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Chicago, o “imbróglio” Pearl Jam, a polêmica da “Rolling Stone” e a música mais famosa do mundo hoje
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Lúcio Ribeiro

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* Popload em Chicago. Terra do Pitchfork Festival a partir de hoje, do Lollapalooza logo mais, do Pearl Jam hoje, do Justin Timberlake e Jay Z segunda. Quer mais? Tem New Kids on the Block hoje também, com abertura do Boyz II Men e uns 70 shows das bandas que vão tocar no Pitchfork espalhados pela cidade. Queria morar aqui uns meses.

* Pelo que eu entendi ouvindo umas rádios daqui, tem duas discussões rolando que envolvem especificamente Chicago e a música.
1. Primeiro o show do Pearl Jam, que acontece hoje à noite no Wrigley Field, um campão de beisebol que pertence ao time Chicago Cubs, famoso. Mas também um tradicional local para shows grandes na cidade. Cerca de 43 mil ingressos se esgotaram em poucas horas, quando colocados à venda, em fevereiro. Na mesma manhã de sábado que começaram a ser comercializados, 10 da manhã, por volta de 11h15 o Pearl Jam soltou em seu Twitter, em recado direcionado aos fãs: “Muito obrigado por fazer o show de Chicago o ingresso mais rapidamente esgotado da história de Wrigley”. Olha que histórico. Olha que encrenca.
Acontece que os fãs do Pearl Jam logo levantaram uma discussão de sempre, mas que pode estar mudando o rumo da comercialização de ingressos nos EUA. Talvez mudando não, mas aliviando a farra.
Os ingressos começaram, então, a ser vendidos às 10 da manhã, com a maior parte custando cerca de 84 dólares, com as taxas e conveniências. Às 11, pouco antes de esgotarem, já estavam sendo vendidos a US$ 360 no Craigslist e por até US$ 1000 no SutbHub. Tinha ingresso disponível nesses cambistas on line “legalizados” até semana passada. Talvez apareça algum até hoje.
Foi o sold-out mais rápido do Wrigley Field ou não?
Já havia acontecido a mesma coisa com o último show da história do LCD Soundsystem, em 2011, no Madison Square Garden, que esgotou ingressos voando e depois muitos desses foram parar no StubHub. James Murphy surtou contra cambistas no Twitter e Facebook.
Foram investigar mais, porque não requer nenhum esforço, e descobriram que não só cambistas compram bastante como também existem algumas pessoas “normais”, fãs ou não, que também compram três ou quatro ingressos de shows valiosos, capacidade permitida para cada comprador único, para “fazer negócio” em sites de vendas paralelas de entradas.
Eddie Vedder disse que já tem uma solução para esse problema e vai colocá-la em prática nas próximas turnês do Pearl Jam. Mas não revelou qual. Dizem que vai mudar o jeito de os fãs adquirirem seus ingressos. Vamos acompanhar.

