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Soundgarden tocando o “Superunknown” na íntegra. No Sxsw, claro
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Lúcio Ribeiro

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* Alô, Lollapalooza Brasil. Na confusão sonora generalizada que é o Sxsw, maior festival de música nova do mundo, ou de novidades do mundo da música velha, entre mortos e vômito o grupo grunge Soundgarden, de Chris Cornell, tocou o famoso álbum “Superunknown” na íntegra. O show aconteceu na magistral casa de shows Austin City Limits Hall (ACL Hall) e foi transmitido por iTunes, Apple TV e Youtube dentro da versão especial do evento real/virtual iTunes Festival (poucos vêm lá, milhões vêm acolá).

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O álbum, que saiu no maluco ano de 1994 (100 lançamentos importantes, morte do Cobain, quase morte do grunge, Brasil na Copa dos EUA, eu na Copa dos EUA, morte do Senna), faz 20 anos este ano.

O Soundgarden, you know, se apresenta no dia 6 de abril em Interlagos, São Paulo, às 18h55 deste domingão de Lollapalooza. Cinco minutos depois dos Pixies (em outro palco) e com os horários batendo com o show do menino britânico Jake Bugg, outro “must-see” do festival. A vida não é moleza.

Bom, tem o show do Soundgarden/”Superunknown” todo na internet. Mas eu separei alguns dos “melhores momentos”, na minha modesta opinião.

Quem vem?

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Sxsw: o Twin Shadow na caçamba de lixo e o vômito-arte da Lady Gaga
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Lúcio Ribeiro

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Sim! Uma Lady Gaga tatuada | foto: Jay Janner

Para o padrão do SXSW, até que a quinta-feira nem foi tão agitada. Nos destaques, apenas Soundgarden, Tyler, The Creator e Lady Gaga. E um showzinho quase que privê do Jagwar Ma com Twin Shadow. Como era de se esperar, a Lady Gaga abafou a programação musical do festival ontem. Filas e filas de Little Monsters amontoados se espremeram para ver a cantora. Se o show foi bom ou não é uma questão de gosto, mas conseguiu ser o mais comentado. Durante a música “Swine”, um hino “anti-estupro”, ela cavalgou um porco mecânico enquanto uma artista (na verdade, uma “vomit painter” e sim, eu também não sabia que isso existia) lançava golfadas de (eeeeew) vômito-tinta na Gaga. O show continuou com ela assim, “com as marcas de sujeira que representavam as marcas deixadas por um estupro”, ou mais ou menos isso:

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A própria, coberta de vômito durante o show-art-perfomance (!!) de ontem | via Stereogum

Ah, sim, temos um gif do “vômito neon”, também presente no show de ontem:

E, why not, uma outra imagem da Gaga. Desta vez, chegando na festa da Crave Online, que teve show surpresa do Odd Future e a apresentação dos brasileiros do HELLBENDERS:

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Lady Gaga já de banho tomado e uniformizada para o metal dos Hellbenders 😉

* O Twin Shadow, que fez o tal show com o Jagwar Ma (banda que é atração Popload Gig no fim do mês), também armou uma performance diferente. Inusitada, diria. Inacreditável, na verdade. O DJ e produtor, mostrando que o Sxsw é mesmo um festival de possibilidades improváveis e infinitas, tocou em uma CAÇAMBA DE LIXO. Tudo foi registrado pelo site cool Funny or Die e a galerinha que estava por perto se divertiu um bocado. Entraram no clima, cantaram, dançaram e tiraram um monte de selfies para invejar os amigos.

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* Outras cenas legais do festival, ontem:

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Chris Cornell e seu Soundgarden | foto: Jack Plunkett

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Tyler, The Creator perseguido pelos fãs após o show de ontem | via Austin Humphreys

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Uma Janelle Monae futurista | foto: Rick Kern

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Har Mar Superstar. Contém um Macaulay Culkin | Foto: Jay Janner


Sxsw e a imagem do indie brasileiro no exterior
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Lúcio Ribeiro

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* As imagens, quero dizer. Estas abaixo.

