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Arquivo : abril 2012

Lollapalooza BR, dia 2 – As fuetos
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Lúcio Ribeiro

 

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* Tudo imagens do Fabricio Vianna, gente.

Ed MacFarlane, do Friendly Fires, em edição “família”. O mais importante a ser mostrado na foto era a parte debaixo, o quadril

Tá bom, vai…

 

MGMT. Muita psicodelia anos 70 para uma banda indie anos 2000

 

O “ucrano-carioca” Eugene Hutz, da banda gipsy punk Gogol Bordello, em momento até que calminho, dando entrevistas…  

O novo “rei das menininhas” Mark Foster, do Foster the People: galera do Twitter encanou com a Lacoste dele, haha

 


Já essa galera queria mais era ouvir, ao vivo, “Pumped Up Kicks” versão electro-dub maximal de 10 minutos

“Hello São Paulooooo. Meu nome é Skrillex e eu sou o rei da música eletrônica”

“Entenderam ou eu vou ter que repetir?”

O Perry Farrell está querendo copiar o estilo Boss in Drama ou é só impressão?


Mas é bom respeitar o Jane’s Addiction: ainda é a banda de Dave Navarro e Perry Farrell no fim das contas


Alex e Matt, do Arctic Monkeys. Seria o melhor show do festival?

Foi, Alex?

Foi, Matthew?

Já que os fãs dos Racionais não pagariam R$ 300 para ver a banda no Lolla, a banda levou um monte deles de graça para o festival. Direto para o palco


 Discurso do Brown, pregação pelas diferenças, nenhum “hit”, muito atraso. Show do Racionais é assim mesmo: embaçado

E, aí, o Lollapalooza Brasil acabou…

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Lollapalooza BR – dia 2. A melhor banda do mundo hoje tocou mesmo ontem. Mais: Mano Brown, o fenômeno Skrillex diante de seus olhos, chuva e “Pumped Up Kicks”
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Lúcio Ribeiro

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* Lollapalooza, dia 2. Chovendo no molhado.

A chuva cai e o MGMT toca no Lolla Brasil. Os relâmpagos foram mais aplaudidos que a banda do Andrew

* Um público bem menor (e mais jovem também _ a faixa média de idade era praticamente a metade do dia anterior) faz menos filas, melhora a circulação dentro do festival e causa menos problemas antes de ir embora. Ouvimos números de presença entre 40 mil e 60 mil circulando pelo Jockey. Escolha o seu número preferido. Apesar de alguma chuva, o segundo dia de Lollapalooza funcionou direitinho. Até “homens-caixa” perambulavam pelo Jockey vendendo fichas, sem que você precisasse enfrentar filas (ou eles já estavam lá o tempo todo?). Aparentemente, o drama do ir-e-vir continuou, embora numa escala mais “tranquila” que no dia anterior, já que não há estacionamentos por perto nem transporte público suficiente para tanta gente. Talvez “traumatizado” pela noite anterior, as pessoas foram saindo aos poucos, sem aglomeração. E sem que o show acabasse, claro. =/

* Com um line-up mais eclético e mais completo, o segundo dia também saiu com vantagem nas atrações. Do rap dos Racionais ao dubstep do Skrillex, da Plebe Rude com Clemente ao Arctic Monkeys, teve pra todo mundo. Teve por exemplo o MGMT.

