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Courtney Love, a “vaca”, 20 anos depois, ainda grita no dia do casamento
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Lúcio Ribeiro

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* Não sei se você está percebendo, mas está rolando um certo revival para as meninas grunge-punk que gritam. A Brody Dalle lançou o disco dela nesta semana, berrando muito. E a complicada Courtney Love saiu do surto (mais ou menos) para lançar um novo single. Há poucos dias a gente ouviu a gritada “You Know My Name”. Sim, a gente sabe o nome dela, sim. Agora pintou o lado B desse single, ou o outro lado A, uma música chamada “Wedding Day”. Que eu achei melhor que a primeira nova.

“Eu vou sempre voltar forte”, se esguela Love na música, emendando com um “Fuck off”. Quem há de negar? O single “You Know My Name”/”Wedding Day” sai semana que vem, em vinil e no iTunes. Prenúncio de um álbum novo da viúva Cobain, a ser lançado ainda neste ano, dizem.

Há 20 anos, em abril de 1994, Courtney Love lançava o grande álbum de estreia de sua banda Hole, o incrível “Live Through This”, disco marcado por memoráveis canções, um feminismo roqueiro absurdamente lindo e pela estúpida morte do guitarrista Kurt Cobain, em suicídio quatro dias antes de o disco do Hole chegar às lojas. Álbum que tem a marca de seu marido por praticamente todas as músicas, tipo um fantasma. Mas, apesar de ser um disco-luto, mais que tudo “Live Through This” não consegue apagar a fortíssima personalidade de Courtney Love.

Ela é hoje não mais que uma barraqueira desacreditada, ok. Mas já foi voz de uma geração grande de indies mulheres.

Tem alguns momentos especiais em minha vida em que Courtney Love cruzou meu caminho. Primeiro foi o show de abertura para o Mudhoney que ela fez com o Hole em 1991, em Londres, quando eu morava por lá. Uma semana antes do Reading Festival daquele ano, em que o Nirvana apareceu carregando toda a revolução grunge para um concerto à luz do dia que mudaria a música da época. Sente a ocasião. Sonic Youth e Nirvana na plateia do Astoria, Mudhoney esperando para entrar, e Courtney Love no palco de baby-doll todo rasgado e cantando esguirçadamente música dos Smiths no intervalo das canções do Hole. Pensa.

Outro “momento Courtney & Eu” foi anos depois num outro Reading Festival, quando eu estava muito longe do palco mas ainda assim fui arrastado pela multidão e flutuei uma música inteira sem conseguir botar o pé no chão na onda humana formado pela molecada louca. Não era fácil ir ao Reading Festival naquela época.

E, por fim, uma das grandes entrevistas que fiz, mais recentemente, pouco antes de ela vir ao Brasil para o polêmico show do SWU, lembra disso? Conversei com ela por mais de uma hora sem fazer uma única pergunta. E ela no fim pediu que eu a levasse, quando no Brasil, para tomar chá do Santo Daime, entre outros “requests”.

Do “Live Through This”, lá de 1994, a gente destaca essa pequena maravilha abaixo.

** Ontem a polícia de Seattle divugou um bilhete encontrado na carteira de Kurt Cobain no dia em que ele foi achado morto com um tiro da cabeça, em sua casa. Na carta, aparentemente escrita por Cobain, ele acusa Courtney Love de estar “sugando seu dinheiro”. A carta não tem data e talvez estivesse há dias na carteira de Cobain. Ela tinha uma estampa de um hotel de San Francisco.

O bilhete não aliviava a barra de Courtney Love mesmo, na treta de casal.

“Do you Kurt Cobain take Courtney Michelle Love to be your lawfully shredded wife,” the letter reads, “even when she’s a bitch with zits and siphoning all yr money for doping and whoring.”

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Novo Nirvana: Grohl, Novoselic e… LORDE no papel de Kurt Cobain!!!
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Lúcio Ribeiro

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* Oh my Lord(e)!