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Encontro das bandas Hellbenders e Boogarins, ambas de Goiânia, para um churrasquinho em Austin, Texas. Cada um dos grupos fez quatro showcases só na quarta-feira do South by Southwest. Tem um rumor que a Lady Gaga estava em um desses shows do metaleiraço Hellbenders. Um produtor americano teria dito, sobre a banda: “It’s like Pantera and Black Sabbath had a baby together”. Para o Boogarins, a história toda só está começando. Acaba em junho na Espanha, com idas e vindas</p>

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O Zefirina Bomba, da Paraíba, nos EUA só Zefirina por motivos óbvios, tocou ontem no Icenhauer’s, dentro da programação oficial do Sxsw, em Austin. Testemunhas disseram que o show foi demolidor. Na plateia, pessoas se olhavam tentando compreender por que um violão, no caso o violão tunado tocado pelo Ilsom, conseguia fazer tanto barulho. O Zefirina (Bomba) se apresenta amanhã no Headhunters Patio

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Sxsw ostentação: Jay Z e Kanye West juntos em Austin
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Lúcio Ribeiro

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Um dos maiores baratos de um festival de música nova, novas tendências e novo tudo como o South by Southwest é saber que não só a galera “independente” ou de selos pequenos ou bandas em início de carreira compõem a rica programação de dias de loucura no Texas. Uma galera de vanguarda, icônica e acostumada a tocar para multidões também costuma matar seus desejos de tocar em locais pequenos nesse evento que faz de Austin a capital da cultura pop no mundo por alguns dias.

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Concorrendo com o nosso Boogarins na noite de ontem, os rappers mega estrelas Jay Z e Kanye West armaram um show juntos em parceria com uma marca de eletrônicos. Os dois não pisavam juntos em um mesmo palco desde 2011, quando realizaram a concorrida e huge turnê do disco “Watch The Throne”, quando tocavam para mais ou menos 40 mil pessoas por noite. Pensa só esse show de dois dos rappers mais comentados das últimas décadas para algumas centenas de pessoas numa quarta-feira besta?

Kanye e Jay Z reeditaram alguns momentos da tour que fizeram juntos e adicionaram ao show faixas de seus trabalhos mais recentes, “Yeezus” e “Magna Carta Holy Grail”, respectivamente. Alguns vídeos já começam a pipocar por aí, tipo os destacados abaixo.

* Setlist

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O Sxsw, a “internet das coisas” e a música no seu carro
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Lúcio Ribeiro

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Tudo acontece no incrível South by Southwest, maior festival de novidades musicais e gerais do mundo. Tudo mesmo, até tragédias, mortos, feridos e pena de morte. Mas isso deixamos para as páginas policiais.

O destaque destes interativos dias do Sxsw, pelo menos nos blogs em geral, Popload incluída, ficou para o Neil Young e Snowden, mas aqui estão alguns outros highlights que passaram pelos cantos de Austin e que você pode NÃO ter visto nem ouvido falar:

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* Muito se falou sobre privacidade e segurança de dados dos usuários, e como alguns serviços vêm usando esse “big data” para o seu (nosso) bem. É o caso do Netflix, por exemplo, que pesquisa e usa dados do que o seus assinantes gostam de ver para criar séries como House Of Cards e mexer nas programações. Entrou nessa discussão também, o documentário sobre Aaron Swartz, geniozinho do computador e de programação (lista que inclui RSS, Creative Commons e Reddit, apenas) além de “ativista da internet” que se suicidou aos 26 anos e virou, para muitos, um mártir no quesito “livre acesso à informação online”. O filme foi bastante elogiado e conta a vida de Swartz dos 3 anos até a sua morte.

