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Arquivo : abril 2013

Como o Coachella salvou a vida de um homem. Em pleno vôo para Los Angeles
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Lúcio Ribeiro

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* Está começando por agora o segundo final de semana do colossal Coachella Festival, lá no deserto de Índio, Califórnia. Vamos, mesmo numa intensidade diferente da empregada na semana passada, falar de um dos principais eventos de música do mundo. Para iniciar os trabalhos, quero trazer aqui a história da Mariana Perroni, uma amiga minha de shows e festivais que se dirigia do Brasil ao Coachella e salvou a vida de um sujeito que teve um piripaque sério em pleno vôo. Mariana é médica e socorreu o homem, no avião para Los Angeles. Ah, se Mariana não estivesse indo para o Coachella…

Ela mesmo conta. Foi assim:

Foto de agora há pouco do Instagram da Mariana, já em Índio, pronta para o primeiro dia do Coachella. A montanha de pedra e o cactus atrás dela entregam o local

“Então, tá.

Depois de quatros anos, decidi aproveitar minhas férias e voltar para meu terceiro Coachella. Já fui a um número considerável de festivais de música, mas, mesmo com toda a poeira e perrengues logísticos, esse permanece como meu preferido. Só que, desta vez, algumas coisas foram diferentes: não foi só o primeiro dígito da minha idade que havia aumentado (passei dos 20 para os 30), a experiência também. Eu já sabia quais tosquices inocentes evitar no processo da chegada até aqui, desde os assentos de avião em que se tem maior chance de dormir (por menor probabilidade de sentar gente do seu lado), até os hotéis mais aceitáveis e bem localizados aqui neste seco e quente fim de mundo em que todos os estabelecimentos, comerciais ou não, são pintados de cor de papel pardo. Afinal, não achar barata no quarto é algo essencial.

Antecipar problemas, inclusive, é um negócio que eu faço meio que diariamente. Sou chata? Não. Eu sou médica intensivista. É quase a mesma coisa (mentira). A maioria das pessoas nem sabe o que é essa especialidade e acha que sou cardiologista. Mas não. Ser intensivista significa que eu sou uma médica que, além de fazer consultório, trabalho basicamente com doentes graves ou com potencial bem grande de ficarem bem graves. E que por isso ficam na UTI. Na verdade, estou contando porque isso envolve um grande grau de planejamento de forma que se evitem desfechos inesperados. Só que, aparentemente, não funciona em viagem.

No primeiro vôo (São Paulo X Houston) tudo correu bem: ninguém sentou do meu lado e consegui dormir durante a maior parte dele.

Segundo vôo (Houston X Los Angeles): A ausência quase que total de serviço de bordo devia ter feito com que eu suspeitasse de que sobraria para alguém.

Estava eu, aliviada pelo fato da maior parte de toda a viagem já ter passado e a cerca de um hora e meia de vôo de Los Angeles, em uso do meu kit de isolamento social (óculos escuro e fone nos ouvidos) de forma a evitar a senhora que insistia em pedir minha ajuda para ajudá-la a acessar o joguinho de memória do in-flight entertainment repetidamente (ela saía da tela toda hora sem querer). Encontrava-me um tanto sonolenta, até que vejo dois comissários correndo para frente e para trás com cara de pânico.

Tudo o que ouvi, ao tirar meus fones do ouvido, foi: “medical professional”. Confirmei com o comissário se estavam precisando de algum médico e ele afirmou que sim.

Apesar de o Palma Violets estar tocando “I Found Love” no meu fone de ouvido quando me levantei, o que eu encontrei foi um homem de uns 40 anos caído duro no chão do corredor. Sem pulso. Enquanto pessoas cutucavam-no.

Resumindo: o homem tinha tido uma convulsão seguida de uma parada cardíaca. Eu podia ter saído da UTI, mas a UTI foi atrás de mim. E eu, a única médica do vôo, atendi a emergência. Muito provavelmente ele morreria se não tivesse tido o auxílio rápido, ali mesmo no vôo.

