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Arquivo : seven nation army

A música mais importante dos últimos dez anos
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Lúcio Ribeiro

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* Já escrevi coisas semelhantes em relação a “Seven Nation Army” desde que ela apareceu, em 2002. A música do White Stripes nasceu como um pequeno hino revolucionário indie americano e virou um grande hino do futebol mundial. Trouxe uma contundente e improvável linha de baixo inicial, reconhecida tipo riffs de guitarra do Deep Purple, em uma banda famosa por não ter baixo. A canção fez o White Stripes, uma dupla formada por uma baterista “simplista” e um guitarrista de blues com cara de personagem do Tim Burton, virar megabanda, ser headline de festival gigante, vender milhões.

Eu desconfiei que “Seven Nation Army” iria transcender seus limites indies num tumulto em um Reading Festival de 2000 e pouco, em que a banda iria tocar. Uma confusão qualquer de verificação de ingressos e barreiras de seguranças e muita gente chegando ao mesmo tempo, naquele ano formou-se um vagaroso e enorme congestionamento humano para entrar no festival. E o povo, do nada, em vez de estressar, começou espontaneamente a cantar em coro “Ôôôô-ô-ô-ô-ô-ô-ôôôô”, imitando com a voz o baixo do começo da música.

No futebol, “Seven Nation Army” começou a ganhar as arquibancadas em jogos da Champions League. Dizem que foi ouvida pela primeira vez em torcedores belgas, mas ficou algo famosa com a torcida da Roma. Até virar o “tema da vitória” da Itália na Copa do Mundo de 2006, na Alemanha. De lá para cá, até a torcida do Inter de Porto Alegre canta “Seven Nation Army”.

Enfim, história mais que conhecida e tal, “Seven Nation Army” completa 10 anos neste ano ainda com uma força incrível. Quem assiste a atual Eurocopa, torneio de seleções só não tão importante quanto a Copa em si, viu que a música “velha” do White Stripes é seu principal tema. É ouvida nos intervalos, quando as seleções entram em campo, na hora do gol, em propagandas de cerveja etc.

Daí que, ufa, chegamos onde eu quero chegar. Vai o Jack White, em sua versão solo com duas bandas, uma feminina e outra masculina, tocar no final de semana passada em um festival da BBC Radio One, em Hackney, bairro de Londres. No Hackney Weekend. E, óbvio, com a banda de homens, chegou a hora de mr. White ainda sentir a força de sua criação. E “Seven Nation Army” chegou assim, espetacular:

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Sxsw 2012 – Vendo o Jack White da janelinha
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Lúcio Ribeiro

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* Popload de volta a São Paulo. Messing with Texas, agora, só no ano que vem. Várias coisas para falar, ainda, do fantástico festival South by Southwest 2012, que vamos botar em ordem aqui durante esta semana.

Jack White, da janela, em ação no Sxsw

* O Jack White estava zoando com a minha cara, no South by Southwest. Assim:
1. No Sxsw, tinha um passe “mágico” chamado Sxxpress Pass. Com um desse nas mãos, você podia furar a fila que fosse no clube que fosse e entrar em qualquer dos lugares de shows do festival. Para tê-lo, tinha que ir buscá-lo logo de manhã para os shows mais concorridos, no QG do Sxsw. Com seu crachá, você tinha direito a um por dia, para o show/clube do dia. Eu, que estava hospedado colado ao Centro de Convenções, pensei: “vou catar um pro show do Jack, óbvio”. Às 10h da manhã do dia do show do Jack White no Stage at Sixth, os Sxxpress para o local já estavam esgotados. Desde 9h30.
2. Beleza, me viro na hora de entrar, pego fila e tal. Daí soube que o ônibus da Third Man Record, a gravadora do Jack White, estaria vendendo em seu ônibus-loja, que rodava o Sxsw e ia parar na frente do clube que ele ia tocar, o single em vinil de “Sixteen Saltines”, com exclusividade para o festival. Eu na filinha de compras da loja móvel e o single esgota, com o último vendido exatamente para o cara da minha frente.
3. Na fila para o show, bem longe da porta (cheguei uma hora e meia antes de começar), vem o aviso. Seria difícil entrar no clube, naquele ponto da fila. Fui embora.
4. Voltei mais tarde, na hora do show, só para ver a muvuca da porta. Daí o que vi foi uma multidão do lado de fora, olhando pela janela. O palco era colado à janela, ela estava aberta e dava para ver Jack White e banda tocando. O som era bom mesmo do lado de fora. Deu para ver o show, não tão bem como para quem tava dentro. Mas deu.
5. O show, dividido em dois por gênero sexual, durou quase duas horas e teve sete músicas de sua banda mais famosa, o White Stripes. Foi um “White Stripes diferente”, agora com arranjos cheios, não só o minimalismo de guitarra-bateria que marcou a banda.
6. Jack White tocou músicas de seu disco que vai sair, o “Blunderbuss”. Algumas do Dead Weather e do Raconteurs. E muitas do White Stripes. “Hotel Yorba”, “Dead Leaves and the Dirty Ground”, “Hello Operator”, “Hardest Button to Button”, “My Doorbell”, “Ball and Biscuit”, pelo que me lembro. E, óbvio, “Seven Nation Army”, seu maior hit, que foi cantado efusivamente pelo público, dentro e fora do bar. De vez em quando o Jack vinha e dava tchauzinho para nós.
7. O John C. Reilly estava pertinho de mim. Pena que eu não vi o BILL MURRAY. Haha, sério, o cara estava lá, soube depois.

