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Austrália: Laneway Festival, os “bares” dos “hotéis”, Jagwar Ma e Yoko Ono
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Lúcio Ribeiro

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* Popload em Sydney, Austrália.

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* Mal acabou de receber o gigante festival Big Day Out, com algumas bandas ainda na cidade fazendo shows solo ou sessions em rádios daqui (viu o Arcade Fire na Triple J?), a cidade de Sydney abriga no domingo o incrível Laneway Festival, evento com Lorde, Haim, Parquet Courts, Chvrches, Jamie XX, Jagwar Ma, King Krule e uma renca boa a mais. Vamos tentar ver lá, no domingo, o que acontece.

* Falando em Jagwar Ma, a ótima banda indie-dance psicodélico aqui de Sydney, que vai a SP e Rio para shows em março, lançou um vídeo oficial hoje para a malemolentemente incrível música “Uncertainty”, outro single de seu primeiro álbum, “Howlin'”, lançado no meio do ano passado. Vídeo style, música boa, banda esperta. Tudo certo para os lados do Jagwar Ma.

* Alguém tinha me dito que em Melbourne a galera vai bastante aos “bares de hotéis” e eu achei que era uma das muitas tendências da cidade, que tem a “cena do café”, “a cena do vinho”, “a cena da cerveja local” e outras cenas bem fortes acontecendo na energizada cidade “rival” de Sydney. Tipo em São Paulo ir ao bar do Fasano ou ao bar do Emiliano, mas num sentido, ou alcance, mais indie, digamos.
Daí que na frente do meu hotel aqui em Sydney tem um tal de Crown Hotel com um bar bombando todo dia. Sempre que eu passo, está cheio de gente. Nunca entrei nele, mas acho que vi que rola música ao vivo.
Dia destes saí com um amigo local e fui levado a um bar “de hotel” do tipo, numa outra região. Não me lembro o nome, mas me pareceu um pub puro e simples. E perguntei sobre onde era o hotel ali dentro daquele bar.
As leis da Austrália que envolvem comercialização de álcool são bastante rigorosas, aprendi. E que uma licença para abrir um bar custa uma fábula. Mas de uns anos para cá descobriram que abrir um hotel no país (que pode ter um espaço legalizado que venda álcool) é tipo um terço do preço de montar um bar.
Então quem quer abrir um bar abre um hotel. Com tipo dois quartos em algum canto, só para justificar a nomenclatura. E um bar gigante ocupando a grande parte do imóvel. Os quartos acabam fazendo sentido como “de hotel” porque algumas pessoas acabam exagerando na bebida e preferindo ficar por lá mesmo, reservando um aposento pós-álcool.
Pensa…
Se você quiser vir à Austrália, uma opção é se hospedar num bar. Parece que não é tão caro quanto um hotel “verdadeiro”.

* Tem uma música que toca direto por aqui que se chama “Big Love”, de uma cantora de Melbourne conhecida como Gossling. Ela parece que é rodada pelo indie australiano, mas soltou seu disco de estreia, “Harvest of Gold”, no fim do ano passado. Ouça esta “Big Love”, a canção bastante executada, e repare na voz de criança tipo Bjork do começo, tipo Feist, que a moça tem. “What are we made of, big or little love?”, pergunta a garota.

*** YOKO ONO NA AUSTRÁLIA – Como diria John Lennon, a senhora Yoko Ono, artista de vanguarda, cantora, pacifista e viúva do ex-beatle morto em 1980, é a mais famosa artista desconhecida do mundo. “Todo mundo sabe seu nome, mas ninguém sabe exatamente o que ela faz”, disse Lennon. Os australianos agora sabem bem.