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* Aconteceu ontem no Brooklyn, em Nova York, a tão-falada cerimônia do Rock & Roll Hall of Fame, em que o Nirvana, mais a figura de Kurt Cobain na verdade, foi o grande homenageado da noite. A banda finalmente entrou para o “panteão do rock”. Michael Stipe, vocalista do aposentado R.E.M., foi o condutor da festança e proclamou o grupo à fama dizendo a Dave Grohl e Krist Novoselic que o Nirvana foi uma banda “diferente, barulhenta, melódica e profundamente original”.

Até a mãe de Kurt Cobain, a senhora Wendy Cobain, fez discurso. Cobain se matou há exatos 20 anos.

Depois dos speeches, o palco ficou para Grohl na bateria, Novoselic no baixo e Pat Smear (músico que chegou a ser oficial quando o Nirvana virou um quarteto, no fim) na guitarra recriarem a saudosa banda ao vivo, com convidados no papel de Cobain.

Entre eles, a menina neozelandesa Lorde, de 17 anos!!!!

Lorde, que entre as láureas recentes ficou amiga do David Bowie e cantou para 40 mil pessoas em São Paulo, interpretou Cobain a inesquecível “All Apologies”.

A veterana guitarrista e cantora que ama-o-rock-&-roll Joan Jett assumiu guitarras e cantou o hino “Smells Like Teen Spirit”, na cerimônia. A deusa Kim Gordon, ex-baixista do Sonic Youth, assumiu o microfone para “Aneurysm”. A incrível St. Vincent (Annie Clark) fez “Lithium”.

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Quando Lorde cantou “All Apologies”, Dave Grohl estava na bateria, Novoselic na sanfona, Smear + Joan Jett + St Vincent na guitarra e Kim Gordon no baixo. Que loucura!

Mas loucura maior foi a viúva Courtney Love aparecer na cerimônia e abraçar Dave Grohl e Novoselic, esquecendo momentaneamente o ódio mútuo. Love disse que a filha, Frances Bean, também de Cobain, ficou doente no último minuto e não pode comparecer ao Hall of Fame. Hum…

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Foi uma festa fechada, e fazer fotos e vídeos estavam dureza, porque a cerimônia foi filmada para passar na TV em 31 de maio apenas, na HBO. A noite teve ainda Bruce Springsteen, Kiss, Peter Gabriel, Chris Martin (Coldplay), Tom Morello e outros mais.

O que tem de vídeo, com o da Lorde incluído, é assim:

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* Fotos da Getty Images.
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Grohl e Novoselic revivem o Nirvana, que anda ensopado em água sanitária
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Lúcio Ribeiro

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Na noite de hoje, o mais que histórico e sempre onipresente grupo Nirvana passa a fazer parte do Rock and Roll Hall of Fame. A cerimônia que oficializa a banda de Seattle como novo integrante da galeria terá Joan Jett acompanhando os “originais” Krist Novoselic e Dave Grohl em uma performance. Com Michael Stipe, do REM, como apresentador.

Na noite de ontem, Grohl e Novoselic foram ao programa do Jimmy Fallon para conceder uma breve entrevista relembrando passagens do Nirvana e falando sobre os 20 anos sem Kurt Cobaian. “Ele poderia estar aqui com a gente”, resumiu Krist. Eles comentaram no programa que o show no Rio de Janeiro foi o maior da história do Nirvana e histórias como a quebradeira que Grohl e Kurt promoveram em uma apresentação em Chicago, quando eles arrebentaram com a bateria ruim deles de forma intencional, na tradicional casa de eventos Metro. Eles que disseram.

Além da entrevista, a dupla apresentou a atração musical da noite: Stevie Nicks, do Fleetwood Mac, cantou “Stop Draggin’ My Heart Around”, em uma reedição que contou com o Jimmy Fallon no papel de Tom Petty, o compositor e produtor da faixa original, que apareceu no primeiro disco solo da cantora.

