Blog POPLOAD

Arquivo : courtney barnett

Disco de Courtney Barnett sai hoje nos EUA. E ela propõe fundar um clube
Comentários Comente

Lúcio Ribeiro

>>

* Olha a Courtney aí outra vez. Não a Love. A Barnett, predileta da Popload.

Screen Shot 2014-04-15 at 18.54.55

A gente falou sobre o passeio da incrível cantora e guitarrista australiana ontem, aqui no blog, no Coachella e em sessions ao redor do festival. “Courtney Barnett com problemas para respirar na Califórnia” era o título.

Hoje apareceram duas notícias grandes sobre ela vinda dos EUA:

1. Os dois EPs que juntaram para fazer um álbum foram lançados hoje como tal nos EUA. “The Double EP: A Sea of Split Peas” chega ao mercado americano com a fama de “critically acclaimed”, está nos dois releases que eu recebi nesta terça. A minha loja de disco predileta em Los Angeles, a Origami Vinyl (já que a Amoeba Records não é exatamente uma loja de discos e sim um supermercado), vai fazer uma festa de lançamento do disco hoje, com presença de Barnett. Quem comprar o álbum de Courtney Barnett nos EUA ganha um fanzine ilustrado por ela, com desenhos da janela de onde ela tem se hospedado para tocar, “across the world”. O fanzine chama “A View to a Gig”. Barnett, uma das mais legais contadora de histórias em músicas hoje na cena independente, toca de novo no Coachella no final de semana, na parte 2 do festival.

Screen Shot 2014-04-15 at 18.49.17

2. Hoje, para comemorar o lançamento do disco nos EUA, o poderoso jornal “The New York Times” — APENAS o “NYT” –, lançou em seu site o vídeo para a absurda canção “Anonymous Club”, o segundo single do disco, depois da “música do ano”, a “Avant Gardener”. O “NYT” também traz uma entrevista com a australiana.

“Anonymous Club”, o vídeo, é incrível com a música por baixo (ou por cima). Parece uma animação na linha “Where the Wild Things Are”, mas feita com a mão em papel, não em computador. E de um jeito, digamos, australiano.

“Anonymous Club”, a música, é bem lindinha. Tem um backing vocal masculino nela, mas a delicadeza perturbada da voz de Courtney Barnett brilha sozinha, quando ela propõe fazer um clube dos anônimos. Ou um clube anônimo, pode ser. Escola Lorde da não-ostentação. Onde os membros ficam trocando suas roupas e tomando vinho a noite toda.

“Turn your phone off friend, you’re amongst friends and we don’t need no interruptions.
Leave your shoes at the door, along with your troubles”

A música acaba assim:
“Thank you for cooking for me, I had a really nice evening, just you and me”.
Com as duas vozes repetindo “you and me”, primeiro. Depois só a Barnett.

Escrevendo assim, preto no branco, parece simples e comum (e é). Mas essa letra colocada sob uma canção da australiana fica de chorar de bonita.

Essa Courtney Barnett é especial, não?
Ela é a verdadeira Courtney “Love”, eu acho.

>>


Courtney Barnett com problemas para respirar na Califórnia
Comentários Comente

Lúcio Ribeiro

>>

courtney

* Pô, procurei vídeos do show da menina australiana Courtney Barnett dentre as 120 atrações do Coachella 2014, mas não achei nenhum, haha. A apresentação dela não está entre as que foram transmitidos ao vivo pelo festival, o que já dificulta. Outra: ela tocou tipo 2 e pouco da tarde de ontem, domingão. Ninguém que se interessa por ela deve ter chegado com um iphone na mão tão cedo, naquele calor, no terceiro dia de festival. Coachella mata.

Mas ainda assim, digo de novo, a Popload teria aqui pelo menos um lindo filminho do “hit clássico” dela, a linda “Avant Gardener”, no Coachella 2014, se eu lá estivesse.

Gostei de uma resenha feita por algum jornal de alguma cidadezinha californiana que se prestou a escrever sobre o show dela. Vou deixar em inglês. “The audience was relaxed as well, sitting or even lying down on towels. The ones who we’re standing bobbed their heads with their eyes closed”.

