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Arquivo : built to spill

Built to Spill fazendo o Bob Dylan e sendo in-crí-vel
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Lúcio Ribeiro

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Uma das melhores bandas que apareceram nas últimas décadas na música alternativa, o grande Built to Spill, dos grupos prediletos deste espaço, está envolvido em um projeto inusitado que presta tributo a outro grande da música, Bob Dylan.

Será lançado dia 25 de março o disco “Bob Dylan In The 80s: Volume One”. Como o nome sugere, a obra foca em um período importante da carreira do lendário cantor e compositor, que no início dos anos 80 se afastou da fé cristã para retomar suas raízes judaicas. Enquanto tentava adaptar o som oitentista ao seu estilo, Dylan lançou em 1983 o disco “Infidels”, um dos mais marcantes de seu catálogo.

E é de “Infidels” que o Built to Spill extraiu uma faixa para participar do projeto. A banda norte-americana emprestou sua criatividade e potência sonora à clássica “Jokerman”, que a gente pode ouvir abaixo e fazer o download de forma gratuita. Além do BtS, participam do projeto nomes como Keer Trick, Reggie Watts, Elvis Perkins, o Lucius (hehe) e ainda a dobradinha Gene Ween e Slash.

* “Bob Dylan In The 80s: Volume One”, tracklist
01. Langhorne Slim & The Law – “Got My Mind Made Up”
02. Built to Spill – “Jokerman”
03. Reggie Watts – “Brownsville Girl (Reprise)”
04. Craig Finn – “Sweetheart Like You”
05. Ivan & Alyosha – “You Changed My Life”
06. Deer Tick – “Night After Night”
07. Dawn Landes & Bonnie “Prince” Billy – “Dark Eyes”
08. Tea Leaf Green – “Waiting To Get Beat”
09. Aaron Freeman & Slash – “Wiggle Wiggle”
10. Elvis Perkins – “Congratulations”
11. Hannah Cohen – “Covenant Woman”
12. Marco Benevento – “Every Grain Of Sand”
13. Yellowbirds – “Series Of Dreams”
14. Blitzen Trapper – “Unbelievable”
15. Lucius – “When The Night Comes Falling From The Sky”
16. Glen Hansard – “Pressing On”
17. Carl Broemel – “Death Is Not The End

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Built to Spill no All Tomorrow’s Party brasileiro. Vou repetir: Built to…
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Lúcio Ribeiro

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* Assim… O festival fora-do-circuito All Tomorrow’s Party, chancela gringa de eventos “alternativos do alternativo”, deve acontecer mesmo no Brasil, pela primeira vez, corroborando informações misteriosas que circularam no começo do ano. Não se sabe onde, quando e principalmente por quê, haha. É tipo o Depeche Mode, que a gente sabe que vai tocar em São Paulo “numa quarta-feira”.

As únicas coisas do ATP que chegaram ao nosso conhecimento é que:
1. alguém de “fora do time de produtores conhecido de festivais” está por trás da história toda.
2. o festival vai acontecer longe de São Paulo e Rio, no segundo semestre.
3. não haverá uma “banda curadora” para o evento, como acontece nos EUA ou na Inglaterra.
4. um pacote gringo de quatro bandas tradicionais e razoavelmente “antigas” do indie americano “clássico” está acertado.
5. uma delas é o grande Built to Spill, dos grupos prediletos da Popload, um dos grandes shows ao vivo da música independente dos EUA nos últimos 20 anos.
6. E, por fim, NÃO. O National não vai vir. E, SIM. O Dinosaur Jr. é um nome cogitado.

O místério do All Tomorrow’s Party tupi, festival inspirado em música do Velvet Underground, ainda tem muito a ser revelado.

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Sxsw 2012 – Dia 1 – Daniel Johnston tadinho, Kasabian “roots” e a geração C
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Lúcio Ribeiro

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* Popload em Austin, Texas. Sxsw 2012.

* Se a vocação maior do festival South by Southwest (2000 bandas, 104 palcos) é a descoberta de novidades, foi uma grande novidade descobrir que o cultuado cantor e compositor americano Daniel Johnston, não só está vivo como ainda é fisicamente capaz de cantar com a emoção que marcou sua carreira, a ponto de comandar o concorrido showcase que ajudou a abrir com gala independente a parte musical do Sxsw 2012, ontem.

Johnston, 51 anos, há muitos sofrendo de esquizofrenia e transtorno bipolar e que no passado era frequentador de hospícios, segue sendo cultuado pelas novas gerações. Ou, melhor, por cada uma das gerações posteriores a ele. Do Metallica e Matt Groening (Simpsons) a Kurt Cobain, de Flaming Lips a Beck, até os meninos da interessante banda Motopony, de Seattle, uma das caras novas do Sxsw 2012 e que duplamente fez seu show na noite e também serviu de banda-suporte para Johnston cantar do jeito que ainda consegue, e por trê/quatro músicas.

A veterana banda Built to Spill, também americana, que ainda em 2012 anda fazendo shows da turnê de seu último disco “There Is No Enemy”, de três anos atrás, fechou de modo brilhante a noite dedicada ao mito indie Johnston.

* Enquanto o novo hip hop e suas misturas arrastava um bom número de pessoas para a maior fila da noite, tudo para ver os muito (bem) falados Santigold e Theophilus London, em outro canto de Austin uma outra festa expunha aos americanos a banda britânica Kasabian, gigante no Reino Unido, mas “apenas mais uma” boa banda indie para o público dos EUA.
Sem a pompa de estádio que o cerca em shows na Inglaterra, o Kasabian mostrou de modo cru (em outras palavras, sem “frescura”) as boas músicas de seu quarto álbum, “Velociraptor”, um dos grandes discos do ano passado. Parecia um Kasabian de 2004.

O grupo sueco Miike Snow e o cantor e guitarrista americano M. Ward (o “Him” da queridinha dupla indie She & Him) integraram a escalação da festa em que tocou o Kasabian, tornando o quintal do famoso restaurante “Stubbs” um dos endereços obrigatórios de Austin na noite de abertura do South by Southwest.

* O Sxsw tem a parte musical forte, mas é importante também na porção “festival de cinema” (Sxsw Film) e “painel de discussão dos novos rumos tecnológicos” (Sxsw Interactive). Com o fim deste último na terça, uma das conclusões tiradas é a de que a Geração Y e a Geração X perderam a importância. Vivemos para agradar a Geração C. De “connected”. Somos os novos cyborgs, vivendo uma relação cada vez mais simbiótica com nossos devices tecnológicos para interagir com o mundo ao redor. Existe até uma palavra para isso: “Egosystem”. Um cenário em que não temos mais que ir atrás da informação. Só de estarmos conectados, ela nos encontra. Se for importante.

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