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Enquanto o Vampire Weekend toca, o Tullio e a galera dançam…
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Lúcio Ribeiro

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São em centenas os festivais de música pelo mundo, mas existe uma coisa em comum em todos eles, mesmo que eles não sejam iguais: os chamados festival-goers, ou “festivaleiros”, na tradução bruta e livre.

Se você vai ao Glastonbury, por exemplo, tá lá a galera que não tem pudor em se jogar na lama. Na verdade, não é pouca gente que vai ao Glastonbury SÓ pela lama. No Coachella, é comum ver gente fantasiada de Homem Aranha, Batman ou Super Homem como se isso fosse uma coisa normal. De repente você se pega vendo alguém com uma fantasia dessas assistindo ao show do Tame Impala ao seu lado e tudo começa a fazer mais sentido.

Há uns cinco anos, um vídeo de um “festivaleiro” no Sasquatch Festival (Estados Unidos) ficou famoso porque ele começou sozinho uma dança esquisita e, minutos depois, tinha uma galera ao redor dele mandando seu recado de diversão através de danças descompassadas.

Neste fim de semana, rolou algo parecido em Interlagos. O Tullio Dias estava ali em “seu momento” dançando ao som do Vampire Weekend como se não houvesse amanhã e uma galera se sentiu atraída pelo passos indies do rapaz, dando início a um flash mob despretensioso. Aí virou festa. Tudo foi registrado por um amigo dele, claro.

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Lolla, dia 2 – o Arcade Fire e “o resto”
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Lúcio Ribeiro

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Com bem menos público, o domingo e último dia do Lolla foi perfeito. Trens mais vazios, sem pressão nos “gargalos” entre um palco e outro, menos filas e um line-up ótimo. Pensa: domingo em São Paulo com Johnny Marr (e 1/2 Smiths), Vampire Weekend, Savages, um Pixies no fim da tarde, talvez um Soundgarden ou um Jake Bugg e terminar a noite com New Order e Arcade Fire. Vai demorar para ter outro domingo como este. Entre os shows que a Popload conferiu de perto, dá para destacar que…

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* O virtuoso guitarrista e cada vez mais vocalista Johnny Marr não se incomodou com o p*** sol que tomava conta da região de Interlagos e não perdeu a pose e o visual “sou britânico do norte sim, e daí?”. Durante uma hora, esbanjou competência nas faixas de seu disco solo “The Messenger” e nos clássicos dos Smiths. Junto com o Arcade Fire, Marr ganha uma estrelinha no quesito “ai, que emoção” do Lolla 2014 pelo fato de dividir o palco com seu ex-companheiro de banda, o baixista Andy Rourke. Juntos, mandaram “How Soon Is Now?” e, como alguém espirituoso falou no Twitter, “fez Morrissey arrancar os bobs do cabelo em algum lugar da Inglaterra”. No entanto, o sentimento que fica é o de que Johnny era o cara certo, no lugar certo, escalado na hora errada.

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* A escolha mais difícil do dia foi entre Savages x Vampire Weekend. Pegar uma banda fresquinha, boa e que nunca tinha tocado no Brasil ou ver a outra que você adora, com disco novo lindo, mas que você já viu outras vezes? Sorte de quem tem fôlego e pernas compridas e conseguiu se deslocar pelos dois palcos (com uma cidade de distância entre eles) e pegar metade um e do outro. O clima favoreceu o Vampire Weekend. Sol bombando, perfeito para o batuque do Vampire Weekend. Mas, o verãozão fora de hora também deu um charme à apresentação pós-punk das meninas do Savages, todas vestidas de preto, como era de se esperar. Jenny Beth é o melhor exemplo de vocalista que vale o show. Ela transforma as músicas do (único) disco em um show à parte. Não dá para tirar os olhos dela e das performances a la Ian Curtis. Tudo isso do alto do seu salto 12 COR DE ROSA. A única peça colorida no palco. Prendeu a atenção e deixou o público que desencanou da corrida até o Vampire Weekend bem feliz.

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* Mesmo com algumas músicas novas, o show do Pixies não foi tão diferente daquele de 2010, no SWU. Mas aquele show teve Kim Deal, ausência sentida no show de ontem. We Miss You, Kim!! Paz Lenchatin, que entrou no lugar da oooutra Kim, faz o que pode, mas tem participação quase nula nos vocais e interação zero com o resto da banda. No entanto, é difícil um show do Pixies ser ruim. Foram 22 músicas e com um setlist deste tamanho, foi fácil pra Francis Black incluir os maiores hits e ganhar coro da plateia, mesmo que ele nem tenha dado um alô sequer ao público.

