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Arquivo : My Bloody Valentine

British Invasion: a história da Creation Records na TV brasileira
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Lúcio Ribeiro

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* “Uh-uh-uh. I heard a ringing sound and my head hit the ground
Uh-uh-uh. Inside I’m upside down”

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Nos últimos dias, a Popload resolveu aparecer com um papo nostálgico abordando o ano de 1994, que para muita gente foi o último grande ano da música, lá fora e aqui, quando pipocaram bons discos e novas bandas que se tornaram huuuge em pouco tempo. Seguindo essa linha “bons tempos da música”, o canal fechado BIS vai mostrar neste fim de semana um documentário imperdível que conta a história da Creation Records, um dos selos mais bacanudos da música britânica nas últimas décadas, capitaneado pelo gênio Alan McGee, que tem como feito mais famoso a descoberta do Oasis.

Mas nem só de Oasis viveu McGee e a Creation, por isso o documentário é bacana. Lançado em 2011, salvo engano, “Upside Down” – The Creation Records Story – mergulha no mercado da música britânica do início dos anos 90, antes mesmo do britpop explodir como grande movimento cultural da região.

A história da Creation Records, início das bandas, mercado e baladinhas da época são contadas por gente como Noel Gallagher, Bobby Gillespie, Mark Gardener e o próprio Alan McGee. Bandas como Oasis, Primal Scream, My Bloody Valentine, The Jesus and Mary Chain, Ride e Teenage Fanclub estão entre as destacadas. Discaços como “Screamadelica” e “Definitely Maybe” também.

Mesmo não sendo tão novo assim, vale a pena conferir o documentário todo bonito em HD e legendadinho para não ter dor de cabeça com o sotaque escocês ou do norte da Inglaterra.

A exibição de “Upside Down” pelo canal BIS vai ao neste sábado, 18, às 21h30. As reprises serão domingo (2h da manhã), segunda (14h) e terça-feira (10h).

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Melhores do ano: Rolling Stone e Stereogum destacam Kanye e Vampire Weekend
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Lúcio Ribeiro

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Você já deve ter percebido, a Popload está aos poucos fazendo um apanhado das listas de melhores do ano das publicações gringas. Já destacamos por aqui as revistas MOJO, Spin e Q. Nas últimas horas, outros dois canais importantes para quem respira e consome música deram seus pareceres sobre seus 50 discos preferidos no ano.

A Rolling Stone dos Estados Unidos botou no topo o grupo Vampire Weekend, que tem figurado nas primeiras posições em boa parte das publicações com o seu “Modern Vampires of the City”. Ainda no Top 10 da revista norte-americana, destaque para o veterano Paul McCartney à frente até do Arcade Fire. Tem também a “novinha” Lorde em 7º, logo atrás do Josh Homme e seu Queens of the Stone Age. O Parquet Courts, por uma posição, não pegou Top 10. P&$**, Rolling Stone.

ROLLING STONE AMERICANA
1. Vampire Weekend – Modern Vampires of the City
2. Kanye West – Yeezus
3. Daft Punk – Random Access Memories
4. Paul McCartney – New
5. Arcade Fire – Reflektor
6. Queens of the Stone Age – …Like Clockwork
7. Lorde – Pure Heroine
8. The National – Trouble Will Find Me
9. Arctic Monkeys – AM
10. John Fogerty – Wrote a Song for Everyone
11. Parquet Courts – Tally All the Things That You Broke
12. Jake Bugg – S/T
13. Disclosure – Settle
14. Drake – Nothing Was The Same
15. Atoms for Peace – AMOK
16. David Bowie – The Next Day
17. Danny Brown – Old
18. Ashley Monroe – Like a Rose
19. Nine Inch Nails – Hesitation Marks
20. Laura Marling – Once I Was an Eagle
21. Sky Ferreira – Night Time My Time
22. Phoenix – Entertainment
23. My Bloody Valentine – MBV
24. Eminem – The Marshall Mathers LP 2
25. Elton John – The Diving Board
26. Chance the Rapper – Acid Rap
27. Miley Cyrus – Bangerz
28. Kacey Musgraves – Same Trailer Different Park
29. Bombino – Nomad
30. Tegan & Sara – Heartthrob
31. Haim – Days Are Gone
32. CHVRCHES – The Bones of What You Believe
33. Pusha T – My Name is My Name
34. Neko Case – The Worse Things Get, the Harder I Fight, the Harder I Fight, the More I Love You
35. Best Coast – Fade Away EP
36. Waxahatchee – Cerulean Salt
37. The So-So Glos – Blowout
38. Kurt Vile – Walkin on a Pretty Daze
39. Keith Urban – Fuse
40. Pearl Jam – Lightning Bolt
41. J Cole – Born Sinner
42. Earl Sweatshirt – Doris
43. Savages – Silence Yourself
44. Valerie June – Pushin’ Against a Stone
45. Avicii – True
46. Franz Ferdinand – Right Thoughts, Right Words, Right Action
47. MIA – Matangi
48. Fuck Buttons – Slow Focus
49. The Flaming Lips – The Terror
50. Beck – Song Reader

