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Parquet Courts revela música nova e mostra que está “piorando” <3
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Lúcio Ribeiro

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* Bom, eu não aguento o Parquet Courts, grupo de moleques do circuito Brooklyn-Austin, Nova York-Texas que lançam o segundo (terceiro?) álbum deles no comecinho de junho agora, chamado “Sunbathing Animal”. Eu já achava que o indie-áspero que marcou a chegada deles à cena em 2012 e toda a confusão que foi o maravilhoso primeiro disco, lançado em várias etapas e que na real nem é o primeiro disco, penderia para alguma “evolução sonora” e tudo mais. Como acontece sempre com qualquer banda nova que vai crescendo e aparecendo.

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Mas testemunhando essas músicas novas que estão pintando recentemente, como essa “Black and White” que acabou de ser divulgada, a ideia é que a banda está “involuindo”, ficando mais crua, mais punk. E isso, nesse caso, é uma grande notícia.

O som do Parquet Courts mexe comigo de uma maneira muito especial. Nem sei definir direito como. Aliás eu sei. O segredo está na “energia”. Essa coisa punk com umas paradas para um solo de guitarra tipo Nirvana em todas as músicas é demais.

As músicas todas de “Sunbathing Animal”, o segundo-terceiro disco deles:

‘Bodies’
‘Black And White’
‘Dear Ramona’
‘What Color Is Blood’
‘Vienna II’
‘Always Back in Town’
‘She’s Rollin’
‘Sunbathing Animal’
‘Up All Night’
‘Instant Disassembly’
‘Duckin and Dodgin’
‘Raw Milk’
‘Into the Garden’

Anteontem, eles foram no programa do apresentador Seth Meyers, na TV americana, apresentar “Black and White” ao vivo. Olha que maravilha… Espero vê-los ao vivo de novo, dia destes 🙂

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O niilismo punk do GATO do Parquet Courts
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Lúcio Ribeiro

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* Banda mais veloz do indie mundial, os nova-iorquinos (com sabor texano) do Parquet Courts lançam disco novo no sábado agora dentro do mágico Record Store Day (cerca de 500 lançamentos especiais em vários formatos no mesmo dia). O grupo, prediletíssimo da casa, solta em vinil a música mais punk de 2014, a um-dois-três-quatro “Sunbathing Animal”, que sai em 7 polegadas em edição limitada. Depois, em junho, a música volta como faixa do álbum de mesmo nome, que o Parquet Courts leva às lojas em 3 de junho.

Hoje, já antecipando o lançamento do disquinho, o Parkay Quarts faz rodar o vídeo de “Sunbathing Animal”. A história é mais ou menos o seguinte: música pauleira rolando e gatinho vendo o dia passar na janela e encanando com uma mancha no sofá. Tem uma surpresa no final. Simples assim.

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Saiu a maior escalação de festival do mundo
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Lúcio Ribeiro

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* Não, não é o Lollapalooza. Nem o Popload Festival. E sempre é o Glastonbury. O maior line-up, o maior público, o maior número de palcos, a maior doideira. E o evento inglês anunciou hoje seu esperado line-up. Sem os headliners, pensa. Ou uns mezzo-headliners. Dizem que pode ser que Metallica, Prince e/ou Daft Punk apareçam na cabeça do festival quando mais uma batelada de bandas forem divulgadas, em maio. David Bowie também estaria cotado.

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Um mesmo festival que junta Parquet Courts, Courtney Barnett, Metronomy, Disclosure, Lana del Rey, Jamie XX, Wolf Alice, James Blake, Temples e Jagwar Ma tem meu respeito.

Acontece lá no final de junho, bem no meio das oitavas-de-final da Copa do Mundo aqui no Brasil. Tomara que a Inglaterra ainda esteja na parada. Para as euforias ficarem misturadas no Glasto.

Dá até uma confusão nas vistas olhar o pôster INCOMPLETO do Glastonbury 2014.

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Parquet Courts lança a música do ano. Diz se eu estou errado, gnt!
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Lúcio Ribeiro

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* A banda nova predileta da Popload, os americanos do Parquet Courts, pronuncia-se Parquêi Córts, quarteto do Brooklyn mas com sonoridade do Texas, vai lançar seu disco novo, “Sunbathing Animal”, nos dias 2 e 3 de junho, Inglaterra e EUA respectivamente.