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* Já o Soundgarden estreou no Brasil para um Palco Ônix de plateia lotada. Abriram com a básica Searching With My Good Eye Closed, e logo começaram a desfilar uma mistura de hits e canções favoritas dos fãs que não chegaram a virar singles. Fizeram a ótima escolha de só tocar uma das músicas “novas” após meia hora de show, e teve uma resposta tão boa quanto o resto do setlist. Lentamente, um mosh pit foi se formando do lado direito do palco, e evoluiu até chamar a atenção da banda, quando o baixista Ben Shepherd gesticulou com as mãos para fazer um circle pit, e Chris Cornell elogiou as “pirâmides humanas” que se formaram.
A relação entre banda e plateia foi essencial para o show, que progrediu de forma orgânica e culminou em Beyond The Wheel, com Chris Cornell correndo para cantar no meio da plateia, e voltando com a manga da camiseta rasgada. Ao contrário do Nine Inch Nails, que fechou o mesmo palco no dia anterior, o Soundgarden se entregou aos fãs, e fez o show junto com eles, ao invés de para os mesmos.

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* Nove anos depois de vir ao Brasil pela primeira vez, no papel de coadjuvante dos Strokes no extinto Tim Festival e com apenas um único disco a mostrar daquela vez, a banda canadense Arcade Fire volta no redentor papel de atração principal do encerramento do festival Lollapalooza, com um público todo em elevado grau de entrega, envolvido pelos hits e pelas músicas novas de seu álbum recente, “Reflektor”, seu quarto disco. E por várias referências brasileiras.
O que se insinuou um “carnaval de gringo” no começo, com o telão mostrando cenas carnavalescas do filme “Orfeu Negro” (produção ítalo-brasileira de 1959) momentos antes de a banda subir ao palco, virou mesmo uma ópera indie, com rebuscada sonoridade que vai do pop barroco francês à disco music promovida por 12 músicos no palco durante pouco mais de uma hora e meia de apresentação.
O show foi espetacular da primeira à 17ª canção tocada, da nova “Reflektor” à emocionante “Wake Up”, do álbum de estreia, lá de 2004, com direito a citações cantadas de Tom Jobim e Caetano Veloso no setlist.
O vocalista, pianista e guitarrista Win Butler, regente dessa orquestra que um dia já foi underground mas agora tem um status muito maior, ofereceu a tocante “Suburbs” para São Paulo. Papel picado, um homem de espelho percorrendo a plateia, máscaras de papel machê. O carnaval da galera de Montreal fez muito sentido na terra do Carnaval.
A troca constante de instrumentos da enorme banda e a simbiose perfeita de Butler com sua mulher, Régine Chassagne, seja nos vocais fortes dele ou nas dancinhas dela, dão um equilíbrio empolgante ao show do Arcade Fire, o que faz os detratores chamarem de “Teatro Mágico do Canadá”, mas os simpatizantes o proclamarem uma das melhores bandas ao vivo do mundo hoje.
Pelo visto no Lollapalooza neste domingo em São Paulo, a segunda opção é bem mais apropriada ao “conceito Arcade Fire”.

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* Fotos
Sebastião Moreira / EFE
Adriano Vizoni / Folhapress
Avener Prado / Folhapress

* Equipe Popload no Lolla
* Cobertura: Lúcio Ribeiro, Ana Carolina Monteiro e Fernando Scoczynski
* Central: Alisson Guimarães
* Fotos: I Hate Flash

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Arcade Fire, enquanto maior banda do mundo, emociona e encerra o Lolla
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Lúcio Ribeiro

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O Arcade Fire fechou com chave de ouro a terceira edição do Lollapalooza Brasil, no Autódromo de Interlagos. A trupe canadense fez jus à expectativa e ao rótulo dado por muitos como melhor banda em atividade no mundo hoje. Se é a melhor ou não, o Arcade Fire mostra que cresce em proporções absurdas e amadurece ainda mais a cada disco lançado. E, claro, emociona.