* Em outro papo Nirvana que agitou as últimas horas, vem aí uma produção que promete causar polêmica. “Soaked In Bleach”, filme que mistura drama e é quase um documentário, sustenta que Kurt Cobain, falecido há 20 anos, não cometeu suicídio, mas foi assassinado. A teoria antiga é toda redesenhada de forma minuciosa e conta com depoimentos de policiais que trabalham e investigaram o caso na época.

É o mesmo papo dos anos 90, tempos depois da morte do Cobain, mas com essa chama conspiratória reacesa. Será?

O título de “Soaked in Bleach” dá uma brincada com “bleach”, água sanitária em inglês ou alvejante, que é o título do histórico primeiro álbum do Nirvana, de capa preta, ainda dos tempos de Sub Pop. Ensopado na água sanitária é o real espírito do filme.

Há no documentário toda uma linha investigativa que aborda gravações reais e arquivos oficiais que, no final das contas, apontam Courtney Love como a mentora de todo o plano, com o objetivo de ficar com a fortuna do músico, na época o maior rockstar do mundo.

O investigador Tom Grant, por exemplo, vai direto ao ponto ao dizer que “o marido desta mulher havia acabado de ser encontrado morto e ela não parecia mostrar qualquer sinal de tristeza”. O filme-documentário tem direção de Benjamin Statler e tem previsão inicial de lançamento para o segundo semestre.

O trailer dá uma noção de que vai rolar um burburinho básico nessa história remexida.

* Uma observação pertinente: Courtney Love estará na cerimônia do Rock and Roll Hall of Fame de hoje.

Abaixo, uma foto inédita de Kurt Cobain que apareceu nos últimos dias, de show da banda em Estocolmo, Suécia, em 1992.

Um beijo, Kurt.

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Oh, no. A volta de… COURTNEY LOVE
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Lúcio Ribeiro

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* God save the queen, dizia a camiseta à venda na barraquinha de merchandising, com a foto da sempre complicada Courtney Love, ex-Hole e ex-senhora Kurt Cobain, no lugar da rainha da Inglaterra. Love iniciou ontem no Brooklyn, em Nova York, uma série de quatro shows na principal cidade americana. E a vibe estava assim:

Courtney Love começou essa nova turnê dia 20 agora, na Filadélfia. Anda tocando só hits, nada de novidade, embora ela está prometendo um disco de inéditas para o final do ano, que sai junto com suas “memórias”. Ai, ai.
Abaixo tem vídeos de Courtney Love tocando “Violet”, no Warsaw, em Nova York, e “Miss World”, na Filadélfia, o show de estreia. ambas dos tempos do Hole.

Gênia.

Todas as imagens do post são da incrível fotógrafa de shows Dana (Distortion) Yavin, pegas no site Brooklyn Vegan

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Courtney Love lembra Lana del Rey de uma coisinha…
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Lúcio Ribeiro

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Sabia que essa história da Lana Del Rey cantando Nirvana iria piorar mais hora, menos hora. Ou melhorar, na verdade.

Alguns dias depois da versão “doce” de Lana para “Heart Shaped Box” aparecer na internet, em gravação feita por um fã em um show da cantora em Sydney, a loucaça Courtney Love, viúva de Kurt Cobain, utilizou sua conta no twitter, hoje, e enviou tuitadas nada amistosas para nossa cantora favorita.

Primeiro, Coutney fez questão de ressaltar a verdadeira inspiração para a música. “Você sabe que ela é sobre minha vagina, certo?”. Em seguida, a líder do Hole deu uma zoada em Lana, com uma perguntinha bem indiscreta: “A próxima vez que cantar essa música, você vai pensar na minha vagina?”.

