Popload no Oriente Médio. Jordânia x Japão, Alá, Jesus Cristo, o príncipe, o Mar Morto e o show do intervalo
Lúcio Ribeiro
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* Popload no Mar Morto, Jordânia. E sem afundar…
* Ou ''Popload abençoada''. Porque aproveitei e fui molhar os pés no Rio Jordão, para garantir, né?
* Popload continua no rolê pela Jordânia. Rolê bíblico-histórico-musical-turístico. E futebolístico, por que não. A convite do príncipe, fomos ver o jogaço das Eliminatórias da Ásia, fase decisiva. Como é um estádio no Oriente Médio, como a torcida se comporta? Escrevi um texto sobre o jogo para a Folha, o qual reproduzo aqui abaixo acrescentando um vídeo que eu fiz no intervalo do jogo, da galera.
Árabes jordanianos comemoram com bandeira do Brasil um dos gols da seleção deles contra o Japão, válido pelas Eliminatórias asiáticas para a Copa do Mundo
Em foto da AFP, torcida da Jordânia se acomoda como dá no estádio do Rei Abdullah para ver a importante vitória de 2 a 1 contra o Japão, em Amã. Popload estava no jogão
Com Alá evocado o tempo todo nas arquibancadas, a seleção da Jordânia venceu de modo dramático o Japão por 2 a 1 na capital Amã, pelas eliminatórias asiáticas, e manteve forte o sonho de jogar o Mundial 2014, a primeira Copa de sua pobre história futebolística. A Jordânia, que era lanterna da chave até o jogo começar, pulou três seleções e agora é vice-líder (os dois primeiros vão ao Mundial), atrás apenas do Japão, que precisava de um empatinho para carimbar o passaporte para o Brasil, de vez.
Isso tudo é uma coisa. A outra coisa é que a Popload esteve no Estádio Internacional King Abdullah II com convite referendado pelo príncipe Ali Bin Al-Hussein e viu a empolgação que tomou conta do jogo e das ruas de Amã assim que o jogo terminou.
O torcedor árabe, a maioria muçulmana, se comporta como um frequentador de estádios brasileiro. Empurra o time, caçoa da torcida adversária, discute com a polícia. Mas tem as diferenças.
Se nos Estados Unidos a torcida xinga o pai do juiz em marcações desfavoráveis a seu time, na Jordânia quem leva a “culpa” é a irmã do árbitro, traduziu-me um local, que nasceu no Brasil. E a frase cantada tem palavrão cabeludo no meio.
O Rei Hussein, o antigo monarca, e seu filho e atual rei Abdullah II,estão presentes nas cantorias dos torcedores, que deixam seu sangue e alma à disposição da família real nas músicas. Mas as realezas perdem para Alá, o jeito de dizer Deus no islamismo, que é evocado para até para empurrar o time: “Alá, Alá, Vamos, Vamos”.
No intervalo do jogo, alguns torcedores aproveitaram para rezar na arquibancada, voltado a Meca.
Na hora dos gols, o primeiro do lateral Attiah e o segundo do habilidoso meia Ibrahim, os lenços vermelho-e-branco que servem de turbante aos jordanianos subiam aos ares junto às bandeirinhas do país distribuídas na entrada. Um espetáculo visual bonito.
Embora seu jogador mais badalado, Al-Saify, jogue no Kwait, a Jordânia reflete em seu plantel a rivalidade de três times de Amã, sua capital: Al Jazeera, A-Wehdat e Al Faisaly. Estes dois últimos levam sua inimizade até questões raciais. O Al Wehdat é defendido por jordanianos com ascendência palestina. O Al Faisay, por jordanianos considerados “puros”.
Assim que Jordânia x Japão terminou, a torcida da casa precisou esperar por volta de meia hora para ganhar as ruas de Amã, feliz com o triunfo.
As saídas foram fechadas enquanto o príncipe Ali não fosse embora do estádio. No caso de ontem, ele demorou mais que o normal porque foi ao vestiário cumprimentar jogadores e o técnico. Tive que dar esse tempo.
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* Antes do jogo, pela manhã, estava num museu na Citadela, em Amã, que já foi dos Romanos e se chamava Filadélfia. Estava lá, no Templo de Hércules, quando chegaram quase 150 japoneses, que estavam na cidade para ver o jogo das Eliminatórias. E aproveitaram para o passeio turístico. No museu, nas peças de várias eras e raças encontradas na cidade histórica, os japoneses faziam ''interferência'' na hora das fotos. Tipo nesta aqui abaixo, um busto do Império Romano que sobreviveu a tudo. Até à zoeira japonesa. Quer dizer…
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