Enfim, paciente estável e situação resolvida, voltei para meu assento e recoloquei calmamente os fones no ouvido, sob os olhares e burburinhos em diversas línguas. Liguei o shuffle com as músicas do meu telefone. A primeira delas foi, curiosamente, Johnny Marr, “I want the heartbeat”.

And I got it.”

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Tags : Coachella


Enjoy the silence: Savages mandam o mundo calar a boca
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Lúcio Ribeiro

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* Lindo o vídeo para “Shut Up”, das Savages, garotas (post)punk de Londres que lançam o primeiro disco em maio e que já foram citadas aqui algumas vezes.

Shhhh… “Shut Up” abre o disco e, como o nome diz, a banda barulhenta pede silêncio. Silêncio do e para o mundo. Silêncio das coisas que nos distraem, das vozes e do barulho que tiram o nosso foco e que nos deixam mais “vulneráveis”. As palavras não são minhas, ok? Eu continuo gostando do barulho, thank you very much.

O discurso, um manifesto a la ~enjoy the silence~, aparece na introdução do vídeo na voz linda da vocalista Jehnny Beth, e também na capa do disco “Silence Yourself” (como se vê, o calar-a-boca é quase um apelo):

O vídeo foi feito por Giorgio Testi, o cara por trás da direção do famoso show da volta do Blur no Hyde Park AND diretor do mini-documentário “What’s your story”, do Oasis. Mandaram bem, meninas:

SILENCE YOURSELF. #Fikadika das Savages.

Ah, as Savages tocaram semana passada (foto abaixo) e tocam amanhã no Coachella 2013.

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Ah, não. Fomos enganados outra vez. A versão definitiva de “Get Lucky” se chama “Good Lucky”
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Lúcio Ribeiro

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Por essa você não esperava (talvez sim). A versão oficial e esperada de “Get Lucky”, primeiro single do estrondo “Random Access Memories” do Daft Punk, foi lançada nesta madrugada, duas mil versões fakes depois. Tudo bem que essa versão oficial é praticamente a mesma que vazou por último, na quarta-feira.

Só que, horas depois, aparece a versão definitiva da música, posso dizer. Esqueça o Daft Punk, o Pharrell e o Nile Rodgers. A estrela da vez é… Vanessa da Mata.

“Good Lucky” by Orquestra Caporra de Sucessos. Ficou gênio.


Alt-J, maior que o Stone Roses, passa pelo programa do Conan
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Lúcio Ribeiro

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* Outro com o Coachella como destino (toca hoje) e que fizeram um pit stop “demonstrativo” na TV americana é o grupo britânico Alt-J, uma das melhores bandas da gostosa nova safra indie do Reino Unido. Eles passaram ontem no programa do Conan O’Brien para tocar o single “Breezeblocks”, do álbum “An Awesome Wave”, lançado no ano passado e que marca a estreia da banda em disco. Mas o “esforço de divulgação” do Alt-J para a cena americana está acontecendo agora, em torno da primeira participação da banda no Coachella.

Li num artigo no “Independent” britânico, acho, que o novinho Alt-J levou mais gente para sua tenda do que o veterano Stone Roses levou ao palco principal, no primeiro final de semana do corrente festival da Califórnia. Hummmm.

O Alt-J já “balançou” de vir ao Brasil duas vezes, mas não rolou. Acho que uma hora vem. Indie britânico experimental, tá ligado?

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Lana Del Rey, com o namorado, fazendo a Nancy Sinatra
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Lúcio Ribeiro

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* Humpf.

Atualmente em turnê concorrida pela Europa e preparando seu aguardado novo disco, a dondoca Lana Del Rey anda brincando com vídeos, um de seus passatempos favoritos. A gata liberou um recorte visual para “Summer Wine”, faixa clássica que ganhou o mundo na voz de Nancy Sinatra e Lee Hazelwood, no final dos anos 60, e que já foi replicada por diversos artistas, desde o The Coors ao U2.

