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Arquivo : Porto Alegre

O ano não quer acabar. Popload Gig traz a São Paulo e Porto Alegre o show de DEVENDRA BANHART
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Lúcio Ribeiro

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* Não se perca na agenda. O Popload Gig traz ao Brasil o hippie hipster cool Devendra Banhart, em edição interestadual. O músico americano amigo dos brasileiros vem com sua sempre famosa banda a São Paulo, para show no Cine Joia no dia 13 de novembro. Ele também se apresenta em Porto Alegre, no Opinião, dia 18/11.

Antes representante do que se chamava “freak folk”, ou, “folk esquisito”, Devendra passa por uma nova fase. Do lado hippie ele ainda guarda muita coisa, mas o lado musical encontrou um gênero mais específico, ou maduro, como ele mesmo diz. Nos últimos três anos, passou por um período reflexivo, dedicando-se ao desenho e às artes visuais. Dessa fase intimista surgiu seu oitavo disco, “Mala”, mais melódico, lançado no início deste ano.

Nascido nos EUA e criado na Venezuela até a adolescência, Devendra diz ter se descoberto como artista quando leu o “Manifesto Antropofágico” de Oswald de Andrade. Seus laços com o Brasil passam, obviamente, pela Tropicália, Gilberto Gil, Caetano e Rodrigo Amarante. Em relação aos dois últimos: participou de um tributo a Caetano Veloso, com músicas regravadas por cantores nacionais e internacionais, o elogiado “A Tribute to Caetano Veloso”, de 2012. Com Amarante, criou uma parceria: além de melhores amigos, o brasileiro colaborou no disco “Smokey Rolls Down Thunder Canyon”, de 2007, e no mais recente, tocando guitarra e percussão em uma das músicas (“Mi Negrita”). Em troca, Devendra participa do primeiro álbum solo do carioca, “Cavalo”, que será lançado agora em setembro.

Devendra tem tocado com convidados especiais em suas bandas de suporte. Mas ainda não se sabe quem o acompanhará nos shows do Brasil. Para se ter uma ideia, na turnê dos EUA, o baterista Fabrizio Moretti (The Strokes) e Rodrigo Amarante (ex-Los Hermanos) tocaram com o cantor.

Os ingressos para ambos os shows estarão à venda em breve pelos sites do Cine Joia e Opinião (só para POA).

Para São Paulo, com preços variando entre R$ 100 (meia) e R$ 200 (inteira).

Em Porto Alegre, com lotes de R$ 60 (1º lote), R$ 70 (2º lote), R$ 80 (3º lote) e R$ 90 (4º lote).

POPLOAD GIGCriado em 2009, o Popload Gig já teve mais de vinte edições nesses quatro anos de realização e é referência no Brasil da “new music” internacional, além de abrir as portas para grupos iniciantes da cena rock e eletrônica nacional. É o único pocket festival regular do país e já registrou shows históricos de nomes como LCD Soundsystem, The Rapture, The Kills, Primal Scream, Tame Impala e muitos outros.


São Paulo e Rio garantem o show do Andrew Bird. Já Porto Alegre…
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Lúcio Ribeiro

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* Ontem à noite o Rio de Janeiro comprou a última cota das 250 necessárias para a realização na cidade do show do especialíssimo músico americano Andrew Bird. Cavalheiro do indie-folk, Andrew Bird está vindo à América Latina graças a uma ação de crowdfunding internacional organizada pelo Songkick, site britânico famoso em consulta de shows. A apresentação de Bird no Brasil terá ajuda logística do festival Popload Gig, aquele.

Seis cidades latinas concorrem a seis shows de Bird na região. Os concertos acontecem em fevereiro de 2013, entre os dias 17 e 28. São Paulo garantiu a compra dos 250 ingressos-cota no primeiro dia. Cidade do México já cumpriu com seu dever, também. E ontem à noite vi quando faltava uma cota para o Rio levar seu show do Bird também. Quase comprei, de nervoso, para ajudar os amigos cariocas, haha. Enfim, Rio confirmado.

Aqui no Brasil, Florianópolis tem pinta de conseguir levar a apresentação de Bird. No momento em que este post vai ao ar, faltavam 151 reservas necessárias. A capital catarinense briga especialmente com Santiago, Lima e Guadalajara por um dos três shows restantes.

