, folk, hip hop, ragga e axé ao seu batidão funk e às suas letras sacanas, várias delas agora cantadas também em inglês, o Bonde do Rolê juntou um time de colaboradores plural na confecção do CD: da cantora jamaicana Ce’Cile ao art punk australiano The Death Seth. O mais inusitado de todos? O cantor Caetano Veloso.
Caetano canta “Baby Doll de Nylon”, versão do Bonde para uma música de disco dos anos 80 do guitarrista Robertinho do Recife, da qual o compositor baiano fez a letra. Segundo os rapazes do Bonde, Caetano disse nunca ter cantado em estúdio a música que escreveu, que em “Tropical/Bacanal”, atualizada, virou “Baby Don’t Deny It”.

“Adorava essa música do Robertinho e queria fazer algo parecido. Descobrimos que a letra era do Caetano e pensamos que seria incrível se ele participasse da gravação. Tentamos um tempão nos aproximar dele, por email, conseguimos o número dele, pedimos a amigos em comuns e nada. Contamos esse desejo para o Diplo [produtor americano, dono da gravadora do Bonde], que em um telefonema armou jantar com o Caetano. No outro dia, ele estava gravando com a gente”, contaram em entrevista e intercalando histórias Rodrigo Gorky e Pedro D’Eyrot, na ordem DJ e cantor do Bonde do Rolê.

O veterano cantor brasileiro escancara um lado tropical que evidencia o novo rolê do Bonde do Rolê. O grupo está envolvido numa associação musical e de idéias que leva exatamente o nome de Avalanche Tropical, mais ou menos uma certa parte da nova geração de bandas e DJs do indie nacional se divertindo em remexer o passado da música brasileira e impregná-la com batidas atuais e sonoridades variadas, que vai de cumbia a calipso. É o brega que viira cool, o velho que vira novo.

O Bonde do Rolê, hoje, é completado pela cantora Laura Taylor, importada de Minas Gerais. “Tropical/Bacanal” tem, entre outros, produção do americano Diplo, espécie de midas atual da cena dance híbrida.
O disco começou a sair da toca em maio, quando o Bonde lançou o video do single “Kilo”, algo como um faroeste do Agreste. No Youtube tem esse e o mais novo, “Brazilian Boys”, gravado pelo trio no Piscinão de Ramos, no Rio, revelado agora em julho.

A Popload libera com exclusividade, para download, o próximo single do Bonde, “Bang”, música com participação do rapper Kool A.D., do grupo Das Racist. A canção é uma das faixas de “Tropical/Bacanal”. Vem nesse rolê.”

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As fotos tarantinescas deste post são de Gleeson Paulino/Divulgação.

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Vem, neném! O novo vídeo do Bonde do Rolê
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Lúcio Ribeiro

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* “Brazilian Boys” é o novo rolê em vídeo do Bonde, mais uma das músicas do aguardado segundo disco do festeiro trio curitibano/mineiro de funk carioca “internacional” que vive em São Paulo. O álbum cheio, “Tropical Bacanal”, lançamento gringo do selo Mad Decent (do Diplo), também produzido pelo californiano Poolside, sai dia 31. “Brazilian Boys”, gravado com os “boys” no Piscinão de Ramos e com música cantada por Laura Taylor (foto) e com participação de da cantora jamaicana de dancehall Ce’Cile, segundo o site americano Stereogum, que fez a premiére do vídeo, seria um bom material de divulgação oficial a Copa de 2014 e a Olimpíada do Rio 2016″. Difícil não concordar.

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