A faixa-título, “Sunbathing Animal”, pode ser adquirida já pelo iTunes ou pela loja virtual da Rough Trade, se você pré-comprar o disco a partir de hoje. Ela sai em vinil, como single, no meio de abril agora, no Record Day Store.

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Parquet Courts é sensacional. É uma releitura punk com cheiro de novo. Um quase hardcore no meio fofo das bandas do Brooklyn. A melhor combinação de uma banda com duas guitarras caminhando diferentes num mesmo sentido desde Strokes e Arctic Monkeys. O resto, baixo e bateria, é pedrada sem dó.

O show é uma maravilha. Pena que, por enquanto, eles estão sem data para vir ao Brasil.

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Abaixo, a incrível “Sunbathing Animal”. Depois, o tracklist todo do disco novo.

Quebra tudo, Parquêi! 1-2-3-4!

01. Bodies
02. Black and White
03. Dear Ramona
04. What Color Is Blood
05. Vienna II
06. Always Back In Town
07. She’s Rollin
08. Sunbathing Animal
09. Up All Night
10. Instant Disassembly
11. Duckin And Dodgin
12. Raw Milk
13. Into The Garden

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O dia mais legal da música. Record Store Day, 19 de abril: a lista
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Lúcio Ribeiro

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* Ajuda se você estiver na gringa, claro.

Saiu a lista de todos os discos especiais que serão lançados no Record Store Day, dia que saem materiais exclusivos, especiais, inéditos, em versões prensadas na grande maioria em vinil e com tiragens limitada, comercializadas nos balcões da loja, de bandas novos como Chvrches, Disclosure e Haim até nomes consagrados como David Bowie, Jay Z e Joy Division.

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Só tem pequenas maravilhas. Garbage com Brody Dalle de convidada especial; Ao vivo do Mastodon duplo de 12 polegadas e tiragem de 2 mil cópias; O single de Nirvana “Pennyroyal Tea”, com ”I Hate Myself and Want To Die” de lado B, em 7 polegadas e 6 mil cópias apenas, para um disco que sairia em abril de 1994 como terceiro single do álbum “In Utero”, mas que foi abortado por causa da morte de Kurt Cobain, dia antes, talvez porque ele odiava a si mesmo; O último show do LCD Soundsystem; O disco dos Ramones de quatro faixas que só saiu na Inglaterra, nos 1980; O cassete do Skrillex; Tame Impala ao vivo; O remasterizado “Supersonic”, super single do Oasis, em 12 polegadas, com 3500 cópias de tiragem; Pussy Galore, Zombies, Frank Zappa; O disco de papel do Parquet Courts… É de enlouquecer.

A lista abaixo é grande, mas não é nem a metade do que vai sair no dia 19/4:

David Bowie
picture disc de 1984
vinil de 7″
4000 cópias apenas

Jake Bugg
Live From Silver Platters
vinil de 12″

Built To Spill
Ultimate Alternative Wavers
vinil de 12″
4000 cópias

Cage The Elephant
Take It Or Leave It
vinil de 7″
1500 cópias

CHVRCHES
Recover EP
vinil de 12″
2500 cópias

Coldplay
Midnight
vinil de 7″
3000 cópias

The Cure/Dinosaur Jr.
Side By Side Series
vinil de 7″
5000 cópias

Cut Copy
In These Arms of Love/Like Any Other Day
vinil de 10″
2000 cópias

Devo
Live At Max’s Kansas City – November 15, 1977
vinil de 12″
2000

Devo/The Flaming Lips
Side By Side Series
vinil de 7″
6900 cópias

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Disclosure
Apollo
vinil de 12″
2500 cópias

The Doors
Weird Scenes Inside The Goldmine
vinil duplo de 12″
2650 cópias

Foals
Live at Royal Albert Hall
vinil de 12″
3000 cópias

Grateful Dead
Live at Hampton Coliseum
vinil duplo de 12″
7900 cópias

Haim
Forever
vinil de 12″
3500 cópias

Husker Du
Candy Apple Grey
vinil de 12″
1750 cópias

Ice T
Greatest Hits
vinil de 12″
2700 cópias

Jay Z/Linkin Park
Collision Course
vinil de 12″
2500 cópias

The Jon Spencer Blues Explosion
She’s On It/Jack The Ripper
vinil de 12″
2000 cópias