* MGMT – Avisos não faltaram para “pular” o show deles, haha. Não nos referimos à chuva obviamente se aproximando bem feia logo antes da apresentação, mas à péssima fama (sempre justificada) que a banda tem ao vivo. O começo da performance deles tentou contrariar essa noção, com algumas faixas quase-rock-progressivo OKs e a ótima “Electric Feel”, mas o restante do show ficou beirando o insuportável. Era irônica a forma como a plateia aplaudia os enormes relâmpagos que apareciam no céu ao redor do Jockey, mas mostrava cada vez menos entusiasmo com os músicos no palco. O setlist foi tomado de baladas acústicas insuportáveis, que teriam levado todos a um sono coletivo, não fosse pelo hit “Time to Pretend” perto do fim. De longe, era possível ver muitas pessoas saindo da apresentação, mas nenhuma voltando. Então, fica mais uma vez a recomendação: se MGMT estiver tocando perto de você, não vá. Veja outra banda, ou escute os discos deles (as faixas certas). O hit “Kids”, que era cantado por Andrew VanWyngarden com um vigor impressionante lá em 2006, e isso dava toda a energia que fez a banda famosa, parecia uma versão de velório no Lollapalooza BR. Andrew estava cansado (da canção?) ou não acredita mais nela, parecia. No final, o placar foi o seguinte: Relâmpagos 6 x 0 MGMT.

* FRIENDLY FIRES – O rebolado do Ed estava lá, os pequenos grandes hits do primeiro disco ainda estavam lá, mas a banda parecia, em bons momentos, que não estava. Foi um show correto do Friendly Fires, seguro, dançante, gostoso de estar ali no mesmo espaço que esses ingleses indie-dance legais e tal. Mas não estamos acostumados a shows corretos vindo deles, então a impressão é de que ficou faltando algo. Show do FF viram bagunça logo, e este do Lolla Brasil foi contemplativo-comportado o tempo todo (o do Cine Joia, no sábado, foi bem melhor). Mas estava lotadão e eles foram bem recebidos pelo público. O problema do Friendly Fires atual é acreditar demais no segundo disco, acho. As músicas dele crescem bastante ao vivo, mesmo. Mas, quando eles tocam o material pelo qual estouraram, parecem uma outra banda.

* JANE’S ADDICTION – Esse teve percepção “8 ou 80” até dentro da Popload. Tocando pela segunda vez no país (a primeira foi em 2009), agora com o baixista Chris Chaney substituindo o original Eric Avery, Jane’s Addiction encontrou uma plateia relativamente pequena para a fama que eles têm. Ou tiveram. O último show no palco Butantã atraiu os fãs da banda e curiosos, mas parecia que a maioria do publico preferiu ir mesmo foi guardar um lugar do outro lado, para ver o Arctic Monkeys.
O show do Jane’s Addiction foi tão profissional quanto aquele exibido em 2009, com Perry Farrell sendo o importante frontman que é (mesmo que isso signifique andar num fio da navalha roqueira que soa uma performance-farofa para quem não o conhece) e o grande guitarrista Dave Navarro esbanjando em seus solos (um pouco envelhecidos, mas ainda ali, firmes). Entretanto, a banda adicionou algumas músicas novas ao setlist (do álbum “The Great Escape Artist”, de 2011) que não funcionaram tão bem com o público quanto os clássicos de seus dois primeiros discos. Óbvio. As músicas novas também vieram acompanhadas de algumas teatralidades, ahmmm, exageradas (“performers” com diversas fantasias) que não se adequaram muito a um show de festival, mesmo a gente sabendo como a cabeça de Perry Farrell anda funcionando hoje em dia.
Perry Farrell mencionou rapidamente que a cidade de SP era ótima, mas o “the good side of it, anyway”. Pequena referência à famosa entrevista (e réplica) brasileira em que ele teria sido interpretado de forma errada?

* SKRILLEX – Outro que divide opiniões, mesmo dentro da Popload, mas what the fuck? Foi uma das grandes apresentações do festival inteiro. Não há novidades nenhuma no set do cara, mas a energia bruta está toda ali. Ele mexe com o pop, quebra o rock, reinventa o drum’n’bass, o electro e a house, perturba com os vídeos nervosos, calibra as luzes que atravessam a tenda de maneira magistral, colore o ambiente escuro quando tem que colorir, grita o famigerado “put your hands up” 8 mil vezes, dança mais do que gira botões (e olha que ele gira botões o tempo todo, em frenesi), desacelera quando se espera aceleração, inverte o ritmo quando estamos numa zona de conforto sonora. O CARA AGITA. E ainda vai crescer mais, dá pinta, embora já esteja muito grande. A molecada está com ele. Depois de ontem, a gente também.