Ah, meninas…


Courtney F*king Love
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Lúcio Ribeiro

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O show avacalhado e bom do Hole foi um dos grandes destaques do SWU no domingo. Do SWU até agora, incluindo o sábado. Fale o que quiser de Courtney Love, mas ela ainda encara as coisas como se ainda fosse o último show da vida. Ou seja: ela não dá a mínima haha. Igualzinho ao show porco e ótimo que ela fez em 91, abrindo para o Mudhoney no Astoria. Igualzinho ao que ela fez no palco principal do Reading Festival em 1994, poucos meses após a morte do marido famoso. Igualzinho ao do Sxsw de 2009, na “volta do Hole”. Craze shit!

No show do Hole de ontem, que teve até música do Hole, Courtney pagou peitinho e tentou mostrar para o mundo que o Dave Grohl não é tão legal assim, como o planeta acha. Foi vaiada no discurso ressentido, aplaudida no show bagaceira, quando botava sua voz rouca para cantar. E ela fez também sua versão para “Bad Romance”, da Lady Gaga. A letra foi um “pouquinho” trocada, hehe.

A Popload separou alguns momentos da Courtney F*king Love no Brasil.

Oun


SWU dia 2 – Foi t(r)eeeeeeta
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Lúcio Ribeiro

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Segundo dia agitado no SWU. O que estava se encaminhando para um dia xoxo, de repente teve briga, ameaças de bastidores, chuva, cancelamentos, confusões nos horários e Courtney Love.

Courtney Fucking Love. Desde a entrevista que fiz com ela (ou o contrário) semana passada, fiquei esperando um costumeiro show caótico dela no SWU. Não deu outra. Tal qual na entrevista, sobrou pro Dave Grohl, pro Billy Corgan, muita falação, peitinho de fora, Lady Gaga, tretinha com fã com foto do Cobain… E o “Foo Fighters is gay”!

*****


Nic Offer, do !!!, apareceu no SWU como quem tivesse acabado de acordar


E, lógico, fez a apresentação enérgica de sempre e se jogou na galera


Depois de toda a confusão no show do Ultraje, Chris Cornell segurou bem o público com sua voz marcante. Mas o melhor momento do show foi quando ele anunciou que volta com o Soundgarden em 2012

 

***** A GALERA

* O fotógrafo Fabrício Vianna flagrou a galera se preparando para enfrentar a chuva que marcou o início do SWU neste domingo.

***** OS VÍDEOS

Só eu não acho vídeo do !!!?


Courtney Love: longer, bigger, uncut. A segunda parte da entrevista com a atração do SWU: sobre drogas, quem o Cobain queria no Nirvana e a vez em que ela foi VOCALISTA DO FAITH NO MORE
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Lúcio Ribeiro

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* Faaaaaala, Courtney. Faaaaaaala!
Parte 2 da entrevista que a viúva de Kurt Cobain, cantora do Hole, atriz doida de Hollywood e atração do festival SWU concedeu a este blogueiro, na condição de jornalista da Folha, em texto que saiu publicado ontem, quarta-feira. Em destaque: o caminho das drogas nos EUA, o fim da cocaína, o dinheiro que vai para ela das músicas do Nirvana e um gosto-não gosto de algumas das atrações do SWU. Ah, e Courtney lembra de quando foi VOCALISTA DO FAITH NO MORE! Courtney vocalista do Faith No More! Essa eu juro que não sabia e abri o wikipedia na hora da entrevista para ver se era verdade, enquanto ela falava.

* Courtney, o “Nirvana ideal” e as drogas – “O Kurt sempre quis mais gente no Nirvana. Ele queria o J Mascis [Dinosaur Jr] de baterista. Essa eu nunca entendi. Ele queria o Matt Lukin [baixista do Melvins, depois Mudhoney]. E, principalmente, ele queria o Dale Crover na bateria [baterista do Melvins, que quebrou o galho no Nirvana por uns tempos, antes do Dave Grohl entrar].

