Blog POPLOAD

Arquivo : maio 2013

Savages. O show da loja em Londres, segunda passada
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Lúcio Ribeiro

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* A banda inglesa de mulheres Savages, o mais comentado nome do novo rock, pós-punk rasgado trazido com energia nova direto dos anos 80, lançou seu primeiro álbum nesta semana. Em Londres, casa delas, fizeram segunda à noite o significativo show íntimo dentro da loja de discos extracool Rough Trade East, na capital inglesa. Tudo isso você viu aqui.

As meninas, para completar, na esteira do lançamento do disco début, anunciou uma batelada de shows em 2013, que vai de agora em maio até setembro, incluindo turnê inglesa, europeia, um monte de festivais de verão, no Webster Hall em Nova York e tudo mais. Amanhã a banda toca para valer em Londres, no Ministry of Sound. Ah, e tem uns shows marcados abrindo para o PORTISHEAD. Sério.

Pois bem, temos abaixo o vídeo da absurda “Shut Up”, single recente delas, ao vivo na Rough Trade, de segunda-feira. Olha isso, Brasil.

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That 90’s show. The Breeders ontem na TV americana
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Lúcio Ribeiro

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* Check check check. One two.

* O mais puro néctar dos anos dourados do rock alternativo americano dos 90, a banda Breeders, das irmãs Kim e Kelley Deal, foi ontem à noite ao programa do Jimmy Fallon, onde mais. E rolou o hino master “Cannonball” na TV americana atual, pensa. Versão incrível, Breeders em tour que marca os 20 anos do lançamento do incrível álbum “Last Splash”, reedição do disco em box especial intitulado “LSXX”. Só belezuras. Bem que o Breeders poderia trazer esse showzinho de aniversário aqui para o Brasil, tipo no Cine Joia, né? Como diria Beavis & Butt-Head, “This is cool”.

Rolou um bônus do programa do Jimmy Fallon só para a internet. A linda “Drivin on 9”, também do “Last Splash”.

A turnê atual comemorativa do Breeders conta com a baixista Josephine Wiggs e o baterista Jim Macpherson (ex-Guided by Voices), ambos da formação original do álbum “Last Splash”.

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David Bowie e seu vídeo religioso craze-shit
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Lúcio Ribeiro

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* Acima está David Bowie, a atriz francesa Marion Cotillard e o ator Gary Oldman, trio cool da pesada que estrelam o vídeo cristão do astro inglês para a música “The Next Day”, a melhor do álbum homônimo que marcou a volta de Bowie à música. “The Next Day” é o terceiro single do disco. O vídeo é dirigido por Floria Sigismundi, que fez o primeiro vídeo da nova fase do cantor inglês, “The Stars (Are Out Tonight)”.

o vídeo traz galera muito cristã num pub muito podre, uma parábola bowiana do sagrado e profano, com padres, santas, cardeais, freiras, uma moça sofrendo de stigmata e Bowie agradecendo os atores amigos na Santa Ceia. Sick.

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Popload Session apresenta… LUNETA MÁGICA
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Lúcio Ribeiro

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* Continuando com as sessions da Popload pelo Norte do país, o blog traz, direto de Manaus, a performance de duas músicas da banda Luneta Mágica. Semana passada publicamos aqui uma session exclusiva de outra banda manauense, a Malbec.

Espécie de Amazonas-encontra-os-Beach-Boys, autora de uma certa MPB experimental, a Luneta Mágica fez sua primeira excursão fora da Região Norte agora em abril, tocando no Sudeste e Sul as músicas de seu disco “Amanhã Vai Ser o Melhor Dia da Sua Vida”, lançado na internet no ano passado. A banda tem Pablo Henrique (vocal e guitarra), Chico Só (guitarra), Diego Souza (baixo, teclado e samplers).

Para a Popload Session, gravaram a música “Aqui Nunca Nasceram Heróis”, do álbum de 2012, e “Acabou Chorare”, cover de Novos Baianos, dos anos 70.

Ladies and Gentlemen. Com vocês, a bonita session da… LUNETA MÁGICA.