* FOSTER THE PEOPLE – Faria um ótimo e agitado show de meia hora, se a apresentação não tivesse que ter 60 minutos. Tendo que enfiar todas as únicas músicas que tem ainda em sua curta carreira, em um show “longo” assim de festival, a apresentação do Foster the People fica bem irregular. Mas é outro novo nome que tem “a energia” e é carregada nos braços pela atual molecada, cujo gosto vai do indie-pop ao eletrônico like they just don’t care. Se o segundo disco for tão delícia quanto esse primeiro, do ano passado, em seus bons momentos, o Foster the People vai ser ainda mais vibrante ao vivo.

* RACIONAIS MC’S – Galera já duvidava que nem sequer eles iam entrar no palco. Mas rapidinho, tipo com apenas um pequeno atraso de QUARENTA E CINCO MINUTOS, o ainda poderoso grupo de rap paulistano Racionais MC’s se fez presente na tenda pós-Skrillex. Foi talvez a combinação sequêncial de festival mais bizarra de todos os tempos. E isso é um elogio, haha. Mano Brown, Ice Blue e Eddy Rock entraram no palco com 20 manos atrás. Era a Família Racionais. Fazia uns 15min e o quarto membro KL Jay já segurava o lugar com discotecagem black suingada, meio que preparando os ânimos. Discursos, palavras de ordem, quase nada do fundamental disco “Sobrevivendo no Inferno” (acho que teve só “Homem na Estrada”, pelo que vi), pregando a “diferença” (social e até musical), era os Racionais bombando o rap nos ouvidos de “playboys” (os que pagaram 300tão para ir ao Lollapalooza). Nas rimas, no ritmo, no som, o Racionais ainda mostra muita importância em 2012, mesmo depois de ter aberto as portas do rap nacional nos anos 90 e depois ter feito (poucos) discos sem o mesmo impacto. Sim, os Racionais ainda estão com a palavra.

* ARCTIC MONKEYS – O show da banda do nosso herói Alex Turner, debaixo de mais chuva, foi lindo. Bem encaminhado nessa vida desde que começou a tocar guitarra quando fazia cover de Strokes e Libertines, Turner aos poucos vai virando um mini-Josh-Homme. Tanto na postura quanto no visual mesmo (com um q de rockabilly anos 50). Topetão tinindo de spray, anel no dedo mindinho, jaqueta de couro, alguns gestos ensaiados e olhares a la Elvis. É um outro Alex Turner, vamos aceitar, vendo assim de “tão perto” (no Brasil). Interagindo com a plateia e até arriscando uns passinhos (sem graça e sem guitarra) na passarela montada em frente ao palco. Musicalmente, fica claro a influência. Na sequência, para começar, tocaram “Don’t Sit Down Cause I’ve Move Your Chair”, “Teddy Picker” e “Crying Lightining” de modo avassalador. Sem farofada, sem papinho ou muito “I love yousss”, foi uma pedrada em cima da outra, todas cantadas pelo público. A grande atração, no entanto, disputando close no telão e presença no palco, ainda que preso ao fundo dele, é o baterista Matthew Helders. Impressionante o comando total que ele tem do show, praticamente “regendo” a apresentação toda lá do fundo, para Alex brilhar na frente. São uma grande dupla, representando talvez a banda mais relevante dos últimos dez anos. O bis, para quem não fugiu para conseguir um táxi, ficou com “When the Sun Goes Down”, “Fluorescent Adolescent” e “505”. Tudo impecável: do topete ao setlist. Ao nosso lado, um menino ensandecido, com sotaque mineiro, berrava sem parar: “VAI SE F•D•R DAVE GROHL. FOO FIGHTERS O C•R•LHOOOO”.
Haha.