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* A “Internet das coisas” (ou, Internet of Things, ou ainda, IoT): trata-se de uma lista grande de aparelhos que serão todos conectados à internet e capazes de reconhecer um a ou outro e de trocar informações entre si. Longe de uma Siri com voz de Scarlet Johansson, mas mesmo assim… Entre eles, um termostato que pode ser controlado (ou se auto-programar) a km de distância da sua casa, via net. Pelo que eu entendi aqui, a ideia é economizar energia. O Mother, como o nome indica, é o aparelho que vai cuidar da tua vida tão bem (ou não) quanto uma mãe. São sensores bonitinhos e moderninhos (cores tipo Pantone) e com adesivos, que podem ser colados em qualquer lugar da casa, da sua escova de dente (?) às caixas de remédio ou cápsulas de café, tênis, etc. Ou na porta de entrada, para que ele envie um sms para os pais quando o filho adolescente chegar em casa, por exemplo. Ele pode monitorar o que e como você quiser, é só escolher e personalizar. Tudo é agendado, controlado e enviado ao seu telefone prontamente.

* O “23 and Me” é um outro serviço também dedicado à saúde e ao bem estar, bastante comentado por lá. Como toda revolução nesse sentido, ainda não sei se achei incrível, inútil ou assustador. Pelo site, o serviço promete mapear o seu DNA e traçar a sua “linhagem” de anos e anos e anos e MUITOS anos pra cá (sério), formando um histórico incontestável tanto dos seus ancestrais do lado paterno como materno. Jesus, é muita nóia em um chipzinho só. Mas, se interessar, o “kit” custa 90 e poucos dólares e você precisa enviar uma amostra de saliva e… melhor você ver o vídeo pra entender.

* Essa já vem sendo divulgada há um tempo… (Micro) Tecnologia para “vestir” ou, os “wearable computers”, aparelhinhos usados/vestidos por gente como a gente (por baixo ou por cima da roupa). São aquelas pulseiras que monitoram seus movimentos (já existem, estão à venda e pelas atualizações automáticas de amigos que correm ou andam de bike que vejo no twitter, são bem populares) e dão dicas de comportamento baseadas nesses dados. Se eu não estiver enganado, estão sendo usados até pelos BBBs desta edição (Jawbone e FitBit), não? Não só para mostrar seu desempenho para uma rede gigantesca de amigos, eles servem para, principalmente, monitorar o seu estilo de vida. Você pode compreender seus hábitos alimentares, como dorme, caminha e etc e assim, tomar vergonha na cara e mudar. No domingo, também durante a parte Interativa do SxsW, o Google revelou que o tal relógio-computador-de-pulso está prontinho e pode ser lançado em DUAS semanas. Céus.

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* E se temos o IoT, há também o IoC (Internet of Cars). TODO MUNDO, não importa o estilo, escuta música no carro. E usa o telefone no carro. Para aumentar esse consumo de música no trânsito e ainda, aumentar a interatividade e segurança de quem dirige, a Apple lançou o CarPlay. Não exatamente lá no Sxsw, mas alguns dias antes e ele entrou na discussão. O “device” transporta o iPhone interinhio para o painel do carro e você pode controlar até suas mensagens sem ter que tirar as mãos do volante. A página é tão auto-explicativa que nem preciso falar muito: apple.com/ios/carplay. O incrível Pandora também prometeu que vai lançar serviços de streaming mais “car friendly”, totalmente integrados aos carros.

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Boogarins, de Goiânia, no SXSW. Uma pequena graaaande revolução
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Lúcio Ribeiro

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* A gente vem falando deles aqui há tempos, mais pela boa qualidade musical do que pelo grande acontecimento em que a banda está inserida. Ou melhor, SE inseriu. Não sei como você enxerga uma coisa assim, mas aqui deste lado a gente vê esta história toda a seguir um feito inacreditável. E ela é mais ou menos assim:

Com três shows HOJE, daqui a pouco, em Austin, Texas, no meio da confusão chamada South by Southwest, a banda goiana Boogarins inicia uma aventura internacional que consiste em 60 shows em 11 países, incluindo EUA, Inglaterra, França, Espanha e Holanda e festivais do nível do próprio Sxsw, Primavera Festival (Barcelona) e Austin Psych Fest (outro na cidade texana, mas este em maio).

