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The Smiths REUNION ao vivo em Wolverhampton, 1988
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Lúcio Ribeiro

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* A Popload está um SHOW hoje, diz aê.

* Eu vou ter um apreço eterno por duas pessoas que eu conheço. Primeiro é o Álvaro Pereira Junior, jornalista famoso e tal, que foi a um show do Nirvana em 1990 (acho), em Boston (acho), e comprou uma camiseta da banda DAS MÃOS do Kurt Cobain. O cara vendeu a camiseta para ele na barraquinha de merchan. A outra pessoa, também jornalista, de moda, é a Eva Joory, que viu os Smiths ao vivo na Inglaterra, nos anos 80. Respect.

* Enfim…

Anteontem, 22 de maio, Steven Patrick Morrissey, o maior ser britânico vivo, completou 54 anos de idade. E foi justamente nesta data que a internet presenteou os fãs do eterno The Smiths. Caiu na rede a filmagem de um show dos Smiths depois que os Smiths acabaram, sacou? Se você está aí esperando por uma reunião de uma das maiores bandas britânicas de todos os tempos, isso já aconteceu em 1988 (!!!).

Em 22 de dezembro daquele ano, exatamente um ano após o fim dos Smiths, Morrissey promoveu um show que deveria ser sua estreia em carreira solo, mas pediu para seu advogado ligar para os seus ex-colegas de banda. Johnny Marr, Mike Joyce e Andy Rourke foram convidados para tocar com Morrissey em um show na cidade de Wolverhampton. Só que Marr, claro, não apareceu. Joyce, Rourke e Craig Gannon, que foi guitarrista contratado dos Smiths, fizeram o show ao lado do cantor. Na época, para assistir a apresentação bastava ir vestido com uma camiseta da banda ou do próprio Morrissey. Pensa que histórico.

A apresentação durou cerca de 40 minutos com faixas novas da carreira solo de Morrissey na época e algumas dos Smiths, de 1987.

Setlist
1. Stop Me If You Think You’ve Heard This One Before
2. Disappointed
3. Interesting Drug
4. Suedehead
5. The Last of the Famous International Playboys
6. Sister I’m a Poet
7. Death at One’s Elbow
8. Sweet and Tender Hooligan

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A aposentadoria de Morrissey e o fim mesmo dos Smiths. Confira a entrevista que chocou o mundo pop
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Lúcio Ribeiro

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* A entrevista na íntegra, em áudio, está disponível no final deste post.

Oh no… Como a gente temia, os problemas de saúde envolvendo o grande Morrissey podem trazer sérios riscos à sua carreira, como por exemplo “dar um fim” a ela. Depois de ter retomado a turnê interrompida no ano passado, Morrissey foi obrigado a cancelar o resto dos shows programados até o fim de abril na América do Norte, 22 no total. E, pelo jeito, ele não deve voltar aos palcos neste ano e, se depender de seus médicos, pode não voltar nunca mais.

Com a saúde bem debilitada, Morrissey foi aconselhado por sua equipe médica a abandonar os palcos. A revelação bomba foi feita pelo próprio cantor em uma entrevista para uma estação de rádio do México nesta semana. Nos últimos meses, o cantor precisou enfrentar uma úlcera hemorrágica, problemas no esôfago e uma pneumonia dupla. Esse susto grande pode fazer com que o maior letrista e um dos cantores mais queridos da história talvez nunca mais cante, que o sonho improvável de os Smiths voltarem não vai acontecer mais. O tom da notícia é quase o mesmo em relação à morte de John Lennon enterrando a volta dos Beatles, achei.

Confesso que fiquei surpreendido com a entrevista de Morrissey para a Reactor FM, emissora de rádio da Cidade do México, onde o cantor tinha um show marcado duas semanas atrás e entrou no pacote dos cancelamentos. À rádio, um Morrissey falante e bem “aberto” com todo tipo de assunto, sereno, mas vulnerável em suas declarações. Posso estar errado, mas senti que ele está sentindo o baque, sabe?