Yoko Ono at her exhibition at the Museum of Contemporary Art

Ono, 80 anos e dançando Daft Punk por aí, exerce uma presença espiritual forte em Sydney, Austrália, porque ganhou uma grande exposição dos 50 anos de seu trabalho com arte de vanguarda no Museu de Arte Contemporânea local, que fica na bela baía onde está a imponente Opera House. Por boa parte da bonita região central de Sydney você vê bandeiras em postes anunciando a mostra “War Is Over! (If You Want It)”, grande exibição “participativa” que tem seu nome inspirado no famoso pôster que ela e John Lennon criaram e espalharam por Nova York em 1969 em uma ação artístico-publicitária, contra a guerra do Vietnã.

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O tom participativo da exposição de Yoko Ono na Austrália se dá porque o público é convidado a interagir ou experimentar boa parte das obras da artista, escrevendo cartazes, passando a mão num corpo recortado, achando um telefone num labirinto de espelhos. Você só é autorizado a pegar no telefone se ele tocar. Yoko Ono é a única pessoa que tem o número e às vezes liga para conversar com quem atender do outro lado. Não sou nada entendido em conceitos profundos de arte contemporânea, mas a exposição de Yoko Ono impressiona com sua capacidade de fazer pensar mesmo quando se está diante de uma obra tão simples, feita por exemplo com pratos quebrados. “War Is Over! (If You Want It)”, claro, tem algumas salas com filmes, pequenos documentários ou filmetes de arte em si, em que Lennon aparece bastante.

“War Is Over! (If You Want It)”, que faz muito barulho por aqui, deve ir na sequência para Londres e depois Nova York, pelo que eu li.

* Nesta sexta aqui em Sydney o grupo indie californiano Grouplove participou de um programa na rádio Triple J (sempre ela) chamado “Like a Version”, uma espécie de Popload Session (haha) em que a banda toca uma música própria e uma cover de alguém que quer. A canção própria que o Grouplove tocou foi da ótima “Waits to Go”, nova praga indie de rádios daqui e nos EUA. A cover escolhida pela banda foi, veja só, de uma música do Cage the Elephant: “Spiderhead”. Ficou bom. Ouça as duas músicas abaixo, com todo o papo que rolou na rádio, incluindo estrevistinha.


*** A Popload viaja pela Austrália a convite do Tourism Australia (Sydney) e Tourism Victoria (Melbourne)

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Popload nos EUA. Os Beatles nos EUA. E o que você vê, ouve e sente em “Her”
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Lúcio Ribeiro

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* Popload quando em Los Angeles. A caminho da Austrália.

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* Que dia é hoje, haha! Melhor: que horas são?
A Popload já se encontra em Melbourne, cidade australiana que é uma espécie de São Paulo que deu certo. Ou mais certo. Ou menos errado.

O rolezinho ozzie do blog está sendo à convite do Tourism Victoria (Melbourne) e Tourism Australia (Sydney).

A viagem na verdade começou, ou teve um pit-stop de um dia, sexta-feira em Los Angeles, a terra dos sonhos, do “Californication”, das irmãs Haim. E nos EUA teve o seguinte:

The Beatles US Box Set

Há uma forte Beatlemania no ares americanos. Por causa das comemorações de 50 anos da invasão dos Beatles nos EUA. A maior banda de rock de todos os tempos, na época a maior da Inglaterra, chegou em um vôo da Pan Am no aeroporto em Nova York no dia 7 de fevereiro de 1964, algumas semanas depois do assassinato do presidente americano John F. Kennedy, com os EUA em profundo luto e assustado. Cerca de 4 mil pessoas “apenas” estavam no aeroporto esperando a banda. E 200 jornalistas. Dois dias depois eles tocariam ao vivo na TV americana, no “Ed Sullivan Show”, para uma audiência de 73 milhões de pessoas. E a história do rock sofreu forte abalo a partir disso.

As bancas de jornais e revistas têm Beatles por todos os lados. Tirando duas “Rolling Stone” e “Billboard”, até a “Life” publicou um especial “Paul”. O iTunes lança nesta terça o download de 13 discos dos Beatles que só saíram nos EUA, que vai do “Meet The Beatles!”, de 1964, ao “Hey Jude”, 1970. Esses álbums saem fisicamente numa caixa em vinil, também. Talvez eu a pegue, na volta da Austrália, em nova paradinha californiana, se tiver em vinil.