O show de quase uma hora e quarenta teve todas as chinfras usuais da atual turnê. Cabeças gigantes, banda fake, efeitos refletivos, roupas coloridas, clima carnavalesco, chuva de papel picado e tudo mais. E teve também banda e público em uma sinergia fora do comum.

O carnaval brasileiro foi uma das inspirações temáticas do mais recente álbum deles, “Reflektor”. O filme “Orfeu Negro”, lançado no fim dos anos 50, foi utilizado em algumas ações promocionais no lançamento do disco e esteve representado no show de hoje com a Régine cantando “O Morro Não Tem Vez”, de Tom Jobim.

Na volta do bis, introdução com “9 Out Of 10” (Caetano Veloso) com a banda fake The Reflektors emendando a apoteótica “Here Comes The Night Time”. No fim, o cenário épico armado para a clássica “Wake Up”, que provocou a maior catarse coletiva do festival. Ainda sobrou tempo para Win Butler pegar o violão e repetir os “ôoo ôooooo” com a galera a capella.

Resumo da ópera: o Arcade Fire está cada vez mais monstruoso ao vivo.

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* SETLIST
Reflektor
Flashbulb Eyes
Neighborhood #3 (Power Out)
Rebellion (Lies)
The Suburbs
The Suburbs (Continued)
Ready to Start
Neighborhood #1 (Tunnels)
No Cars Go
Haïti
Neighborhood #2 (Laika)
Afterlife (intro com ‘My Body Is a Cage’ a capella + New Order, ‘Temptation’)
It’s Never Over (Oh Orpheus) – (intro com “O Morro Não Tem Vez”, de Tom Jobim)
Sprawl II (Mountains Beyond Mountains)
Normal Person (intro com ‘Aquarela do Brasil’)
Here Comes the Night Time (intro com “Nine Out Of Ten”, de Caetano Veloso)
Wake Up

* Fotos
Caio Duran / AgNews
Divulgação


Vampire Weekend segura o público do Lolla com seu batuque indie
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Lúcio Ribeiro

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O grupo nova-iorquino Vampire Weekend fez show agitado para um bom público no fim da tarde de hoje no Lollapalooza. Na bagagem, uma mescla boa de seus três primeiros discos, mas com destaque substancial para o disco mais recente deles, o bombado “Modern Vampires of the City”.

Ezra Koenig completa 30 anos terça agora e, simpático, seguiu à risca a tabelinha de “bom comportamento” de vocalistas gringos que chegam aqui tentando falar em português, tipo Bono e McCartney. Mandou até um “tamo junto”, depois de elogiar a cidade de São Paulo.

O Vampire Weekend mostrou sua mistura maluca de afroindie com electro-batuque e segurou bem a galera com um set puxado por hits como “A-Punk” e “Diane Young”.

Com dois álbuns e certo nome na cena independente, o Vampire Weekend foi outra das muitas bandas de tempos recentes que chamaram a atenção para a prolífica Nova York sonora.

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* SETLIST
Diane Young
White Sky
Cape Cod Kwassa Kwassa
Unbelievers
Holiday
Step
Everlasting Arms
Cousins
California English
A-Punk
Ya HeY
Campus
Oxford Comma
Giving Up the Gun
Hannah Hunt
Walcott

* Foto: Avener Prado / Folha Press

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Lolla, dia 1 – as fotos da galera
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Lúcio Ribeiro

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A Popload está de olho na galera que faz o verdadeiro show do Lollapalooza Brasil: o público.

Através das lentes espertas e incríveis do I Hate Flash, podemos ver a turma se virando com esse calor infernal e curtindo a vibe positiva do novo Lolla.

Abaixo algumas fotos do público que circulou por Interlagos ontem, quando o Lolla recebeu cerca de 70 mil pessoas. Outros cliques podem ser conferidos no site do I Hate Flash.

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Lolla, dia 1 – Lorde, NIN e Disclosure ganham a corrida de fórmula indie
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Lúcio Ribeiro

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A gente reclama, reclama, mas chega o dia do festival e estamos aqui já contando os dias para o próximo. O primeiro dia do Lolla teve mais acertos que erros, mesmo que alguns desses erros pesem um pouco na balança. Com um line-up encabeçado por NIN e Muse, com Lorde e Disclosure no pacote, a maioria (tipo 90%, numa estatística de cabeça tipo IPEA haha) do público era de adolescentes. Esses levaram muita vantagem em relação aos mais velhos aqui, podendo percorrer a distância entre um palco e outro sem ter que fazer umas paradinhas estratégicas para disfarçar o cansaço no meio.