“Mas o Buzz {Buzz Osborne, guitarrista e vocalista do Melvis, amigo de colégio e da banda pré-Nirvana de Cobain] nunca levou o Kurt a sério e o tratava como merda. Acho péssimo que até hoje o Buzz… Bom, não o vejo desde o natal de 1992… Sou de San Francisco, e tem essa loja, Gump’s, que eu ia lá com minha avó. Em 92 [pode ser 1982, Courtney usou as duas datas na entrevista, pode ter se confundido] estou saindo da loja e vejo o Buzz usando heroína com a filha da Shirley Temple, que tinha virado uma junkie gótica…

“Naquela época, heroína era “the thing”. Ninguém mais usa heroína neste país hoje em dia. Agora eles preferem oxycodone [analgésico duas vezes mais potente que a morfina]. Não tem mais heroína aqui! Os jovens usam ketamina também. Eu jamais usaria isso. Nunca tomei nem ecstasy… Então nem sei como é. Mas tive essa fase heroína e foi antes do Kurt! Estou te explicando porque você não é americano, mas a gente usava heroína aqui porque TINHA que usar. Ou então, você não era cool o suficiente. Era como jazz! Mas eu nunca tive uma doença! Essas cidades portuárias da costa oeste, tipo São Francico, Los Angeles, Portland, Seattle, e, no Canadá, Vancouver… A heroína chegava pesado em Seattle e Portland, daí para o resto do país. E heróina é muito ruim! E em San Francisco a heroína era boa e vinha de lugares diferentes. Em Vancouver tinhas as da China… A de Los Angeles era péssima e ninguém se viciava de tão ruim que era. Qual é o maior problema com droga no Brasil?

* Courtney, o Lula, a presidente do Brasil Cristina Kirchner e o beijo do Hugo Chaves – “Em 2009, eu vi o filme ‘Ao Sul da Fronteira’, do Oliver Stone, que é meu amigo. Era uma première em NYC e estava ao lado do Lula, da Cristina Kirchner, um bispo, o presidente boliviano e o Hugo Chavez. Você deve ter visto fotos minhas com o Hugo nessa ocasião. E o Oliver Stone vai e me bota na porra da primeira fila! Era Fashion Week e estava com um vestidinho e sapato vermelho. O Chavez deve ter achado que eu era uma prostituta… Eu não sabia! Ele é um cara ruim? Porque eu gosto dele, achei que ele é um cara legal, tendo a ver o melhor nas pessoas… Bem, ele gosta de celebridades, né? E daí a presidente de vocês [Achando que a presidente do Brasil era a Kirchner] não tirava o olho da minha bunda pensando ‘quem é essa puta?’. E o Chavez vai e beija a minha boca. French kiss, mesmo. Foi engraçado como a mídia divulgou isso. Virou um incidente internacional.

***
ÁUDIO: Ouça Courtney Love falando sobre Kurt Cobain e a ex, Tobi Vail, do grupo de meninas Bikini Kill. Cobain, na paixão por Tobi, escreveu a maior parte das músicas do “Nevermind” para ela. Aí o Dave Grohl, que começou a sair com a Kathleen Hanna, também do Bikini Kill, salvou Cobain daquelas gordas retardadas. Foi mais ou menos isso.

***

* Courtney e o download – “Ninguém consegue fazer dinheiro com download! O compositor até faz pouco dinheiro, no caso o Kurt, que agora é meu e da Frances [Filha de Love e Cobain]. Tem a porcentagem do iTunes, da gravadora Universal, disso e daquilo. Daí que num download de uma música, que custa 99 centavos de dólar, no final acaba vindo 9 cents para o compositor. No caso, para mim e France dividirmos.