A surpresa “negativa” da ação fica com Porto Alegre. A gauchada parece não querer dar muita bola para o Andrew, tadinho. Das 250 cotas disponíveis, apenas 3 (TRÊS!!!) foram adquiridas pelos gaúchos, o que faz de POA a vice-lanterna na corrida pelo show, ficando à frente apenas de Santo Domingo, que reservou duas cotas.

Reage, Porto Alegre.


Fiona Apple vem ao Brasil para três shows ainda em 2012
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Lúcio Ribeiro

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* Mulherada, a hora é esta. A t.e.m.p.e.r.a.m.e.n.t.a.l e famosa cantora e pianista americana Fiona Apple vêm pela primeira vez ao Brasil ainda este ano. Serão três shows no Brasil, ao que parece na segunda quinzena de novembro. Porto Alegre, São Paulo e Rio, não necessariamente nesta ordem, devem receber as apresentações sempre polêmica da polêmica artista, que andava sumida até o ano passado, se apresentou em show nervoso no South by Southwest neste ano, soltou o disco chamado simplesmente de “The Idler Wheel Is Wiser than the Driver of the Screw and Whipping Cords Will Serve You More than Ropes Will Ever Do” (também conhecido como “TIWIWTTDOTSAWCWSYMTRWED”, haha) e recentemente foi presa no Texas por porte de haxixe.

Vem, Fiona! Mais informações em breve.

As duas faces de Fiona Apple: angelical, acima, e “má”, abaixo, haha

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O incrível Garage Monsters: Porto Alegre tem seu Libertines
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Lúcio Ribeiro

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* The kids are alright em Porto Alegre.

Dois moleques amigos “brothers”, Nick e Kim, respectivamente 16 e 17 anos, esses da foto acima, montaram uma banda não faz nem um ano. Eles se conhecem desde bebês. Nick, o da direita, canta e toca guitarra. Kim é o baixista e a segunda voz. Por falta de um nome melhor, escolheram Garage Monsters. Foi o pai de um deles que resolveu decidir, elegendo o nome “menos horrível” da lista da qual eles pensaram para o batismo. Cantam em inglês e não é que exatamente moraram no exterior ou passam horas em escolas de línguas. Nick desenvolveu o “idioma do rock” na internet mesmo e com videogames, como 90% da geração dele. Na guitarra solo botaram outro amigo de infância, o Ernesto, que conhecem desde uns 3 anos de idade, sumiu por um tempo e reapareceu na vida deles. Estavam com problemas em encontrar um baterista. Como não acharam, meteram as baquetas na mão da Tai, namoradinha do Kim, que nunca tinha tocado antes. Ela está aprendendo na marra. Vc assistiu “Scott Pilgrim contra o Mundo”, não?

O Garage Monsters conseguiu um apadrinhamento de um dono de estúdio em Porto Alegre, amigo dos pais, que conhecem os “guris” desde bebês. Eles tocam lá, no Studio Dub, duas horas por dia. A regra é: vai para a escola de manhã, tem o estúdio à tarde. Nunca mais faltaram às aulas.

O som deles é meio punk, meio indie, tipo Libertines mesmo. Você consegue ouvir Clash em algum lugar ali no fundo, com a camada de punk tosco juvenil na superfície. E atualizado para os dias de hoje, como fizeram os moleques amigos brothers Carl Barat e Pete Doherty. A voz do Nick é largada, gostosa. Incrível mesmo. A guitarra é impressionante, se você levar em consideração a idade dos meninos e o tempo de banda: ela chega a chorar na mão do Ernesto.

O Garage Monsters fez sua primeira apresentação ao vivo “para valer” em julho, no Beco “original”, lá do Sul. No próximo dia 17 de setembro, foram convidados para abrir na cidade o show do CJ Ramone. Vai vendo. Tudo a ver.
Eles estão comemorando porque vai ser o primeiro show deles com cachê. Ou pelo menos com um cachê decente.