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O Boogarins, que toca hoje no Sxsw, no Texas. Fernando Almeida, Hans Castro, Raphael Vaz e Benke Ferraz. Imagem de Luiz Campos Jr.

Vou repetir: o grupo goiano Boogarins, de um rock autoral que vai da psicodelia moderna ao velho Clube da Esquina mineiro sem perder o embalo, um “Mutante meets Beatles” como uma hora alguém na gringa vai escrever, há menos de um ano nem uma banda era. Até menos de cinco meses nunca tinham tocado fora de Goiânia, hoje inicia uma certa turnê mundial que passará por cidades como Nova York, Manchester, Dallas, Liverpool, Paris, Milão, Zurique, Amsterdã.

A banda que não era banda quando 2013 começou lançou seu primeiro disco no dia primeiro de outubro, “As Plantas Que Curam”. Lançou NOS ESTADOS UNIDOS. O disco não existe no Brasil. Mas nos EUA, graças a um contrato de três álbuns que receberam de selo americano ANTES MESMO DE TOCAR AO VIVO PELA PRIMEIRA VEZ como grupo, o Boogarins tem seu álbum de estréia nos formatos de vinil, CD, mp3 e FITA CASSETE.

O álbum saiu pelo selo Other Music Recording, uma famosa loja de disco nova-iorquina que virou gravadora. Quem tem a responsabilidade de espalhar os Boogarins pelas lojas de disco americanas é a Fat Possum Records, selo e distribuidora importante do Mississippi que tem em seu elenco nomes importantes como Black Keys, Dinosaur Jr, Band of Horses, e Iggy & The Stooges. Olha em que meio os Boogarins está metido.

Os Boogarins é uma banda de quatro, mas quem fala pelo grupo é a dupla Benke Ferraz (guitarrista) e Fernando Almeida (vocalista e guitarrista), o primeiro 20 anos de idade e o segundo 21, que começaram na verdade o Boogarins na escola há alguns anos, mas entraram sério no “business” no ano passado. Porque fizeram algumas músicas e Benke teve a pachorra de mandar para uns blogs americanos. E daí aconteceu o seguinte, como Benke mesmo conta, em entrevista à Popload domingo passado, fazendo as malas, na manhã do dia de ir para Brasília pegar os vistos e um dia antes de embarcar para Austin, Texas.

“Tudo é surreal. E aconteceu muito rápido. É muito bom fazer as coisas que a gente sempre sonhou em fazer. Só que seis meses atrás a gente não imaginava nada disso que está acontecendo hoje. Não tínhamos noção. Quando a gente tocou, em outubro, em São Paulo e São José no mesmo dia, já pensamos: “Uau!”. Imagina estar numa turnê grande dessas? Quando a gente olha aquele tanto de data e lugares, e as pessoas de fora vêm falar pelo Twitter que vão no show da cidade tal, isso dá um orgulho desgramado. Ao mesmo tempo que é inacreditável. Até os brasileiros que estão no exterior vem procurar a gente dizendo que estão escutando nossas músicas nas rádios e que vão nos assistir ao vivo quando passarmos pelas cidades deles.”

“Teve uma mulher de Seattle que quando viu que íamos tocar no Psych Festival, em Austin, em maio, comprou o ingresso e passagem para ficar três dias no Texas. Acabou que depois fechamos show em Seattle. Ela disse no nosso Facebook que vai nos dois.”

“O engraçado foi que a Other Music, nosso selo, não foi um dos lugares que eu mandei email para mostrar as nossas músicas. Quando a gente gravou o EP, por volta de março, eu sentei diante do computador para tentar promover o disco. E acabei escrevendo para uns blogs lá fora e para selos também, uns que eu achava que podia ter a ver com o nosso som. Fiz um pequeno release nosso, em inglês, e botei umas músicas junto na hora de enviar. O primeiro show que a gente fechou foi o festival Austin Psych Fest foi porque eu mandei um email para eles, pessoalmente, porque acompanho as coisas do festival há tempos. Eles disseram que curtiram a música mas que em 2013 estava com o line-up fechado, não rolava. Voltei a entrar em contato com o disco pronto e lançado nos EUA e conseguimos fechar um show lá. Foi o primeiro show fechado dessa turnê toda.”

