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Show de Beyoncé em Fortaleza “acaba” com a pista comum e faz a área VIP deixar de ser VIP
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Lúcio Ribeiro

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* Entendeu?

Um dos principais alvos de reclamação da galera que respira música e vai aos shows sempre é a tal da área VIP. Já falei aqui em diversas oportunidades que até entendo a existência dela como modelo de negócios, fonte de renda importante para o produtor que briga com 1 milhão de fatores, tipo impostos, a “questão” da meia entrada (e outros) para fazer um show acontecer num país arenoso como o Brasil. Mas sempre fica a pergunta: ela realmente precisa ser do tamanho que tem sido na maioria dos eventos e tomar toda a frente do palco, jogando o fã “comum” da banda, muitas vezes o “verdadeiro fã”, láááá para trás, longe do artista?

Não pode ser de lado, ou montada sob uma plataforma, ainda em um lugar “privilegiado” para quem se dispõe a pagar mais e ter acessos mais tranquilos a banheiros, bebidas e a entrada/saída do lugar? Sem contar uma galera que “fala muito” ali nesta polêmica área privilegiada durante os shows.

Desde que o Brasil fincou seu nome como rota fixa de turnês mundiais de bandas que vão do Grizzly Bear aos Rolling Stones em quantidade absurda – isso de uns seis, sete anos para cá – a tal área VIP começou pequena, quase como uma comodidade, e acabou virando uma das grandes vilãs nos últimos tempos, quase obrigatória, chegando a ocupar metade de um gramado como o do Morumbi, por exemplo, ou sendo instalada até mesmo em casas para 6, 7 mil pessoas, como o Credicard Hall.

Daí que agora apareceu um novo “conceito” que chega a ser engraçado. Não sei se a coisa está pegando apenas em relação à nomenclatura, mas vem de Fortaleza um novo capítulo dessa polêmica.

A grande pop star Beyoncé vem ao país em setembro para se apresentar no Rock In Rio. Aproveitando a presença no mega festival, a cantora aproveitou para arquitetar uma turnê em estádios em outras cidades. Além do Rio, ela se apresenta em São Paulo, Belo Horizonte, Brasília e Fortaleza.

É na capital cearense que Beyoncé começará sua turnê dia 8 de setembro com um mapa de assentos no mínimo curioso para a nova arena Castelão, um dos estádios remodelados para a Copa do Mundo, que tem capacidade para mais de 60 mil pessoas. Por lá, não existe a tal área VIP. Quer dizer… Existe, mas ela foi puxada para o lugar habitual da pista comum, ganhando o nome de “Pista Premium”, com ingressos custando R$ 280. A área VIP, na prática, vai se chamar “Front Stage”, ao custo de R$ 600 a inteira, mesmo valor do Camarote Open Bar, este posicionado na lateral, também funcionando como um espaço VIP. A pista comum, no caso, não existe mais. Pelo menos para o show da Beyoncé em Fortaleza.

Início de uma nova era, Brasil?

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The Cure e a área Vip. Lolla Brasil x Lolla Chile. E umas perguntas sobre como você vê os shows e festivais no Brasil
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Lúcio Ribeiro

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* The Cure no Anhembi
Eu até entendo a existência da área VIP como modelo de negócios, fonte de renda importante para o produtor que briga com 1 milhão de fatores, tipo impostos, a “questão” da meia entrada etc. para fazer um show acontecer num país arenoso como o Brasil. Mas ela realmente precisa ser do tamanho do que tem sido na maioria dos eventos e tomar toda a frente do palco, jogando o fã “comum” da banda, muitas vezes o “verdadeiro fã”, láááá para trás, longe do artista? Não pode ser de lado, ou montada sob uma plataforma, ainda em um lugar “privilegiado” para quem se dispõe a pagar mais e ter acessos mais tranquilos a banheiros, bebidas e a entrada/saída do lugar?

Pois bem, vi o show do Cure de uma dessas áreas vip, sábado passado. Era enorme. Logo que cheguei, fiquei lá atrás, perto da “divisa”, da “fronteira”. Galera na parte “normal” fazia maior festa, cantava, batia palmas, esperando a entrada da banda ao palco. Ali, o show já tinha começado.

A contrapartida disso, a “maligna” área VIP, também virou notícia. Muita gente ontem e hoje nas redes sociais reclamavam do falatório, das conversas paralelas do povo “VIP” enquanto o Cure tocava lá em cima do palco. Nada contra ninguém conversar em um ambiente assim, mas pera lá. Mudei de lugar umas três vezes por causa do blablablá incessante de gente a minha frente, ao lado… O assunto “conversas vip” ganharam destaque hoje até na “Veja” na internet.

Daí hoje de manhã, procurando vídeos para um post neste blog, achei um de “A Forest”, a música que eu procurava. O primeiro que eu encontrei, esse abaixo, era de alguém na pista “normal” (adoro essas aspas). Olha a distância de onde o “fã comum” do Cure enxergava o palco. E ouça os berros que vinham ao redor de quem filmava a música. A energia “banda-seu público” tinha um obstáculo, um “vazio” grande no meio. Esse vazio, essa vala, era a área VIP.