Os meninos têm uma dezena de músicas prontas. Ou “prontas”. Mas não se sabe se eles vão querer queimá-las em um disco. Talvez sim, talvez não. Eles são de outra geração. Querem compor, gravar, botar na internet, fazer shows.
Algumas das canções do Garage Monsters estão no Soundcloud, dá uma caçada.

A Popload não é a primeira a botar olhos grandes no Garage Monsters. Por conexões do indie nacional, o já tarimbado Chuck Hipólito, ex-Forgotten Boys, mixou o “single principal” deles, a incrível “Twenty Three”. Você, conhecendo a história da banda, essa descrita acima, percebe que tudo na música está no lugar certo, como tem que estar. O vídeo, com cenas caseiras deles, chega a ser emocionante.

Uma outra música que este blog destaca é “Bites”, com latidos e tudo, que você vai à fundo e descobre que foi produzida por Marcos Rubenich, da veterana e barulhenta banda Walverdes, patrimônio do indie gaúcho e nacional.

* Eu não sei você. Mas eu estou cada vez mais entusiasmado em conhecer bandas novas como esta. Muito prazer, Garage Monsters.

Bites by Garage Monsters

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Bob Dylan SEIS shows: as datas
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Lúcio Ribeiro

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A produtora Time For Fun acaba de confirmar a turnê do gênio Bob Dylan em terras brasileiras. Ao todo, serão SEIS shows no país, em abril.

No dia 15, Dylan se apresenta no Rio de Janeiro (Citibank Hall). Dia 17 será a vez de Brasília (Ginásio Nilson Nelson). Belo Horizonte, aos poucos entrando na rota dos grandes shows, recebe o cantor dia 19 (Chevrolet Hall). Em São Paulo, serão duas apresentação no Credicard Hall, dias 21 e 22 de abril. A turnê se encerra em Porto Alegre, dia 24 de abril, no Pepsi On Stage, como comentamos mais cedo.

Para os shows no Rio e em São Paulo, haverá pré-venda para clientes Credicard, Citibank e Diners entre 27 de fevereiro e 4 de março. a venda geral começa dia 5 de março, mesma data para as cidades restantes, que não contarão com pré-venda.

Os preços serão anunciados em breve.


Porto Alegre contra a “logística”. Bob Dylan no Sul dia 24 de abril. Parece…
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Lúcio Ribeiro

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* Deve explodir hoje nos twitters, emails e tal a confirmação, via Time For Fun, dos shows do músico-lenda americano Bob Dylan no Brasil. A Argentina, pelo menos, diz que solta hoje suas três datas. Vamos acompanhar.

Acontece que, segundo consta, o Brasil teria três shows fechados com o músico, se nada mudou nas últimas horas (porque era para tudo estar divulgado na segunda-feira, mas abortaram o plano inicial por algum reajuste).
A “logística” apontava duas apresentações em São Paulo e uma no Rio (ou só duas em SP). Mas tudo indica que Porto Alegre teria entrado na jogada, está rolando na cidade.
A Ipanema FM acabou de soltar no Twitter:

Porto Alegre e a “logística” não têm sido muito amigos nos últimos dias. Vamos acompanhar 2.

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A tal da “logística”. Por que Morrissey trocou Porto Alegre por Belo Horizonte
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Lúcio Ribeiro

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* If a double-decker BUS crashes into us.

* A Popload teve acesso ao verdadeiro motivo pelo qual o cantor inglês ser humano incrível Morrissey desencanou de seu acertado show em Porto Alegre para transferir a apresentação para Belo Horizonte: ônibus.
Morrissey atinge a região no começo de março. A princípio, iniciaria a turnê brasileira em Porto Alegre, no dia 7. Rio, dia 9, e São Paulo, 11, viriam a seguir. Mas Morrissey resolveu fazer sua tour de ônibus. Não quer viajar de avião, nos trechos brasileiros. Portanto, como Porto Alegre é um pouco longe “do eixo” e atrapalharia a “logística” de seu giro por aqui, sobrou para Belo Horizonte.
OK com isso, Poa?

* Mais de 3 mil ingressos para ver o Morrissey em São Paulo já foram vendidos. No Espaço das Américas, em si, se todo usado, cabem cerca de 8 mil pessoas. Não sei se é essa a capacidade “desenhada” para o show único do ex-Smiths na cidade.