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Tem Que Ver Isso Aí: a semana na Popload
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Lúcio Ribeiro

>> SHOWS & SHOWS & SHOWS

* A indiezada moooorre do coração! Segura: as datas do MORRISSEY no Brasil!
* Enquanto isso, vale uma turnê dos Smyths?
* Summer Soul Festival: Florence é o novo soul. E não é também.
* Aquecimento RAPTURE: o show na Colômbia.
* RAPTURE em São Paulo: saiba como foi.
* RAPTURE em São Paulo, as fotos.
* RAPTURE em São Paulo, mais um vídeo: “Sail Away”
* Anunciado hoje: TING TINGS @ Circo Voador no dia 30 de abril AND TING TINGS @ Cine Joia, no dia primeiro de maio.

>> A SEMANA:

* Bem-vindo a 2012 com Pulled Apart By Horses, Mastodon e Lamb of God! Metaaal! lml
* Não deu para segurar. LANA totalmente vazada.
* LANA DEL REY e o remix de SEIS minutos do Damon Albarn.
* As velhas ideias do Leonard Cohen. Ouça o novo disco aqui.
* A Popload, o Michel Telô e o Wilco. É isso mesmo.
* São Paulo fez parte da pré-estreia mundial do documentário-show do Chemical Brothers .
* A volta tchutchuca do Sleigh Bells.
* TING TINGS e o pesadelo do segundo álbum.
* Arctic Monkeys fazendo a Katy B.
* Popeye é fã do Wilco.
* BAFO AO MAR! Ex-CSS e EX-Bonde-do-Rolê tocando juntos no navio ChilliBeans, a.k.a. Cruzeiro Indie. Vixxxxe!
* HOWLER, o novo novo-Strokes. Será?
* SEVEN NATION ARMY, a música que não descansa em paz, em versão novo-new-soul.
* E por falar em White Stripes, um fã da dupla decide vender tudo. Nem adianta ir lá porque ele conseguiu o que queria.
* Na foto acima, Tyler sendo Terry & Terry sendo Tyler. Pelas foto no blog do fotógrafo, esse editorial não foi nada fácil.

>> A SEMANA NO TWITTER:

THE BEST OF TWITTER em edição bilíngue: “Criminals Taking Advantage” Edtion


“Seven Nation Army”, agora em versão novo-new-soul.
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Lúcio Ribeiro

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* Haha. Se a Florence é (new)soul, por que não o White Stripes…

* “Seven Nation Army”, o espetacular hit do White Stripes de 2003 (passando por versão-Ibiza e por versão grito-de-torcida-de-futebol), é o “Ai Se Eu Te Pego” dos gringos, né?
Ninguém deixa a música em paz!
Agora é a vez de um ex-“X-Factor”, programa que é tipo um “American Idol”, que por sua vez é tipo um programa de calouro do Raul Gil versão “chique” e milionária. Ao contrário dos ex-BBBs, um ex-“X-Factor” ou um ex-“American Idol” pode fechar megacontratos, ganhar um Grammy, um Oscar e ter muito mais que 15min de fama. Susan Boyle (que veio de um programa semelhante) e Jennifer Hudson estão aí, esfregando na cara da sociedade. =)

Pois um ex-participante do programa chacoalhou o mundo indie (ok, foi só uma marolinha) ao revelar, na semana passada, que seu single de estreia seria uma cover da música do White Stripes. MAIS UMA? Além de começar a carreira fora do programa fazendo uma versão cover, por que ele foi escolher justamente essa?

