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I know it’s over. O show do Morrissey em São Paulo, ontem
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Lúcio Ribeiro

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Foi tudo dentro do previsível. O que quer dizer que, sim, foi um bom show. Tirando um visível cansaço do astro britânico Morrissey, mito da música pop pelos serviços prestados com sua ex-banda e por seu forte trabalho solo, mas mais ainda por seu maneirismo passional, ocorreu o que a gente sempre espera dele. Charme, sarcasmo, rabugice, músicas lindas, músicas das mais bonitas feitas, músicas médias, ceninhas contra sua Inglaterra, que ele insiste em dizer que ainda lhe deve uma vida. Contra os “ditadores do mundo” (o jornalzão britânico “Observer”, em sua edição de ontem, tratou com um textão político se Morrissey ainda deve ser chamado de “tesouro nacional” pela sua língua afiada).

Alguns “Morrisseys” na platéia do Morrissey, em SP

São Paulo pagou por estar atrás de uma turnê desgastante (para um senhor de 53 anos e no gás da ativa sem disco novo, sem gravadora por trás), só na fama. A voz indefectível de Morrissey estava quase pedindo arrego debaixo da maratona sul-americana em geral, brasileira em particular. Principalmente ainda no calor que estava o confuso Espaço das Américas, lugar que aplica a criminosa Pista VIP, que enquanto o palco ainda não tinha algumas das caixas estouradas apresentava um som bom, que não chegava com qualidade lá atrás, na pista para “gente normal”. Mas, ainda assim, Morrissey estava bem feliz, para um dia qualquer como o domingo. Entende?

Minha parte predileta do show: em “Everyday Is Like Sunday”, público cantando junto, na hora de falar a frase “Como eu queria muito não estar aqui” ele pára de contar, deixa o povo bradar a estrofe sozinho e, sarcástico, olha para a platéia e manda um “Really?”.

Morrissey em SP: o biquinho e o protesto contra a tirania mundial. Bigmouth strikes again

Abaixo, Morrissey cantando a fantástica “Still Ill”, dos Smiths, e algumas fotos.

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