The Beatles US Albums Cover Artwork

Esta nova beatlemania terá ponto alto, ao que tudo indica, na festa de premiação do quaquá Grammy, que acontece exatamente no dia 9/2, com uma prometida homenagem aos 4 de Liverpool desbravando a América. Estão programadas coisas do tipo reunião dos vivos Paul McCartney e Ringo Starr e a volta do Eurythmics para exatamente tocar Beatles.

* HER – Arcade Fire bombando alto nas telas. Consegui ver num cinema de LA o filme “Her”, ficção-científica romântica ou algo do tipo do imaginativo Spike Jonze em que um escritor de cartas de amor, ele próprio um desgraçado no amor, se apaixona pela voz de um sistema operacional de um telefone celular. O ótimo Joaquim Phoenix é o cara, Scarlett Johansson empresta a voz à “secretária eletrônica do futuro”, numa Los Angeles não muito distante. A banda canadense fez a trilha sonora, que ainda tem momentos de Karen O., Breeders etc.
“Her” é um desses tocantes tratados de solidão assustadora que trouxeram grandes filmes aos cinemas nos últimos tempos, tipo “Gravidade” e “Azul É a Cor Mais Quente”, para ficar em dois casos.
É com “Azul” que, dentro deste tema, “Her” (ou “Ela”, como vai chamar no Brasil quando estrear em 14 de fevereiro) combina mais. Porque conta aquela velha historinha de amor que sempre existiu, do encontro do zero, do “getting to know you” deliciosamente crescendo e da separação sempre dolorosa.

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Mas Spike Jonze reconstrói a batida love story num futuro nada batido. As pessoas, ontem, hoje ou em 2094, vão estar sempre à procura do amor em qualquer forma dada, seja homem-mulher, dois homens, duas mulheres, homem-celular, homem-computador. O modo de contar essa história é que pode fazer a diferença, como Jonze fez nesse caso específico.
Um filme com Joaquim Phoenix fazendo cara de tadinho, Scarlett Johanson aparecendo de algum jeito, mesmo quando não está aparecendo de fato, e atrizes coadjuvantes como Rooney Mara, Amy Adams e Olivia Wilde turbinando a trama dificilmente daria um filme ruim. Com uma trilha dessas então, vira imperdível.
“Her” tem uma cena de sexo tão perturbadoramente “explícita” quanto o “Azul” francês. Porque a conexão também é perfeita. No caso do filme do Spike Jonze, a conexão referida é tipo 4G. Apenas. E ainda assim…

Ouça “Off You”, das Breeders, que está na trilha de “Her” e pode machucar os mais sensíveis, quando tocada no filme.

* Deve ter alguma explicação que eu não sei, mas uma música da bandinha indie algo hippie e californiana Grouplove está num spinning doido em três rádios rock de Los Angeles, pelo que eu notei ouvindo essas emissoras no carro que eu aluguei na cidade. Tipo tocando sem parar. Com aquela “Ways to Go”, primeiro single do segundo disco deles, de setembro do ano passado, que ganhou uma certa fama indie no meio do ano passado quando vieram com o vídeo de um ditadorzinho oriental como tema, tipo o da Coreia do Norte.
Mas agora em 2014 “Ways to Go” está “pegando” forte, mais do que quando foi lançada no ano passado. Deve estar em alguma propaganda de TV, sei lá. A música é assim:

Ainda hoje, ou amanhã cedo, voltamos com mais posts da viagem, fora os da “programação normal”.

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A música em “Girls” – the 90’s bitch
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Lúcio Ribeiro

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* Aqui estamos para fazer um spoil rápido do que acontece no episódio da semana em “Girls”, musicalmente falando, claro. Muita “mess” acontecendo, Hannah pega o metrô do Brooklyn para Manhattan para, bicudaça, cair numa balada quente do outro lado do rio e ficar trocando camisetas. Haha.