Joy Division
An Ideal For Living (1978)
vinil de 12″
7500 cópias

Mastodon
Live at Brixton
vinil duplo de 12″
2000 cópias

Motorhead
Aftershock
vinil de 12″
2500 cópias

Mudhoney
On Top
vinil de 12″
1700 cópias

Nirvana
“Pennyroyal Tea”/”I Hate Myself and Want To Die”
vinil de 7″
6000 cópias

The Notorious B.I.G.
Life After Death
vinil triplo de 12″
4500 cópias

Oasis
Supersonic
vinil de 12″
3500 cópias

Pinback
Pinback
vinil de 12″
2000 cópias

Pussy Galore
Pussy Gold 5000
vinil de 12″
1500 cópias

lcd-soundsystem-long-goodbye

The Ramones
Meltdown With The Ramones
vinil de 10″
4400 cópias

Skrillex
Recess
Cassette
3000 cópias

The Sonics/Mudhoney
Bad Bettie/I Like It Small
vinil de 7″
1000 cópias

Soundgarden
Superunknown: The Single
caixa de com 5 discos de vinil de 10″
3500 cópias

Bruce Springsteen
American Beauty
vinil de 12″
7500 cópias

Tame Impala
Live
vinil
5000 cópias

The Velvet Underground
Loaded
vinil de 12″
3000 cópias

Frank Zappa
“Don’t Eat The Yellow Snow”/”Down In De Dew”
vinil de 7″
3500 cópias

The Zombies
I Love You
vinil de 12″
2500 cópias

Johnny Cash
With His Hot and Blue Guitar
vinil de 12″
2000 cópias

Jimi Hendrix
Live at Monterey
vinil de 12″
6000 cópias

LCD Soundsystem
The Long Goodbye (LCD Soundsystem Live at Madison Square Garden)
5 discos de vinil de 12″
3000 cópias

Black Lips
Funny
vinil de 7″
1000 cópias

Sky Ferreira
Night Time, My Time Picture Disc
vinil de 12″ picture disc
800 cópias

Parquet Courts
Sunbathing Animal
vinil de 7″
1000 cópias

R.E.M.
Unplugged: The Complete 1991 and 2001 Sessions
vinil quádruplo de 12″
1000 cópias

Omar Souleyman
Jazeera Nights: Folk & Pop Sounds of Syria
vinil de 12″
800 cópias

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O truque sujo do Parquet Courts e o show a que eu NÃO fui
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Lúcio Ribeiro

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* Não canso de me escrever dessa banda. E o que está abaixo é só uma divagação da minha cabeça. Não liga.

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Arcade Fire versão underground sem a intervenção visual do Spike Jonze? Não, apenas o Parquet Courts zoando…

O Parquet Courts, a banda nova mais legal do planeta todo, terminou domingo passado um giro grande que incluiu uma turnezinha americana, emendou shows no Laneway Festival da Austrália e culminou em uma apresentação em Londres dois dias atrás, no Electric Ballroom, famoso clubinho no bairro de Camden de dois andares, onde Smiths e Clash já tocaram, tem uma sexta-feira de balada muito louca alternando noites góticas com heavy metal e a última vez que eu me lembro de ter ido lá foi para um show do… Tyler the Creator. Acho.

Como você vê pelo ingresso NÃO usado abaixo, era para eu estar na Inglaterra domingo, para ver mais esse show da banda texano-nova-iorquina e ser feliz no gelo britânico. Mas os planos mudaram e eu estou aqui, em São Paulo. Morri com o ticket.

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Desde que vi a banda no concerto australiano do Laneway Festival (aquele que inventaram por lá de botar na mesma hora que a rave do Jagwar Ma num palco ao lado), eu ia escrever sobre o jeito do Parquet Courts de iniciar um show. Mas os planos mudaram e eu, tipo, esqueci. Ou resolvi escrever sobre outras coisas do show e passei batido.

Fuçando na internet sobre o show de Londres a que eu NÃO fui (estou repetindo a info e botando o “não” em maiúsculo como uma sádica maneira de me autopunir), achei um vídeo do “Parkay Quarts” entrando no palco, agradecendo a galera, se apresentando e tocando a música de abertura, “She’s Rolling”.

Esse começo de show, estou há tempos para dizer, é um truque bem sujo do Parquet Courts. Primeiro que “She’s Rolling” não pertence a disco nenhum da banda (não é do EP antigo que tem tamanho de disco cheio, não está no primeiro álbum e muito menos no EP novo).