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O My Bloody Valentine, da eterna musa Bilinda Butcher, alcançou o Top 5 do Stereogum

Outro canal norte-americano, o importante site Stereogum apareceu com algumas diferenças básicas. O Vampire Weekend está bem colocado, mas atrás de Deafheaven e Kanye West. O rapper ficou com o topo da lista com seu ousado “Yeezus”. Ainda no Top 10, aparecem novatos como Disclosure, Sky Ferreira e HAIM. Veteranos como Daft Punk e Arcade Fire pintam entre os dez primeiros também. Em uma geral, deu para ver que o YUCK apareceu nesse top 50, assim como o The Knife e o seu disco de 100 minutos.

TOP 50 – STEREOGUM
1. Kanye West – Yeezus
2. Deafheaven – Sunbather
3. Vampire Weekend – Modern Vampires of the City
4. Disclosure – Settle
5. My Bloody Valentine – m b v
6. Sky Ferreira – Night Time, My Time
7. Danny Brown – OLD
8. HAIM – Days Are Gone
9. Daft Punk – Random Access Memories
10. Arcade Fire – Reflektor
11. Volcano Choir – Repave
12. Run the Jewels – Run the Jewels
13. Kurt Vile – Wakin on a Pretty Daze
14. Savages – Silence Yourself
15. Kvelertak – Meir
16. Waxahatchee – Cerulean Salt
17. Windhand – Soma
18. Chance The Rapper – Acid Rap
19. Tegan and Sara – Heartthrob
20. Blood Orange – Cupid Deluxe
21. CHVRCHES – The Bones of What You Believe
22. Superchunk – I Hate Music
23. Deerhunter – Monomania
24. Bill Callahan – Dream River
25. Nine Inch Nails – Hesitation Marks
26. Migos – Young Rich Niggas
27. The National – Trouble Will Find Me
28. Drake – Nothing Was the Same
29. Phoenix – Bankrupt!
30. Oneohtrix Point Never – R Plus Seven
31. Speedy Ortiz – Major Arcana
32. Iceage – You’re Nothing
33. The Field – Cupid’s Head
34. Yuck – Glow & Behold
35. Gorguts – Colored Sands
36. Julia Holter – Loud City Song
37. Forest Swords – Engravings
38. The Knife – Shaking the Habitual
39. Pure Bathing Culture – Moon Tides
40. Pharmakon – Abandon
41. Janelle Monáe – The Electric Lady
42. Autre Ne Veut – Anxiety
43. Cassie – RockaByeBaby
44. A$AP Ferg – Trap Lord
45. Youth Lagoon – Wondrous Bughouse
46. Yo La Tengo – Fade
47. A$AP Rocky – LongLiveA$AP
48. Carcass – Surgical Steel
49. Justin Timberlake – The 20/20 Experience
50. Phosphorescent – Muchacho

* A lista mais esperada do ano, a da Popload, claro, sai em breve.