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Em novo espaço, o Lolla versão-Autódromo ficou bonito, ainda mais visto de cima, com os três palcos lotados. Mas, também visto de cima, o tamanho do evento assusta. A distância entre o palco Interlagos e o palco Onix, por exemplo, é uma maratona. Quem esperou a Lorde acabar o show para correr pro NIN talvez tenha atingido a linha de chegada no fim do festival.

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Panorâmica do festival, do alto. O palco “vermelho” era onde o Julian ia tocar. À direita da foto, galera em massa chegando tipo 16h. Lá no fundao, um mar de gente para o palco onde o Cage the Elephant estava tocando e depois iam entrar Imagine Dragons e NIN

O mesmo aconteceu com quem foi de trem até lá. A opção mais certeira, sem dúvida. Pena que a gente não conseguiu fazer o trajeto estação Autódromo-Lolla nos seis minutos sugeridos no site (aquilo foi pegadinha do Google Maps, certeza). Até tentamos, mas na metade do morro esgotamos uns 20min de caminhada e 2 pit-stops para água. Mesmo assim, pelo menos pra gente, foi bonito ver TODOS os vagões da CPTM lotados de “público de festival”. Meninas ex-Lana atuais-Lorde com flores na cabeça, turminhas com camisetas customizadas do MUSE, várias do Morrisey, do Ramones & do Iron Maiden (não podem faltar), a cantoria nas estações, etc. E a marcha até o festival. Parecia carnaval de Salvador, sem o trio elétrico.

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Do trem para o autódromo

Apesar deste tamanho todo, com espaço de sobra para todos os lados, o Lolla TRAVOU em alguns momentos. Logo após o show da Lorde, no palco Interlagos, ninguém saía, ninguém entrava. A única saída possível afunilava atrás de um bar e ninguém conseguia se mexer. Por sorte, eram fãs teens da Lorde contra fãs da Nação Zumbi chegando, com um intervalo até que considerável. Se fossem públicos de duas bandas grandes, teria sido trágico. Esse trajeto-sufoco durou quase que meia hora. Isso porque a gente nem estava tão longe da “saída”!

Quando voltamos para o show do Disclosure, o bar deste palco já havia sido fechado para dar vazão. Esperamos que funcione hoje, principalmente quando rolar a transição Jake Bugg –> New Order.

Uma dica: os caixas do palco PERRY estavam sempre tranquilos! Vale a pena andar um pouquinho até lá e evitar fila!

* Julian Casablancas: até ontem, eu ainda tinha uma certa dúvida se o Julian tem um péssimo operador de mesa, técnico de som, microfone podre… ou se tudo isso é estilo mesmo. Pode ser que todas as alternativas acima sejam verdadeiras também… E que esse show com um jeito ruim de ser seja o que ele queira. Mas, Julian, o que é isso??? De longe, parecia OK. Chegando mais pra frente, foi dando dor de cabeça. Som embolado, gritaria, desafinadas… Até não dar mais para reconhecer nada. Nem se fosse Last Nite do Strokes, acho. Bizarro.

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* O dia foi da Lorde, que juntou hipsters, indies variados e fãs mirins de “Crepúsculo”, dando um nó na música pop aos olhos brasileiros. Sem banda (banda, banda, quero dizer) de apoio, sem vocal de apoio, sem cenário, sem nada. Ela se garante. E não só em Royals, o hit dos hits, mas em todas elas.
Essa mistura sui-generis de público, um mar de gente, de certa forma revela que essa mesma música pop ainda procura entender o papel de uma garota de 17 anos com apenas um disco de carreira, um prêmio Grammy na bagagem, vendas monstruosas nos EUA sendo ela uma neozelandesa que não tem oito meses era apenas conhecida no underground da música.
Nem ela ainda entende. “Eu me sinto com muita sorte de estar aqui [no Brasil] diante de um público desses. Pessoas da Nova Zelândia não costumam muito viajar para fora do país. E eu aqui. E vocês ouvindo minhas palavras”, disse Lorde perto do fim de seu belo show, deixando escapar um choro rápido.
Show fofo do começo ao fim. Com suas dancinhas, suas caretas, com seus 17 anos com atitude de 30. Melhor show da noite.