Em compensação para a falta de vídeos do show (se alguém achar, me mande por favor), encontrei várias entrevistas e algumas sessions dela para esses blogs e rádios que orbitam em torno de eventos como o Coachella, instalando estúdio ou QG perto ou mesmo dentro do festival. Galera convidou forte a Barnett para ir. Bom, uma artista assim, desse tamanho, deve ser fácil levar para “trabalhar a divulgação” nos EUA.

Tipo essas sessions aqui, abaixo, com Barnett tocando “Avant Gardener” exclusivamente para duas rádios: a 94.9 FM, de San Diego, cujo lema é “It’s about the music”, e para a conhecida 91x FM, outra rádio independente de San Diego. Courtney Barnett, por algum motivo, é quente em San Diego, haha.

Lembrando: “Avant Gardener”, uma das músicas deste ano embora toque sem parar nas rádios indies americanas desde tipo novembro de 2013, está em EP que virou álbum, já que a garota ainda não teve tempo de entrar em estúdio para fazer um disco cheio depois que a música “pegou”. Prensaram dois EPs juntos que virou o “primeiro álbum” dela. Já escrevi aqui, acho que duas vezes, que “Avant Gardener” é sobre Courtney ter acordado numa segunda-feira besta e resolver arrumar o jardim da casa dela, que está numa situação deplorável e os vizinhos acham que ninguém mora lá, de tão abandonado que parece o lugar. Ou isso ou, como ela diz na letra, que devem pensar que o jardim lixo que ela mantém é para esconder um laboratório de metanfetamina na casa. Courtney Barnett assiste “Breaking Bad”.

Daí, ela canta, resolve levantar da cama para dar um jeito nisso, nessa segunda-feira, dia de calor de matar na Austrália. O problema é que ela tem problemas de respiração e começa a passar mal. Ela tem problemas de respiração. E naquela faxina do jardim passa a achar que vai morrer. Daí vêm os paramédicos salvá-la. Alguém chamou.

Está acompanhando? Haha.

Ela se apavora com a chegada dos médicos. Não porque está mal. Porque não tem assistência médica. “Eu prefiro morrer do que ficar devendo para hospital até o resto da vida”. Está na música, juro. Daí nessa recebe uma injeção de adrenalina no peito, direto no coração. E diz sem sentir igual à Uma Thurman pós-overdose (em “Pulp Fiction”), haha.

Aí vem a melhor parte de “Avant Gardener”: ao ser atendida pela paramédica, na ambulância a caminho do hospital, ela diz que a médica acha ela esperta porque ela toca guitarra. E Courtney diz que ELA acha a paramédica esperta porque ela salva vidas de pessoas que estão morrendo.

E segue para a parte final da música acreditando que estaria melhor se nem tivesse levantado da cama naquela segunda-feira besta.

Courtney Barnett, uma dessa leva de cantoras que fazem músicas incríveis narrando um cotidiano banal (Lorde, Lana Del Rey…), é gênia.

>>


Saiu a maior escalação de festival do mundo
Comentários Comente

Lúcio Ribeiro

>>

* Não, não é o Lollapalooza. Nem o Popload Festival. E sempre é o Glastonbury. O maior line-up, o maior público, o maior número de palcos, a maior doideira. E o evento inglês anunciou hoje seu esperado line-up. Sem os headliners, pensa. Ou uns mezzo-headliners. Dizem que pode ser que Metallica, Prince e/ou Daft Punk apareçam na cabeça do festival quando mais uma batelada de bandas forem divulgadas, em maio. David Bowie também estaria cotado.

Screen Shot 2014-04-04 at 8.49.02

Um mesmo festival que junta Parquet Courts, Courtney Barnett, Metronomy, Disclosure, Lana del Rey, Jamie XX, Wolf Alice, James Blake, Temples e Jagwar Ma tem meu respeito.

Acontece lá no final de junho, bem no meio das oitavas-de-final da Copa do Mundo aqui no Brasil. Tomara que a Inglaterra ainda esteja na parada. Para as euforias ficarem misturadas no Glasto.

Dá até uma confusão nas vistas olhar o pôster INCOMPLETO do Glastonbury 2014.

glasto


Courtney Barnett só quer estar por perto. Perto do Lemonheads
Comentários Comente

Lúcio Ribeiro

>>

* Uma das prediletas desta casa, a cantora e guitarrista australiana Courtney Barnett andou nos últimos meses indo de rádios, a TVs a festivais pequenos divulgando seus dois EPs transformados em um álbum às pressas, porque a menina meio que “estourou”.