A Popload Session, você sabe, é um espaço dentro do blog que traz performances ao vivo de boas bandas indies brasileiras e até gringas. O Teenage Fanclub e os Cribs já fizeram a deles. Entre as nacionais, Subburbia, Brollies & Apples, Jair Naves, Tokyo Savannah, Madrid, Apolonio, Me & The Plant, Inky, Wannabe Jalva, Cabana Café, ruído/mm, Single Parents, Pélico e muitos outros também já compareceram com performances. A produção das sessions especiais para a Popload é da própria banda, no ambiente que quiser, gravada como quiser. Só chega coisa incrível. É sempre uma música de trabalho e uma cover “referência” da banda.

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Vampire Weekend mostra os vampiros modernos da cidade
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Lúcio Ribeiro

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O badalado “Modern Vampires of the City”, terceiro disco do Vampire Weekend, banda indie de rock com sonoridade africana abençoada pelo Paul Simon, vai ser lançado na próxima semana, dia 14. Mas ele já está ao nosso alcance.

A turma de Nova York liberou a audição na íntegra do disco, via iTunes, mas não em todas as lojas virtuais da Apple. Quem tem conta brasileira, por exemplo, ainda não pode ouvir. Para escutar o álbum, tem que ter conta norte-americana, por exemplo.

A Popload falou aqui, ontem, que o Vampire Weekend tem que lidar com a rejeição até “em casa”. Um amigo local me contou que os caras eram zoados na cena, principalmente na região megahipster do Brooklyn. Eles tipo sofriam bullying virtual e todo mundo andava evitando ter seu nome envolvido com os caras. DJ que tocava Vampire Weekend em festinha era achincalhado. Aí a banda, claro, resolveu gravar esse disco novo no… Brooklyn. As impressões primeiras são boas.


Savages enquanto a banda nova mais importante do mundo hoje
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Lúcio Ribeiro

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* Nosso mundinho é pequeno, you know.

* Saiu ontem na Inglaterra o disco da banda nova Savages, só mulheres na formação. O lançamento foi marcado com um show delas em Londres, na loja de disco da Rough Trade, no bombado lado leste de Londres, talvez a principal loja de disco deste mundo já sem lojas de discos (a linda Amoeba Records na Califórnia é a maior, mas a Rough Trade tem mais, vamos dizer, personalidade, eu acho). Um bom concerto tramado na Rough Trade, há algum dia, para o bafo britânico de construção de pequenos mitos, é o equivalente a uma banda tocar no Madison Square Garden (NYC) no segundo ou terceiro disco. Mas esse é um outro assunto.

A onda de hype que o Savages vem surfando neste pré-lançamento do primeiro álbum faz da banda o nome novo mais destacável da música hoje. Primeiro aparecem em fulgurosos shows pequeniníssimos em Londres, um single chocante “Husband” e somem da Inglaterra, deixando o oba-oba indie lá em suspenso. Aí, pré-festivais de verão na Europa, pós-apresentações ultra-recomendáveis primeiro no CMJ em Nova York e depois na vitrine monster do South by Southwest e a “apoteóse” midiática do Coachella. Vale mencionar show na Music Hall of Williamsburg e session na rádio KEXP, de Seatle. Fizeram tudo certo.

Quarteto de mulheres que montaram a banda não tem dois anos e fazem uma intensa e rica recriação de um pós-punk que tem um fantasma de Siouxsie absurdo assombrando o som e principalmente o vocal, o Savages angariou boas críticas de lugares não necessariamente blog de músicas ou revistas especializadas. Tudo bem que jornais sérios como os britânicos “Independent”e “Guardian” são super indies/pop ao tratar de música, mas você ver o “Observer” (a prestigiosa edição dominical do “Guardian”) dizer que o Savages é o mais próximo de arte que a música independente tem a oferecer hoje não é pouca coisa.

Só que se percebe mesmo que a aura do Savages é/está especial quando eles ganham um “tratado”, um estudo na revista “The New Yorker”, de alta-cultura. Sob o título de “Terra Cognita”, o contrário do famoso termo em latim para a descoberta de lugares desconhecidos (“incognita”), o conceituadíssimo jornalista “estudioso pop” Sasha Frere-Jones analisa o zunzum instantâneo e cavalar para cima do Savages dizendo que a banda é realmente quase tão grande quanto o que querem que ela seja. “Only martyrs attain early perfection, and Savages is too smart to burn out early”. Vige.