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Então, lembra-se do Yuck?
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Lúcio Ribeiro

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Grupo mais anos 90 do Indie desta década, o Yuck está de volta. A banda de base britânica formada em 2009 – e de disco de estreia homônimo bem bom lançado em 2011 – deu as caras após a saída do esquisitão vocalista Daniel Blumberg, que deixou o grupo no início desse ano para trilhar carreira solo. Max Bloom, guitarrista quietão e meio out, assumiu os vocais desde então. A baixista japonesa Mariko Dói e o baterista americano Jonny Rogoff completam a formação.

A primeira amostra sonora desse novo Yuck é “Rebirth”, ótima faixa lançada para download gratuito no site da banda. Bebendo da fonte inesgotável do rock alternativo dos anos 90, o Yuck pauta sua sonoridade em nomes que vão do Pavement ao Sonic Youth, do Dinosaur Jr. ao Teenage Fanclub, passando por Stone Roses, Belle & Sebastian e My Bloody Valentine.

Aliás, essa “Rebirth” tem cara, corpo e sangue do My Bloody Valentine. Talvez por isso já desponta como uma das músicas do ano. Um disco novo deve ser lançado neste segundo semestre.


This is Indie! Jesus and Mary Chain recebe o My Bloody Valentine no palco
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Lúcio Ribeiro

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* Quase isso…

Momento ímpar na história do Indie: no Primavera Sound espanhol, um dos grandes momentos do festival foi o encontro do Jesus and Mary Chain com Bilinda Butcher, vocalista do My Bloody Valentine, no palco, neste final de semana que passou.

Duas das bandas ícones do Indie, quando o Indie se arriscava ainda a se chamar Indie, de um tempo em que a música alternativa estava ocupando os clubinhos e as guitarras distorcidas em ritmo descompassados davam o “tom”, JAMC e a voz do MBV deram um clima nostálgico e histórico para o festival de Barcelona, ao mandarem a clássica faixa “Just Like Honey” de surpresa.

Os dois grupos foram das principais atrações do festival de música que mais cresce na Europa. Classy ao extremo.


Xiii… Crise econômica britânica provoca cancelamento do Hop Farm Festival
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Lúcio Ribeiro

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Na passagem de 2012 para 2013, o grande assunto entre quem trabalha e se diverte com os shows internacionais no Brasil se pautava em uma possível crise de mercado, após diversos fatores evidentes como vendas de ingressos abaixo do esperado para artistas huge como Madonna e Lady Gaga, o cancelamento repentino e estranho do Coldplay, etc. O ano novo chegou e, parece, o medo era maior do que a realidade, tanto que boa parte dos shows neste ano estão “funcionando”. Cat Power e Explosions In The Sky, por exemplo, estão esgotados com boa antecedência.

O Brasil tem seus problemas com isso, mas cada qual amarga sua crise de um jeito. A Inglaterra, berço musical do mundo, também tem enfrentado seus demônios. O delicioso Hop Farm Festival, que acontece na pequena cidade de Kent e se tornou um ponto a ser visitado por muita gente nos últimos anos, precisou cancelar sua edição deste ano. E não é culpa do line up, que tinha My Bloody Valentine, Rodriguez, The Horrors, Black Angels, The Cribs, Temples, Dinosaur Jr. e muitos outros. A culpa é da crise econômica local, de acordo com Vince Power, fundador e curador do evento. “Depois de analisarmos as vendas de ingressos e programar que os números finais previstos sofreriam perdas insustentáveis, é com grande tristeza que estou anunciando o cancelamento do festival”, disse Power em um comunicado oficial.

De acordo com o organizador do evento, apenas 2 mil ingressos haviam sido vendidos, sendo que o mínimo previsto para esta altura do cronograma era de 4.500. O Hop Farm estava programado para acontecer no primeiro final de semana de julho, dias 5 e 6.

Nos últimos anos, o próprio Vince Power andou dando declarações de que a crise poderia afetar em médio prazo a realização de importantes eventos musicais na Inglaterra, desde os “menores” (como o dele) ao Glastonbury, que tem contabilizado prejuízos em suas últimas edições.

