Popload na Austrália. O Liam também. O Nadal também. E o Arcade Fire. E…
Lúcio Ribeiro
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* Popload em Melbourne, Austrália, a capital do mundo agora em janeiro. Ou não é bem assim?
* Não canso de ouvir que, para saber mais ou menos como pulsam as duas principais cidades australianas, Melbourne e Sydney, é bom comparar a primeira com São Paulo e a segunda com o Rio de Janeiro. Guardada todas as proporções, claro. Melbourne, no momento a primeira cidade visitada pelo blog, é cinco vezes menor que SP na população e funciona cinco vezes melhor em todos os sentidos. Imagina se o Tietê fosse um rio decente e ao longo de sua margem dentro da metrópole você tivesse parques incríveis, prédios bonitos, restaurantes e bares cool, áreas para passeios sossegados. Isso é Melbourne, grosso modo.
Mister Liam Gallagher, Beady Eye/Oasis, atacando de tenista nas quadras do complexo onde acontece o Australian Open aqui em Melbourne, horas atrás. O Beady Eye toca sexta no festival Big Day Out (etapa Melbourne).
Melbourne, a 13 horas de diferença de SP para mais, e cerca de 28 horas de vôo se você vem por Los Angeles como eu vim, se orgulha de algumas coisas, aprendi aqui:
– Antes de se chamar Melbourne, a cidade se chamava Batmania. Mas nenhuma conexão com o homem-morcego. E, sim, por causa de John Batman, colonizador australiano que fundou o lugar. Aqui tem a Batman Avenue, a estação de metrô Batman, o parque Batman.
– A cidade tem a maior rede de bondes do planeta, ótimo transporte público daqui que sempre dá uma arrancadinha natural meio repentina e em todas elas quase derruba turista.
– Essa eu não sabia. O primeiro filme produzido no mundo foi em Melbourne, em 1900 (“Soldiers of the Cross”)
– Melbourne tem a segunda maior comunidade chinesa do mundo. Dizem aqui que é a maior comunidade italiana fora da Itália, a maior inglesa fora da Inglaterra e é o terceiro lugar no planeta que mais se fala o grego, tirando as cidades de Atenas e Tessalônica, ambas na… Grécia.
Programação de próximos shows de um dos clubes de Melbourne, o Prince Bandroom, que fica na praia de St Kilda, num dos cantos da cidade. Nada mau…
Melbourne está bombando. A cidade se encontra recebendo o Australian Open de tênis, um dos quatro torneios da temporada mais importantes do mundo no esporte (Grand Slam). A gigantesca população chinesa já ensaia nas ruas de Chinatown a festança da chegada do ano novo deles, o do dragão (31 de janeiro). Dia 26 agora, em janeiro, o país comemora o Australia Day, o maior feriado nacional daqui. Pensa nas comemorações planejadas.
Sexta que vem tem o enorme festival Big Day Out, um dos mais famosos do mundo, acontecendo aqui em Melbourne, com Arcade Fire e Pearl Jam como headliners. Popload, se nada atrapalhar, estará presente. E, daqui a duas semanas, tem o Laneway Festival, o melhor line-up indie de 2014 “so far” (devo pegar esse em Sydney).
Puxado!
Melbourne tem espalhado, em vários cantos da cidade, um monte de pianos como este. Fazem parte do projeto “Play Me, I’m Yours”. Muita gente senta, toca, desenha, interage. As ruas têm trilha sonora
Ontem, segunda, eu passei o dia no Australian Open. Além de ver jogos da Sharapova, o Nadal e a Azarenka (e o Federer treinando), pude assistir um show no complexo das quadras da banda indie local The Preatures, quinteto de Sydney que tem uns singles bem colocados fora da Austrália, especialmente nas cenas independentes de Nova York, Londres e Paris. O complexo de quadras vira um grande centro de entretenimento. Tirando as duas gigantes arenas dos jogos principais e dezenas de quadras menores, o lugar abriga várias lojas, tem um parque com telões, áreas de gastronomia e um cercado de patrocinadores onde várias coisas acontecem. Entre elas, shows e discotecagens. E o Preatures tem uma música bem famosinha, até: “Is This How You Feel?”, que já apareceu aqui na Popload. O álbum de estreia deles sai agora em 2014.
Dentro do Australian Open, a banda tocou com todo mundo vestido de tenista, haha. E “Is This How You Feel?”, nessa apresentação, ficou assim:
A Austrália tem a Triple J, né não?, uma das melhores rádios indies do mundo. O app deles é incrível e dá para ouvir pelo celular facinho. Uma música que está tocando sem parar por aqui, e reparei que toca bastante também na americana Sirius XMU, é a fofura “Don’t Wait”, da cantora Mapei, uma rapper underground americana, quase soul, que vive desde pequena em Estocolmo, na Suécia, o suficiente para ela dizer que faz parte da cena sueca mesmo. Ela circula timidamente pelo indie há algum tempinho. O “Guardian”, o Pitchfork e a “Les Inrockuptibles” amam ela. O Diplo também. Se eu não me engano, foi o Miranda que me mostrou ela no ano passado. Sabe o Miranda, não?
Mas Mapei bombou mesmo com essa “Don’t Wait”, lançada no soundcloud em novembro. Muita gente boa aposta que ela estoura em 2014. Com aqueles papos de que Mapei apareceu para modernizar a soul music. Olha que beleza.
* A Popload está na Austrália a convite do Tourism Victoria (Melbourne) e Tourism Australia (Sydney).
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