Screen Shot 2014-03-31 at 8.48.11

“The Double EP: A Sea of Split Peas” é um dos grandes discos do final do ano passado, começo deste, carregado de lindas canções que vão da ironia até a mais completa raiva feminina sem perder o bom humor em letras incríveis em cima de sonoridade idem. Courtney Barnett é especial.

Ela é boa também em covers. A gente já postou aqui Barnett interpretando em sessions por aí gente como Kanye West e a saudosa banda Lemonheads, por exemplo.

Do Lemonheads, ela costuma cantar a linda “Being Around”, composição esperta de Evan Dando. Onde anda Evan Dando, o romântico por trás da crueza grunge?

Em janeiro reproduzimos na Popload o vídeo-session que ela fez para os ingleses do “New Musical Express”, desencavando a pequena pérola “Being Around”.

No final de semana agora foi a vez de a rádio por satélite americana Sirius XMU liberar o cover de Lemonheads que Courtney fez para a emissora indie mais legal do planeta, também em session.

“Being Around” é de 1993 e nela Evan Dando proclama com poesia em cima de coisas bobas que apenas quer “estar perto”. Tipo: “Se eu fosse seu corte de cabelo, você usaria um chapéu? Se eu fosse o seu corpo, você ainda usaria roupas? Se eu fosse seu catarro, você assoaria o nariz?”

Mas o que com Evan Dando soa mais para o engraçado-fofo, com Courtney Barnett parece intenso e profundo.

Eu não sei, no fim, qual das duas versões é a mais bonita. O que você acha?

>>


Cuidando do jardim zoado. Um oferecimento da incrível Courtney Barnett
Comentários Comente

Lúcio Ribeiro

>>

* Lá vem a Popload com a sua musa australiana Courtney Barnett. Lembra-se dela, né? Eu disse por aqui quando o ano começou que ela era uma “rising star desse rico universo feminino que canta o cotidiano banal de modo lindo”.

Screen Shot 2014-03-12 at 11.31.39 AM

Courtney está numa fase agitada. Anda excursionando por sua terra, a Oceania, depois de trabalhar bastante seu primeiro disco, que na verdade é a junção dos dois EPs que ela tinha lançado independente, transformado no álbum “The Double EP: A Sea of Split Peas”.

Procurei esse disco NA AUSTRÁLIA no começo do ano, em algumas lojas indies de Sydney e Melbourne (de onde ela é), mas estava es-go-ta-do, só por encomenda. Claro, a tiragem devia ser bem pequena. Mas ainda assim dava a medida da aceitação que estava passando a ter. Desconfio que seus discos, o que tinha, foram todos enviados para o mercado americano e inglês. Eles curtem a menina no underground de lá.

Curtem principalmente pela pérola “Avant Gardener”, sua música cartão-de-visitas, que, de novo, )”>falei aqui de modo inflamado. Tipo assim: “Em Avant Gardener, Barnett canta contando que acordou numa segunda-feira besta querendo dar um jeito no quintal da casa, que está um lixo. Repare a volta dela ao tema “jardinagem” de “David”, hahaha. Ela acha que os vizinhos devem pensar que ela mantém um laboratório de drogas químicas na casa. E resolve dar um jeito nesta tal segunda-feira, um dia de calor de matar na Austrália. O problema é que ela tem problemas de respiração e começa a passar mal”.
(Ah, que delíca o “cut-and-paste”)

Pois bem, voltemos ao agito em que vive a garota. Barnett se apresenta hoje na bizarra Tasmânia, dentro dessa turnê australiana que faz acompanhando o mitológico músico inglês Billy Bragg. Isso até abril, quando ela toca e canta no Coachella Festival em dois finais de semana e faz alguns shows periféricos na Califórnia.

Antes de tudo isso, a WFUV, rádio pública de Nova York membro da NPR, soltou dois vídeos de performance de Courtney Barnett por lá em fevereiro. Na session, Courtney Barnett canta a obrigatoriamente delicada “Avant Gardener”, seguida de outra pérola, esta inédita e nova: “Depreston”.

<3

>>


Feliz 2014: Courtney Barnett, da Austrália
Comentários Comente

Lúcio Ribeiro

>>

* Feliz 2014!!!! Vamos começar este ano que promeeeeete. Promete?