O Hop Farm do ano passado deu sinais de que poderia enfrentar problemas em suas edições seguintes. Um dos headliners em 2012 era o grande cantor e poeta Leonard Cohen, que teve seu show cancelado faltando apenas duas semanas para o evento. Os shows foram transferidos para Londres e quem havia comprado ingresso para assisti-lo no festival recebeu o dinheiro de volta e teve direito a uma pré-venda exclusiva.

Com o cancelamento de Cohen, o evento do ano passado sofreu prejuízo, o que acabou refletindo na organização deste ano, que reduziu o número de entradas para 10 mil. Em 2011, todos os quase 30 mil ingressos diários foram esgotados, puxados por shows de Morrissey, Eagles e Prince.

No início deste ano, o Hop Farm foi confirmado em meio ao intenso noticiário local que informava sobre a dívida do evento, que beirava 5 milhões de libras, após a empresa que o organizava decretar falência no final do ano passado. Na lista dos credores, estavam prestadores de serviço, a polícia de Kent e artistas como Peter Gabriel, Richard Ashcroft, Suede e Primal Scream, que não receberam a grana de seus cachês do ano passado.


O My Bloody Valentine de novo e a questão do barulho ensurdecedor de novo
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Lúcio Ribeiro

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* Ontem aconteceu em Londres o segundo e último show da banda My Bloody Valentine na capital inglesa. Sobre o primeiro, falamos aqui ontem. Sobre o de ontem, vamos falar hoje, rapidinho, destacando de novo o tema “barulho ensurdecedor”. Um amigo brasileiro que estava vendo a apresentação da banda, o Junior Muniz, mandou de lá duas fotos com o “sofrimento auditivo”.

Os shows da “entidade” My Bloody Valentine na Inglaterra têm o expresso aviso (conselho amigo) para o público proteger o ouvido. Cartazes por toda parte do Hammersmith Appollo, terça e quarta, diziam: “Plugs de ouvido estão disponíveis por toda a casa. Peça um par para alguém da nossa equipe”. A banda fez parceria na turnê com a empresa de protetores Earplugshop(.com), especializada em ouvidos. A companhia distribui estes modelos em shows do My Bloody Valentine, o Moldex Melody.

É famoso nas apresentações da banda um momento de microfonia desembestada que dura uns 10 minutos ininterruptos. Tipo isso, tipo ontem.

Amigo meu que viu o MBV ao vivo nos anos 90, em Londres, tem um dos ouvidos danificado alegadamente por causa de Kevin Shields. Guarda isso no corpo como uma espécie de memorabília.

Sou meio doido de achar tudo isso lindo?

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My Bloody Valentine ontem em Londres: “Plugs de ouvido estão disponíveis por toda a casa. Peça um par para alguém da nossa equipe”
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Lúcio Ribeiro

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* Cartazes ontem espalhados pelo Hammersmith Apollo, em Londres. “Earplugs are available EVERYWHERE! Just ask a member of staff”.

* A seminal banda distorcida My Bloody Valentine, ainda vivinha da silva, voltou a se apresentar ontem em Londres, agora para valer, depois da série de shows-testes. Depois de lançar neste ano o primeiro disco em VINTE E DOIS anos, o belo “m v b”, uma espécie de “Loveless Parte 2”, o grupo irlandês liderado pelo guitarrista Kevin Shields fez no Apollo seu primeiro de dois shows na capital inglesa. E, segundo relatos, foi bafo. A banda, mesmo com o longo período longe de estúdios e relativamente do palco, mostrou uma boa forma adolescente, foi o papo recorrente. Toda a sinfonia shoegaze e o lirismo tirado da barulheira impiedosa permanecem intactos, reportam de Londres. Outra coisa que apontam como destaque nessa volta do My Bloody Valentine e sua guitarreira infernal é que a plateia tem sido constituída por galera nova, mais do que os velhos fãs. A nova geração está se entendendo com o barulho, que bom.

A brincadeira ontem e já para o segundo show, hoje, é dizer no Twitter que foi ou vai ao show do My Bloody Valentine usando a hashtag #notwearingearplugs.

