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* Daqui a pouco, em Austin, Texas, começa oficialmente a parte musical do descomunal South by Southwest, a maior vitrine mundial da música nova ou de novidades da velha música, tudo junto e misturado. Um verdadeiro formigueiro humano de bandas, artistas solo, jornalistas, produtores, publicitários, empresários da música e, até, fãs das bandas, transformam Austin em um formigueiro humano até domingo para acompanhar as novas bandas inglesas e chinesas, brasileiras e australianas, chilenas e de-onde-quer-que-seja. Da molecada brasileira emo-MTV do Cine e o rapper Emicida até a superbanda nova e cheia de astros do Dave Grohl ou os mastodontes pop Depeche Mode, serão cerca de 2000 nomes se apresentando na programação “normal” do festival, durante a noite, e os mesmos 2000 e outros mais tocando na cidade nas inúmeras festas paralelas, durante o dia, a partir do café da manhã patrocinado, do almoço patrocinado, do churrasco bancado por rádios, TVs, gravadoras, jornais, sites. Quando o festival começar mesmo, se é que já não começou, e sem contar atividades extra-extra-extra Sxsw que já rola desde a semana passada, a música não vai parar até domingo.

O South by Southwest são três festivais dentro de um. É o de música que começa hoje, mas o cada vez mais importante festival de Cinema e o incrível festival de Interatividade já acontecem desde sexta passada. Hoje a bagunça no Texas se completa generalizada. O Grumpy Cat está lá, o filme “Evil Dead” nova versão, as incríveis TecTiles da Samsung (não é uma banda), o Flaming Lips, o “Spring Breakers”, discussões tipo “Como transformar seu blog num clube” ou “Como desenvolver remédios no espaço para salvar vidas na Terra”, o Foxygen, o Parquet Courts, o Palma Violets, o Yeah Yeah Yeahs são destaques do Sxsw. Todo o mundo está em Austin. Ou quem não está em Austin está ligado em Austin.

Repara no Twitter. Qualquer conta decente ligada à música que você siga está no Sxsw ou falando sobre. A Popload, que vai ao festival quase todo ano, desta vez vai cobrir de longe, com uma pequena ajuda de amigos colaboradores, oficiais ou informais. Mas, com as redes sociais, tão longe, tão perto. Óbvio, estou me queimando de vontade de estar lá, perdido feito barata tonta de um canto para outro sem saber direito o que fazer com tanta coisa para fazer. Mas não pude ir por causa de um outro “compromisso” nos próximos dias, meio “diferente”. Enfim.

Para dar uma ideia de uma “noite normal” do Sxsw, num certo momento de 2012 eu estava assistindo ao show do Jack White e suas duas bandas, do lado de fora do clubinho, porque dentro era impossível entrar. Mas era perfeitamente possível ver e ouvir o show da calçada ou da rua em frente ao bar, pelas janelas. Jack White até vinha dar uns acenos para os outsiders de vez em quando. No mesmo horário, um pouco mais cedo, um pouco mais tarde, em outros clubes/bares perto dali tocavam The Drums, Wayne Kramer (MC5), o rapper 50 Cent com Eminem de convidado especial, o Skrillex, o Alabama Shakes, o Dinosaur Jr e o Clay Your Hands Say Yeah. Ok até aqui? Eu, ali, no Jack White, resolvi abandonar o ex-White Stripes para ver um pouquinho do Father John Misty, que estava tocando perto, tipo um quarteirão de distância. Saí, fui, vi quatro músicas do FJM, o show acabou e voltei para o Jack White. No caminho, dei de cara com o Tom Morello tocando do lado de fora do bar onde se apresentava, com uma galera ao redor. Passei direto e cheguei a tempo de ver todo o bis do Jack White. O Sxsw é assim.

* Podia listar aqui os shows e os filmes e as discussões do SXSW, mas durante esta semana vamos ter bastante tempo para isso, acho. E 14 bandas/artistas brasileiros se apresentarão: além dos citados, tem Gang do Eletro, Black Drawing Chalks, Bonde do Rolê, Fresno entre outros.

Aleatoriamente, vamos pegar a programação de amanhã de um dos principais lugares para shows de Austin, o quintal de churrascaria chamado Stubb’s, um terreno irregular com descaídas e torto com árvore no meio que botam um palco e umas caixas para os shows rolarem. Daí, amanhã, tem na sequência Nick Cave & Bad Seeds, Cafe Tacvba, Yeah Yeah Yeahs e Alt-J. No meio disso, dá para comer um hambúrguer.

Alô, Austin!

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