* Courtney e o SWU – Quem vai tocar nesse festival, comigo? Minha empresária não quer me dizer! Eu desisti de um festival na Austrália porque ia ter o Van Halen, Limp Bizkit. Eu disse: ‘Não vou’. Não ligo para o dinheiro, é um ‘NO’… O Stone Temple Pilots vai tocar no festival, não vai? Sonic Youth? Meu Deus. Eu até gosto do Thurston Moore, mas não gosto da Kim Gordon. E essa separação deles agora. Eles pareciam papai e mamãe quando falavam. Papai e mamãe bem esquisitos. Em que posição estou na escalação? [é dito: a principal atração no domingo do palco secundário]. Quem vai estar tocando no mesmo horário no palco principal? Peter Gabriel? Ok. Quem mais toca? Black Eyed Peas? Agora ficou bizarro. Snoop Doog? Yaaaay! Adoro ele! Nunca fumei maconha com ele porque não fumo maconha, mas eu o amo. Kanye West? Conheço Kanye. Ele é fantástico. É um crianção no bom sentido. Parece que tem 9 anos. Não tem ninguém novo nesse festival, tirando esse Tyler the Fucking Destroyer [Tyler the Creator] que você citou? Crystal Castles, ok, eu gosto deles. Quem mais? FAITH NO MORE VAI TOCAR? Minha primeira banda…

* Courtney no Faith No More – O Roddy [tecladista do Faith No More] é um dos meus melhores amigos. Eu fui a última namorada dele, antes de ele virar gay. Ele é padrinho da minha filha Frances. Ele, o Michael Stipe [REM] e o Bono [U2]. Implorei para entrar na banda, tipo 1983, eu devia ter 18 anos e era bem louca, colocava fogo no cabelo, me cortava no palco, fazia umas coisas bem estranhas, para desabafar. Disse que ia torná-los famosos. Fui só vocalista, não me deixaram tocar guitarra. Mas acabei expulsa do grupo antes de eles começarem a gravar o disco [1984]. A banda foi ficando grande e o Billy Gould [baixista e fundador do FNM] não conseguia se conformar em ter uma menina como vocalista da banda dele. Eles queriam fazer do Faith No More uma banda de ‘macho’. “


Semana SWU – Entrevista COURTNEY LOVE, parte 1 – O filme do Cobain, os indestrutíveis do rock e para quem Cobain fez o “Nevermind”
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Lúcio Ribeiro

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* A mulher é bafo. Confira uma versão “Bigger, Longer, Uncut” da entrevista que saiu na edição de hoje da “Folha de S.Paulo” com a cantora e atriz Courtney Love, feita por mim na semana passada, por telefone. Dá para ouvir a Courtney disparada a falar. Tem um áudio aí embaixo, também.

*** “Olá, Courtney. Tudo bem com você?”
Essa foi a primeira e única pergunta em entrevista de mais de uma hora  feita com a cantora e atriz americana Courtney Love. Uma das figuras mais polêmicas e excessivas do rock, a viúva de Kurt Cobain (Nirvana) vem com sua banda Hole ao Brasil para um show no domingo no festival SWU, evento de três dias que ocorrerá dos dias 12 a 14 em Paulínia, interior de SP.
O combinado era que Love falasse por 10-15 minutos. E as perguntas proibidas na entrevista, sob expressa orientação de seu empresário, eram sobre: drogas, Kurt Cobain, sua filha, seus filmes. Mas não tem essa de combinação com Courtney Love.

“Não, não está tudo bem comigo”, respondeu Love, para nunca mais parar de falar sobre: Kurt Cobain, o filme de Kurt Cobain, Kurt Cobain e o Nirvana, em quem Kurt Cobain estava pensando quando fez o “Nevermind”, os tempos de Love como VOCALISTA DO FAITH NO MORE, o quanto ela ganha hoje na música, os artistas do festival SWU dos quais ela gosta (e os que não)…