“O Gordon Zacharias, que hoje é nosso empresário, leu sobre a gente em algum desses blogs e veio conversar comigo pelo Facebook. Nesse papo, ele disse que tinha gostado do som que ouviu e que já tinha mostrado nossa música para uns amigos em Nova York que tinham um selo. E que os caras desse selo, que era a Other Music, tinham ficado muito animados. Que tinham passado um domingo inteiro ouvindo e que provavelmente iam querer conversar comigo nos próximos dias. Na segunda-feira mesmo chegou um email enorme para mim com uma proposta de contrato anexada. Ficamos naquela paranóia. Isso aqui é de verdade mesmo? O que está acontecendo? Eu entrava no site da Fat Possum e via lá Iggy Pop, Melody Echo Chamber, Black Keys. E eu ficava pensando: “Bicho, como assim?”.”

“Conversei muito com o Gordon. Arrumamos um advogado nos EUA para ver as cláusulas do contrato certinho… Demorou, mas aconteceu. Eles entraram em contato com a gente em abril. Não tínhamos ainda feito o primeiro show em Goiânia. E já tínhamos recebido o contrato. Levamos mais de um mês para desembaraçar tudo e assinar. Mas fomos tocando mais e seguramos a informação do contrato gringo, para fazer as coisas direito. Quando em agosto lançamos o single de “Lucifernandis” e o vídeo saiu no Popload e no Stereogum, a gente falou do contrato com o selo americano. E aí…”

** O DISCO NOS EUA
“Nosso disco já passou das 2.000 cópias vendidas lá fora. Estados Unidos e Europa. O que para a gente é um número expressivo. Somos uma banda que canta em português e que não tem disco lançado no Brasil. Quando eu digo Europa, é assim. O disco por lá é distribuído em Londres, Amsterdã, Bruxelas, acho que só. Em Portugal mesmo, que poderia ser um mercado, também não tem o disco.”

“A gente tentou botar alguns discos no Brasil e chegamos a fazer isso no ano passado, importando de Nova York, da Other Music. Mas o vinil chega aqui pra gente e temos que pagar um caminhão de imposto. Não vale a pena. Ficou meio inviável para nós. Tínhamos 50 cópias que levamos nos shows daqui. Vendeu tudo só na primeira viagem a São Paulo. Agora, quando viajarmos para fora, para tocar, vamos trazer mais na mala.”

“Espero lançar o segundo disco no Brasil, em vinil, CD. A gente já está em pré-produção do próximo disco. Assim que voltarmos da turnê e conseguirmos parar um pouco, vamos tentar acabá-lo. Vai ser todo em português, também.”

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Foto algo psicodélica do último show do Boogarins no Brasil antes de se aventurar em tour internacional. Foi em Goiânia, no final de semana passado. Imagem de Renato Reis

** O COMEÇO DE TUDO
“As músicas do Boogarins começaram a aparecer desde que eu conheci o Fernando (Almeida) na escola, no Ensino Médio”, em 2008. No ano seguinte a gente já compunha umas canções. Não éramos bem uma banda. Ele tinha a dele (Ultravespa). Eu não tocava com ninguém. Mas a gente só pensou mesmo em gravar a sério em 2012.”

“Num dia só, quando resolvemos gravar, a gente compôs cinco músicas, algumas que inclusive estão no primeiro disco. “Lucifernandis”, “Despreocupar”, “Hoje Aprendi de Verdade”, “Paul” e uma em inglês, que a gente acabou não gravando. A gente pensou em fazer logo um EP. E até conseguir produzir esse EP fizemos outra música, como “Erre”. A ideia era lançar o EP em março de 2013. E desde o Reveillon de 2012 a gente chamou um baterista e começamos a ensaiar como trio. Não deu certo.”