No vídeo, que tem algumas cenas filmadas no quintal da casa da Lana, a cantora divide a tela e os vocais com seu namorado Barrie-James O’Neil, líder e guitarrista da banda escocesa Kassidy.

Esta é a segunda cover que Lana Del Rey lança nos últimos dias. No mês passado, a cantora soltou uma versão bem intimista de “Chelsea Hotel #2”, do gênio Leonard Cohen.

Abaixo, os vídeos de “Summer Wine”, a original e a da Lana.


Phoenix tenta emplacar single novo na TV americana
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Lúcio Ribeiro

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* A caminho do Coachella, de novo, a banda francesa Phoenix, um dos principais nomes do evento do deserto da Califórnia goste você ou não, passou pelo programa do apresentador Jimmy Kimmel para tocar ao vivo seu “assim-assim” primeiro single do álbum novo, “Entertainment”. Achei a música com um “quê” muito forte de Killers, mas enfim.

“Entertainment” está no álbum “Bankrupt!”, o quinto da banda francesa, já na internet, sai oficialmente semana que vem. No Coachella, eles tocam amanhã.

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Indie do indie news: Bananada vem com Mondo Generator e Brendan Benson em maio. Abril pro Rock começa amanhã e tem Dead Kennedys e Television
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Lúcio Ribeiro

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* Houve um tempo em que, se a gente queria ir ver show indie-indie mesmo em festival, não era no Toro y Moi no Lollapalooza. Ou não tinha que se submeter a coisas como Gogol Bordello tocando com o Lenine no Rock in Rio.
Eram priscas eras tipo década passada ou a anterior em que se perguntaria fácil o que uma banda tipo Matt & Kim estaria fazendo no meio da escalação mezzo-metal, mezzo-grunge do desaparecido SWU, de tão estranho que seria. Até ver nomes como Bombay Bicycle Club ou White Lies tocando no indie-ele-mesmo Planeta Terra (aguarde o “novo Planeta Terra”, talvez, quem sabe) causaria uma estranhezinha.

Porque essas bandas, antes de o indie roçar o mainstream, ou antes de o mainstream afundar e só restar os indies mesmo, tinham outro endereço: Abril pro Rock Festival (Recife), Goiânia Noise (Goiânia), Bhrif (Belo Horizonte), Bananada (Goânia), Porão do Rock (Brasília), Coquetel Molotov (Recife), Curitiba Rock Festival (Curitiba), Upload (São Paulo), depois o Popload Gig Festival (cóf!), entre muitos outros valentes exemplos que não existem mais ou ainda persistem bravamente no calendário nacional.

Enfim, toda essa introdução saudosista quaquá para dizer que não estou falando que hoje está ruim, mas que é bacana prestar atenção em dois tradicionais festivais em particular, indies de alma, de atrações e de estrutura, que acontecem em breve e valem bem a visita para “ver a movimentação”.

* BANANADA (GO) – O amigão do Jack White, o multiinstrumentista americano Brendan Benson, integrante do Raconteurs, estrela a edição deste ano do Bananada, que acontece em maio, de 13 a 19. Outro grande pequeno nome a participar do festival goiano deve ser a banda Mondo Generator, do figuraça Nick Oliveri (foto abaixo), ex-parceiro do Josh Homme no Queens of the Stone Age, que um dia tocou pelado em um Rock in Rio e acabou na cadeia, porque pensava que aqui todo mundo tirava a roupa: “Vejo um monte de mulher sem roupa no Carnaval. Achei que era beleza…”
A programação do Bananada é grande, muitas bandas brasileiras serão anunciadas. E esses gringos ilustres serão concentrados nos dias 16 e 17. Ambos devem tocar em São Paulo.