Depois porque a música é uma antítese de uma apresentação do Parquet Courts, sempre a toda velocidade e energética. A primeira música do show da banda é muuuuuito devagar, trippy, viajante de incomodar (no bom sentido). Até porque você vai a um concerto do Parquet Courts para ser eletrocutado sonoramente. E o começo quebra sua vibe. Com uma música de quase NOVE minutos (esse maiúsculo é para você).

Pensa numa situação em que o Kurt Cobain entra sozinho no palco, muito chapado e “slow” tipo no show do Morumbi em 1993, bota um som de bateria e baixo programados e fica dedilhando a guitarra preguiçosamente por nove minutos. Isso é “She’s Rolling”.

A bateria tem uma só levada e é repetitiva até morrer. O baixo, forte, meio que comanda a música. E as guitarras, as duas, ficam viajando de um jeito cobain-chapadão-stoned-and-starving. Ou Pavement desanimado. Ou, como vi numa definição gringa mais precisa sobre a música, “a slow burner boasting a big throbbing bass intro that turned into a methodical guitar workout”.

Mas aí é que reside a sacanagem do Parque Courts. Eles, antes da pancadaria, optam por transcender. Tiram a plateia de um lugar comum e a elevam para um lugar especial como se aquilo fosse apenas uma “introdução a um show do Parquet Courts”. Uma vez lá, em transe, a audiência está pronta para o melhor indie pós-punk pós-grunge que uma banda d(n)o Brooklyn pode proporcionar. Um pré-show antes do show.

Vou repetir. Eles ousam começar um concerto poderoso com uma música-viagem de nove minutos que não consta da discografia, não tem track de estúdio (eu não conheço pelo menos) e não toca em rádio. E daí, por causa dela, o show vai do transe absoluto ao pandemônio crescente. É o efeito contrário do ecstasy, haha. E isso, sim, é truque sujo.

Pronto, desabafei.

Em Londres, domingo passado, foi tipo isto abaixo. Veja se você entende minha aflição.

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Popload na Austrália. E o incrível Laneway Festival de Sydney foi assim…
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Lúcio Ribeiro

* Popload em Sydney. Força, Ian Thorpe.

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* Bom, tinha me esquecido de contar por aqui que, se você passa por lugares muito turísticos na maior cidade australiana, a trilha sonora é um som electro-aborígene. Assim.
Aborígene é o povo nativo original da Austrália, tipo o índio no Brasil, que sofreu na mão dos colonizadores-exploradores. Marginalizado e com população cada vez mais decrescente, o aborígene tenta hoje sobreviver ou isolado em suas terras ou, nas grandes cidades, fazendo showzinhos na rua para turistas.
Nessas entra em ação o didgeridoo, que é como se fosse um trumpete gigante feito de madeira, um tronco oco, que amplia sons vocais. Sua música é característica e com a garganta e a respiração os aborígenes imprimem sua variedade, tipo um berrante com mais alcances sonoros.
Hoje em dia, os aborígenes modernos soltam uma base eletrônica nas caixas e botam o som do didgeridoo por cima. Em algumas regiões, é o que se mais ouve em Sydney.

* A Triple J, rádio indie daqui da Austrália que eu já citei umas 1000 vezes nesta viagem, uma das mais cool do mundo, não para de tocar a banda Temples, da Inglaterra. Muitas das músicas do disco de estreia da banda, que nem saiu. Toca-se o disco todo, acho. O que me ajudou a escolher a minha predileta. Acho que é “Keep in the Dark”, mesmo.

