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Austrália: Laneway Festival, os “bares” dos “hotéis”, Jagwar Ma e Yoko Ono
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Lúcio Ribeiro

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* Popload em Sydney, Austrália.

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* Mal acabou de receber o gigante festival Big Day Out, com algumas bandas ainda na cidade fazendo shows solo ou sessions em rádios daqui (viu o Arcade Fire na Triple J?), a cidade de Sydney abriga no domingo o incrível Laneway Festival, evento com Lorde, Haim, Parquet Courts, Chvrches, Jamie XX, Jagwar Ma, King Krule e uma renca boa a mais. Vamos tentar ver lá, no domingo, o que acontece.

* Falando em Jagwar Ma, a ótima banda indie-dance psicodélico aqui de Sydney, que vai a SP e Rio para shows em março, lançou um vídeo oficial hoje para a malemolentemente incrível música “Uncertainty”, outro single de seu primeiro álbum, “Howlin'”, lançado no meio do ano passado. Vídeo style, música boa, banda esperta. Tudo certo para os lados do Jagwar Ma.

* Alguém tinha me dito que em Melbourne a galera vai bastante aos “bares de hotéis” e eu achei que era uma das muitas tendências da cidade, que tem a “cena do café”, “a cena do vinho”, “a cena da cerveja local” e outras cenas bem fortes acontecendo na energizada cidade “rival” de Sydney. Tipo em São Paulo ir ao bar do Fasano ou ao bar do Emiliano, mas num sentido, ou alcance, mais indie, digamos.
Daí que na frente do meu hotel aqui em Sydney tem um tal de Crown Hotel com um bar bombando todo dia. Sempre que eu passo, está cheio de gente. Nunca entrei nele, mas acho que vi que rola música ao vivo.
Dia destes saí com um amigo local e fui levado a um bar “de hotel” do tipo, numa outra região. Não me lembro o nome, mas me pareceu um pub puro e simples. E perguntei sobre onde era o hotel ali dentro daquele bar.
As leis da Austrália que envolvem comercialização de álcool são bastante rigorosas, aprendi. E que uma licença para abrir um bar custa uma fábula. Mas de uns anos para cá descobriram que abrir um hotel no país (que pode ter um espaço legalizado que venda álcool) é tipo um terço do preço de montar um bar.
Então quem quer abrir um bar abre um hotel. Com tipo dois quartos em algum canto, só para justificar a nomenclatura. E um bar gigante ocupando a grande parte do imóvel. Os quartos acabam fazendo sentido como “de hotel” porque algumas pessoas acabam exagerando na bebida e preferindo ficar por lá mesmo, reservando um aposento pós-álcool.
Pensa…
Se você quiser vir à Austrália, uma opção é se hospedar num bar. Parece que não é tão caro quanto um hotel “verdadeiro”.

* Tem uma música que toca direto por aqui que se chama “Big Love”, de uma cantora de Melbourne conhecida como Gossling. Ela parece que é rodada pelo indie australiano, mas soltou seu disco de estreia, “Harvest of Gold”, no fim do ano passado. Ouça esta “Big Love”, a canção bastante executada, e repare na voz de criança tipo Bjork do começo, tipo Feist, que a moça tem. “What are we made of, big or little love?”, pergunta a garota.

*** YOKO ONO NA AUSTRÁLIA – Como diria John Lennon, a senhora Yoko Ono, artista de vanguarda, cantora, pacifista e viúva do ex-beatle morto em 1980, é a mais famosa artista desconhecida do mundo. “Todo mundo sabe seu nome, mas ninguém sabe exatamente o que ela faz”, disse Lennon. Os australianos agora sabem bem.

Yoko Ono at her exhibition at the Museum of Contemporary Art

Ono, 80 anos e dançando Daft Punk por aí, exerce uma presença espiritual forte em Sydney, Austrália, porque ganhou uma grande exposição dos 50 anos de seu trabalho com arte de vanguarda no Museu de Arte Contemporânea local, que fica na bela baía onde está a imponente Opera House. Por boa parte da bonita região central de Sydney você vê bandeiras em postes anunciando a mostra “War Is Over! (If You Want It)”, grande exibição “participativa” que tem seu nome inspirado no famoso pôster que ela e John Lennon criaram e espalharam por Nova York em 1969 em uma ação artístico-publicitária, contra a guerra do Vietnã.

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O tom participativo da exposição de Yoko Ono na Austrália se dá porque o público é convidado a interagir ou experimentar boa parte das obras da artista, escrevendo cartazes, passando a mão num corpo recortado, achando um telefone num labirinto de espelhos. Você só é autorizado a pegar no telefone se ele tocar. Yoko Ono é a única pessoa que tem o número e às vezes liga para conversar com quem atender do outro lado. Não sou nada entendido em conceitos profundos de arte contemporânea, mas a exposição de Yoko Ono impressiona com sua capacidade de fazer pensar mesmo quando se está diante de uma obra tão simples, feita por exemplo com pratos quebrados. “War Is Over! (If You Want It)”, claro, tem algumas salas com filmes, pequenos documentários ou filmetes de arte em si, em que Lennon aparece bastante.

“War Is Over! (If You Want It)”, que faz muito barulho por aqui, deve ir na sequência para Londres e depois Nova York, pelo que eu li.

* Nesta sexta aqui em Sydney o grupo indie californiano Grouplove participou de um programa na rádio Triple J (sempre ela) chamado “Like a Version”, uma espécie de Popload Session (haha) em que a banda toca uma música própria e uma cover de alguém que quer. A canção própria que o Grouplove tocou foi da ótima “Waits to Go”, nova praga indie de rádios daqui e nos EUA. A cover escolhida pela banda foi, veja só, de uma música do Cage the Elephant: “Spiderhead”. Ficou bom. Ouça as duas músicas abaixo, com todo o papo que rolou na rádio, incluindo estrevistinha.


*** A Popload viaja pela Austrália a convite do Tourism Australia (Sydney) e Tourism Victoria (Melbourne)

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