Duncan Sheik embala “cenas de arte” enquanto a rapper Eve e a dupla sueca Icona Pop e sua explosiva “I Love It” agitam a pista de dança. E, antes de o episódio acabar mais zoado do que começou, o delicinha Grouplove, de Los Angeles, toca na hora dos letreiros, para acabar tudo.

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Coachella, parte 2, dia 1 – Black Fucking Keys, Arctic Monkeys no calorzão, Pulp, a água, os vídeos
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Lúcio Ribeiro

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* Popload em Indio, no deserto da Califórnia, no Vale do Coachella, terra entre as falhas geológicas de San Andreas e San Jacinto, onde, dizem, uma hora pode ter o terremoto que vai fazer Los Angeles (e a região) sumir do mapa. Toc toc toc.

* A Popload está no Coachella em parceria com o site “Vírgula”, que também recebe cobertura em texto/fotos/vídeos do festival.

* Ontem, entre as atrações principais do festival, estavam Black Keys, Pulp, Arctic Monkeys, M83 e a… água.

* Dia que entrou no top 5 dos mais quentes da história do Coachella Festival, ontem o calor batia nos 41º durante, por exemplo, o show da banda britânica James e, no outro palco, dos indie kids americanos do Neon Indian. Tim Booth, o vocalista do James, tocou sem camisa o show inteiro.
O Black Keys arrasou. Embora venha tocando em arenas nos últimos tempos, o do megaestrelato indie, a dupla de Ohio segurou de uma maneira até fácil a onda de tocar num palco do tamanho deste principal do Coachella, que não é mesmo para “iniciantes”. Coeso, brutal quando preciso, tranquilo às vezes para balancear, o duo (com uma banda de apoio por trás, no reforço) fez uso do ótimo telão (que falhou perto do fim), de globo disco gigante e contou com participação especial em uma música do cantor e guitarrista John Fogerty, do Creedence Clearwater Revival, numa homenagem para algum influente (para eles) músico recém-morto, que eu não consegui entender quem. Showzão.

Garotas tuitando na grama, esperando o show do Nirvana. Ops, acho que não é bem isso…

“Parceiros” do Black Keys na tour americana, a banda inglesa The Arctic Monkeys fez outro de seus costumeiros concertos lindos. Mais curto que no Lollapalooza BR, músicas bem escolhidas em seu já vaaaasto repertório, entre novas, muito novas e clássicos, Alex Turner de camiseta preta no sol (pelo menos não tava com a jaqueta de couro), uma guitarra em alta velocidade sem concessões. Foi mais ou menos isso de que constituiu o show dos garotos de Sheffield ontem, no lindo final de tarde do Coachella.
O indie pop teatral do Pulp, liderado no palco pelo contador de histórias Jarvis Cocker, é outro que faz muito sentido quando apresentado em começo de noite acalorada num festival paradisíaco como o Coachella. Óbvio que o showzão está ali, para seus olhos, mas é uma grande opção só ouvir Jarvis cantar (ou falar) quando se deita na grama e fica olhando para os balões coloridos enfeitando o céu da Califórnia.
Muito bom o WU LYF, banda indie britânica que tocou numa das tendas. Não combinava nada com o lugar e o momento, mas ainda assim o indie-drama deles se fez bonito no Coachella.
O Rapture foi lindo e dançante, como sempre. Desse não precisamos falar muito. O Grouplove, outro da linha indie pop de Los Angeles parente do Foster the People, também fez um show agradabilíssimo. A banda tem músicas bem boas para segurar o tranco em um festival destes. E a tenda estava lotada por um público bem atuante ali diante do Grouplove. Foi o momento perfeito na curta carreira da banda (“Sonho que virou realidade”, não cansavam de agradecer por estar ali) para exercer seu estilo neo hippie seja nas canções, nos pedidos de “Love” para o mundo ou na vocalista pintando um quadro enquanto a banda tocava. Fofos de um modo que o MGMT não consegue ser mais.
Peguei o grupo franco-espanhol-americano M83 nas últimas três, quatro músicas e estava intenso. No palco e na plateia. A banda electro-ambient de um homem só, o francês Anthony Gonzalez, estava com “ajudantes” no palco, fazendo do show mais um “ao vivo” que programado. Gonzalez tocando tudo o que dava, de bateria a guitarra a teclados. E ficando bem incomodado, pelo menos pareceu no discurso, que a tenda estava lotadaaaaaça porque todo mundo estava ali para ouvir só uma música, “Midnight City”. Quando tocou essa, quase no finalzinho, a tenda veio abaixo. Ele tem bastante razão.