– Courtney, a indestrutível: “Eu li ontem essa reportagem da revista “Spin”, sobre “Os 18 astros indestrutíveis do rock”. Eu não pertenço à porra dessa lista! Sabe quem encabeça? Steven Tyler [Aerosmith]! Número 2: Ozzy! E eles falam das doenças, bizarrices, problemas neurológicos, câncer e tal. Daí, em terceiro lugar vem o Bret Michaels [Poison] e eles listam todos os absurdos médicos pelos quais o cara já passou! E eu nunca tive a porra de um resfriado!!! E lá vem eu em número 4! E vou ler o texto e está lá: ‘viciada em drogas’. É isso? ‘Luta contra o vício’. Sem nenhum problema de saúde! E me botaram em quarto lugar! Consigo pensar em pelo menos três pessoas que usam mais drogas que eu até hoje e inclusive uma delas vai tocar neste mesmo festival aí no Brasil. Eu sou um touro, nunca quebrei um osso. Tem um documentário recente sobre a Patty Schemel, que era a nossa baterista, e tem toda a parte do Hole… Eles me filmaram fazendo muita merda… Mas, OK, nunca quebrei um osso. Se tem uma coisa a que eu sobrevivi foi à morte do meu marido. E a esse monte de gente que roubou nosso dinheiro.”

ÁUDIO: Courtney Love indignada com sua posição no “ranking dos sobreviventes do rock” da revista americana “SPIN” deste mês. Ouça os comentários dela, abaixo, principalmente a hora em que ela fala do Scott Weiland, do Stone Temple Pilots:

* Courtney e o novo filme sobre Kurt Cobain: “Estou fazendo a produção executiva desse filme sobre o Kurt e sobre mim. É um filme que pega toda a essência, a podridão e toda essa merda que a gente lê por aí. Me encontrei algumas vezes com Dave [Grohl, do Foo Fighters, ex-baterista do Nirvana] para lembrarmos histórias de Kurt para o filme. Antes de namorarmos, Kurt tinha essa paixão pela Tobi Vail [ex-baterista do grupo Bikini Kill, também de Olympia, perto de Seattle, de onde saiu o Nirvana]. A maior parte das músicas do Nirvana é sobre ela. Você já namorou esse tipo de gente que não importa o que você faça nunca vai conseguir impressioná-la? Bem, era tipo isso. O Kurt era quase suicida pela porra da menina. Estou com o roteiro nas mãos, tirado do ‘Heavier than Heaven’ [‘Mais Pesado Que o Céu’, biografia de Kurt Cobain lançada em 2001, por Charles R. Cross]. Dave ficou tentando me agradar, aliviar as coisas o tempo todo. E eu disse: ‘Fala a verdade, porra’.

“Dave e Kurt se divertiam muito, se davam muito bem. E o Dave Ghrol foi o responsável por afastar o Kurt daquela gorda estúpida — aliás, Bikini Kill era ok, mas a banda era retardada. E o Dave disse pro Kurt uma vez que aquelas meninas todas eram umas gordas e chamou o Kurt pra ir a um strip club pegar umas strippers. E Kurt: ‘O que você quer dizer com isso?’.

“E daí o Dave começou a sair com a Hanna… ok, ela [Kathleen Hanna, do Bikini Kill e depois líder do Le Tigre] realmente escreveu ‘Kurt smells like teen spirit’ na parede dele. Mas ela fez isso no apartamento dele sem permissão e isto não é legal! E ela era maldosa com ele. E a Tobi também era. E a Tobi não suportava o Kurt e estava namorando o Calvin Johnson. Mas o único motivo para ela andar com a turma é porque o Dave estava transando com a Kathleen! E daí, eu vejo esse vídeo da Kathleen Hanna, que o Kurt odiava, tocando Smells Like Teen Spirit. É deste ano e ela fala ‘My friend Kurt’. FUCK YOU!!! O Kurt não te suportava! Mas ele estava apaixonado por Tobi, e Dave foi fundamental para tirá-lo dessa. Kurt era doidão, louco, suicida, muito sensível, cla-ra-men-te sensível. E daí, anos depois, Kurt conquista o mundo e Tobi vem rastejando pra ele. E eu já estava lá e já cheguei dando um “Dá o fora daqui porra”. Sério!”   
** Amanhã, a parte 2 da entrevista, em versão longa.


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