O detalhe está no sub-título da pensata de Frere-Jones, acompanhando o “Terra Cognita”: “As Savages cuidadosamente estão reinventando a roda”. O post-punk sombrio e no future inglês é superlembrado por quem viveu. Não tem como dissociar. Frere-Jones lembra como a vocalista Jehnny Beth lembra um Ian Curtis menos selvagem, também o cabelo curtinho, mas às vezes com um movimento de braços que remetem ao líder possuído do Joy Division. Ela, noutras vezes, dança marchando como um soldado.

Eu já ouvi o álbum do Savages, “Silence Yourself”, cheio de manifestos, umas 20 vezes seguidas. E já achei 20 coisas diferentes dele. É impressionante a riqueza de seus detalhes, de como elas, além de toda a reinvenção da roda pos-punk e da roupa preta que vestem, vão de uma jovem PJ Harvey ao heavy metal em questão de segundos. E tudo soa muito bem para uma banda formada, de novo, no meio de 2011, lançando a primeira música no meio de 2012 e chegando já a este estágio de solidificação sonora. Não estamos nem na metade de 2013.

Minha preferida, por ora, do disco début das Savages é “Strife”. Olha como ela não traz nada de novo. Mas veja também a energia que ela carrega. Procure ouvir a original do disco na plenitude. Mas eu trago aqui uma versão da música ao vivo, em apresentação em Liverpool, há menos de uma semana.

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O Primal Scream e seu rock moderno
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Lúcio Ribeiro

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Nome marcante da rica história da música independente, o grande Primal Scream – com selo Popload Gig de qualidade – vai lançar novo disco na próxima semana. “More Light” chega às lojas (sim, elas ainda existem) na segunda-feira, 13, e promete ser um dos melhores trabalhos da carreira dos hippies escoceses.

Até agora, a gente conhecia as faixas “It´s Alright, It’s Ok” e o primeiro single simplesmente chamado “2013”. Hoje, a turma do Bobby Gillespie começa a liberar a audição do disco, que será feita em partes. Dividido em quatro “sides”, o Primal Scream liberou o Side A agora pela manhã, com a “2013” (album version) de 9 minutos, seguida da faixa 2, “Riverside Pain”, que dura 8 minutos. Primal Scream psicodélico. Os demais extratos do álbum serão lançados hoje (18h) e amanhã (às 8h e 12h), tudo horário de Londres.

“More Light” é o sucessor de “Beautiful Future”, lançado em 2008, e conta com participações de Robert Plant e Mark Stewart (The Pop Group). Diz o Gillespie que o disco é “rock’n’roll, mas um rock’n’roll moderno, bem psicodélico”.

O “Side A” pode ser ouvido abaixo. Fique de olho na conta oficial da banda no YouTube para ouvir o restante do disco.


Justin Bieber maior que Paul McCartney
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Lúcio Ribeiro

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* Hihi.

Se você acha que o ex-beatle setentão, que inicia sua turnê mundial pelo Brasil com estádios lotados, show de quase 3 horas e quase 40 músicas é o maior artista vivo deste planeta, comece a rever seus conceitos.

Macca who? Dave Grohl quem? Josh Homme, Jack White? Justin Bieber provou ser mais gênio que todos. Em seu show realizado no último domingo, em Dubai, o ídolo teen fazia uma performance ao piano, levando as “beliebers” à loucura. De repente, um fã mais atirado invadiu o palco para dar um abraço no ídolo. E o segurança, óbvio, não curtiu. Partiu para cima do fã, separou ele de Bieber, derrubou o piano (que veio a quebrar), Bieber saiu correndo, olhando a confusão e CONTINUOU “cantando” e dançando na mesma “intensidade” como se nada estivesse acontecendo. Haha. Vídeo do ano?


Nick Cave e suas criancinhas cantando sutilezas, coisas meigas, fofurices e… OH WAIT
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Lúcio Ribeiro

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* Trinta anos e quinze discos depois, a gente ainda não conseguiu cansar do Nick Cave, nosso ídolo cavernoso — sem trocadilhos, vocês entenderam. O mais recente disco de Cave com os Bad Seeds, “Push The Sky Away”, lançado em fevereiro, assombra o mundo com baladas incríveis e tensas, daquelas que, se você parar para prestar atenção nas letras, nunca mais consegue ouvir o álbum do mesmo jeito.