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Hoje: Natal indie em Los Angeles com Grouplove, Florence, Noel Gallagher, Foster The People, Black Keys, Jane’s e muito mais
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Lúcio Ribeiro

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Acontece neste final de semana em Los Angeles – nova cidade musical mais legal do planeta – o Almost Acoustic Christmas, festival anual promovido pela big KROQ (a FM mais famosa do mundo, bordão deles) que sempre conta com um line up bastante atrativo de bandas que fazem sets especiais, com versões full band ou acústicas mesmo, mas com shows mais curtos. O evento começou ontem com uma turma mais “pop rock”, como Sublime With Rome, Social Distortion e Blink 182.

A escalação de hoje é mais indie. Ou, se você preferir, mais “a nossa cara”. Por volta de 17h30 (horário de lá), tem uma ótima sequência de shows com Grouplove, The Naked & Famous, Foster The People, Cage The Elephant, Noel Gallagher’s High Flying Birds, Florence & The Machine, Death Cab For Cutie, Mumford & Sons, The Black Keys e Jane’s Addiction.

O mais legal disso tudo é que dá para assistir/ouvir ao vivo no site da rádio.

* Os horários dos shows (de Los Angeles). O fuso atual é -6h, acho:
17:30 – Grouplove
17:55 – The Naked & Famous
18:20 – Foster The People
18:50 – Cage The Elephant
19:20 – Noel Gallagher’s High Flying Birds
19:50 – Florence & The Machine
20:30 – Death Cab For Cutie
21:10 – Mumford & Sons
21:55 – The Black Keys
22:40 – Jane’s Addiction


Semana Nevermind – O impacto do álbum em quem faz música 20 anos depois
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Lúcio Ribeiro

As revistas especializadas não param de soltar matérias especiais sobre o “Nevermind”, que completa 20 anos nesta semana. Em meio à todas as comemorações, gente de todo tipo de banda, todo gênero musical, tem falado abertamente sobre a importância do álbum que mudou a vida de muita gente, mesmo que boa parte dessa gente não saiba disso.

A Paste Magazine fez uma reportagem especial com 20 artistas de banda “novas” com duas perguntas básicas: (1) com quantos anos você descobriu o “Nevermind”? e (2) qual o impacto do álbum em sua vida?

O senso comum entre os entrevistados foi dizer que o álbum os inspirou a pegar uma guitarra, ter interesse pela música e montar uma banda.

A Popload destaca aqui cinco destes artistas que reverenciam o álbum que marcou a carreira do Nirvana e a história do rock.


Gregg Gillis (Girl Talk), descobriu o álbum aos 10 anos de idade

“‘Nevermind’ me fez querer começar na música. E fez eu descobrir novas músicas. O Nirvana me levou ao Sonic Youth, que me levou ao Boredoms. Nirvana é minha banda favorita”.

 


Ian Saint Pe (Black Lips), descobriu o álbum aos 13
“O álbum me fez perceber que eu poderia tocar música”.

 


Nicole Atkins (Nicole Atkins & the Black Sea), ouviu “Nevermind” aos 12 anos de idade
“Nirvana me fez perceber como compositora a forma de escrever uma canção pop, mas com muito barulho e emoção”.

 


Christian Zucconi (Grouplove), descobriu o “Nevermind” aos 14
“A dor na voz de Kurt e o jeito que as palavras explodiam em seus coros faziam meu estômago pular. De repente eu estava vivo e aprendendo a tocar Nirvana sozinho na minha guitarra”.