* O sorteio POPLOAD de dois pares de ingressos para o Morrissey em SP será resolvido na sexta-feira próxima, no final da tarde. Ainda tem praticamente dois dias para você concorrer. Ou no próprio post do anúncio do sorteio, da semana passada, ou neste aqui. O caminho é pedir nos comentários.

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Porto Alegre é talvez a cidade mais vibrante da cena. Até que a “logística” aparece e…
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Lúcio Ribeiro

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* Popload em São Paulo. Com muita coisa de Londres para desovar ainda. Não pense que…

* Assim. Frequento Porto Alegre há um tempinho já, para trabalhar, visitar, tocar, ver show, ver futebol, encontrar amigos. E antigamente achava a cidade um pouco datada no estilo. Pessoas bonitas, interessantes, porém presas sempre uma década atrás. Generalização é um perigo, e falo baseado em amigos e pessoas próximas de lá. Não é uma crítica, mas sim uma constatação de que esse era o estilo da cidade.
Nos anos 90, relutavam um pouco em ouvir o novo em nome dos bons grupos dos anos 80. Nos 2000, estavam curtindo o rock e o retrorock dos 90 e demoraram a aceitar o que estava fazendo essa molecada tipo Strokes e White Stripes.

Mas de uns bons anos para cá o “flip” geracional, a chegada de uma galera nova, transformou Porto Alegre num dos lugares mais vibrantes do país. E puxou a “velha geração” junto no embalo.

O que antes era o Beco, o Ocidente, uma rádio, uma balada boa de vez em quando hoje são vários clubes, várias festas numa noite só, um festival novo incrível (o Meca), guerra de marcas em que a música nova se beneficia. Em 2009 o Popload Gig nasceu em São Paulo porque pegamos emprestados bandas de vanguarda como No Age e Matt & Kim que estavam vindo ao Brasil só para tocar em Porto Alegre num festival da Coca-Cola. A Pepsi montou uma casa de eventos gigante ao lado do aeroporto que já recebeu Strokes e Arcade Fire no auge. O Two Door Cinema Club, uma das bandas mais explosivas da música britânica atual, tocou por lá e não tocou em São Paulo.
Veja o clube Beco, especificamente. De tão pequena que a cidade ficou para ele, montou uma filial em São Paulo. Sim, porque a matriz, que lota por osmose, segue em Porto Alegre. O Beco é importantíssimo para a cidade principalmente porque fincou pé em São Paulo. E sua casa paulistana serve de ponte para shows indies que chegam a SP sejam costurados com a condição de tocar em POA. O caso do fantástico Howler, grupo novo dos EUA que se apresenta ainda este mês na “ponte aérea” São Paulo-Porto Alegre nas brumas do lançamento de seu primeiro álbum, é um exemplo.

Etc. etc.

Daí eu me pergunto por que cargas d’água dois shows internacionais anunciados para breve em Porto Alegre foram cancelados em nome da tal “falta de logística”.
Primeiro foi o ídolo Morrissey, que trocou a capital gaúcha por Belo Horizonte semana passada em nome da “falta de logística”. Depois, no final da sexta-feira, chega o email da produção do show da banda Sisters of Mercy dizendo que a apresentação da banda lá em março, com ingressos já sendo vendidos, havia sido cancelada “em função de questões logísticas”.

Alguém me explica?

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There is a light… Popload sorteia ingressos para o Morrissey em SP
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Lúcio Ribeiro

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* Popload em Londres. The queen is dead, mas está comemorando 60 anos de reinado.

O muso indie Morrissey, ex-Smiths, atual “inimigo” de Porto Alegre, toca em março no Rio, São Paulo e, tchanan, BH. Começa com o show mineiro dia 7, no Chevrolet Hall. Depois é Fundição Progresso no Rio, dia 9. E daí Espaço das Américas, 11, em SP. Os ingressos, menos o de BH, já estão a venda.

A Popload tem UM PAR de pista para sorteio aqui no blog. Tudo o que você tem fazer é… pedi-lo. Candidate-se aí nos comentários, deixando o email correto para o contato.