PROBLEMAS DE SAÚDE

O maior britânico vivo começou falando sobre seus recentes problemas de saúde. “Enfrentei uma barra. Tive hemorragia interna e fui levado às pressas para o hospital. Perdi muito sangue e tentaram me recuperar durante as cinco semanas seguintes, mas não estava adiantando. Toda vez que eu parecia melhorar, tinha uma recaída. Perdi muito sangue a ponto de ficar com anemia, mas ainda estou em tratamento e mais otimista agora. Sei que é quase absurdo o número de coisas que aconteceu comigo, mas a pneumonia dupla foi decorrente da minha perda de sangue. Minha imunidade ficou muito baixa. Então qualquer vento simples me fazia sentir muito frio. Mas estou em tratamento, passei muito tempo no hospital, vi muito os médicos, fiquei um bom tempo em tratamento intravenoso, então espero (espero, espero), vou ser salvo da morte”, disse o cantor.

A parte mais tocante da entrevista foi quando o cantor disse que foi recomendado pelos médicos a abandonar os palcos. “Tenho sido advertido, mas é muito difícil porque isso está enraizado dentro de mim. Sei que isso é o melhor da vida, quando você viaja, faz música e canta, isso é a melhor coisa que você pode fazer na vida. Não existe nada melhor. Você pode pensar em algo melhor?”.

Mesmo com o papo de advertência para aposentadoria, Morrissey disse que tem diversas músicas na gaveta, mas segue sem assinar com uma major, o que impede o lançamento delas. “Não tenho ideia, não sou abordado por ninguém para gravar, então nada acontece. Dessa forma, eu espero, espero e aqui estou eu, sentado e esperando. Tenho muitas músicas, uma grande quantidade. Poderia gravar três discos de estúdio imediatamente, facilmente. Mas nenhuma das majors (gravadoras) estão interessadas. Até me aproximei de algumas, mas elas disseram ‘não’. Creio que é uma questão da idade. Imagino que elas estão interessadas apenas nas bandas novas, em pessoas jovens que querem voar sem pedir nada em troca”.

MORRISSEY ANALISANDO MORRISSEY

Morrissey também confirmou que está escrevendo sua autobiografia, mas que ainda “não é o momento certo” para lançá-la. Que já tem até um título, mas não vai divulgar enquanto não for lançada. Perguntado se existe algum relato que pode chocar alguém, o cantor foi enfático. “Acho que não. Depende. Depende como as pessoas se chocam. Não sei como elas se chocam. Parece que nos dias de hoje as pessoas não se chocam por nada, mas, isso não é grotesco”.

Perguntado sobre qual o maior equívoco sobre sua pessoa, Morrissey pensou por alguns segundos e foi bem reflexivo. “Eu sou um cara extrovertido, e ao mesmo tempo muito introvertido, muito tímido. Se eu falar qualquer coisa de forma muito suave, eles vão reproduzir como se eu estivesse falando alto ou desabafando contra a Família Real… “Morrissey teve uma explosão”, quando na verdade tudo o que eu digo é de forma muito gentil, bem entendida. Então creio que o maior equívoco sobre mim é que eu seja um cara extrovertido o tempo todo. Não sou. E que eu sempre estou irritado e que sou um monstro. Isso não é verdade. Eu não sou um monstro. Não, não, não… Eu estou vivo, sou um ser humano e vejo o que acontece ao meu redor. Eu posso comentar, tenho meu ponto de vista e não tenho que aceitar automaticamente as coisas que acontecem, por exemplo, no mundo político, assim por diante”.