“Lançamos o EP em março. A gente gravou ele em duo mesmo. Eu gravei as baterias, sem saber tocar a bateira. E em abril do ano passado fizemos nosso primeiro show, como banda, como quarteto, já com baixista e baterista, o Raphael e o Hans. Tocamos em Goiânia mesmo. Aliás, de abril a outubro só fizemos apresentações em Goiânia. Quando o disco foi lançado, nos EUA, é que saímos de Goiás para tocar. Fizemos shows de lançamento em Recife, São Paulo, Campinas, Sorocaba e São José dos Campos.”

“O nome Boogarins saiu quando a gente já ensaiava a banda, os quatro já. Tínhamos gravado as coisas. A gente precisava de um nome para lançar o EP. Como o disco já tinha o título “As Plantas Que Curam”, que eu tirei de um rótulo de uma garrafa de bebida medicinal da minha mãe, a gente queria um nome que tinha a ver. Olhei num livro de botânica e achei o nome “bogarin”, com um “o” só, que era uma flor que exalava o amor puro. Achei que tudo isso combinada com o pique das nossas músicas, algo como uma “onda boa”, então botamos o “o” a mais para parecer com “boogie” e ficou “Boogarins”.”

** A PSICODELIA DO BOOGARINS
A tradição de Goiânia é a música sertaneja. A galera que consegue escapar disso e cai na cena independente curte um rock mais pesado. Como o Boogarins aparece psicodélico, som viajante, meio cena mineira, falando de amor e com nome de flores.

“Isso vem mais do Fernando, o Dinho, que é do Paraná e chegou em Goiânia em 2007 com outras referências. Ele trouxe um pouco desse lado de bandas que cantam em português com uma pegada rock britânica, tipo o Júpiter Maçã. Eu meio que segui o meu pai, que curte mais o rock pesado tradicional mais pesado. Aos 12 anos eu fui pela primeira vez no festival Bananada. E pirei. Essa coisa de compor em português vem mais dele. Antes de conhecê-lo eu nunca tinha feito uma letra. Então, quando me meti a fazer, saiu em português.”

“Eu na verdade acho o nosso som mais “rock de canção”, bem anos 60, Beatles, verso, refrão, verso, do que psicodélico, no sentido de ter músicas longas, coisas muito instrumentais, ser “cabeçuda”. Tudo bem que o EP foi feito quando a gente estava ouvindo muito o primeiro disco solo do Syd Barrett (um dos fundadores do Pink Floyd), depois que ele saiu da banda. A gente procurava ter nas nossas músicas essa sonoridade dele. Uma coisa primitiva, de primeiro sentimento. A nossa psicodelia está mais no espírito, mesmo.”

** O Boogarins toca hoje em Austin em três showcases. Um dentro da programação oficial do South by Southwest e dois em eventos paralelos ao maior festival de música nova do mundo. O do festival mesmo é no Icenhauer’s, nesta madrugada. Amanhã, também dentro da programação oficial do Sxsw, eles tocam no tradicional Red 7 Patio.

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Coldplay testa novas músicas no SXSW
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Lúcio Ribeiro

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Uma das bandas britânicas de maior êxito comercial nos últimos anos, o Coldplay está armando seu retorno. Em 19 de maio, a turma do Chris Martin lança “Ghost Stories”, novo registro sonoro deles, sucessor de “Mylo Xyloto”, lançado há três anos.

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O grupo foi a principal atração da versão South by Southwest do iTunes Festival, ontem, em Austin. O show serviu para a banda tocar ao vivo quatro das nove faixas do disco novo. Além das previamente conhecidas “Midnight” e “Magic”, os britânicos mostraram “Always In My Head” e “Another’s Arms”, que podem ser conferidas abaixo.

