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Popload Gig #20 traz ao Brasil o cultuado herói do underground DANIEL JOHNSTON
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Lúcio Ribeiro

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* Hi, how are you?

* Toma essa, sociedade indie brasileira. A vigésima edição do Popload Gig (acho que é esse mesmo o número) tem o prazer de trazer a São Paulo o excêntrico cantor cult americano DANIEL JOHNSTON. Cantor, compositor, músico e artista, Johnston gravou mais de 20 discos em seus 30 anos de carreira, a maioria de modo independente, ficando conhecido como um “herói do underground”. Acompanhado por um transtorno bipolar e esquizofrenia que não o largam e o deixam recluso, Johnston, 51 anos, teve parte de sua vida documentada no filme “The Devil and Daniel Johnston”, dirigido por Jeff Feuerzeig e premiado no prestigioso festival de cinema independente Sundance. O músico nunca deixou que essa condição ofuscasse a sua arte, compartilhando e relatando seus demônios, dores e amores não-correspondidos em suas belas e sensíveis canções.

Johnston acabou ganhando o status de “cult” quando Kurt Cobain, fã do músico, usou uma camiseta com um de seus desenhos (o da capa do disco “Hi, How Are You?”) na MTV, em 1992.

Em São Paulo, Daniel Johnston fará uma apresentação única no BECO 203, no Baixo Augusta, no dia 09 de março. O show será dividido em TRÊS PARTES: guitarra e piano, Johnston acompanhado do músico Brett Hartenbach e então, Daniel Johnston com a banda completa.

No ano passado, Daniel Johnston voltou com tudo ao rock quando teve noite especial a ele no contundente South by Southwest, festival do Texas, o mais importante do mundo para descobertas e redescobertas. A banda novinha Motopony (Seattle) fez o show de abertura, depois veio Daniel Johnston incrivelmente em carne-e-osso (foto acima) e para fechar teve a absurda Buit to Spill. Emocionante.
Mais recentemente, o cantor, que desenhou a arte de todos os seus álbuns, lançou um livro interativo, com jogos e canções, para iPad.

Daniel Johnston segue sendo cultuado pelas novas gerações, ou, como disse aqui uma vez, por cada uma das gerações posteriores a ele, de Metallica a Matt Groening (Simpsons), de Flaming Lips a Beck. Fora o cara aí abaixo.

** O Popload Gig, pocket-festival ligado a este blog, começou em 2009 e já trouxe ao Brasil nomes como LCD Soundsystem, Rapture, Primal Scream, Mark Lanegan, Of Montreal, The Kills, Metronomy, Friendly Fires e Tame Impala, entre vários outros. A mais recente edição aconteceu domingo passado, com show da bombada banda americana Grizzly Bear. Dezenas de bandas brasileiras já se apresentaram no festival.

** Horário do show e informações sobre ingressos (preços e início de venda) serão divulgados muito em breve.

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Sxsw 2012 – Dia 1 – Daniel Johnston tadinho, Kasabian “roots” e a geração C
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Lúcio Ribeiro

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* Popload em Austin, Texas. Sxsw 2012.

* Se a vocação maior do festival South by Southwest (2000 bandas, 104 palcos) é a descoberta de novidades, foi uma grande novidade descobrir que o cultuado cantor e compositor americano Daniel Johnston, não só está vivo como ainda é fisicamente capaz de cantar com a emoção que marcou sua carreira, a ponto de comandar o concorrido showcase que ajudou a abrir com gala independente a parte musical do Sxsw 2012, ontem.

Johnston, 51 anos, há muitos sofrendo de esquizofrenia e transtorno bipolar e que no passado era frequentador de hospícios, segue sendo cultuado pelas novas gerações. Ou, melhor, por cada uma das gerações posteriores a ele. Do Metallica e Matt Groening (Simpsons) a Kurt Cobain, de Flaming Lips a Beck, até os meninos da interessante banda Motopony, de Seattle, uma das caras novas do Sxsw 2012 e que duplamente fez seu show na noite e também serviu de banda-suporte para Johnston cantar do jeito que ainda consegue, e por trê/quatro músicas.

A veterana banda Built to Spill, também americana, que ainda em 2012 anda fazendo shows da turnê de seu último disco “There Is No Enemy”, de três anos atrás, fechou de modo brilhante a noite dedicada ao mito indie Johnston.

* Enquanto o novo hip hop e suas misturas arrastava um bom número de pessoas para a maior fila da noite, tudo para ver os muito (bem) falados Santigold e Theophilus London, em outro canto de Austin uma outra festa expunha aos americanos a banda britânica Kasabian, gigante no Reino Unido, mas “apenas mais uma” boa banda indie para o público dos EUA.
Sem a pompa de estádio que o cerca em shows na Inglaterra, o Kasabian mostrou de modo cru (em outras palavras, sem “frescura”) as boas músicas de seu quarto álbum, “Velociraptor”, um dos grandes discos do ano passado. Parecia um Kasabian de 2004.

O grupo sueco Miike Snow e o cantor e guitarrista americano M. Ward (o “Him” da queridinha dupla indie She & Him) integraram a escalação da festa em que tocou o Kasabian, tornando o quintal do famoso restaurante “Stubbs” um dos endereços obrigatórios de Austin na noite de abertura do South by Southwest.

* O Sxsw tem a parte musical forte, mas é importante também na porção “festival de cinema” (Sxsw Film) e “painel de discussão dos novos rumos tecnológicos” (Sxsw Interactive). Com o fim deste último na terça, uma das conclusões tiradas é a de que a Geração Y e a Geração X perderam a importância. Vivemos para agradar a Geração C. De “connected”. Somos os novos cyborgs, vivendo uma relação cada vez mais simbiótica com nossos devices tecnológicos para interagir com o mundo ao redor. Existe até uma palavra para isso: “Egosystem”. Um cenário em que não temos mais que ir atrás da informação. Só de estarmos conectados, ela nos encontra. Se for importante.

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