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Reportagem Popload: Diplo, Miley Cyrus, as bundas, as mortes, a droga Molly e o futuro da música
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Lúcio Ribeiro

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* Bom dia. Boa semana. Bom setembro. Xô, agosto zoado! Quer dizer…

Miley “F*cking Crazy” Cyrus, ex-musa da molecadinha, faz pose em Twerk para o famoso fotógrafo pervert Terry Richardson

* A notícia é esquisita, mas ela é digna de… noticiar. A gente sabia, o Diplo estava planejando convocar o maior número de bundas possíveis para este domingo, dia 1º, quando no festival Electric Zoo, em Nova York, queria bater o recorde do Twerk Wall, a tal onda de “twerk”, as bundas rebolando até o chão, o nosso “créu”, aquilo que a Miley Cyrus transformou em mainstream internacional no último VMA, da MTV.

O grande produtor bagaceiro, ligações perigosas com funk carioca e Bonde do Rolê, piloto do escrachado Major Lazer e DJ nosso amigo fez concurso na internet e tudo para juntar meninas (acima de 18 anos), conclamando “butts around the world” a tomar de assalto seu palco no Electric Zoo, através de email e selecionadas por vídeos submetidos a ele. Parece que já tinha convocado um exército de bundas para seu show ontem no festival nova-iorquino. Só que…

Não teve festival no domingo. Barra pesada, o evento de três dias (começou no sexta) teve toda sua programação de ontem cancelada porque nos dias anteriores de shows e baladas dois jovens em situações diferentes mas resultados iguais morreram por causa de overdose de drogas ingeridas no festival. Mais quatro outras pessoas estão num morre-não morre, o chamado “critically ill” no hospital, pela mesma encrenca. E não só: uma garota de 16 anos foi estuprada na dependência do festival e algumas outras deram queixas de ataques sexuais aos seguranças.

O festival foi cancelado pelos organizadores do evento e pela prefeitura de Nova York sob a alegação de “sérios riscos de saúde”.

A moçadinha americana endoidou.

Galera na sexta no Electric Zoo, em Nova York, festival doido de eletrônica atual que teve de ser cancelado no domingo porque a moçada pirou

Grosso modo, é assim a história toda: o Electric Zoo, ou E-zoo como é conhecido, juntaria ao todo, se não fosse interrompido, cerca de 125 atrações, entre DJs e duplas. O festival existe em Nova York desde 2009 e nasceu no boom da EDM (a chamada Eletronic Dance Music), a moda adolescente pós-emo, a loucura eletrônica que assolou a galera com a americanizada do dubstep inglês, Skrillex, Steve Aoki, “Project X” e essa nova droga, a Molly, uma espécie de MDMA puro. You know, o MDMA já é a forma “pura” do Ecstasy. A Molly seria a pureza da pureza.

Está acompanhando?

O Electric Zoo primeira edição teve uns 60 DJs e juntou umas 30 mil pessoas. Neste o E-zoo estava vivendo sua apoteose: 125 nomes no line-up e perto de 120 mil ingressos vendidos, para ver o supra-sumo do EDM atual nos EUA. Atrações como David Guetta, Avicci (que eu flagrei o Luciano Huck elogiar quando tocou no “Caldeirão” sábado passado, num momento em que eu “estava passando pela sala e vi, gente”), Tiesto, Armin van Buuren, Martin Solveig, Steve Aoki, Knife Party, Boys Noize, Benny Benassi, Rusko, Chase & Status, Skream, Fedde Le Grand, A-Trak, Sebastian Ingrosso, Alesso, Laidback Luck, Above & Beyond e muuuuuuitos outros se apresentaram ou apresentariam no E-zoo 2013. Sentiu o drama?

Povo aloprando no E-zoo, sábado à noite

Dizem que as variáveis todas de Ecstasy, principalmente essa Molly, estava presente no E-zoo em quantidades avassaladoras, o que causaria tais mortes, tais estupros e loucurinhas variadas. Em junho deste ano, um famoso artigo do “New York Times” sobre a Molly, capa do caderno Fashion & Style sob o título “Molly: Pure, but Not So Simple”.