* Surpresa do dia que quase ninguém viu: Flume, no palco Perry. O DJ australiano, grande destaque da cena eletrônica de lá e já sendo adorado no “Ocidente”, fez uma apresentação quase que só de suas músicas, mesmo. E não era uma apresentação convencional de DJ. Uma música não estava mixada à outra. Ele desempenhava ela uma a uma, tocando organicamente em várias delas e combinando com um belo sistema de luz de palco e telão. Entre suas músicas próprias, de seu incrível disco homônimo, mandou um remix dubstep incrível de Lorde, para “Tennis Court”. Flume arrasou. Até o “garoto bambolê” deu um show na tenda eletrônica ao som do produtor, DJ e “instrumentalista de música eletrônica” Flume.

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O “bambolê guy” da tenda eletrônica durante apresentação do DJ Flume

* Após a migração em massa pós-Imagine Dragons, o palco que receberia o show do Nine Inch Nails ficou um pouco vazio, dando chance para quase qualquer um chegar na grade – mas, logo antes do show, a área encheu.
NIN trouxe um show básico no aspecto visual, diferente do que leva a festivais em outros cantos do mundo, mas compensou com a parte musical. O setlist de 19 músicas foi um greatest hits com algumas variações (como a relativamente rara Beside You In Time), e poucos riscos (a outro eletrônica extendida da faixa The Great Destroyer). A plateia parecia dividida entre fãs de longa data e curiosos, sem meio-termo – os primeiros cantavam até músicas novas que empolgavam menos, e os outros saíam aos poucos com algumas faixas menos conhecidas ou lentas.

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A banda, agora um quarteto, recriou algumas músicas num formato diferente, às vezes trocando a bateria por uma batida eletrônica enquanto o baterista Ilan Rubin tocava baixo ou guitarra. O resultado foi bom, e trouxe a maior mudança para quem já assistiu a outras turnês do NIN. Trent Reznor manteve-se até mais frio do que o normal, falando no máximo dois “thank you” durante todo o show, e mostrando um pouco de humanidade ao esquecer a letra de Beside You In Time e não conseguir esconder o constrangimento.

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* Muse, chegando após o cancelamento do show extra de quinta, e pouco mais de seis meses depois de sua última vinda ao país, parecia ter algo a provar. A banda justificou sua passagem pelo festival com um setlist inusitado, quase a prova de críticas. Misturaram os singles obrigatórios (Madness, Knights of Cydonia) com faixas antigas que não aparecem em todo show (Bliss, Butterflies & Hurricanes) e raridades que a maioria ali provavelmente nem lembrava o nome (Agitated, Yes Please). Logo nas primeiras músicas, conquistaram a plateia de forma inusitada: um cover de Lithium, do Nirvana, que soou orgânico e puxou um sentimento de nostalgia do público.
Um “problema”: luzes infernais apontadas para os olhos da plateia do palco um, de duas torres de som. Muitos reclamaram, e até colocaram óculos de sol à noite para diminuir o efeito.
Mas único problema real do show estava na voz de Matt Bellamy, prova real de que estava doente recentemente. Não conseguia atingir agudos, e fez um esforço imenso para alterar certas músicas e adaptá-las a um tom diferente. No fim, um show único na carreira da banda, tanto pelo setlist quanto pelos problemas de voz. A gente tem informações de que Matt precisou usar um potente reforço de voz em momentos da apresentação, tanto que eles vetaram de última hora a transmissão ao vivo do canal Multishow, para evitar possíveis escorregões maiores.

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* Já o Disclosure foi outro ponto alto da noite. Eletrônica feita com a mão, orgânica. Músicas dance de FM inglesa dos anos 90 que odiávamos e de repente ficaram cool, revividas. O único senão do show é que, com um monte de música cantada, quase todas por cantores convidados, dificilmente eles acompanham o Disclosure para lugares longe como o Brasil. Então nos resta cantores de telão. Ou desenhos cantores. Mas fica o recado de que existe respiro novo na música eletrônica, em meio aos DJ’s que tocam o show em um pendrive. O Disclosure chega como uma das melhores e mais interessante novidades do gênero em anos, justificando o rótulo de “novo Chemical Brothers”, mesmo que eles não pretendam ser. E que nem são.

