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O electro-fatalismo do incrível Majical Cloudz

Lúcio Ribeiro

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* Quando eu estava em Chicago para o Pitchfork Festival, na véspera do início do evento, fui a um show de uma banda chamada Majical Cloudz. Fui por ir, um programinha pós-jantar, já que eu estava ali, na área. Conhecia duas músicas do Majical Cloudz, de ouvir em rádios americanas, e gostava de ambas, mas nunca tinha me aprofundado em saber mais sobre o grupo, que eu nem sabia ser do Canadá e nem que era uma dupla.

O Majical Cloudz, vi lá, é na verdade um projeto do estranho Devon Welsh, um rapaz careca e magnético no palco com sua “camiseta Hering branca” para dentro da calça social preta. Microfone na mão e duas facetas. Cheio dos discursos e historinhas entre as canções e um transe quase teatral e desesperador quando uma música é tocada. Esmurra o ar, balança a cabeça com raiva. É dramática uma apresentação do Majical Cloudz.

No show, a luz vai para ele e o microfone dele. Ao vivo, convida seu produtor Matthew Otto para comandar os barulhinhos por meio de teclados. Virou uma dupla inusitada, já. É quase eletrônico, é quase rock, mas não tem bateria nem guitarras. As letras são tristes demais. Parece música de igreja com órgão embalando lamentos de um bêbado cantados em um ambiente onde venta muito. Difícil definir. Já chamaram de ‘fatalist electro-ballad’. Se não é isso, é perto disso.

Acabaram de lançar o segundo disco, “Impenetrator”, e têm tocado sem parar de Nova York a Los Angeles. Welsh quer sua atenção para as lamúrias dele. Dê.

Seguem um vídeo que eu fiz dele no show de Chicago, Lincoln Hall, mandando a linda ''This Is Magic''. Outro da canção inacreditável deles é ''Bugs Don't Buzz'', na versão clipe oficial. E depois uma participação deles no distinto programa de web francês La Blogotheque, dentro daquele A Take Away Show, coisa fina, cantando no metrô de Paris e tudo.

Bem, cuidado. O Majical Cloudz não é uma banda normal.

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