Ontem eu tava dando uma circulada no Twitter e tinha uma galera discutindo o que todo mundo vê no Morrissey para ter essa comoção toda por causa do anúncio de shows no Brasil, os ingressos, a troca de Porto Alegre por BH. Deixa eu tentar explicar aqui, com um exemplo ilustrativo futebolístico. Sabe o Messi, do Barcelona?…

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Popload UK Tour. Entrevista com o Howler sobre garotas brasileiras, essa coisa de “novos Strokes” e sobre ficar pelado em São Paulo
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Lúcio Ribeiro

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* Popload de volta a Londres, mas ainda se livrando do material acumulado em Glasgow.

* Este texto abaixo saiu em versão reduzida na capa de hoje do caderno Ilustrada, da “Folha de S.Paulo”. Aqui no blog está “bigger, longer and uncut”. Entrevista com o vocalista Jordan Gatesmith e o baixista France Camp, da incrível banda nova Howler, que chega ao Brasil em poucos dias para shows em São Paulo e Porto Alegre. A conversa aconteceu poucas horas antes de a banda subir ao palco do King Tut’s, em Glasgow, Escócia, no sábado passado.

Maldição para a nova safra de bandas de rock desde 2001, mas também um belo impulso para atrair a atenção da cena, o rótulo de os “Novos Strokes” está grudado no pequeno grupo americano Howler, uma das mais incensadas formações da música jovem atual.
Não do Brooklyn (NYC) nem de Los Angeles, mas sim egressos de Minneapolis para o mundo, o Howler é um quinteto de garagem que lançou seu primeiro álbum agora no fim de janeiro, “America Give Up” (no Brasil em março), e que se encontra no meio de uma longa turnê de shows cheios por Europa, Japão e EUA.
E, graças aos já fãs brasileiros da banda, o Howler se apresenta em São Paulo e Porto Alegre agora em fevereiro, respectivamente dias 24 e 25, ambos os shows no Beco 203 das duas cidades.
Os “Novos Strokes” da vez, pecha que já serviu a Franz Ferdinand, Libertines, Arctic Monkeys e Vaccines, entre alguns outros, tocam no Brasil graças a uma ação dessas de “crowdfunding” (o público financia o show) armado pela produtora PlayBook.

A Folha cruzou com o Howler em turnê pelo Reino Unido e conversou com o vocalista Jordan Gatesmith e o baixista France Camp, ambos 20 anos de idade em uma banda formada há pouco mais de um ano.
“Para nós é um elogio ser comparados com os Strokes. Gostamos da banda e isso não nos incomoda, embora eu não veja tanto assim, tirando que somos rapazes tocando músicas baseadas em guitarras”, disse Gatesmith, absorvendo bem a comparação ao grupo de Julian Casablancas, “responsabilizado” por devolver uma certa graça ao rock no começo da década passada, graças a um punhado de ótimas canções e uma atitude tão explosiva na música quanto blasé na atitude.
“Já falaram que parecemos os Ramones, o Jesus & Mary Chain. Ficamos lisonjeados, todas bandas ótimas, eu amo os Ramones, mas estamos longe ainda de ser herdeiros de qualquer um desses”, desconversou o líder do grupo de Minneapolis.

Falando em Ramones, disse a Gatesmith achar que a voz dele lembra mais Joey Ramone, às vezes, que propriamente a do Julian Casablancas, se é para continuar na onda das semelhanças e comparações que sempre aparecem quando uma banda nova aparece com destaque.
“Algumas pessoas dizem mesmo isso. Para mim é demais. Outra coisa que só me serve de elogio, mesmo não concordando tanto, mas respeito porque você não é o primeiro que me diz isso.”

Como é Minneapolis para o rock?
“Não é ruim”, disse o vocalista. “Embora não seja o melhor lugar do mundo para uma banda começar, tem uma cena underground muito intensa acontecendo lá. Precisa ‘cavar’ Minneapolis para descobrir isso”, falou Gatesmith
“Não concordo muito”, retrucou Camp. Acho sim que tem muitas bandas, mas a maioria é freak. Apenas algumas ali importam mesmo e poderiam sair dos subterrâneos de Minneapolis para serem ouvidas em outros lugares.”