***** LANEWAY FESTIVAL ***** SYDNEY ******

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Você chega ao Laneway Festival, que fica 15 minutos de ônibus do centro de Sydney, e é recebido na entrada com garrafas de água grátis, o programa do evento com os horários dos quatro palcos e protetor solar. O sol está de rachar.
Protetor passado, água tomada e o programa indica que a dupla whitestripiana de irmãos Drenge, guitarra e bateria, muito boa banda nova inglesa, está em ação naquele instante, naquele calor. Mais para Nirvana que para Jack & Meg, o Drenge mostra um entrosamento absurdo. E parece muito que os irmãos estão se divertindo em família. Não conversam com o público quase nunca, sob qualquer reação, trocam olhares e risadas entre si, o baterista fica jogando coisas no irmão no intervalo da música. Até que uma garrafa de água acerta a cabeça do guitarrista, que em vez de olhar puto dá um sorriso e ameaça jogar a guitarra. E o sol rachando e a porrada comendo. As letras são as de sempre. Garoto de cidade do interior inglês entediado com a vida e se metendo em problemas para ter alguma emoção. Letras essas esmagadas com uma bateria violenta e o guitarrista mais barulhento desde… o Jack White do começo. Tudo fazendo sentido naquela insolação.
O festival é montado dentro do campus de uma universidade de arte de Sydney, que fica tipo num morro no meio de um parque. Tem os prédios em cima e um gramadão que desce. Os dois palcos grandes são montados quase lado a lado bem embaixo, para que o gramado vire uma arena e dê para ver legal de qualquer lugar.

Os outros dois ficam na “parte de cima”, no cimentão: um palco “indie” (dentro do festival indie, haha) e um palco da Red Bull para atrações eletrônicas, experimentais, bandas com até três integrantes (Jamie XX, Jagwar Ma por exemplo).

Enfim, depois do Drenge fui para o palco indie lá de cima para ver algo do show do Cass McCombs, tocando sua “americana”, que dava para ouvir à distância. Botei o olho no cara a tempo de ele falar “Thank you, Sydney” e deixar o palco. Fui direto para o Autre Ne Veut, cantor americano de R&B indie de voz realmente impressionante. Pulei o Youth Lagoon para ir direto para o estranhíssimo King Krule, ruivo de voz cavernosa e som meio free jazz, meio guiado por guitarras, vocal mais para hip hop do que para cantorias. A banda é boa demais e Krule rege tudo com uma experiência que ele não tem idade para ter. Esse menino é coisa séria, não só pelo lindo álbum. Ao vivo segura a onda. Uma espiada no Vance Joy, um indie-folk linha Mumford & Sons às vezes ou um jovem Bob Dylan em outras. O cara já tem carreira firme na Austrália. Galera enlouquecida, numerosa e cantando tudo. Mas em um certo momento fui ver a traquinagem eletrônica do XXYYXX, moleque de 18 anos da Flórida que também faz transpirar jazz e hip hop em seu som. Intenso.

Algum infeliz do festival programou para o mesmo horário Kurt Vile, Parquet Courts e Jagwar Ma. O primeiro descartei de cara, porque não tinha jeito. E fui ver meio Parquet Courts para depois pegar meio Jagwar Ma.
O Parquet Courts é maravilhoso da música um que tocam até a última. Energia pura de rock college americano que lembra Pavement e Pixies com uma contemporaneidade deles e só deles, de moleque que frequenta o circuito Austin-Brooklyn. Melodias espertas, baixista rock star, guitarras que dialogam perfeitas, vocais alternados, às vezes juntos.
Misturaram músicas do EP novo e do primeiro disco campeão, do começo do ano passado. E o Jagwar Ma ia sendo esquecido.
Mas, como os americanos tocaram no meio do show (em vez do fim) o hit longo “Stoned & Starving”, fui ver a banda australiana.
Cheguei ao palco eletrônico e o bicho estava pegando. Nunca consegui chegar perto do palco, de tão entupido. E galera dançando como se não houvesse amanhã. O Jagwar Ma é uma espécie de atualização anos 2010 para o Happy Mondays, de Manchester. Com o frontman que parece o Ian Brown, do Stone Roses. Delícia de show. Está fraco de vendagem de ingressos para os shows do Brasil em março, parece. Como assim?

Fui passar um tempo nos palcos maiores do gramado porque iam tocar Haim e Lorde. As californianas, pelo que eu tinha visto em internet, têm um tradicional show insosso. Gatas, tal, mas… As Haim têm três músicas muito boas e para compensar várias chatinhas. Ou quase isso. Mais pose que performance era a fama. Mas, talvez pela conjuntura astral de Sydney, fim de tarde bonito, público muito animado, o show decolou. Acabou bem agradável. As irmãs parecem estar melhorando muito com a estrada. Já não sei se aqui na Austrália foi um show de “exceção” ou se já se pode botar bastante fé nelas ao vivo.