* COBERTURA POPLOAD NO LOLLAPALOOZA BRASIL – Alisson Guimarães, Ana Carolina Bean Monteiro, Fernando Scoczynski Filho, Lúcio Ribeiro e Fabrício Vianna (fotos)


Lollapalooza Brasil – dia 2. Todo mundo batendo palmas. Cada um de seu modo
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Lúcio Ribeiro

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“Brasil, tenho uma coisinha para falar”

* Ufa. Ainda bem que o Lollapalooza acabou, o ano acabou e, agora, chega de shows. OH WAIT…

* O primeiro Lollapalooza brasileiro foi encerrado ontem com sua edição dominical algo molhada. Todo mundo estava lá, de alguma forma. Os que estavam mesmo, os que estavam pela TV, os críticos de Twitter de sofá que gostaram do Foster the People incrível, os que odiaram o Foster the People coxinha, os que acharam vergonhoso o concerto do Jane’s Addiction, os que disseram que Perry Farrell fez “a performance do festival”. Enfim. Tudo de acordo com o que ensina o moleque dubstepeiro Skrillex, dono dos grandes show da noite ontem, mesmo que esse show tenha sido um DJ set. O importante, segundo o Skrillex, é MAKE YOUR BOOTY CLAP, seja ao vivo, seja no Twitter, Face, comendo camarão na cabana vip, vendo os shows da sala de imprensa, em casa via Multishow.

* COBERTURA POPLOAD NO LOLLAPALOOZA BRASIL – Alisson Guimarães, Ana Carolina Bean Monteiro, Fernando Scoczynski Filho, Lúcio Ribeiro e Fabrício Vianna (fotos)

* O negócio vai longe.


E o Skrillex em Itu, ontem?
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Lúcio Ribeiro

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* Grande atração-medo do Lollapalooza de hoje, o moleque-fenômeno Skrillex, rei do dubstep, tocou ontem num clube de Itu, o Anzu. Dizem, pelo que vi, que foi apocalíptico.

* Skrillex em Itu, a repercussão:

@gabigreninger Parabéns a todos da Anzu club, Skrillex foi sensacional, sem dúvidas uma ds noites mais animadas,valeuuu

@its_natali RT @lucasfresno: MEU DEOS. A Anzu tá RUINDO. É muito GRAVE. Go, @Skrillex, drop that shit!

@guiifernandes_: cheguei da Anzu. Skrillex assumiu o posto de deus da música eletrônica, sem mais!

@_patricklima_ Bom são 7 e 6 da manhã ! Acabei de chega da Anzu !! Skrillex muitoo bommm 🙂

@rsoaresleite A Anzu Club, hoje, se tornou o melhor lugar do mundo por cerca de 7 horas. O Skrillex tocou 2 HORAS. Foram as 2 melhores horas da vida.

@cauatelles_ minha mãe ou foi pra um motel ou foi pra anzu no skrillex, porque pra não te chegado ainda g.g

* Foto de Instagram: jesspaletto

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O Melhor do Twitter: DAVEPALOOZA – DIA 1
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Lúcio Ribeiro

>> Segundo o Twitter, o primeiro dia de Lollapalooza foi assim:

@rosana Band of horses no jockey é a piada do dia?

@bandofhorses Obrigado aos nossos amigos brasileiros que chegaram cedo! pic.twitter.com/VmgUjP7z

@tiagoagostini Rappa sugerindo rage against the machine no lolla. tao dois anos atrasados

@leodiaspereira O efeito de várias samambaias ladeando o palco d’O Rappa seria o mesmo do quinteto de cordas

@kirp O rappa é o pink floyd brasileiro

@rollingstoneBR “As Mina Pira” vira lema de Peaches no DJ set da cantora no#Lollapalooza: rollingstone.com.br/noticia/mina-p…

@tatianafc Boa ideia pro carnaval ano que vem. #peaches yfrog.com/kge92tp

@ricklevy Eu ainda acho que a Peaches tem pinto. Tô confuso instagr.am/p/JJY5HaK45l/

@juknobel: “I LOVE ROCK N ROLL jsndisbsjdbsbsnsksnsnsj BEIBE”

@josmi Fato: dave grohl é tão foda que aparece num festival usando uma faixa zuada no cabelo e ninguém fala nada.

