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Esse tal de Alex Turner

Lúcio Ribeiro

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* A gente por aqui andou pensando nestes dias no Alex Turner, o guitarrista e vocalista do grupo inglês Arctic Monkeys. O tipo de gente que ele é, com quem se envolve, os discos que faz, as músicas que já escreveu, a história que ele já tem aos 27 anos, como ele se veste e tudo mais. Isso à luz desse bafafá em torno do disco novo da banda, “AM”, lançado oficialmente semana passada e que pautou os últimos dias nas redes sociais com a discussão em cima da “nota 10” do famigerado semanário inglês ''New Musical Express'' (vamos pular o ''8'' cravado do incravável ''Pitchfork''). O ''NME'' famoso por apresentar quem pode ser tendência ou por reverberar a voz da molecada, ao indicar quem é uma espécie de ícone para eles.

A Inglaterra historicamente nos oferece ídolos e/ou nomes que, em meio a mil bandas, costumam marcar gerações. Começou lá nos anos 60 com Beatles e Stones, passou por Led Zeppelin, veio com os Smiths nos 80, o britpop com liderança do Oasis e o começo da era Radiohead. E nos anos 2010? Dá para dizer que existe banda britânica maior que o Arctic Monkeys? Levando em consideração que eles já fizeram história em 2005/2006, mas só cresceram, só melhoraram e, onde a gente quer chegar, dão pinta de que têm muito ainda a fazer, a conquistar.

Turner está para o Arctic Monkeys o que, nas últimas décadas, Morrissey e Noel Gallagher foram para Smiths e Oasis. Não é só coincidência, Alex Turner tem os dois como ídolos. E fãs, também. Não só por sua presença inconfundível no palco, Turner é nos últimos anos um dos principais compositores da música inglesa. Letras direta, sem poesia. Ou uma certa poesia urbana, do dia-a-dia.

O disco de estreia do seu grupo, “Whatever People Say I Am, That’s What I’m Not”, lançado em 2006, desbancou o Oasis logo de cara como o álbum debut de uma banda mais rapidamente vendido na história da música britânica. Demorou 12 anos para alguém conseguir essa façanha desde que saiu “Definitely Maybe”, em 1994.

O álbum mais recente – “AM” – foi direto para o topo das paradas e fez os meninos de Sheffield quebrarem mais um recorde. Pela quinta vez consecutiva uma mesma banda consegue colocar um disco em 1º lugar. Além disso, “AM” é um dos fortes favoritos a conquistar o conceituado Mercury Prize, hoje uma das principais premiações britânicas.

Não só por suas letras matadoras, a voz segura de quem sabe o que está cantando e sua guitarra precisa que colaboram para o êxito da banda, Alex Turner tem se mostrado cada vez mais maduro e soltinho no palco. Muita coisa mudou no moleque que sete anos atrás dizia de cabeça baixa ao microfone para as pessoas “não acreditarem no hype” ao hoje frontman com estilo canastrão, despojado e com cabelo de Elvis que faz as meninas suspirarem e os meninos quererem um corte igual.

Turner anda com tanta moral que recentemente “baniu” a própria mãe de ir a shows da banda em festivais, porque ele “não pode ser tão atrevido” com ela por perto. Pediu para não ser mal interpretado. Ele também diz querer se libertar da guitarra, quer apenas cantar no palco, acredita que chegou sua hora. E pediu para não ser mal interpretado outra vez.

Enquanto a gente fica matutando a pergunta ''Onde vai parar esse tal Alex Turner?'', deixamos aqui a session completa de 50 minutos que eles fizeram para a BBC Radio One na noite de ontem. Olha que beleza!

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