Another day
Oh what a wonder
Oh what a waste.
It’s a monday
It’s so mundane
What exciting things
Will happen today?

Screen Shot 2014-01-06 at 12.47.41 AM

* Já é disparada a música que eu mais ouvi nesses dias de férias/festas, essa pequena maravilha chamada “Avant Gardener”. Tocava muito tanto na Sirius XMU, a satélite, quanto na KEXP, emissora indie “normal” de Seattle, rádios em que meu iphone ficava balançando para lá e para cá na sintonia.

A canção é de uma moça australiana chamada Courtney Barnett, de Melbourne, que tinha dois EPs lançados em suas terras, juntou ambos para transformar em um álbum e o lançou nos EUA no final do outubro, vindo fazer dois showzinhos no festival CMJ Marathon, de Nova York. Daí então, e relativamente, caiu nas graças dessas rádios americanas citadas.

O álbum dos dois EPs chama-se exatamente “The Double EP: A Sea of Split Peas”. Não sei se falamos que é seu primeiro disco da carreira ou se o “début” chega mesmo agora em 2014, como estão falando. O fato é que a menina foi parar até no “New York Times”, numa rápida citação em meio de texto que a posicionou como um fragmento moderno de Velvet Underground, veja você.

Courtney Barnett, 25 anos, é uma delícia de cantora, daquelas vozes que lembra indie feminino americano do começo dos anos 90, mas adicionando uma incrível aptidão de contadora de histórias nas músicas, além de ter uma guitarrinha cortante que ela mesmo toca. Nada que seja uma grande novidade na música, mas tudo feito de modo tão simples quanto apaixonante.

Eu conheci de cara, de novembro para cá, duas músicas de Barnett. Essa já citada “Avant Gardener” e uma chamada “David”, do mesmo EP e consequentemente do mesmo álbum de dois EPs. “David” é incrível e é sobre plantar uma árvore, ok? É Courtney em versos rápidos de um “rock’n’roll” mais que batido reclamando do namorado (acho), o Davey. Termina falando para plantarem uma árvore: “você entra com a pá, eu levo as sementes”.

Essa “Avant Gardener”, assunto maior deste post, é impressionante de boa, dentro desse “quadro da normalidade” que é o trabalho de Courtney Barnett, música e letra. Aqui o “velvet undergroundismo” dela é mais gritante. Quase um “pavement-ismo”.

Em “Avant Gardener”, Barnett canta, ela acorda numa segunda-feira besta querendo dar um jeito no quintal da casa, que está um lixo. Repare a volta dela ao tema “jardinagem” de “David”, hahaha. Ela acha que os vizinhos devem pensar que ela mantém um laboratório de drogas químicas na casa. E resolve dar um jeito nesta tal segunda-feira, um dia de calor de matar na Austrália. O problema é que ela tem problemas de respiração e começa a passar mal.

Juro, essa é a letra.

E ela passa mal e mal, ali tentando cuidar do jardim. Tanto que lembra os tempos em que tomava injeção de adrenalina direto no coração, se sentindo a “Uma Thurman post-overdosing kick start”.

A parte mais linda, para mim, é quando ela acorda numa ambulância na mão de uma médica cuidando dela. “The paramedic thinks I’m clever cos I play guitar, I think she’s clever cos she stops people dying.”

Barnett é Velvet e tals, mas não renega essa nova linhagem indie-pop delícia de garotas pós-Amy Winehouse, última safra, tipo Lana del Rey (do comecinho) ou algo da Lorde, de transformar em musiquinhas brilhantes um cotidiano aparentemente normal. De botar em música algo como acordar numa segunda querendo dar um jeito no jardim bagunçado, para os vizinhos não acharem que é uma louca.

Eu estou quase apaixonado pela Courtney Barnett, mas vou segurar a onda até ouvir mais que quatro músicas dela, sei lá. Tem uma outra ótima, essa “History Eraser”, em que ela começa dizendo que tava bêbada e adormeu na cama, de roupa e tudo, sem entrar debaixo das cobertas. Deu sorte porque deixou o aquecedor ligado…

Mas “History Eraser” fica para depois, porque o negócio aqui deste primeiro post do ano é “Avant Gardener”. Olha que beleza

>>


< Anterior | Voltar à página inicial | Próximo>