@edutestosterona Tem um guitarrista do Foo Fighters que é a cara do tio do pastel, né?

@spiceee Salvei a busca “porteiro Foo Fighters” e tou me mijando aqui twitter.com/#!/search/port…

@ricapancita numa escala 0 a 10 (sendo 10 o show do Kiss com telão 3D), o full fighters tá no nível 8,234 de farofada

@tiagoagostini Quem é mais carente: wayne coyne ou dave grohl?

@screamyell: Se houvesse juiz no show do Foo Fighters, levantaria a placa c/ 20 minutos de acréscimo.

@marcelo_orozco O grateful dead já teria encerrado o bis

@tarciomeixeira Um país que permite tantos solos de bateria tem condições de sediar Copa do Mundo e Olimpíadas?

@ricapancita THE BEST THE BEST ETC

@amandatrs The best, the best, the best The best, the best, the best The best, the best, the best The best, the best, the best The best, the best, the

@chicobarney Davidson tocou Everlong?

@alechandracomix O dave grohl é a alanis morissette que deu certo

@lavaland CES TAO FALANO DISSO FAZ 60 DIAS TRATEM TE ACHAR BOM

@flaviadurante Não tô acreditando que vcs passaram 11 anos pedindo show do foofighters e qdo eles voltam cês falam mal do show! =O

@letsplaythat Pois eu achei o Foo Fighters bem bom. Claro, podia ter meia hora a menos (ou eu ser 15 anos mais novo). Rock farofa de primeira, seus chatos

@yadayadayada E aí que a maior casa de shows de Curitiba tá postando fotos do show de hoje, que é o… Dazaranha. e vcs aí reclamando do Foo Fighters.

@marcelo_orozco Ajustando o counter para as ocorrências de “momento histórico” nas resenhas do show

@maritramontina Festival no Jockey Club, mas sem cavalinhos para o povo ir embora.


Lollapalooza Brasil – dia 1. Foo Fucking Fighters, a rapa, a NME, as alegrias, os perrengues
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Lúcio Ribeiro

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* Então. Aconteceu mesmo. O festival do Perry Farrell, sonho da nação indie desde os anos 90, foi realizado no Brasil. E o Foo Fighters, que não tocava no país desde o Rock in Rio 2001, finalmente voltou a se apresentar aqui. Agora, quando o Coachella Brasil for inaugurado, o Glastonbury brasileiro acontecer no interior de SP e o Reading BR tiver sua primeira edição, tudo isso com a cobertura da “New Musical Express” brasileira, que chega em português ainda este ano com miniedições de shows com o selo “NME”, ninguém vai mais precisar ir ver bandas fora do Brasil. Ou, claro, vai se quiser. 🙂

O Lollapalooza estava lindão. O resgate do Jockey Club foi um dos pontos altos do evento. E não é que, guardada as devidíssimas proporções, o skyline do lugar lembrou mesmo o “desenho” do festival-matriz, de Chicago. Por mais que às vezes o cheiro nos lembrava que o rio Pinheiros não é exatamente o Lago Michigan.
Teve os perrengues de festival grande (cerca de 75 mil pessoas circularam pelo Jockey, ontem): fila brava para entrar em alguns momentos, fila brava para comprar bebida em outros, o metrô não colaborou fechando à 0h20, como combinado com o festival, e ainda por cima fechando mais cedo do que o normal com medo de tumulto. Mas como um todo o Lolla Brasil funcionou ok para um evento com 75 mil pessoas circulando. Do que a Popload pode ver, ouvir, sentir, o sistema de som estava bom também. Principalmente não no palco principal, que podia ter um pouquinho mais de reforço estrutural para um show do porte do Foo Fighters, com aquela massa diante do palco. Hoje deve ser bem mais tranquilo.

