Daniel Johnston, o diabo e São Paulo
Lúcio Ribeiro
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Pode até não ter sido o “melhor show” de 2013, mas fica a certeza que o Popload Gig histórico e especial com o lendário herói indie Daniel Johnston foi um dos momentos mais emocionantes que se viu em cima de um palco no ano passado.
Realizado em abril, o Popload Gig #20 àquela altura trouxe ao país o perturbado e genial músico americano, que precisa todos os dias enfrentar seus demônios pessoais, tanto que inicialmente o evento aconteceria em março e não rolou pelos problemas já conhecidos do cantor.
No show que teve lugar no Beco SP, ele estava bastante inquieto, chegou na casa muito carrancudo e nervoso, não quis jantar antes, mudou o script da turnê sul-americana na ordem das músicas, quis no começo subir no palco sozinho (o que para ele é desaconselhável) no primeiro contato com o público e tudo. As primeiras duas músicas foram difíceis. Nervoso, tremia incontrolável. Mas aos poucos engatou e fez um lindo show, com a ajuda da banda indie paulistana formada especialmente para acompanhá-lo. Terminou feliz. Até bis deu.
Sua primeira visita ao país em seus mais de 30 anos de carreira foi devidamente registrada e pode ser acompanhada agora no recém-lançado documentário “Devil Town: Daniel Johnston in São Paulo”, produção audiovisual de 40 minutos dirigida por Mariana Bastos, editada por André Pagnossim e que tem a Beltrano Musical como uma de suas produtoras. O doc mescla imagens de Johnston no palco e nos bastidores.
Referência musical para nomes como Kurt Cobain, Michael Stipe, David Bowie, Thurston Moore, Beck e Eddie Vedder (pouco?), Daniel Johnston é emoção intensa do início ao fim. Tipo de chorar.
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