* Até que enfim a “Rolling Stone” americana voltou a ter repercussão com uma capa, como a que está cercando a desta nova edição, que está indo agora às bancas, com data de 1º de agosto. Também está sendo chamado de um caso de “publicidade negativa”, o que algumas vezes não significa algo ruim para quem a pratica.
A publicação estampou em sua “front cover” uma foto linda e serena do rapaz Dzhokhar Tsarnaev, 19 anos e checheno, de origem islâmica, que vive desde os 8 nos EUA e está preso acusado de ser um dos autores do atentado de Boston, caso ainda complicado e cheio de nós não desatados conhecido como “The Boston Marathon Bombing”, que em abril matou três pessoas e feriu quase 200 no final da tradicional Maratona de Boston. A circunstância toda é esquisita. O menino diz que é inocente sem fraquejar um segundo. A operação de captura dele (ele é o suspeito número 2; o irmão mais velho, considerado o número 1 e o “casca grossa” da história, teria sido morto pela polícia num tiroteio num posto de conveniência). Enfim.
A “Rolling Stone” bota Dzhokhar na capa numa foto “à lá” rockstar, tipo um Bob Dylan jovem ou uma do Jim Morrisson. E o chama de monstro na chamada. “Como um menino de futuro promissor e querido pelos amigos caiu num grupo radical islã e se tornou um monstro”.
Existem vários pontos aqui, porque a polêmica é generalizada. Pessoas famosas, inclusive gente da música, repugnaram a ideia de dar capa a um terrorista. Outros defendem que a revista trouxe à tona, doa a quem doer, um importante ponto para ser analisado e revisto pela sociedade americana. Na linha: olha o que temos no nosso quintal. Ou olha o que a nossa cultura pode provocar/criar em pessoas aparentemente inocentes.
Alguns acham melhor esconder Dzhokhar, outros acham que é preciso falar sobre ele.
As redes gigantes de farmácia das grandes cidades americanas, verdadeiros supermercados que vendem de tudo e são os pontos que mais vendem revistas na América, já revelaram um boicote a essa “RS”.
A “Rolling Stone” polêmica vem com uma explicação dos editores sobre a escolha dela. “Nossos corações estão com a vítima das explosões da Maratona de Boston. E nossos pensamentos estão com eles e com suas famílias. Esta capa que estamos publicando seguem as tradições do jornalismo e o sério comprometimento da Rolling Stone com coberturas dos mais importantes assuntos políticos e culturais do momento. O fato de Dzhokhar Tsarnaev ser jovem e pertencer ao mesmo grupo de muitos dos nosso leitores faz tudo ser mais importante para nós na busca de examinarmos as complexidades desse assunto, para tentarmos entender como acontece uma tragédia como essa.”
Vamos acompanhar.
A “Rolling Stone” tem uma média de vendagem em banca de 75 mil exemplares quinzenais. O número de venda online não é revelado, mas parece ser bem relevante perto do que sai em banca.

* A música mais famosa do mundo, você deve ter ouvido e visto o já famoso vídeo, é a deliciosamente malandra “Blurred Lines”, do Robin Thicke, uma espécie de reizinho do pop americano há algum tempo. É amigão da Beyoncé, brother do kanye, fez músicas para Christina Aguilera e Usher, se dá bem com a galera do rap, do R&B e é cara conhecida na TV por causa de programas tipo reality de calouros.
“Blurred Lines”, a música, está causando geral. No dia em que eu cheguei a Chicago, rádio ligado no carro alugado, e procurando estações parei na que estava tocando a música de #Thicke, como é conhecido. Era uma dessas rádios pop tipo Metropolitana, acho, e quando “Blurred Lines” acabou o locutor veio e disse: “Você pode estar estranhando porque eu toquei de novo essa música. Mas já avisei que nas minhas quatro horas de comando eu vou tocar Blurred Lines a cada três músicas, de tão boa.”
Esperei para ouvir e ouvi de novo “Blurred Lines”. Mais duas vezes, haha.
O negócio é assim: nesta semana foi divulgado que a música vendeu oficialmente mais de 1 milhão de cópias no Reino Unido, online e física. Foi a segunda música no ano a atingir a marca de um milhão de venda. A outra é “Get Lucky”, do Daft Punk.
A coisa fica mais séria quando você percebe que as DUAS canções mais bem-sucedidas do ano são cantadas pelo Pharrell Williams. No caso de Blurred Lines”, ele divide um dueto com Robin Thicke, o dono da música. Na verdade a música tem outra participação, a do rapper T.I. De todo modo, dá para dizer: Pharrell está f*da.
“Blurred Lines” é também o nome do novo álbum de Robin Thicke, o sexto, que saiu em março aqui nos EUA. O disco foi lançado esta semana no Reino Unido e deve engolir o primeiro lugar das paradas britânicas, no domingo.
Vamos acompanhar. E ouvir e ver a música e o vídeo da mulherada. Aqui em Chicago, pelo menos nas rádios em que eu ouvi a música, espertamente ela ganha uma aceleradinha na rotação, virando um groove irresistível de tão vagabundo.

*** A Popload está em Chicago com o apoio do Choose Chicago, organização que bomba Chicago aos olhos turísticos regionais, locais e internacionais, e do escritório brasileiro da Interamerican Network, que arma todo o contato.

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