E, você sabe: quando um fator underground chega no “New York Times” é porque…

A reportagem é “genial” de tão abrangente e reveladora do fenômeno, que atinge até o hip hop, cultura musical tão linkada à música eletrônica de molecada atual desde Tyler the Creator e a galera underground cool da festa Low End Theory, de Los Angeles, que ficou tão famosa que foi estrear em Londres no bombadaço bairro de Dalston. A Low End Theory, que acontece também em Tóquio, reduto do hip hop dubstep garage foi eclipsada porque o Thom Yorke virou fã, foi buscar referências na balada e toca lá de vez em quando desde 2011 (lembra disso tudo?). A Low End Thery que revelou o genial Flying Lotus e o ótimo Gaslamp Killer, que toca escondido neste ano na tenda eletrônica do ROCK IN RIO, haha. Olha as voltas que tudo isso dá.

A Molly e sua relação musica, VEJA VOCÊ, tem chegado a “consumidores” de RIHANNA E KATY PERRY.

O texto do “New York Times” sobre a droga Molly tem a seguinte passagem, que eu vou traduzir livremente, adaptadamente e rapidamente assim:

“Robert Glatter, médico do pronto-socorro do Lenox Hill, hospital do Upper East Side em Nova York, há muito, sem nunca ouvir falar do nome Molly, tem atendido a molecada na sala de emergência. Mas não só. ‘Tipicamente, no passado a gente vê aqui essa meninada de rave, mas agora estamos recebendo pessoas em seus 30 e 40 anos que experimentaram a droga’, disse dr. Glatter. ‘MDMA tem crescido dramaticamente. É realmente um fenômeno mundial agora.’

Nos EUA, o órgão Drug Abuse Warning Network disse que as ocorrências em pronto-socorro derivadas do MDMA dobrou desde 2004. Não se morre de MDMA, ou não se morria, porque a droga não leva à morte. Mas a mistura, ansiedades gerais associadas por grande euforia, e agora o advento da Molly, tudo isso pode mudar esse quadro.

De acordo com a polícia de fronteira dos EUA, houve 2670 confiscos de MDMA entrando nos EUA em 2012, contra 186 em 2008. “Estamos espertos com isso, disse o agente do departamento de drogas Rusty Payne, que até 2008 nunca tinha ouvido falar em Molly. Desde então, a agência tem notícias de prisões relacionadas à droga em lugares variados como Siracusa, na Sicília (Itália), e Jackson, Massachusetts. ‘Molly passou a ser glamurizada na cultura pop, e isso é um problema.’

O ‘renascimento’ do MDMA e sua nova forma Molly está vinculada ao retorno da Electronic Dance Music (ou EDM), o pulsante som com batidas euro que se infiltrou em músicas de artistas como Rihanna, Kesha e Katy perry. No festival eletrônico Ultra Music Festival em Miami no ano passado, a pop star Madonna foi criticada por perguntar a seu público durante seu show: ‘Quantas pessoas dessa plateia já viram Molly?’. (Mais tarde, ela disse que se referia a uma música de um amigo, não à droga). ((Rrã-rram))

No ano passado, rapper também adotaram a Molly, com referência à droga aparecendo em letras de Kanye West e Lil Wayne, que fala ‘Pop a Molly, smoke a blunt, that mean I’m a high roller’ no hit do ano passado de Nicki Minaj, ‘Roman Reloaded’.

Recentemente, o rapper Rick Ross teve seu patrocínio da Reebok cancelado depois que ele fez um rap sobre chapar uma garota com champagne e Molly.


E o novo single da Miley Cyrus traz a ex-ídolo teen cantando, em ‘We Can’t Stop’, a seguinte frase ‘We like to party, dancing with Molly’, o que fez seu produtor tentar apagar desesperadamente esse incêndio dizendo que ela está cantando ‘dancing with Miley’.”

Rrã-rram!

* F*deu, galera!
** Moral da história: A MTV acabou, mas uma festinha de um prêmio já sem importância de uma emissora em triste extinção FEZ O MUNDO GIRAR.
*** E a gente aqui, achando o créu uma brincadeirinha sexista para o “Pânico” enquanto lá o créu é o verdadeiro CRÉU life style.

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