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Serginho Groisman é o nosso Jools Holland. Ou: o incrível e surreal dia em que o Suede conheceu o Buchecha
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Lúcio Ribeiro

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* A primeira parte é forçada. A segunda é muito verdade. Aconteceu assim.

Não tenho ideia se vai ao ar neste sábado ou no da outra semana ou ainda mais para frente, mas o fato é que a icônica banda de britpop inglesa SUEDE vai ser atração do programa global “Altas Horas”. Brett Anderson e companhia foram recebidos nos estúdios da Rede Globo em São Paulo há duas semanas para gravar o show de entrevistas+músicas apresentado pelo Serginho Groisman. Guardadas as devidas distâncias em anos-luz, Groisman é uma espécie torta de Jools Holland, o cara que recebe em seu programa algumas atrações musicais e arma elas ao mesmo tempo e no decorrer do programa vai trazendo ao holofote.

Enfim.

Um dos melhores shows do Planeta Terra Festival no dia 20 de outubro, o Suede, de bobeira, ganhou o convite da Globo por algum motivo, sem ter ideia de onde ia e tocar com quem e para quem, a banda se viu no estúdio com Groisman, Buchecha (que tinha o parceiro Claudinho em famosa dupla de funk pop do Rio e outra atração musical do programa), o lutador de MMA Vitor Belfort, a consultora de moda e empresária Constanza Pascolato, o ator Lazaro Ramos e o brother jornalista-escritor-teatrólogo Marcelo Rubens Paiva. E, no meio deles, Brett Anderson, dândi do britpop anos 90.

O Suede havia participado de um encontro de fãs na sexta-feira anterior ao Planeta Terra, quando uns adoradores do grupo descobriram o “compromisso” de ir ao “Altas Horas”. Quando a notícia chegou a mim, fiquei louco para saber o que tinha rolado lá. Procurei encontrar alguém que tinha ido ao programa, por um acaso. E descobri.

A plateia, soube, era formada boa parte por alunos de uma escola da cidade “do outro mundo” Varginha, Minas Gerais, não tinha ideia quem era aqueles gringos e reagia quase zero para a banda. Segundo relatos, a banda não estava entendendo nada do que estava acontecendo, o produtor não sabia o que ia encontrar quando aceitou levar o grupo inglês. Ele nem lembrava mais quem o havia procurado. Quando viram, depois do evento dos fãs, estavam na van indo para a Globo.

Márcio Custódio, famoso agitador indie paulistano e fã do Suede foi à apresentação. Descobri isso no outro dia, tinha foto do Suede cantando no “Altas Horas” já no Facebook. Pedi a Custódio que relatasse o que ele viu ali no encontro Groisman, Brett e Buchecha. E o que ele falou foi o seguinte:

“Foi surreal. O que rolou é que eu conhecia o manager deles e o abordei no encontro de fãs que teve na sexta. Perguntei se era verdade que eles iriam gravar o “Altas Horas”. Ele disse que logo em seguida ao encontro iriam partir para os estúdios da Globo. Daí descolei uma carona e fomos atrás deles.

Chegando lá, dissemos que éramos da banda a o guardinha abriu a cancela para nosso carro entrar. Perguntamos onde era o local de gravação e fomos lá. Em questão de minutos estavámos lá dentro. Ninguém nos barrou. Assistimos de boa a passagem de som.

Mas aí a produção do programa, quando se deu conta que éramos bicos caras-de-pau, pediu para os seguranças nos tirar de lá. Então o manager do Suede, Charlie, disse que eu tinha que ficar, que ele fazia questão. Aí meus amigos infelizmente tiveram que sair e só ficou eu. Bizarro.

Ninguém conhecia o suede ali. A plateia era formada por estudantes colegiais do Brasil todo. Fiquei no meio de uma escola de Varginha, MG, ao lado de meninas de 16 anos.

Os caras do suede tinham no rosto uma expressão de perplexidade e diversão. Dava para ver estampado na testa do Brett a frase: “WHAT THE HELL AM I DOING HERE?!?!?!?!” hahahaha…

Quando a banda tocou “Animal Nitrate” ninguém entendeu nada. Não pelo fato de ser Suede, mas acho que por ser uma banda de rock, sei lá. NINGUÉM LEVANTOU DO LUGAR!! Ficaram sentados, chocados, dá para ver na foto. Quando o bocheca cantou, todo mundo levantou, cantou junto batendo palmas.

Teve uma hora em que o Brett rebolou. Daí algumas meninas gritaram.

A coisa toda na verdade foi um sacrifício, porque eu tive que ver o programa TODO. E não podia levantar. Os caras da produção eram super-rígidos. E tudo durou quase 4 horas!!!!!. Mas valeu a pena. O Suede detonou, tocou com toda força. deixou todo mundo intrigado. O som estava ótimo. Mas eu me perguntava quem estava sofrendo mais ali: o Suede que não entendia nada do que se falava no programa, ou eu que entendia tudo… uahuahuahauh…

O mais surreal foi ver o Buchecha dançando e curtindo Suede. E depois o Brett curtindo a música “Quero Te Encontrar, do Buchecha, aquela antiga.

O Suede tocou no “Altas Horas” as músicas “ANIMAL NITRATE”, “METAL MICKEY” e “FILMSTAR”.

No dia seguinte, fui no hotel deles pegar as duas cortesias para o festival que o Charlie ficou de me dar. Daí perguntei para ele quem de fato havia convidado a banda para o programa. E ele não soube dizer. Falou que o Suede gostou de ter ido, no fim, pois eles tocaram bem e o som estava ótimo.

“But it was a bit tricky to be there”, finalizou, haha.”

Essa não é a primeira vez que o indie confronta com um artista “marca registrada” da música popular brasileira no programa do Serginho Groisman. Em outras ocasiões, o Band Of Horses dividiu o palco com o Chiclete com Banana. Já o I’m From Barcelona mostrou seu som no mesmo auditório do “Altas Horas” em que estava o sertanejo Leonardo.

O Serginho é ou não, um pouquinho, o Jools Holland brasileiro?


A história da Ladyhawke em São Paulo. Com o I’m From Barcelona junto. E você pagando
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Lúcio Ribeiro

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* Então é assim. A musa pop neozelandesa Ladyhawke (acima) vem mesmo a São Paulo, como dissemos posts abaixo. O show será num evento de bebida no novo Cine Metrópole, no centro de São Paulo, no dia 28 de setembro, e terá ainda a apresentação da numerosa e “instrumentada” banda indie sueca I’m From Barcelona. Tudo certo até aqui?

Os dois shows acontecem dentro de um evento festivo e de crowdfunding, a história em que o fã compra cotas para tornar possível o show, os tais ingressos reembolsáveis. A festa é por conta do uísque Jack Daniels, que comprou metade das cotas todas para comemorar no evento o aniversário do Mr. Jack, o fundador da marca, que completa 162 anos agora em setembro.

Quanto ao ingresso de “financiamento colaborativa”, a abertura de vendas para os fãs das bandas acontece de hoje a 21 de agosto no site da PlayBook, a orquestradora do crowdfunding. São 340 ingressos-reembolsáveis a R$ 200 e 10 deles a R$ 400, mas dando direito a camarote e open bar. No dia 21 de agosto, e as compras colaborativas forem feitas, o evento é confirmado e a bilheteria tradicional é aberta com entradas no valor de R$ 140 cada, no primeiro lote. No fim de toda a venda, os fãs que participaram do crowdfunding pegam a grana de volta, em 100% (se todos os ingressos forem vendidos), ou parcialmente (dependendo da venda).

Entendido ou nem?

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