Mas… Evento grande no Brasil continua sendo uma dificuldade para chegar e sair. Isso quanto ao Lollapalooza, ao Planeta Terra, o SWU ou a zoeira do Glasto brasileiro. É uma coisa que precisava acabar. Às vezes você perde uma boa parte final de um show só para evitar transtornos de ir-e-vir, mesmo gastando-se R$ 300 só para ver um show como o do Foo Fighters. Porque, se você enfrenta os problemas em nome da música, você paga uma conta muito maior que essa de R$ 300, depois. Festivais no Brasil é mais um “desafio de fã” do que um prazer. E não precisava ser assim.
Me comovi com o relato de uma amiga que fugiu da muvuca pós-show do Foo Fighters e estava comemorando que, depois de andar muito, finalmente tinha achado um táxi que estava cobrando muito acima da tabela, mas enfim.
Aí chega um SMS de um amigo dela que estava vendo o show pela TV. “Nossa, o Foo Fighters está encerrando o show com ‘Everlong'”, que é a música predileta dela. E ela feliz porque achou um táxi para sair do show que ela demorou 11 anos para ver de novo.
Tem alguma coisa muito errada aí.

Perry Farrell, o homem, o mito, o indie-hippie roqueiro, o ecológico, o empreendedor, o agitador e o front-leader de um projeto de eletrônico poperô vagabundo. Nosso personagem principal da semana

* PERRY FARRELL – Cada um faz o que quer da vida, haha. Mas, Perry, você é nosso personagem. O indie-hipongo que idealizou o revolucionário Lollapalooza no começo dos 90, só para botar sua banda e a dos amigos para tocarem, quando pouca gente dava bola para a música independente e os EUA era uma terra de ninguém em eventos de e para o gênero, está aqui no Brasil para inaugurar a franchise brasileira de um dos mais importantes festivais de música do planeta, hoje. O festival que cuida de parque gigante na cidade de Chicago, é super ecológico sem ficar propagando que é sustentável e sustentador de nada, que ajuda a cena local espalhando por clubes locais as principais atrações do “grande evento” que é o festival em si, aumentando o turismo na cidade, movimentando absurdamente a economia da região. Mais ou menos o que hoje o Lolla fez com São Paulo nos últimos dias. E Perry Farrell está na cidade para ver isso tudo acontecendo, botar sua banda para tocar, o Jane’s Addiction, hoje, e para fazer uma performance tacanha em cima de poperô eletrônico fuleiro, com pose de rock star na frente das picapes. Perry Farrell quer é mais. Gênio

******************** Shows do primeiro dia do Lolla Brasil, que a gente queria destacar

* CAGE THE ELEPHANT – Considerado por muitos o primeiro show “de verdade” do primeiro dia, o Cage The Elephant assumiu a responsabilidade com competência jovem roqueira de garagem linda. O indie/pós-grunge deles, com gosto de banda que era pra ser a next big thing de Seattle em 1995 (mas não conseguiria), agradou o publico, animado, batendo palmas em todas as musicas. Destaque para o mosh do vocalista, logo na segunda música (“I never felt so violated. I think someone tried to steal my wallet”), e para o Dave Grohl curtindo o show quase inteiro da lateral do palco. Mais perto do fim, o vocalista pediu para que, se pulasse de novo na galera e ficasse inconsciente, para “pass my body around” durante o resto do dia de festival. E pulou novamente, sendo mais violentado ainda, e “andando” sobre a platéia enquanto abanava uma bandeira do Brasil. Fan service de primeira. Nice.