Nele, Cave parece mais um pregador gótico (sempre no bom sentido. É o Nick Cave!) discursando naturalmente sobre prostitutas de bom coracão, assassinatos, morte, Lúcifer, Miley Cyrus & Hannah Montana (!), um feto em uma coleira (!!), botos cor de rosa da Amazônia (!!!), lolitas e sei lá mais o quê, tudo metaforicamente falando, claro. Sem contar os trechos com neuras sobre envelhecer, de memórias perdidas (em uma das músicas, ele diz a uma menina que ela foi a melhor que ele já teve, mas que já não consegue se lembrar de mais nada), das sombras, das obssessões descontroladas…

Não citei nem na metade das letras, veja bem. E nem vou mencionar que o Nick Cave botou a própria mulher nua na capa, em foto tirada no quarto do casal. Bom, mencionei…

Talvez para aliviar um pouco a barra de um álbum tão, hum, denso ele vai lá e chama um coral de criancinhas. Tem sido assim nas últimas apresentações da banda, inclusive no Coachella deste ano, “chocando” a nação de fãs do Red Hot Chili Peppers que já se amontoava em frente ao palco.

Sendo assim, Nick Cave lança agora o vídeo para “Mermaid”, do mesmo “Push The Sky Away”, acompanhado de um doce coral de criancinhas (coitadinhas!). Em preto e branco, fica tudo tão lindo que a gente até tenta esquecer que na verdade, esses “anjinhos” estão ali ouvindo e cantando sobre alguns dos assuntos mencionados acima. Em “Mermaids”, uma música, entre outras coisas, sobre sereias que tomam banho de sol nas pedras e acenam para o cantor, há uma frase que não ouso traduzir para não perder a potencialidade lírica. OK?

Nela, ele diz: “I was the match that would fire up her snatch”. Para quem perdeu essa aula, “snatch” pode ser um termo, digamos, grosseiro para, errr, “xana”.

Isso dito e SEM essa imagem em mente, veja o genial Nick Cave e suas criancinhas, ao vivo, cantando “Mermaids”:

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Paul Macca falando “portugays” no “Braz-you”
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Lúcio Ribeiro

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A lenda Paul McCartney ficou quase duas décadas sem visitar o Brasil. Mas, quando redescobriu o caminho, não saiu daqui mais. No país pelo quarto ano consecutivo, e desta vez mostrando o show novo em primeira mão por aqui, o ex-beatle se destaca não somente pelas quase 3 horas de pedrada musical que é sua apresentação, mas também pela sua presença de palco e, especialmente, por sua simpatia em tentar falar algumas frases em português para interagir com o público. Coisa batida em muitos artistas gringos que vêm aqui, mas saindo da boca de alguém como o Macca fica mais “bonito”.

Daí que entre várias coisas legais relacionadas ao Paul em BH é a campanha virtual “Paul Vem Falar UAI”, principal gíria da mineirada. Paul veio, falou “Uai” e fez o Mineirão comemorar como se fosse um gol do Cruzeiro ou do Galo.

Agora apareceu na internet uma foto da famosa colinha que Paul utiliza em seus shows realizados longe dos países de sua língua nativa. Ele, que sempre treina as palavras horas antes das suas apresentações e coloca uns macetes no papel. No dicionário em português do Paul, o “Uai” veio em forma de “Why”, claro. “Brasil” se transformou em “Braz-you”. Música é “moozica”. E “português” é… “portugays”. Haha. Como diz ele, “não é simples”.

Quatro meninas envolvidas com o movimento “Paul Vem Falar UAI” foram chamadas no palco e ganharam autógrafos. Uma delas pediu a assinatura do cantor para fazer uma tatuagem. O Paul só não sabia que teria que autografar uma parte não muito comum do corpo da menina, chamada Cecília Bravo…

Outros papos que rolam em Minas é que Paul deixou BH logo depois do show e foi para uma cidade pequena chamada Inhaúma, onde ficou em um resort de luxo ontem e hoje. Ele, que costuma andar de bicicleta em algumas cidades que visita, rodou os pontos turísticos da capital mineira em uma… Kombi.

Hoje, Paul se apresenta em Goiânia. Ele encerra sua nova passagem pelo país na quinta-feira, dia 9, em Fortaleza.

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