*** VÍDEOS

* Fotos
Derek Mangabeira / I Hate Flash
Caio Duran/AgNews (Lorde)
Reinaldo Canato/UOL (NIN)
Avener Prado/Folhapress (Disclosure)
Adriano Vizoni/Folhapress (Muse)

* Equipe Popload no Lolla
* Cobertura: Lúcio Ribeiro, Ana Carolina Monteiro e Fernando Scoczynski
* Central: Alisson Guimarães
* Fotos: I Hate Flash

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Ouça a playlist especial Lollapalooza feita pela Popload no Napster
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Lúcio Ribeiro

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Mantendo em cima o clima Lollapalooza que está tomando conta de todos nós neste final de semana, a Popload apresenta uma playlist especial do evento com músicas do nosso gosto, feita para a famosa plataforma de streaming Napster.

Quem fizer um cadastro no Napster tipo agora terá 7 dias de serviços gratuitos. Para ouvir a playlist Lolla by Popload, acesse o link pelo banner abaixo.

* Playlist
Muse – Starlight
Muse – Panic Station
Nine Inch Nails – Copy Of A
Nine Inch Nails – Head Like A Hole
Phoenix – Trying To Be Cool
Phoenix – Lisztomania
Disclosure – Latch
Disclosure – When A Fire Starts To Burn
Julian Casablancas – 11th Dimension
Julian Casablacas (no canal Daft Punk) – Instant Crush
Kid Cudi – No One Believes Me
Lorde – Tennis Court
Lorde – The Love Club
Nação Zumbi – Samba Makossa
Capital Cities – Kangaroo Court
Cage the Elephant – Come A Little Closer
Cage the Elephant – Indy Kidz
Wolfgang Gartner – The Way It Was
Portugal. The Man – Waves
Café Tacvba – De Este Lado Del Camino
Silva – Universo
Arcade Fire – Afterlife
Arcade Fire – Wake Up
Soundgarden – Black Hole Sun
Soundgarden – Superunknown
Pixies – Greens And Blues
Pixies – Where Is My Mind?
Vampire Weekend – Diane Young
Vampire Weekend – A-Punk
New Order – Californian Grass
New Order – 60 Miles An Hour
Savages – Shut Up
Savages – She Will
Ellie Goulding – Mirror
Jake Bugg – Two Fingers
Jake Bugg – What Doesn’t Kill You
Johnny Marr – The Right Thing Right
Johnny Marr – New Town Velocity
The Bloody Beetroots feat Paul McCartney – Out of Sight
Raimundos – Puteiro em João Pessoa
AFI – Miss Murder
Apanhador Só – Despirocar
Brothers of Brazil – I Hate The Beatles

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E no meio da madrugada tinha o Jake Bugg, o Win Arcade Fire, o Disclosure
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Lúcio Ribeiro

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* Não bastasse o perrengue de sair lááááá de Interlagos tardão da noite, quando chegávamos à “civilização” era preciso optar por ver o Jake Bugg no Cine Joia, o Win Arcade Fire discotecando Beastie Boys e frufrus no Bar Secreto ou o Disclosure praticando um DJ set no Gran Metropole. Sem comer, sem banho. Ou um pouco de tudo isso acima. Incluindo artistas, asseio, alimento.

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JAKE BUGG – o Cine Joia, na Liberdade, estava cheio, com fãs na porta desde as sete (whaaa?), menores de idade implorando ao manager por misericórdia, para entrar onde não podia “de menor”… Jake Bugg já foi ao palco com gritaria de boy band. Meninas ensandecidas, meninos emocionados. Sério. O inglês quietão (marrentinho, mas com coração haha) falou pouco e tocou muito. 20 anos e umas 7 guitarras, só no palco — sem contar os dois violões. Começou com violãozinho básico, a la Bob Dylan, foi acelerando, acelerando, plugou tudo e o show foi ficando mais pesado. “What Doesn’t Kill You”, desta fase “elétrica”, ao vivo, é maravilhosa! Voltou para um momento violão (com ele sozinho no palco) e terminou com banda e mais guitarras. Tudo, TUDO!, cantado do começo ao fim por quem estava lá (“Two Fingers”, principalmente). Jake Bugg toca hoje no Lolla (quase que) ao mesmo tempo que Soundgarden… Adivinha quem a gente vai ver? ;o)

WIN BUTLER – Quem te viu e quem te vê, hein Win Butler? Sorte nossa, mas aquele gigante tímido, desajeitado, que na primeira vinda ao Brasil, em 2005, nem quis sair do hotel e tudo mais, acabou se transformando em show man, piadista, animador de festas com cabeças de Olinda e até DJ.