PS: uma outra coisa engraçada que eu sempre noto nessas ocasiões e que no Anhembi sábado estava particularmente irritante, porque passei a prestar muita atenção nisso: eu sei que não é novidade, mas onde eu estava tinha muita gente desinteressada, ou pouco interessada, no show em si. Tinha dois caras na minha frente que quase todo começo de música soltavam um “U-hu. Adoro esta”, começando a dançar e tal. No SEGUNDO SEGUINTE, já estavam no papo solto nem olhando direito para o palco, nem aí mais com a música que diziam adorar. Se eu quisesse abdicar do show, ficaria filmando toda essa movimentação. Ia dar um interessante material de estudo.

Veja o vídeo de “A Forest”, captada da “pista comum”. Precisa ser assim?


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* Lollapalooza Brasil x Lollapalooza Chile
Ainda no tema acima, mas voltando ao assunto Lollapalooza, acompanhamos o movimento dos brasileiros que foram a Santiago no fim de semana, para a versão chilena do festival. Desde sexta-feira os comentários eram todos elogiosos. Primeiramente em relação à cidade, claro, que como qualquer grande cidade em época de festivais fica mais alegre e tem mais atrações para os milhares de turistas que estão lá de bobeira enquanto a festa mesmo não começa.

No início, parecia só deslumbramento de viagem, aquele oba-oba de quem está na curtição e nada ou pouco vai ser capaz de te aborrecer. Mas, quando o festival começou e depois, já na madrugada de segunda, quando o último show havia acabado, a discussão foi ficando mais séria. Vários fãs colocaram em suas páginas de Twitter e Facebook comparações entre a versão brasileira e chilena do Lolla. Em todas elas, a do Chile, mesmo que através das experiências de poucos brasileiros por lá, “saiu ganhando” no “trato ao público”.
(Sempre levando em conta que lá o público total divulgado foi de 138 mil pessoas. E, aqui, 164 mil. No montante, a diferença de “manobra” nem foi tanto assim.)

No ano passado, chegamos a falar sobre o perrengue que foi para aqueles que gostariam de ver os shows até o final e do quanto era difícil ser um “festival goer” no Brasil. Também fizemos um post, em novembro, sobre a zica dos shows no Brasil (e olha que o Planeta Terra nem havia entrado nessa onda “vai rolar/não vai rolar” e o Sonar ia muito bem, obrigado) e também colhemos a opinião do público no próprio Lolla 2012.

Sentimos menos esses problemas na edicão 2013 do Lolla Brasil, mas algumas questões continuaram mal resolvidas, como as filas na entrada e para os banheiros, os táxis escolhendo corridas no final e o metrô lotado, dando apenas 15 minutos a mais de seu horário normal para quem saia correndo do Jockey para pegá-lo, depois do show final.

Segundo o site Scream & Yell, do brother Marcelo Costa, que fez o favor de compilar esses relatos todos, o Lolla-Chile levou a melhor por estes motivos abaixo:

– filas controladas para banheiros, comida e principalmente entrada. Galera chegava e saía muito rápido, fosse a hora que fosse. Pegar bebida e comida não apresentava grandes problemas.
– Vários pontos de retirada de ingressos pela cidade. No Brasil, quem comprou ingressos online (e deixou para retirar na última hora) levou 2h para conseguir entrar no Jockey.
– Metrôs e ônibus rodaram por 1h a mais depois do término do festival.

Tirando a logística mais “caprichada” na hora de cuidar do público, lá em Santiago o clima de festival estava propício para:
– Eddie Vedder, do Pearl Jam, aparecer para dar uma forcinha no show do Queens of the Stone Age. Não que eles precisassem, porque quis mesmo.
– Perry Farrell estar mais “presente” lá do que cá. Aparecia nos palcos, fez participações especiais, transitava geral. Talvez porque depois da polêmica do ano passado (quando ele foi mal interpretado em uma entrevista dizendo que “o país não tinha cultura” — querendo dizer cultura de música nas escolas), e após ter sido metralhado pelos fãs brasileiros, tenha decidido ficar mais “na dele”.
– A apresentação surpresa da banda Chevy Metal, do baterista do Foo Fighters, no palco do… Kidspalooza! Com participação dele, sim, Perry Farrell.
– Para deixar a gente com ainda mais inveja, Josh Homme imitou o Eddie Vedder e apareceu no palco do amigo, acompanhado de Perry Farrell. *HUMPFT* (vale lembrar que as duas bandas tocaram no mesmo dia, ao contrário do que aconteceu no Brasil)
– Sem contar que, já falamos aqui tambem, Homme e Vedder deram ingressos para a galera em frente ao hotel.

O Lollapalooza virou o grande festival brasileiro anual (o doido Rock in Rio não conta) e o Jockey é um lugar bem posicionado e bacana para eventos, embora os cavalos reclamem do cheiro de hipsters no lugar. Melhorando essas questões que nos fizeram “perder” para os chilenos, vai ficar lindo.


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* Enquete Popload: Qual o seu relacionamento com festivais no Brasil?

Fiz essa convocação ontem à noite, para uma pesquisa rápida e indolor através de um questionário básico, e foi uma avalanche de cooperação. Então, para quem ainda não respondeu, perca esse tempinho falando como você vê os festivais e os shows no Brasil, o que faz você NÃO ir a um evento de música, quantos shows você vê mensalmente, essas coisas.

O questionário está aqui: https://www.surveymonkey.com/s/festivaisnobrasil

Não deixa de ser uma instrumentação útil para você. E, da parte que nos toca, o Popload Gig agradece. ♥

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