Ainda sobre Minneapolis.
“Nem acho que ainda dá para dizer que moramos lá. Já não somos mais de Minneapolis faz tempo. A gente agora, com os shows, não somos de lugar nenhum. Ou somos de todos os lugares. Moramos em hotéis Travelodge”, resumiu Camp.

O que garotos de banda de Minneapolis, com média de 20 anos de idade, escutam hoje em dia, perguntei. “O que a gente escuta no rock? Não sou muito parâmetro para isso, porque não escuto essas bandas dos anos 2000 que meus amigos de mesma idade escutam”, contou Gatesmith. “Me interesso mais por coisas bem lá de trás, tipo anos 50 e 60, Elvis e Buddy Holly. E um pouco de punk dos anos 70.”

Nem bem lançou o primeiro disco e o Howler já estava fechado para duas apresentações no Brasil. Mas, sobre o país, o vocalista Gatesmith tem a dizer que não tem nada a dizer. “Estamos muito animados por tocar no Brasil. Para nós, que mais ou menos vivemos a mesma rotina faz tempo, se apresentar em lugares tipo lá ainda dá uma energia extra para a banda. Não vou falar para você que amamos o país e que conhecemos música brasileira porque não é verdade. Não tenho idéia do que esperar do Brasil”, falou Gatesmith. “Mas, é sério, queremos aprender TUDO de Brasil nos cinco dias que vamos passar lá.”

“Tem uma coisa engraçada em relação ao Brasil”, disse Camp. “Teve um show em Nova York cheio de garotas brasileiras bem animadas”, falou. Cheio quanto, perguntei. “Um monte, o suficiente para falarmos no camarim, entre a gente: ‘Por qual motivo tinha tantas meninas brasileiras na platéia hoje?’ “, explicou o baixista.
“Garotas fucking lindas”, completou Gatesmith. “Ficaram dizendo que tínhamos que ir ao Brasil. Ok, nós vamos”, riu.

“Está calor lá agora?”, perguntou Gatesmith.
“Posso levar meu short?”, emendou Camp. “Posso ficar pelado lá, tipo o baixista do Queens of the Stone Age?”

* OS “NOVOS-STROKES” DESDE OS STROKES: uma listinha de bandas que carregaram, pós-2001, o rótulo de seguidores do grupo de Nova York na honrosa e às vezes inglória missão de “salvar o rock”.

– The Vines: chegaram à cena meses depois dos Strokes, foram logo capa da “Rolling Stone” americana (são australianos) na linha “Rock is back” e racharam a crítica já no primeiro disco. No segundo, no entanto, alcançaram a unanimidade: a banda já tinha perdido o gás.
– The Killers: se os Strokes bebiam da fonte local, nova-iorquina, o Killers trazia a new wave inglesa para o deserto de Las Vegas. Já no primeiro disco ficaram maiores que os Strokes, embora isso não reflita necessariamente em qualidade maior. Hoje estão no calcanhar do Coldplay, tocam na Jovem Pan e se levam a sério (demais).
– Interpol: conterrâneos e contemporâneos, foram a imediata “next-big-thing” da grande maçã, com menos curtição e mais reflexão. O apelo das roupas pretas não sobreviveu a dois verões, contudo.
– Libertines: decidiram levar a banda a sério depois de ver um show dos strokes. Foi a “resposta inglesa” à banda de NYC.
– Franz Ferdinand: surgiram na Escócia na bagunça causada pelos Strokes no novo rock e logo viraram “darling” da cena. Se vestiam melhor e dançavam mais ao vivo, porém.
– Arctic Monkeys: não sabiam tocar nada quando montaram a banda. Nos primeiros ensaios, Alex Turner disse que ficavam “treinando” fazendo cover de strokes. Hoje são a principal banda indie do planeta.
– Tame Impala: australianos, compartilham a saudade dos anos 60, mas indo mais para o Hendrix e o Cream do que para o wild side do Lou Reed. Têm o som mais encorpado e mais hippie. Mais viagem, menos garagem. Ou seja, nada a ver com os Strokes.
– Vaccines: ingleses, são os últimos “novos Strokes” antes do Howler. Até gravaram uma música com um dos Strokes. Tocam em São Paulo em abril.

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