* BAND OF HORSES – A banda americana Band of Horses praticamente abriu o festival ontem, tocando para meia dúzia de pessoas (ok, um pouco mais) logo de manhã, em um set acústico e improvisado, com cinco músicas (http://youtu.be/M5rQ5f-fU4M). Subiram ao palco Butantã, desta vez “para valer”, às 17h, com “For Anabelle”. Era o indie-folk sentimental representado no Lolla, bem no horário de transição entre um hit nacional (Rappa… não é hit?) e outro gringo (TV on the Radio). Não que o público estivesse apático, mas grande parte ali parecia estar passando o tempo enquanto o palco Cidade Jardim era montado para o TVOTR. O show engrenou mesmo quando a banda tocou “NW Apt”, do último disco. “Am I a Good Man” voltou o show para a parte leeenta, triste, mas o pôr-do-sol deixou a galera mais hippie e todo mundo cantou junto. Até o fã que foi vestido com uma cabeça de cavalo (!!) se empolgou. Foi um show bonito e com PAs ainda funcion ando a 100% (antes de parcialmente morrerem no da Joan Jett). O set misturou um pouco dos três discos da banda, com seus acordes arrastados (não é uma crítica — tudo isso caiu bem ali no meio) e com country-rock (com um baterista mais pra rock que pra country). O simpaticão Ben Bridwell não dispersou o público e fez questão de agradecer Joan Jett e os Foo Fighters por estarem ali. O Band of Horses, assim como Cage the Elephant e Joan Jett, entrou na programação do Lollapalooza Brasil como “sugestão” (ele impôs) de Dave Grohl. Não dá para reclamar do foofighter nessa. Quem foi que pediu o Rappa no line-up, haha?

* PEACHES – Loucura eletro-Berlim descontrolada, show de movimentação freak de um electroclash pós-decadente (entende?), garotas “perdidas” do Leste Europeu como dançarinas, climão Rua Augusta em noite de véspera de feriado e fora dos clubes, banho de champanhe na galera da frente e a sedimentação do novo hino para agitar a mulherada: “As Mina Pira”. Um show normal da Peaches.

* TV ON THE RADIO – Indie-soul magistral, com a turma de Tunde Adebimpe preenchendo o palcão principal como se tivesse fazendo um show em clube pequeno. “Wolf Like Me” e “Staring at the Sun” fixaram o show para sempre na lembrança de quem viu a banda em ação aqui no Brasil. Classe total.

* FOO FIGHTERS – Alguns cansam, outros não tão nem aí. Duas horas e meia de shows, solos, presepadas roqueiras superjustificáveis (Dave toca como as bandas antigas de rock circense de que tanto gosta), outras nível “Escola do Rock” (que são legais também), um fiapo de voz, um baterista só não melhor que do que ele já foi, enfrentando o fiapo de voz que resta com uma série retardada de berros e um caminhão gigante de hits inesquecíveis. Monster of Rock, Dave.

******************** Lolla Dia 1 em fotos

O Ben, do Bend of Horses, estava ben alegre no primeiro dia do Lollapalooza Brasileiro

“Vamos combinar. Se eu me jogar em vocês e desmaiar? Vão passando meu corpo de mão em mão neste festival o dia inteiro, ok?”, pediu o menino neogrunge Matt Schultz, do Cage the Elephant

“Vai, deixa eu levantar e ir na Peaches, para ela mostrar uns peitos, roupas esquisitas, gostosonas do Leste e jogar champanhe em mim”

“Maaaaaaaaaaaatt. Se joga em nóis neste Lollapranóis”. As mina pira, não só no show da Peaches

Vem, Dave. Galera esperava o show do Foo Fighters na grade desde de manhãzinha

“Oi, sou amiga da Alexa Chung. Onde pego meu Vip pro show do Arctic Monkeys? Ah, não é hoje? Ah, eles não namoram mais?”

Dave Grohl chegou cedinho para ver os pupilos do Cage the Elephant, banda que ele botou no festival

Fuck the pain away. Peaches e seu electroclash decadente e cheio de absurdinhos. Programão para a semana santa

“Calma, galera da noite de rock do D-Edge. A gente já vai tocar ‘I Love Rock’n’Roll’ “

Tunde espalha indie-soul de primeira pelo Jockey, em show do TV on the Radio

O gente-fina Dave Grohl em dia de Jack Black. Foo Fighters no Lolla foi uma verdadeira Escola do Rock