Lorde é realmente uma estrela que brilha. Antes de seu show, o prefeito de Sydney entrou para saldar o público, falar o quanto esse festival é importante na “cidade dos festivais e dos shows em qualquer canto”e saldar a estrela neozelandesa que não tem uns seis meses só tocava em rádio indie americana e agora tem até Grammy e vende absurdo (“It’s not a big deal, is it?”, disse ela para Triple J).
Seu belo disco, “Pure Heroine”, recém-lançado, é uma beleza e funciona muito ao vivo. Com Lorde no palco acompanham um baterista cool, dividido entre a orgânica e a eletrônica conforme rege o vocal da sensação teen, e um faz tudo que hora toca teclados, ora guitarra, ora baixo.
Som quase minimalista, mas intenso e sem brechas. Lorde e sua dança Crepúsculo-macumba, gótico-candomblé é hipnótica de um jeito que a dondoca cool Lana Del Rey não consegue ser no palco. Fala demais entre as músicas: comenta sobre tudo, sobre política e clima. É adolescente, enfim.
Lorde, apesar da popularidade em progressão geométrica, tem o teen spirit. Ou o indie spirit. Está na cara que, quando o festival foi montado, tipo setembro do ano passado, ela cabia no line-up como foi lhe oferecido. Mas em poucos meses ela viraria fácil uma atração grande do Big Day Out, festival de dimensões bem mais longo-alcance. Mas ela não deixou o Laneway Festival na mão. E nem exigiu tocar no “melhor horário”, como uma headliner.
O delicioso live do electro-viajante Mount Kimbie, de Londres, e o também britânico Jamie XX, menino-prodígio que arquiteta o XX sonoramente, foram momentos clube delicioso para o começo de noite na faculdade de arte de Sydney.

Um showzinho de novidades das meninas do Warpaint, de Los Angeles, disco novo debaixo do braço, comigo deitado no gramadão do Laneway Festival, foi um bom jeito de acabar um dia bacana de shows. Acho que comecei a ir embora do Laneway quase às 23h. Perto das 23h30 estava comendo em um restaurante tailandês no centro de Sydney, depois de pegar ônibus de graça oferecido pelo festival.

Assim é fácil ser feliz em um evento assim.


** A Popload viaja pela Australia a convite do Tourism Australia.

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Popload na Austrália. Com a Lorde e as Haim. E Parque Courts e Jagwar Ma
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Lúcio Ribeiro

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* Popload em Sydney.

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Acabei de saber que nesta semana vou ter duas terças-feiras, uma aqui, outra em Los Angeles. Para compensar a sexta-feira que eu perdi vindo para cá, que eu não registrei a passagem. Você está entendendo? Eu também não.

Me contaram aqui, eu ri e tal, mas tive que ver com os próprios olhos para botar uma fé. Sydney é uma cidade tipo Rio de Janeiro, com praias bonitas, relação cidade-natureza forte e uma galera que curte o culto ao corpo. Malha, corre, faz exercícios. Nos parques, à beira-mar. Daí que…
Nem sei se é tão novidade assim, mas a moda aqui entre as mulheres, nessa onda saúde, é ir para a academia vestida de… Flashdance. O filme dos anos 80. Moletom dois ou três números maior, recortado. E as polainas, claro. Mas não usadas em cima. Colocadas mais para baixo, amassadas, quase como um meião. Quando me contaram achei que isso era uma coisa na linha indoor, dentro de academia e tudo mais. Mas boa parte da “academia” dos australianos é em meio a parque público mesmo. Maniac. No próximo rolê em parque vou tentar uma foto.