THE SMITHS

O seminal The Smiths, claro, entrou em pauta na entrevista que durou mais de meia hora. Primeiro, Morrissey comentou o fato de a banda, mesmo duas décadas depois, continuar exercendo tanta influência, ser tão respeitada, mesmo nunca tendo sido tão “midiática”. Ele disse que respeita o fato de muitas bandas e artistas ainda continuarem fazendo versões cover das músicas de sua ex-banda. “Eu nunca levei a mal se alguém faz uma cover de uma música, acho que é algo comovente mesmo quando a versão seja ruim, eu continuo achando legal que alguém estaria interessado em cantar. Algumas delas realmente me afetam emocionalmente. Mas eu acho extraordinário que todos os dias tenha alguém tocando uma canção dos Smiths, acho incrível. Até porque as rádios britânicas nunca tocaram Smiths e eles (a banda) provaram ser uma das mais influentes de todos os tempos, apesar de tudo, apesar de muitos obstáculos, eles nunca foram ajudados. Então é interessante o fato de você ter algo importante, especial ou significativo que ninguém pode pará-lo. Muitas versões são gravadas todos os dias, o que acho fantástico. Mas, mais uma vez, se eu lançar um single amanhã na Inglaterra, ninguém tocaria no rádio, o que é extraordinário. Até porque não teria essas batidas eletrônicas modernas e tolas de hoje em dia. Então, não importa o que aconteça, eu sempre parecerei estar contra a corrente, seja ela qual for”.

Morrissey também comentou sobre os constantes pedidos dos fãs e as notícias sobre uma possível reunião dos Smiths. De acordo com o cantor, não existe sentido em voltar com a banda. “Bom, isso persiste todo santo dia, todos os anos e constantemente as pessoas pedem para voltarmos com a banda. Mas as pessoas esquecem que não fui em quem separei os Smiths, então não sei por que as pessoas ficam me perguntando sobre uma reunião. Mas eu sempre digo ‘não’ porque nós somos pessoas totalmente diferentes agora, já se passou muito tempo e a verdade é que não nos conhecemos mais, não somos amigos. Então por que você estaria em uma banda com pessoas que você não conhece mais? (…) Toda vez que uma banda volta se torna uma notícia insana por duas semanas, depois é tipo ‘hummm’, e depois ‘tá, qual a próxima?’.

Para o cantor, todo esse papo de reuniões de bandas que se separaram são carregados por um sentimento “fake”. “É fake. Não me desce. Quando as bandas voltam, elas vão direto para os estádios e assinam grandes contratos de merchandising. Você nunca ouve que determinada banda está voltando na surdina, ensaiando por um ano no interior e saindo juntos. Eles sempre voltam só pelo dinheiro e pelos shows nos estádios. E isso não me cai bem. Quando você forma uma banda no começo você tem uma certa atitude, o mundo ainda não ouviu você e você quer que o mundo te ouça. Mas quando você está em uma situação em que todo mundo está esperando por você, não é a mesma coisa. Nunca vai ser a mesma coisa e você não é a mesma pessoa. Mas as pessoas têm na cabeça quando ouvem as músicas antigas que as pessoas que fizeram aquela música são as mesmas até hoje. E não são. Se você conhecer David Bowie e conversar com ele sobre o passado, ele não vai entender o ponto. Porque ele não é aquela pessoa de antes mais. Ele não está lá (no passado) e não sente aquelas coisas mais. Ele está vivendo o agora. Mas o ouvinte sempre acha que o artista permanece o mesmo e isso não é verdade”.

Mesmo com todo o papo de aposentadoria, Morrissey disse que espera retomar sua agenda em junho e voltar ao México não só para o show na capital, mas também por outras cidades do país.

Resta aguardar o que o futuro reserva para o maior britânico vivo.

* A entrevista na íntegra pode ser ouvida abaixo.


Então, que diferença isso faz? Gravação rara e antiga dos Smiths cai na net
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Lúcio Ribeiro

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* Popload responde: faz toda a diferença.

Vai dizer que, às vezes, o universo indie não conspira lindamente à favor? Ontem a Popload resolveu externar toda sua preocupação em torno do maior britânico vivo Morrissey, que, passando por problemas constantes de saúde, precisou cancelar mais de vinte shows de sua atual turnê, não vai remarcá-los e sabe Deus quando ele volta aos palcos.

Eis que um dia depois aparece uma notícia boa que tem relação com o famoso cantor. Não é ainda a notícia que a gente espera – Moz livre de todo o mal, amém – mas não deixa de ser de bom tom. Apareceu uma nova gravação de demos do seminal The Smiths, datada de 1983.