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My Bloody Valentine. Está me ouvindo?
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Lúcio Ribeiro

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* Fevereiro acaba hoje e acabei de ler num artigo que três fatos marcaram o mês: a renúncia do Papa (xi!), o teste nuclear bem-sucedido da Coreia do Norte (ferrou!) e o lançamento de um novo álbum da banda britânica-irlandesa My Bloody Valentine depois de tipo 22 anos. E é em março agora que a banda realmente vai dar as caras, como se deve.

Depois de passar o mês com poucas apresentações em lugares como Japão, Austrália, Tailândia, a banda do genial-genioso Kevin Shields inicia a esperada turnê inglesa, tocando em Birmingham no dia 8. Na sequência, emenda Glasgow, Manchester e dois em Londres, o que deve gerar um grande bafafá em torno da volta do MBV. O novo disco, “m b v”, que foi lançado na internet, sai dia 12 de março (EUA) em CD e vinil de 180 gramas (nice!!!). A “bolacha” especial e pesada sai num invólucro especial e com um CD incluído e um livro de oito páginas.

Dessas apresentações de fevereiro a gente tira dois vídeos do My Bloody Valentine em performance. Um de uma música velha, na Tailândia, e uma do disco novo, ao vivo em Melbourne, há poucos dias.

Eu tenho um amigo, companheiro de viagem dos anos 90, que tem certeza que é um pouco surdo por causa de um show do My Bloody Valentine que ele viu em Londres, uma vez. Talvez um dos tímpanos dele tenha estourado no famoso momento “turbina de avião” que tem no meio do show, mais de dez minutos de microfonia estourada sem parar que eles mantêm até hoje. Tipo assim:

* E eu não sei se estou ouvindo direito, mas já apareceu uma história do My Bloody Valentine… Melhor deixa para lá, talvez eu não esteja ouvindo bem.


Socorro, Obama! Saiu o disco novo do My Bloody Valentine
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Lúcio Ribeiro

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* Mais ou menos alheio ao que acontecia no planeta musical, eu voltava a São Paulo de uma discotecagem em Sorocaba na madrugada de sábado para domingo, quando na estrada vaziaça e escura estava ouvindo a rádio americana SiriusXM U, me achando em alguma estrada na Califórnia.

Foi quando o DJ da U contou depois de uma sequência musical qualquer que o disco novo do grupo irlandês My Bloody Valentine (vou repetir: o disco novo do My Bloody Valentine) tinha aparecido finalmente e que ele estava puto com o servidor do site porque ficou algumas horas tentando baixar o álbum e não conseguiu. O DJ disse que queria tocar alguma das músicas novas no programa, pedia DESCULPAS aos ouvintes, mas não ia rolar, por causa da “maldita internet”.

E a cada intervalo de música o DJ falava do disco do MBV e amaldiçoava a queda do servidor.

Cheguei em casa e antes de desmaiar de sono resolvi ver rapidinho se alguém estava falando nas redes sobre o tal disco (como o DJ da rádio indie da Sirius). Tem um certo exagerinho no que eu vou dizer, mas o MUNDO TODO estava comentando a volta ao disco do My Bloody Valentine. O “mundo”, quero dizer, toda a cena musical britânica, americana e a brasileira, as quais tenho certo alcance, estava esperta com a notícia, naquela madrugada. Estava uma verdadeira comoção indie nas horas iniciais do domingo. No Reino Unido, quando o zunzunzum do disco apareceu, era altíssima madrugada. E, bom, fui dormir horas bem depois do planejado, não sem antes ter o disco baixado.

O grande My Bloody Valentine, banda indie-indie-indie britânica de seminal importância na virada dos anos 80-90, supercultuada nos meandros underground da época, resolveu soltar seu primeiro álbum DESDE 1991 no sabadão à noite, assim, sem gravadora, sem lançamento físico, no seu site. Botou à venda, a notícia alastrou, o servidor caiu.