* Também tocaram na noite de ontem, pelo iTunes Festival, o Imagine Dragons e London Grammar. Nos próximos dias de SXSW, a agenda do iTunes é esta:

HOJE
– Kendrick Lamar – meia-noite
– ScHoolboy Q – 23h10
– Isaiah Rashad – 22h40

QUINTA
– Soundgarden – meia-noite
– Bandk of Skulls – 22h45
– Capital Cities – 22h

SEXTA
– PITBULL – meia-noite
– ZEDD – 22h45
– GRL – 22h

SÁBADO
– Keith Urban – meia-noite
– Willie Nelson – 22h45
– Mickey Guyton – 22h

* Mais sobre o Coldplay.

* Coldplay no SXSW, setlist
Always In My Head
Charlie Brown
Paradise
Magic
Clocks
Another’s Arms
Viva La Vida
Atlas
Every Teardrop Is a Waterfall
Fix You
Midnight

* “Ghost Stories”, tracklist
01. Always In My Head
02. Magic
03. Ink
04. True Love
05. Midnight
06. Another’s Arms
07. Oceans
08. A Sky Full of Stars
09. O


Ao vivo do Sxsw, hoje: Coldplay, Imagine Dragons e London Grammar
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Lúcio Ribeiro

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* O iTunes vai embarcar na onda do festival texano South by Southwest e vai realizar uma edição especial de seu iTunes Festival, evento real/virtual que acontece todo mês de outubro em Londres, com transmissões ao vivo via computador, app e Apple TV para o mundo todo.
O line up não está assim, digamos, “inacreditável”, mas tem algumas coisas para ver.

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Confira a programação, de hoje a sábado, com os horários brasileiros das transmissões:

HOJE
– Coldplay – meia-noite
– Imagine Dragons – 22h30
– London Grammar – 21h30

AMANHÃ (quarta)
– Kendrick Lamar – meia-noite
– ScHoolboy Q – 23h10
– Isaiah Rashad – 22h40

QUINTA

– Soundgarden – meia-noite
– Bandk of Skulls – 22h45
– Capital Cities – 22h

SEXTA
– PITBULL – meia-noite
– ZEDD – 22h45
– GRL – 22h

SÁBADO

– Keith Urban – meia-noite
– Willie Nelson – 22h45
– Mickey Guyton – 22h

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Black Drawing Chalks no Sxsw, no Primavera Sound e no Inferno (São Paulo)
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Lúcio Ribeiro

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Nesta sexta-feira, conhecida como amanhã, a banda goiana de indie-metal Black Drawing Chalks faz seu primeiro show em São Paulo neste ano. O agito será no Inferno Club (Augusta, 501) e o grupo vai revisitar o repertório de seus dois últimos discos, que figuraram em diversas listas de “melhores do ano” na imprensa daqui.

Espécie de “Queens of the Stone Age encontra Metallica velho” do cerrado, o BDC cai na estrada em fevereiro para turnês em São Paulo, Minas Gerais e Goiás. Em março, a excursão é na gringa. Eles farão shows nos Estados Unidos incluindo o big festival South by Southwest, em Austin, no Texas.

Além disso, o Black Drawing Chalks é um dos grupos brasileiros confirmados no incrível Primavera Sound, de Barcelona, que rola na última semana de maio, junto com Arcade Fire, Pixies, Nine Inch Nails, Queens of the Stone Age, Caetano Veloso, Slowdive, The National, Single Parents, Móveis Coloniais de Acaju, Boogarins…

O show de amanhã no Inferno terá abertura do Corazones Muertos. Ingressos aqui.

* A agenda do BDC no momento:
30/Jan – Campinas/SP
31/Jan – São Paulo/SP
01/Fev – São Carlos/SP
08/Fev – Anápolis/GO
13/Fev – Piracicaba/SP
14/Fev – Bauru/SP
15/Fev – Americana/SP
20/Fev – Belo Horizonte/MG
21/Fev – Uberlândia/MG
22/Fev – Goiânia/GO
01/Mar – Goiânia/GO
11 a 16/Mar – SXSW2014 – Austin, Texas, EUA
30/Mai – Barcelona, ESP


EUA liberam Zefirina Bomba para estourar no Texas
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Lúcio Ribeiro

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* Boooooom!