Em discotecagem de “última hora” no Bar Secreto, em Pinheiros, Win Butler vestia a sua tradicional fantasia de DJ: luvas de esqueleto, roupa camuflada e um lenço cobrindo o rosto (quando deixava a picape). Setlist improvisado, meio zoeira meio sério, mas quem estava lá nem ligava muito para isso, na verdade. Gostamos da versão zero por hora de “Hey Ya” e um Michael Jackson (em uma das várias do Jackson que ele tocou) beatbox. Tomando cachaça no gargalo e animadíssimo, ainda desceu para pista e dançou com a ~galere~. Óóónnnn. Win Ferveção tem todo nosso apoio. Só não vai dar uma de Julian hoje, por favor!

DISCLOSURE DJ SET –
O “show” que no fim era DJ set do grupo inglês de irmãos Disclosure foi “estranho”. Essa foi a impressão maior que arrancamos de quem foi. O grupo subiu às picapes do Gran Metropole, no Centrão, tipo 2h da manhã, cerca de três horas depois da ótima apresentação deles no Lollapalooza.O estranho (!) é que, como não fomos, perguntei para vários amigos que foram e quase todos falaram: “Estranho”!

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Fenômeno adolescente: Lorde faz show magnético e levanta público no Lolla
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Lúcio Ribeiro

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Tem algo sério acontecendo na música pop quando uma plateia de um mesmo show junta indies marmanjos empolgados e menininhas fãs da série “Crepúsculo” chorando copiosamente. Em cima do palco Interlagos, teoricamente o terceiro mais importante do Lollapalooza, estava a adolescente-fenômeno Lorde, em seu primeiro show no Brasil.

Essa mistura sui-generis de público, um mar de gente, de certa forma revela que essa mesma música pop ainda procura entender o papel de uma garota de 17 anos com apenas um disco de carreira, um prêmio Grammy na bagagem, vendas monstruosas nos EUA sendo ela uma neozelandesa que não tem oito meses era apenas conhecida no underground da música.

Nem ela ainda entende. “Eu me sinto com muita sorte de estar aqui [no Brasil] diante de um público desses. Pessoas da Nova Zelândia não costumam muito viajar para fora do país. E eu aqui. E vocês ouvindo minhas palavras”, disse Lorde perto do fim de seu belo show, deixando escapar um choro rápido.

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Lorde em ação, ao vivo, chega a ser magnética. Com uma banda de dois integrantes e a ajuda de uma programação sonora que emula um grupo maior e até com backing vocals, ela passeia com sua voz marcante por um inteligentíssimo som atual, que vai de um pop dramático “de meninas” tipo Lana Del Rey a nuances de hip hop e música eletrônica, incluindo dubstep.

Na hora de seu maior hit, já perto do fim, a pegajosa “Royals” deve ter batido o recorde mundial de celulares levantados em um show na história. Assustador.

SETLIST
Glory And Gore
Biting Down
Tennis Court
White Teeth Teens
Buzzcut Season
400 Lux
Easy
Ribs
Hold My Liquor (Kanye West cover)
Royals
Team
A World Alone

* Foto: Reprodução TV


Muse veta transmissão de show no Lolla para esconder playback
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Lúcio Ribeiro

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A banda britânica Muse definitivamente não está passando por bons momentos nesta nova visita ao Brasil. O grupo, que precisou cancelar de última hora o sideshow que faria no Grand Metrópole com 2.500 ingressos esgotados na última quinta-feira, informou ao canal de TV Multishow que não iria liberar a transmissão ao vivo de seu show na noite de hoje no Lollapalooza. Isso minutos antes de subir ao palco.

A Popload apurou que o vocalista Matt Bellamy não se recuperou totalmente do problema na garganta que fez a banda cancelar o show da quinta-feira e que a apresentação no festival só vai rolar graças ao reforço do famoso playback.

O papo sobre o Muse “mais ou menos ao vivo” que a gente ouviu e apurou por aqui ganha peso com o veto por parte da banda britânica, uma das headliners da edição deste ano.

Vamos ver o desenrolar disso tudo.

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