O bololô virtual foi tamanho que o grupo resolveu colocar o disco para streaming em seu canal do Youtube, paralelo às tentativas de venda do site, que chegou a ficar duas horas sem dar uma respostinha a quem quer que seja, fora do ar. A ponto de a frustração ser tão grande que rolou uma petição no SITE DA CASA BRANCA pedindo para o governo consertar a internet do Kevin Shields. Acontecia de uma pessoa conseguir baixar uma faixa e botar no YouTube ou Tumblr. Logo, disco montado, estava inteiro nos sites de torrents.

A galera, brava, chegou a zoar a página do disco no Wikipedia. Para toda a info, botava um “Forbidden. Access is denied”. Veja:

“m b v”, o disco novo, do grupo comandado pelo excêntrico Kevin Shields, rei das viagens de microfonias que pautaram 70% da música independente da época e pauta até hoje, veio à luz. A rapaziada shoegazer está emocionada. As meninas que saiam para show de babydoll como vestido e botas Doc Martens também.

Shields já tinha avisado. Semana passada, na primeira reaparição ao vivo da banda desde 2009, o guitarrista tocou música nova e disse que o álbum novo ia “surgir em dois ou três dias”. Sem dizer como e onde. Sem detalhes. Para quem esperava algo novo do MBV, isso foi um choque. Ainda mais porque, sabe-se, esse “m b v”, sucessor do importante Loveless (1991), segundo Shields estava sendo composto HAVIA 20 anos.

A notícia dessa volta “abrupta” do My Bloody Valentine e todas as confusões virtuais de sábado à noite são traduzidas, por exemplo, com um twitter de um escritor pop britânico famoso, jornalista do grande “The Guardian” e colaborador da revista “GQ”, o Alexis Petridis:

A gente ainda vai falar bastante desse disco novo do My Bloody Valentine. Na primeira avaliação ele é lindo, inteiro, confuso como tem que ser, contundente como tem que ser. Mas a questão primeira é tentar inserir um novo disco do My Bloody Valentine no contexto atual. Para isso, é preciso deixar o álbum maturando um pouco na cabeça. Levará dias.
Se é que dá para recomendar algo, a Popload sugere, principalmente para os leitores da nova geração, para começar a ouvir o álbum pela faixa “Nothing Is”, perto do fim, um bate-estaca de guitarra contínuo e repetitivo ad-eternum que martela o ouvido sem dó e só “muda” um pouquinho quando o volume aumenta na faixa. Isso é My Bloody Valentine.

E o disco inteiro, direto do canal do Youtube do MBV, pode ser ouvido aqui:

Obama, ajuda o povo a ter logo esse My Bloody Valentine novo.

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Olha quem apareceu com música nova: My Bloody Valentine
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Lúcio Ribeiro

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* Demorô, Kevin Shields.

* Uma das bandas indies-indies lados-B underground-alternativas mais cultuadas da história, a irlandesa My Bloody Valentine ressurgiu na noite do domingão com música nova e para dizer que a qualquer momento solta seu disco novo, declarou o líder Kevin Shields.

Shields já havia dito em novembro que o novo álbum, sucessor do seminal “Loveless” (1991), estava pronto. Agora, em show ontem em Londres, o primeiro desde 2009, disse que o disco sai “dentro de dois ou três dias” e tocou uma canção nova que recebeu no Youtube o nome de “Rough Song”, como constava no setlist que um fã pegou no palco. “Canção Tosca” é algo que combina com o My Bloody Valentine. Kevin Shields andou dizendo que estava fazendo esse terceiro álbum da banda HAVIA 20 ANOS. Haha.

Desde que foi à internet, o vídeo fica disponível e cai em seguida. E aparece em outro lugar, para depois ser retirado. Veja logo antes que caia. Demorou tanto que nem sei o que dizer da música.

A tal “Rough Song” abriu o show de ontem, no Electric, em Brixton. Confira o setlist.

‘Rough Song’
‘I Only Said’
‘When You Sleep’
‘You Never Should’
‘Honey Power’
‘Cigarette In Your Bed’
‘Come In Alone’
‘Only Shallow’
‘Thorn’
‘Nothing Much To Lose’
‘To Here Knows When’
‘Slow’
‘Soon’
‘Feed Me With Your Kiss’
‘You Made Me Realise’

Este ano não vai ser fácil…

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