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Arquivo : julho 2012

O rap é o novo rock. A nova da Azealia Banks
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Lúcio Ribeiro

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Nome forte e delicioso dessa nova cena, uma das principais jóias desse novo rap, Azealia Banks não está perdendo tempo e lançando sempre uma coisa aqui, outra ali.

Uma das ótimas atrações do Planeta Terra, presença constante dos maiores festivais lá fora, Azealia soltou “Nathan”, som que estará em sua mixtape “Fantasea”, a ser lançada em 11 de julho.

“Nathan”, inspirada em Nova York (de acordo com a cantora), conta com a participação do Styles P e tem produção assinada pelo Drums Of Death.


Mad Fer It. A real ressurreição do Stone Roses
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Lúcio Ribeiro

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* Neste final de semana, na mitológica Manchester, aconteceu a famosa série de shows que a banda “local” Stone Roses faz no Heaton Park. O grupo de Ian Brown e do guitarrista John Squire e do baixista Mani e do baterista Reni, que no fim dos 80/começo dos 90 era maior que o Oasis mas uma treta judicial acabou com o sucesso deles depois de apenas UM álbum, realizou de sexta a domingo um verdadeiro festival para 75 mil pessoas/dia, com tudo o que um bom evento inglês pede. Um monte de banda cool abrindo, chuva direto, lama, 75 mil pessoas loucas, Ian Brown com voz falhando, mas todo mundo só falando no clima “mágico” que toma conta do lugar.

O termo “Mad fer it” ficou famoso nas palavras dos Gallaghers, alguns anos depois do fim do Stone Roses, mas na verdade nasceu quando Manchester virou uma combustão de música, moda, comportamento, Stone Roses, Happy Mondays, música eletrônica, Madchester, ecstasy, clubes, calças baggy na virada para os anos 80. É o “Amo muito tudo isso” da época, restrito a Manchester, elevado à milésima potência.

Morei em Londres no começo dos anos 90 e decidi ir passar um fim de semana em Manchester só para comprar um single dos Stone Roses “LÁ”, quando ele chegasse às lojas, na segunda-feira. Queria respirar o ar de Madchester, visitar onde o Morrissey morou, onde o Joy Division andava, onde era o clube do New Order (Haçienda) e principalmente comprar um disco dos Stone Roses NO DIA de lançamento.

Tinha tanta coisa acontecendo na cidade que, no começo da noite de sexta e sábado, era fervilhante o número de pessoas lindas indo e vindo de clubes numa das principais ruas de Manchester, que agora esqueci o nome, uma que vai do centro à universidade, cheia de restaurante e tal. Aí, quando você voltava de algum lugar, na madrugada, esse mesmo número de pessoas lindas estava jogado no chão, já desfiguradas, descabeladas, vomitando de bêbadas ou fritando de ecstasy. Manchester era Mad fer it. Confesso que fui lá recentemente e a coisa não mudou muito, hahaha. Talvez o foco, apenas.

Enfim, fui num dos “shows de ressurreição dos Stone Roses” no Reading Festival, em 1996. Acho que não tinha o John Squire na banda, porque o guitarrista não aceitou a presepada. Foi um dos piores shows que eu vi na vida, tipo um do gênio Thurston Moore em 2003, em Nova York, fazendo uma apresentação de 45 minutos só de microfonia. Foi uma vergonha.

Foram duas extremidades dos Stone Roses que fizeram a banda, enfim, morrer. O show de Spike Island em 1990, até hoje considerado um dos maiores shows de rock de todos os tempos, tipo o Franz Ferdinand no Circo Voador elevado a mil. E o terrível show do Reading de 1996. Seis anos do “maior” para o “pior”.

Mas agora, 22 anos depois de Spike Island, segundo relatos britânicos emocionados da imprensa, de músicos, de jogadores de futebol, da galera em geral no Twitter, parece que o clima mesmo no Heaton Park foi mágico para a nova volta dos Stone Roses, desta vez com formação completa. Três shows vendendo 75 mil ingressos por dia em tempo recorde, banda dando trégua nas constantes brigas do passado (e do presente) e cada uma das apresentações começando com “I Wanna Be Adored”, cantada a 75 mil vozes. Foi tipo isso.

“Nada mal para um bando de velhos cuzões”, terminou falando Ian Brown, no fim do terceiro show, ontem. Nada mal.

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