 


Kevin Devine (The Goddamn Band), descobriu o álbum em outubro de 1991, aos 12 anos
“Acho que eu não teria me envolvido com o tipo de música que faço agora ou ao menos montado uma banda se não fosse por esse álbum”.


Fifa indie
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Lúcio Ribeiro

* Popload em Seattle.

No próximo dia 29 de setembro (27, aqui nos Estados Unidos) será lançada a versão 2012 do Fifa, um dos principais e mais vendidos games de futebol do mundo. Uma das novidades informadas pela EA Sports, dona do produto, é que as inovações tecnológicas irão proporcionar uma realidade nunca antes vista em games do gênero, pois registrará em tempo real o contato entre jogadores e suas lesões.

Os times brasileiros presentes no game são Atlético/MG, Atlético/PR, Bahia, Botafogo, Coritiba, Flamengo, Grêmio, Corinthians, Cruzeiro, Palmeiras, Santos, São Paulo e Vasco.

Enquanto o Fifa 12 não sai, a gente gostou mesmo foi da trilha sonora, divulgada pela EA Sports. Dá pra ver que a Fifa é indie. Tem os queridinhos da nova cena indie pop de Los Angeles, como Grouplove e Foster The People. Tem também Crystal Castles, Vaccines, Kasabian, Strokes, Ting Things, Digitalism, Cut Copy, além dos brasileiros CSS e… Gabriel, O Pensador.

* Olha só a lista completa de músicas:

Alex Metric & Steve Angello – ‘Open Your Eyes’
All Mankind – ‘Break The Spell’
Architecture In Helsinki – ‘Escapee’
Bloco Bleque/Gabriel O Pensador – ‘So Tem Jogador’
Chase & Status – ‘No Problem’

Crystal Castles feat. Robert Smith – ‘Not In Love’
CSS – ‘Hits Me Like A Rock’
Cut Copy – ‘Where I’m Going’

Digitalism – ‘Circles’
DJ Raff – ‘Latino & Proud’
El Guincho – ‘Bombay (Fresh Touch Dub Mix)’
Empresarios – ‘Sabor Tropical’
Foster The People – ‘Call It What You Want’
Givers – ‘Up Up Up’
Glasvegas – ‘The World Is Yours’
Graffiti6 – ‘Stare Into The Sun’
Grouplove – ‘Colours (Captain Cutz Remix)’
Japanese Popstars – ‘Let Go’
Kasabian – ‘Switchblade Smiles’
La Vida Boheme – ‘El Buen Salvaje’
Little Dragon – ‘NightLight’
Macaco – ‘Una Sola Voz’
Marteria/Yasha – ‘Verstrahlt’
Monarchy – ‘The Phoenix Alive (Kris Menace Remix)’
Pint Shot Riot – ‘Twisted Soul’
Portugal. The Man – ‘Got It All (This Can’t Be Living Now)’
Rock Mafia – ‘The Big Bang’
Spank Rock – ‘Energy’
The Chain Gang Of 1974 – ‘Hold On’
The Hives – ‘Thousand Answers’
The Medics – ‘City’
The Naked & Famous – ‘Punching In A Dream’
The Strokes – ‘Machu Picchu’
The Ting Tings – ‘Hands’
The Vaccines – ‘Wreckin’ Bar (Ra Ra Ra)’
Thievery Corporation – ‘Stargazer’
Tittsworth & Alvin Risk/Maluca – ‘La Campana’
TV On The Radio – ‘Will Do’
Tying Tiffany – ‘Drownin’


New York I Love You: Grouplove, Two Door Cinema Club, o “Romeu e Julieta” hipster e o gato mochileiro
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Lúcio Ribeiro

* Popload em Nova York.