“The Pablo Cuckoo Tape” foi gravada em formato K7 durante uma session em Manchester, de acordo com o baterista Mike Joyce. No tracklist, 8 faixas, entre elas as clássicas “What Difference Does It Make?” e “Miserable Lie”.

Vamos ouvir essa relíquia. Vamos melhorar, Moz. Vamos reunir a banda, Johnny.

* “The Pablo Cuckoo Tape” tracklist
01. You’ve Got Everything Now
02. Accept Yourself
03. What Difference Does It Make?
04. Reel Around The Fountain
04. These Things Take Time
05. I Don’t Owe You Anything
06. Hand In Glove
07. Handsome Devil
08. Miserable Lie


Nem Smiths, nem Cribs. Johnny Marr quer ficar sozinho
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Lúcio Ribeiro

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O bamba Johnny Marr pode se gabar por, no mínimo, três feitos históricos. Além de (1) ser um dos melhores guitarristas da história, (2) ele fez parte de uma das mais incríveis bandas de todos os tempos e (3) foi um bem-vindo “estranho no ninho” em uma banda pequena e cool, composta por três irmãos, dois deles gêmeos.

O virtuoso guitarrista que já prestou seus ótimos serviços para os grupos The Smiths e The Cribs (relacionadas acima), além de já ter feito turnê com o Modest Mouse e dividido o palco com o Oasis e o Beck, prepara seu vôo solo para o ano que vem. “The Messenger”, seu segundo disco próprio, será lançado dia 26 de fevereiro. O álbum tem produção de seu parceiro Frank Arkwright, responsável pela remasterização da coletânea “The Smiths Complete”.

Enquanto não se entende com o Morrissey e deixa de vir ao Brasil com o Cribs no final do mês, Marr divulgou no dia de hoje o primeiro recorte sonoro de “The Messenger”. O single homônimo apareceu em forma de vídeo, mostrando um clima meio intimista, talvez um retrato que primou a produção do disco, gravado na gelada rota Manchester-Berlim.


Please Please Please: indie do indie presta homenagem aos Smiths
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Lúcio Ribeiro

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* Popload em NYC.

Desde que virou moda esse papo de “reuniões”, uma possível volta do The Smiths sempre é implorada pelos fãs, vislumbrada pelos jornalistas e tentada pelos maiores festivais do mundo.

O Coachella, por exemplo, tentou pelo menos nos últimos três anos uma volta do grupo. Nem mesmo caminhões de dinheiro seduziram Morrissey – o maior inglês vivo da atualidade – nem Johnny Marr, que até final de janeiro está proibido de dirigir automóveis e preparando um novo disco.

Mesmo assim, Smiths ainda é tendência. Foi lançado nesta semana “Please Please Please: A Tribute To The Smiths”, álbum duplo em homenagem ao grupo de Manchester e que possui vinte músicas que marcaram a carreira do grupo, interpretadas só por gente indie. Indie do indie, no caso. Quem estampa a capa é Sandie Shaw, heroína da dupla Morrissey e Marr, que já cantou “Hand In Glove” com a banda.

Aqui algumas versões de destaque.

TRACKLIST
CD 1
01 Kitten – Panic
02 The Rest – Stop Me If You Think You’ve Heard This One Before
03 Joy Zipper – What Difference Does It Make
04 Tanya Donelly w,Dylan In The Movies – Shoplifters Of The World Unite
05 William Fitzsimmons – Please Please Please Let Me Get What I Want
06 Sixpence None The Richer – I Won’t Share You
07 Sara Lov – Well I Wonder
08 Greg Laswell – Half A Person
09 Dala – Last Night I Dreamt That Somebody Loved Me
10 Chikita Violenta – Some Girls Are Bigger Than Others

CD 2
01 Telekinesis – Sheila Take A Bow
02 Solvents – Is It Really So Strange
03 The Wedding Present – Hand In Glove
04 Mike Viola And The Section Quartet – How Soon Is Now
05 Trespassers William – There Is A Light That Never Goes Out
06 Girl In A Coma – Rubber Ring
07 Elk City – I Know It’s Over
08 Katy Goodman – What She Said
09 Cinerama – London
10 Doug Martsch – Reel Around The Fountain