South by Southwest oferece “noite histórica” para a música eletrônica
Lúcio Ribeiro
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O incrível Deadmau5, alcunha do canadense Joel Zimmerman, atração Lollapalooza Brasil no final do mês, mediu (ou juntou) forças na noite de ontem com o veterano Richie Hawtin, espécie de embaixador do techno minimalista underground. O encontro aconteceu em Austin, no Texas, durante o bombator South by Southwest. O encontro do velho e do novo. Do pop e do indie da eletrônica, se é que você me entende.
O “embate”, que também foi estendido para uma roda de discussões, serviu justamente para debater as possíveis diferenças que a música eletrônica tomou nos últimos tempos, a projeção que ela alcançou, se existe ainda uma essência underground (Hawtin) ou se tudo relacionado ao estilo passou a ser “banalizado” para o apelo comercial (Deadmau5).
Para quem não sabe, Richie Hawtin é um dos grandes ícones da história do Techno “cabeçudo” e apareceu para o mundo com o seu pesado projeto Plastikman. Do outro lado, Joel Zimmerman, o Deadmau5, é um dos nomes pontuais do momento quando o assunto é música eletrônica, dos mais conhecidos da dance music, e consegue caminhar não só no espaço underground, mas também no mainstream.
Nesse choque de gêneros, os dois DJ’s se apresentaram no formato back2back. E o Deadmau5 deixou de lado seus apetrechos visuais e apareceu todo dark, sem máscara, tipo o Hawtin, “natural”. Quem assistiu e conseguiu entender a dimensão da coisa, notou o climão tenso. Só no começo (como flagra o vídeo abaixo), veio uma intro nervosa de mais de três minutos punk. A apresentação conjunta durou mais de uma hora e, dizem, não teve nada farofa. Tem gente tratando a noite de ontem como um marco histórico para a música eletrônica. Uma hora ou outra a gente deve voltar a falar desse assunto.