* Tudo tranquilo na cidade que amamos e às vezes nos deixe deprê, segundo o gênio contemporâneo James Murphy. Tirando tuuuuudo o que está acontecendo, nada parece acontecer. Calmaria pós lembranças do 11 de setembro, gato peregrino na capa de jornal e o zunzum pela estréia nesta sexta-feira do filme novo do Gus Van Sant, “Restless”, uma história que, como eu andei lendo, é um “ROMEU & JULIETA HIPSTER MODERNO”, hahaha. Um romance “quasi-homossexual”, porque, segundo dizem, o “Romeu” parece uma menina e a “Julieta”, um hominho. Gosh, preciso ver isso.

* Está tudo tão NYSussa que a capa de ontem do “New York Post”, com o genial título “Puss ‘N’ Boots”, foi o gato Willow, que teria feito uma jornada de 5 anos indo da cidade de Boulder, no Colorado, até uma rua do East Side de Nova York. O felino desapareceu de seus donos em 2006 e, apesar da procura louca, só foi encontrado agora, em 2011, cerca de 1.500 milhas longe de casa. Um bom samaritano achou o bichano sozinho numa rua em Manhattan e o entregou ao Animal Care and Control. Graças a um chip implantado no gato com todos os seus dados, seus donos foram avisados. A menina Shelby, 17 anos, já prepara em Boulder uma festança na cidade de “welcome back” para o kitty.

* Nova York nesta semana está sendo um mini-Planeta Terra Festival. Entre quarta e hoje tocaram/tocam Toro Y Moi, Bombay Bicycle Club e Peter Bjorn & John. Desses, fui no Bombay, porque eles abriam para o Two Door Cinema Club, no Terminal 5. Dois bons shows (vi quatro músicas do BBC apenas), mas de bandas que estão tocando tanto há tanto tempo que estão visivelmente cansadas, gás no fim. Principalmente o TDCC. Fora que o público nova-iorquino paradão não ajuda, mesmo com a casa sold-out fazia tempo. Two Door Cinema Club tocou muito em seriado tipo “Gossip Girl”. E, na mais caricata das caricaturas, assim que eu cheguei ao clube, encostou uma limusine e dela desceram uns dez meninos e meninas vestidos de franceses século 18.

* O Two Door Cinema Club tocou uma música nova. Seu vocalista disse algo do tipo “É a primeira vez que tocamos ela ao vivo fora do Reino Unido”. Gravei um trechinho. Obviamente não sei o nome. Se alguém puder ajudar…

* Na quarta, no entanto, fui a um show fervendo no Bowery Ballroom. Quem tocou foi a banda nova Grouplove, agitando ao vivo o lançamento de seu disco novo nesta semana, o esperto “Never Trust a Happy Song”, já comentado por aqui. O Grouplove é de Los Angeles, dessa safra feliz de homens, bandas e idéias que está vindo da Califórnia. Nada mais sintomática que a banda faça show e festa-pós de lançamento de seu primeiro disco em Nova York, que até então é (era?) o celeiro de grupos novos e experimentos sonoros interessantes, com sede no Brooklyn. Enfim, isso é uma outra tese, também já resvalada na Popload. Uma hora a gente volta a ela.
O show começou a 100 por hora, depois caiu um pouco. A banda, quinteto esperto e variado de figuras, tipos e caras boas, quatro caras e uma menina tecladista, tem para apresentar, de cara, um punhado de pelo menos cinco músicas muito boas, todas beirando o indie-pop pegajoso alegre, mesmo quando a letra não é rir.
Falta muita força ao vivo, que com o tempo a banda vai desenvolver. Mas o show é uma diversão só. As músicas falam por si. O Foster the People ganhou um irmãozinho.


Nos EUA, a verdadeira Music Television não é a MTV
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Lúcio Ribeiro

* Popload em Nova York.

** Já falei aqui (não aqui, mas aqui. entende?) uma vez que os programas de entrevistas da TV americana são mais importante para a nova música que a MTV. Vamos voltar ao assunto.