* ABRIL PRO ROCK – Começa AMANHÃ em Recife a programação de dois dias do Abril Pro Rock 2013, que neste ano mistura duas bandas veteraníssimas da história do rock americano com bons nomes da cena atual e nem tanto da música indie brasileira. Os um-dia-gigantes Dead Kennedys (fundada por Jello Biafra, não mais na banda, nos anos 70) e Television (fundada por Tom Verlaine, ainda na banda, também nos anos 70) puxa a fila gringa, dividindo espaço com Marcelo Jeneci (SP), Silva (ES), os Devotos, banda da casa, entre vários outros nomes nacionais e internacionais.

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Black Sabbath fala de Deus e morte em seu novo single histórico
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Lúcio Ribeiro

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Com turnê confirmada para o Brasil em outubro, quando visita São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre com o Megadeth na bagagem, o seminal Black Sabbath vai lançar seu novo disco “13” em junho. E, enfim, já se conhece o primeiro recorte sonoro da obra.

A ótima, viajada e de título incrível – “God Is Dead?” – tem duração de quase 9 minutos, começa climática, cresce e acaba épica. A faixa foi tocada por Zane Lowe na tarde de hoje em seu programa na BBC Radio One. “13” será o 19º álbum do grupo inglês, que existe desde 1968. “13”, lançado em 2013, por uma banda com nome sinistro e com esse sugestivo single “God Is Dead?”, parece vir a calhar em ano que o mundo vem sendo bombardeado por todos os lados. Este será o primeiro disco que juntará Ozzy Osbourne, Tony Iommi e Geezer Butler desde 1978. A química e o gás do trio parecem estar em dia.

Legal que antes da música, Zane Lowe entrevistou o Ozzy. Na despedida, o veterano cantor mandou um “God bless”. Sério.


Popload aposta no Daft Punk. Na bolsa de valores
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Lúcio Ribeiro

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* We’re up all night to get lucky.

 

Só melhora. Os burburinhos em torno do disco novo do Daft Punk, “Random Access Memories”, e a volta do duo aos palcos só crescem a cada dia que passa, mesmo que eles não digam nada de forma oficial. Tudo na base do achismo, do hype, do marketing, da tendência e, quem sabe, em cima de verdades que serão confirmadas a qualquer momento.

A última da vez é que a casa de apostas irlandesa Paddy Power abriu cases relacionados ao retorno do Daft Punk. A marca é a maior provedora de serviços de jogo online na Irlanda e um provedor líder de serviços de jogos online no Reino Unido. Sua ações estão listadas na Bolsa da Irlanda e Bolsa de Valores de Londres. As apostas em torno do futuro da vida artística de Thomas Bangalter e Guy Manuel de Homem Christo são variadas. Nas apostas, 2/11 indicam que o disco será o mais vendido do ano. 7/1 de que “Random Access Memories” vai alcançar o topo das paradas. 1/5 que venderá mais que o disco do David Bowie na primeira semana.

Mas a aposta que chama mais a atenção está relacionada a uma suposta aparição surpresa do duo no Glastonbury deste ano. Isso porque o festival tem em seu line up só os Rolling Stones, Arctic Monkeys e outras 600 bandas. De acordo com as projeções, a Paddy Power paga 3/1 em uma apresentação surpresa do Daft Punk na Pyramid Stage do Glastonbury. Daft Punk, Pyramid Stage… entendeu?

Enquanto os franceses não acenam para seu retorno aos palcos, foi confirmado que na madrugada de hoje para amanhã, 1h, o duo vai soltar oficialmente sua esperada “Get Lucky”. Algo me diz que é sim aquela versão que a Popload divulgou ontem, que foi amplamente repercutida. Cheguei a ver uma galera em um escritório discutindo se a música é real, falsa, se o Lucio Ribeiro está fazendo isso só para criar um buzz. Haha.

Só sei que vou apostar uma graninha em um show deles no Glastonbury. É sério…

A capa do single é esta abaixo. Será?