Lou Reed e o primeiro show em São Paulo. Em 1996
Lúcio Ribeiro
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* São Paulo é que é caminhar por um “wild side”, LouLou.
Adoro essas coisas. Fui procurar os arquivos da Folha de S.Paulo para lembrar como foi o primeiro show do músico Lou Reed em São Paulo. Eu estive nele, mas minha mente corrosiva não guarda tantos recuerdos precisos assim. Foi em 1996, no antigo Palace.
O meu título acima e o começo do relato têm uma imprecisão. O primeiro show, naquele setembro de 1996, não equivale a este ingresso, que um amigo cedeu à Popload. Ele é da segunda apresentação do ex-Velvet Underground na cidade. Tudo foi assim.
Lou Reed fez dois concertos no Palace. O primeiro, numa segunda-feira, com mesas e cadeiras. O segundo, na terça, esse sim do ingresso e ao qual fomos, em pista, de pé. Para este segundo show os ingressos esgotaram rapidinho. E, claro, foi o mais legal deles.
Reed, na semana anterior, já havia feito duas aparições sonoras no Metropolitan, no Rio, onde começou a turnê brasileira.
A página da Ilustrada (o caderno cultural da Folha) que continha a matéria-apresentação do primeiro dos shows em São Paulo, o sentado, trazia na página ao lado a seguinte reportagem “Fãs de ‘Arquivo X’ no Brasil se multiplicam na internet”. Hahaha. Ah, como o tempo passa cruel…
A dimensão do que foram os shows de Lou Reed se dá pela música que os abriu, “Sweet Jane”, e pelo bis que os fechou: “Vicious”, “Satellite of Love”, “Pale Blue Eyes” e “Walk on the Wild Side”. Vish…
Na véspera do segundo show paulistano, momentos antes de entrar no palco Lou Reed participou de um bate-papo do UOL, novidade da época, hahaha. O músico americano foi a segunda personalidade a participar de bate-papos virtuais com o público do Brasil. Na conversa, Lou Reed comparou São Paulo à Nova York, mas não gostou do “tempo maluco”. Disse que sua música predileta, dele, era “I’ll Be Your Mirror” e “The Bells”. Afirmou que poderia fazer mais shows no Brasil (“Mas ninguém me pediu para ficar mais tempo”) e curtiu a versão que a cantora brasileira Marisa Monte fez de sua “Pale Blue Eyes”, produzida pelo amigo Arto Lindsay.
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