******************** Lolla Dia 1 em vídeos

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COBERTURA POPLOAD NO LOLLAPALOOZA BRASIL – Ana Carolina Monteiro, Alisson Guimarães, Fernando Scoczynski Filho, Lúcio Ribeiro e Fabrício Vianna (fotos)


Tem Que Ver Isso Aí: a semana na POPLOAD
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Lúcio Ribeiro

>> AQUECIMENTO LOLLAPALOOZA:

* LOLLAPRANÓIS: o que vai rolar HOJE em São Paulo
* LOLLAPRALOOSER: o que rolou pros Sem-Lolla em Belém
* LOLLA NO CHILE: como foi e o que vamos ver aqui
* FOO FIGHTERS no Chile!
* FOO FIGHTERS na Argentina. Guarda essa voz pra noz, DAVE!
* FRIENDLY FIRES na Argentina, hermanos!
* SKRILLEX: tipo um Deus no Chile.
* SKRILLEX: aprenda a dançar o dubstep. É facinho e as mina pira.
* SKRILLEX tocando em ITU! Você leu certo.
* EXCLUSIVO: O Brasil já sabotou o SKRILLEX!
* FOSTER THE PEOPLE e o CAZUZA
* FOSTER THE PEOPLE @ Circo Voador, no Rio de Janeiro.
* FOSTER THE PEOPLE @ Cine Joia, em fotos e vídeo.

>> ENQUANTO ISSO…

* THE BEATLEZINHOS: a banda da cria dos Beatles. Óón.
* MARK LANEGAN: ex-grunge sequestra cheerleader e vem para São Paulo. o_O
* DAVID LYNCH: e o vídeo mais louco do ano
* LANA DEL REY: MY BIAAAATCH!
* A$AP ROCKY quer a LANA DEL REY só pra ele.
* MARK RONSON: balé (!!) de Mark Ronson com Kills, Drums, Rufus e Boy George
* FLORENCE & JOSH HOMME: desplugados e country!
* SPIRITUALIZED: a volta. A Jane.
* JACK WHITE e seu mundo de criancinhas possuídas
* GOSSIP: num mundo perfeito, em sépia.

>> E claro, o Melhor do Twitter: edição #InstaDroid


Gonna burn this city. Festival confirma Franz Ferdinand confirmado para maio. De graça
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Lúcio Ribeiro

* Não era o Foster the Feople, nem o Foo Fighters, nem o Fiery Furnaces, o Friendly Fires e o Fleet Foxes. A banda que o Festival Feliz da Cultura Inglesa vai realizar no dia 27 de maio em São Paulo Faltava Falar, foi divulgado hoje e o manager deles (o mesmo do MGMT) andou soltando nos bastidores das festas do Lollapalooza, é o adorado grupo escocês FRANZ FERDINAND.

A banda de Alex Kapranos é o principal nome da 16ª edição do Cultura Inglesa Festival, que ainda trará os grupos The Horrors e We Have Band para tocarem de graça no Parque da Independência, no Ipiranga.A Banda Uó e o Garotas Suecas também estão na escalação, incorporando grupos clássicos do rock inglês. A UÓ fará os Smiths, os Suecas tocarão Stones.

Para vir a São Paulo, em show único na América Latina neste ano, o Franz Ferdinand deu uma pausa nas gravações do disco novo, o quarto. Músicas novas indie-dançantes serão testadas em cobaias brasileiras.

Muito mais detalhes do Cultura Inglesa Festival, cheio de movimentações em clubes, cinema, teatro, serão divulgadas em breve. O festival tem a curadoria da Popload e do Trabalho Sujo, blogs pilotados, respectivamente, por este escriba rocker virtual e pelo bróder Alexandre Matias. O evento se espalhará também pelo interior paulista. O We Have Band e Banda Uó se apresentam juntas dia 02/06 em Campinas e 03/06 em Santos. Já a dobradinha The Horrors e Garotas Suecas acontecerá dia 02/06 em São José dos Campos e, no dia seguinte, em Sorocaba.

* Vem, Kapranos!

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