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A gente falou aqui, ano passado, sobre um imbróglio meio maluco envolvendo o sempre bom trio Zefirina Bomba, bandeira forte do indie nacional com seu hardcore turbinado por um violão zoado, tunado e barulhento. O trio paraibano tentava há tempos se apresentar no badalado South by Southwest, principal evento de música nova no mundo, que para a cidade de Austin com centenas de shows espalhados por bares, galpões e teatros durante duas semanas.

Acontece que a Zefirina Bomba chegou a ter seu visto negado por um motivo-não-oficial peculiar: ter o nome “Bomba” no nome. Pelo menos é o que muita gente acredita, inclusive eles. Tanto que no anúncio preliminar das primeiras bandas do Sxsw 2014, apareceu o nome do grupo assim:

Depois de bater na trave, os vistos finalmente saíram e o Zefirina Bomba vai ser um dos representantes do Brasil-sil em Austin, daqui dois meses. Quem conta melhor para a Popload é o Ilsom, vocalista da banda e dono do violão cool.

“Nossa parada com o Sxsw começou em setembro de 2010, quando pela primeira vez fomos convidados. Era também o primeiro convite para tocar fora do país e naquele momento o visto não parecia ser um grande problema. Tínhamos uma carta convite e um festival renomado, quem podia nos impedir?! Fizemos um release (com sei lá umas 30 paginas com matérias de jornais/revistas/fotos e cartazes de shows) pra levar na embaixada, imaginando que isso + a carta convite + os discos lançados seriam suficientes para nossa liberação”, conta o Ilsom, que disse ter iniciado os trabalhos para montar uma mini-turnê pelo país, aproveitando a visita por lá. “Comecei a procurar no MySpace e no Google bandas que pudessem nos dar uma força e até tocar juntos. Conseguir marcar 12 shows. O próximo passo era o visto. E como íamos tocar no Nordeste, resolvemos agendar a entrevista do visto para Recife. Confesso que não estava nervoso nem preocupado. minha primeira ida foi no dia 17 de novembro (uma quarta-feira] fui chamado e a primeira pergunta “por que você quer ir aos EUA?”. Expliquei que havia sido convidado para me apresentar em um festival e… Aí começou meu pesadelo…”

Diz o Ilsom, a embaixada começou a solicitar documentos que comprovassem que a Zefirina Bomba era “notória e representativa” e queria matérias internacionais sobre a banda, que nunca havia sido resenhada na gringa. “Procurei gente que pudesse falar a nosso respeito lá fora. Fui atrás de rádios na Europa e nos EUA pra ver se, mostrando o som e falando do Sxsw, rolava uma pauta. De fato conseguimos que algumas pessoas escrevessem sobre a gente (isso inclusive acabou nos ajudando na tour europeia). Na embaixada, recebi uma autorização que me dava direito de retornar a qualquer momento, sem precisar reagendar. Voltei com tudo que eles tinham me pedido. A resposta foi: ‘precisamos de uma petição’”.

Uma petição, conta o Ilsom, significaria gastos na ordem de mil e poucos dólares. Isso porque a banda estava sem grana e já havia comprado as passagens. “Retornei outras três vezes, mas sem nenhum sucesso. Final das contas: tivemos que cancelar tudo que havíamos marcado. O resultado disso? Trocamos as passagens e fomos pra Europa, com 19 shows em 21 dias”.

Em outubro do ano passado, a banda voltou a receber um convite para tocar em Austin. E, claro, ficou com os dois pés atrás. Avisou ao Sxsw que não seria fácil conseguir liberação. “Mas eles realmente nos deram muita assistência e isso fez toda diferença”, enfatiza o Ilsom.

Parece, mudaram também a legislação e o trio conseguiu o visto de turismos e negócios para tocar em Austin. Depois dessa saga toda, a Zefirina está pronta para estourar sua bomba nos Estados Unidos. (Brincadeirinha, embaixada…)

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