Marcus Collins, que ficou em segundo lugar na competição, é um ex-cabeleileiro de Liverpool e tem 23 anos. Fã de Stevie Wonder, foi passando ao longo do programa, do velho soul para o “new soul”. Uma arrumadinha aqui, uma dancinha ali, um topete e pronto: criaram um novo Bruno Mars. Um novo-novo-soul.
A música, que só será/seria lançada em março, foi parar na rádio inglesa Capital FM hoje de manhã. Pela pinta Bruno Mars do rapaz, não soa estranho que a sua versão para “Seven Nation Army” seja, na verdade, menos “inspirada” na original do Jack White e mais “inspirada” (na verdade, é quase idêntica) a uma outra versão da música, a do cantor francês Ben L’Oncle Soul. Já postamos essa versão tempos atrás. Dizem que o Jack curtiu, contanto que os direito$$ continuem caindo em sua conta bancária.

Compare:

1. A versão “soul” original:

2. A versão “new-new-soul”:

Como bem lembra o tablóide “The Sun”, os participantes desses programas de calouros adoram irritar fãs de rock/indie-rock com suas versões melosas e com seus berros a la Mariah Carey. Alguns exemplos de versão-“X-Factor” abaixo:

1. Versão para “RUN” do Snow Patrol:

2. Versão para “Many of Horror”, do Biffy Clyro (!!!):

E, por falar em “Seven Nation Army”, a versão de Kelly Clarkson, outra ex-American-Idol:

Rest in hell, “Seven Nation Army”.

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(Preparando) A volta do WHITE STRIPES
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Lúcio Ribeiro

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* Esta saiu na “Folha”, hoje, assinada por este blogueiro. Diz que…

“Se é que a famosa dupla americana White Stripes vai mesmo voltar em 2012, como corre pelo bastidor da música independente, o Brasil faz daqui, agora em janeiro, o seu chamado. O selo carioca Lab 344 vai editar neste mês os quatro importantes primeiros álbuns do casal punk-blues formado pelo talentosíssimo guitarrista Jack White e sua “irmãzinha ex-mulher” Meg White, baterista de dotes simplistas (digamos) e estilo único.
O “pacote White Stripes” que chega às lojas nos próximos dias faz parte de uma série chamada “Lab.Rocks”, que vai incluir ainda, com edições programadas até março, discos e DVDs de bandas como Pixies, The Cult e Libertines.

Se lançamentos em CDs estão com os dias contados, a Lab 344, resgatando pérolas indies e atenta também aos discos novos que importam, anda fazendo bem sua parte no tempo que ainda resta ao formato.
Os lançamentos whitestripianos contam por si só a história do novo rock, movimento que deu uma sacudida no indie na virada para o ano 2000, quando bandas como Strokes e o próprio White Stripes tomaram a cena de assalto exibindo sanguinho novo.
Os discos a sair com a estampa Lab.Rocks vão do indiezinho “The White Stripes” (1999) até o multimilionário e “para as massas” álbum “Elephant” (de 2003), passando por “De Stijl” (2000) e “White Blood Cells” (2001), todos obrigatórios para quem quer entender o que aconteceu com o rock na década passada.

O disco “Elephant”, que mudou de vez a vida do White Stripes e sinalizou que a música independente não era (de novo) uma coisa de gueto, carrega a famosa canção “Seven Nation Army”, que foi adotada inclusive pela eletrônica em incontáveis remixes e até hoje tem seu marcante início cantado em arquibancadas de estádio no munto todo.
Esse álbum em particular botou mesmo o White Stripe nas estrelas. “Elephant” ganhou o Grammy de “melhor álbum da música alternativa”, enquanto “Seven Nation Army” faturou a “melhor música de rock”. Por causa do disco, Jack White foi cravado no número 17 do ranking da revista americana “Rolling Stone” dos 100 maiores guitarristas de todos os tempos.
Nesse pacote “White Stripes” abrasileirado, “Elephant” é hors-concours. Os outros três são “apenas” álbuns muito bons.”

** Previsão de preço para os discos: R$ 24,90, cada.

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