*** O David Letterman de vez em quando emplaca em seu Late Show alguma coisa para seus milhões de telespectadores noturnos. Mas, se você quer mesmo ver a new music na TV americana, precisa ficar amigo do figurinha Jimmy Fallon. Só nesta semana (e só tivemos três programas, portanto) duas bandas novas boas foram ao programa de Fallon para desempenhos ao vivos de novidades.

O Girls, de San Francisco, que já foi atração de Popload Gig passada, lançou nesta semana o lindinho álbum “Father, Son, Holy Ghost”, que carrega os singles bacanas “Vomit” e principalmente “Honey Bunny”. O disco foi até veiculado em streaming pelo diário inglês “The Guardian”, para você ter uma idéia. Aí a banda foi lá no Fallon de convidada e mandou na terça-feira esta “delicada” “My Ma”, do álbum novo. Dá uma olhada.

Ontem foi a vez do Neon Indian aparecer para tocar no programa do Jimmy Fallon. A banda do menino chicano Alan Palomo mandou a espertíssima “Polish Girl”, também de disco novo. O Neon Indian lançou nesta semana, tipo o Girls, novo álbum “Era Extraña”, elogiadíssimo. Tenho ele baixado, mas não ouvi muito. Alguém?

**** O Carson Daly também promove apresentações ao vivo de música indie no seu programa diário, que aliás começa exatamente depois do show do Jimmy Fallon. Nesta semana, no entanto, foi de reprise. Mas segunda tocou “só” o The Kills, que fez duas músicas para o Daly em maio. Na terça, foi a vez do School of Seven Bells de março. Ontem, rolou Grouplove de maio. Hoje reprisa Interpol de abril. Olha o Kills no Carson Daly:

***** Hoje no Conan O’Brien tem Foo Fighters. Tocando “Walk”, a performance que já circulou na internet.

****** O legal em programa de entrevistas tipo Fallon, Letterman, Conan O’Brien etc é que eles perceberam neste ano que a estrutura montada por bandas permite mais que uma musiquinha para tocar no programa. Passaram a gravar duas, para botar uma como “exclusiva da internet”. E agora promovem verdadeiros mini-shows ou até shows longos mesmo.
O Letterman, por exemplo, pegou a estrutura do Ed Sullivan Theater, onde é gravado, para fazer um “Live on Letterman”. Na terça-feira que vem, por exemplo, vai fazer uma transmissão na internet de um show do Coldplay, a banda convidada do dia. Na quarta da próxima semana, quem se apresenta no “Live on Letterman”, concerto inteiro via internet, é o Wilco. Fraco ou não.


Música do ano: Grouplove, “Itchin’ on a Photograph”
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Lúcio Ribeiro

* Aliás, amanhã sai nos EUA o primeiro disco da banda californiana GROUPLOVE, cheio de “músicas do ano”, pelo que eu pude ouvir até agora. “Never Trust a Happy Song”, título ótimo do álbum, abre exatamente com essa “Itchin’ on a Photograph”. Pedradinha tipo Nirvana: momentos calmos intercalados a gritaria louca. Mas músicas como “Tongue Tied”, “Colours” e “Naked Kids” também pedem atenção imediata.

O Grouplove, para variar, chamou atenção primeiro dos ingleses, que tocam a banda desde o começo do ano, graças ao EP deles homônimo lançado no final do ano passado e muito por causa da delirante “Tongue Tied”, música que o MGMT daria uma de suas roupas hippies para ter feito. Mas agora, pela aparente aceitação geral no underground americano, é o tipo de banda que vai estar bem posicionada nos festivais de verão de 2012, pode escrever. O Grouplove se junta ao Foster the People na turma dos novos indie californianos, arranhando a hegemonia do Brooklyn no novo rock americano. Tenho escutado bastante nos últimos dias a KEXP, rádio bacana de Seattle. Acho que, desde o último sábado, já ouvi diversas vezes pelo menos duas músicas diferentes do Grouplove.

Veja o vídeo dessa fofa “Itchin’ on a Photograph”. Aliás, depois, ouça o disco inteiro, em advance.

Grouplove ‘Never Trust A Happy Song’ by ATL REC


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