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* LANEWAY FESTIVAL – O line-up chega a ser espetacular de tão indie. Pelo que eu estou entendendo, quando o festival foi armado e divulgado, no ano passado, a atração principal era a banda Warpaint. Hoje em dia, é Lorde e Haim, fácil.
O festival também é itinerante, tipo o Big Day Out. Tem quatro palcos. As edições de Melbourne (foi sexta) e Sydney (é agora, no domingo) estão esgotadíssimas faz tempo.
Além de Lorde, Haim e Warpaint, o festival traz QUATRO coisas lindas de se ver:
1. minha banda nova predileta, o Parquet Courts, de Nova York;
2. o incrível rapper inglês ruivo King Krule, que escreve tipo como o Morrissey, canta como se o Joe Strummer (Clash) fosse do hip hop e em sua música há ainda algo de jazz e dubstep. ninguém é tão futuro na música jovem e urbana hoje como o King Krule.
3. o delicioso Jagwar Ma, aqui mesmo de Sydney, mas acha que é de Manchester começo dos 90, amiga dos Happy Mondays e tal. Indie dance viciante, eles vão a SP e Rio em março. Lançaram o disco de estreia no ano passado, sem nenhuma música ruim e sem nenhum remix ruim para cada música não ruim que eles têm.
4. o Jamie XX, a cabeça sonora do The XX, quase tão importante atuando solo produzindo e discotecando do que sua banda principal.
Tirando tudo isso o Laneway Festival tem Chvrches, Kurt Vile, Autre Ne Veut, Drenge, Mount Kimbie, Savages, Cass McCombs, Four Tet, Youth Lagoon e outros.
A parte “down-under” das atrações, muito bem encabeçada por Lorde (neozelandesa) e Jagwar Ma, tem também Vince Joy (da ótima canção “sing-a-long” e pra cima “Riptide”, a música número 1 do Top 100 de 2013 da rádio Triple J), Cloud Control e Jezabels, para citar os mais bombados por aqui.

A única coisa MUITO CHATA a respeito do Laneway Festival é ter feito o crime de botar o Parquet Courts e o Jagwar Ma para o mesmo horário. O MESMO HORÁRIO. Ainda não sei como proceder.

A rádio Triple J transmitiu ontem ao vivo o Laneway Festival de Melbourne. E postaram um vídeo que reproduz um pouco o clima desse evento indie daqui. Com a música do Vince Joy como personagem principal. Olha que demais.

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Galera no show da Lorde ontem, sábado, no Laneway Festival de Melbourne

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E a própria…

* Duas musiquinhas da galera local que vai estar no Laneway Festival aqui de Sydney: a primeira é um remix incrível para a bela “The Love Club”, que está no primeiro EP que ela lançou, no ano passado, e ficou de fora do álbum de estreia, também do ano passado, haha. A menina é mesmo um estouro. A segunda música é do Jagwar Ma, um remix que eles fizeram deles mesmo para “Let Her Go”, single do álbum “Howlin'”, a estreia da banda, lançado no fim de 2013.

E amanhã um descanso na região da Bondi Beach…

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*** A Popload está em Sydney a convite do Tourism Australia


Popload na Austrália: festivais Big Day Out e Laneway estão no programa
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Lúcio Ribeiro

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* Vamos começar logo este 2014!

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* Em um “rolezinho” legalizado e “down under”, a Popload passa a fazer já neste final de semana posts diários direto da Austrália, terra dos cangurus, do Tame Impala, do Jagwar Ma e da Courtney Barnett.
A Popload Tour Australia 2014 passará pelas cidades de Melbourne e Sydney, tudo a convite do Tourism Australia, agência do governo responsável por promover o país para o mundo.

Em Melbourne, entre outras coisas, assistirei à etapa local do gigante Big Day Out, o maior festival australiano (e além), que nesta edição de janeiro escalará Pearl Jam e Arcade Fire como atrações principais, mas terá também as presenças de nomes como Snoop Dogg, Beady Eye, Major Lazer, Tame Impala, Naked and Famous, Mudhoney, Deftones, Primus, Toro Y Moi, 1975 e… CSS, entre outros.

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Em Sydney, no comecinho de fevereiro, é a vez de estar no incrível Laneway Festival, evento musical indie que tem sede em seis cidades australianas, Singapura e Detroit (EUA). A parte que cabe a Sydney receberá a visita de bandas que comporão o line-up de festival mais bacana que eu vi em tempos recentes: Jagwar Ma, Haim, Parquet Courts, King Krule, Lorde, Chvrches, Four Tet, Drenge, Daughter, Jamie XX, Kurt Vile, Warpaint, Savages, Mount Kimbie, entre outros.

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A estreia do Parquet Courts na TV americana. Sem mais
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Lúcio Ribeiro

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Banda favorita da Popload desde o ano passado, o Parquet Courts – turma espertíssima vinda do Brooklyn, espécie de mistureba musical envolvendo Pavement, Clash e Modern Lovers – fez sua estreia nos famosos programas de TV dos Estados Unidos na noite de ontem.

O escolhido foi o Late Night, do Jimmy Fallon. O grupo norte-americano mandou ao vivo “Stoned and Starving”, pequeno hino juvenil do discaço “Light Up Gold”. Mês que vem eles vão para a Inglaterra em uma turnê pequena.

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