Na onda do Nirvana. Livro traz a história de turnê grunge na Europa em 1989
Lúcio Ribeiro
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* Na onda atual que resgatou o nome do Nirvana aos assuntos pops, por causa da especialíssima reedição do álbum “In Utero”, 20 anos, está um livro bem interessante, que mostra um pouco o que aconteceu com o grupo de Kurt Cobain quando ele era apenas um grupo de som doido de Seattle que estava lançando um bom disco indie por um selo pequeno numa era pré-internet.
“Experiencing Nirvana: Grunge in Europe, 1989”, de Bruce Pavitt, que já foi lançado na internet e nessa nuvem de Nirvana que volta a assombrar a música ganha edição física no dia 14 de novembro nos EUA, retrata uma micro-história do grunge em geral e do Nirvana em particular, diz seu autor. Retrata é o termo: tudo é muito bem ilustrado com dezenas de fotos. E tendo as bandas Mudhoney e TAD como coadjuvantes num certo trecho da turnê pela Europa, que incluiu Londres, interior da Inglaterra, Zurique, Genebra, Roma, Paris, em oito dias.
TAD e Mudhoney eram coadjuvantes em termos, porque quando a turnê foi marcada o Nirvana era a menor das três bandas, tinha menos cartaz. Chegando na Europa, com o primeiro disco (“Bleach”) já lançado, foram ganhando outra importância.
A versão virtual do livro é mais bacana. Tem um mapa interativo das cidades percorridas pela turnê e um digital playlist com 50 músicas de galera da época, da Sub Pop ou do rock americano (Husker Du, Dinosaur Jr, Pixies, Black Flag…) e não só, que as bandas e Pavitt ouviam em baladas ou nas vans durante essa turnê. A versão física promete mais fotos ainda que a virtual.
Acima na foto, um lado interessante do vocalista Mark Arm, durante show do Mudhoney na Inglaterra. No fundo da foto, com uma latinha de cerveja na mão, está um ninguém chamado Kurt Cobain.
Aliás, o autor de “Experiencing Nirvana: Grunge in Europe, 1989”, Bruce Pavitt, é “só” um dos fundadores da Sub Pop, um dos selos mais importantes da história do rock, que iniciou a revolução grunge do final dos 80, começo dos 90. E que deu ao mundo a banda de Cobain, na época com Chad Channing na bateria (Dave Grohl assumiria as baquetas no ano seguinte).
“O Nirvana é a resposta da Sub Pop para os Beatles”, escreveu um jornalista inglês na passagem dessa turnê grunge pela Inglaterra, no semanário “New Musical Express”. Vai vendo. Estamos em 1989. Vai vendo.
Pavitt deu recente entrevista sobre o livro ao site brother Scream & Yell, dá uma conferida.
Algumas fotos do livro, que não tem perspectivas de lançamento no Brasil, estão aqui abaixo.
Em uma estação de trem da Suíça, Cobain liga para a namorada nos EUA para dizer que roubaram sua bolsa com passaporte e tudo
Cobain tomando um capuccino no trem de roma para Genebra, onde iria tocar e quando ainda tinha seu passaporte
Show do Nirvana no lendário Astoria, em Londres
Kurt Cobain em ação em Roma. Ele é a personagem principal do livro de Bruce Pavitt