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As melhores músicas do ano da Popload – internacional
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Lúcio Ribeiro

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Fiz uma regra interna, para os poploaders, que não se podia votar em mais de uma música de uma mesma banda ou cantor ou dupla, porque senão eu iria encher a lista de canções do Disclosure e do Parquet Courts e do Arctic Monkeys. Não pegaria bem o Disclosure ter umas quatro músicas no Top 10…
A única exceção seria o Daft Punk, porque aí já seria demais não botar “Get Lucky” e “Lose Yourself to Dance”, ambas, perto do topo.
Também transformamos a lista das 10 músicas em 20, por fortes razões de consciência e dramas gerais. O ano foi muito bom. O certo seria eu fazer um Top 40 das melhores canções de 2013. Sem ordem de preferência. Daí o ano estaria mais bem representado.
Mas, já que tem que ser, é assim:

popload2013_musicas

Dá para escrever um livro sobre “Get Lucky”.
Primeiro de tudo: quem iria imaginar que, lá no ano passado, quando foi anunciado que 2013 traria a “volta do Daft Punk”, oito anos depois de seu último trabalho de estúdio, os “robôs” franceses fariam uma música com vocal de um rapper (Pharrell Williams) e desencavaria um toque de guitarra mágico da época da disco music (Nile Rodgers, do Chic)? Soaria maluco, como realmente é maluco.
Depois teve todo o mistério mercadológico. A música pôde ser ouvida num preview de 15 segundos numa propaganda sem aviso dentro do programa humorístico “Saturday Night Live”. O mundo ficou chocado.
Aquele domingo de março ficou marcado como o dia em que se discutiu no universo se o trechinho cortado da canção trazia nas letras algo como “Mexican Monkey”, “Mexican Low Key”, “Mexican Loki” ou o quê.
No mês seguinte, também sem avisar, o duo apareceria nos telões do Coachella, em intervalo de shows, também com “Get Lucky”, também em trecho apenas, mas em vídeo. Era a prova de que os robôs estavam acompanhados de Williams e Rodgers. Outra “ação” que foi um tapa na cara da sociedade musical. Soou, no Coachella, como uma das grandes atrações do festival californiano. Todo mundo parava entre os shows para ficar olhando o telão do palco principal para ver se o Daft Punk apareceria.

Quando se esperava um arrojo musical vindo de uma nova fase do Daft Punk, os caras vieram com uma cançãozinha simples e barata sobre “dancing and fucking”. Sobre se dar bem na noite. Sem pirotecnias sonoras, vocoder comandando a música. Algo bem retrô, mas apontando o futuro. Nada da “rave pop”, como disse o “Guardian” inglês, sobre o tipo de música que assolava as paradas no começo do ano, com DJs famosos fazendo canções para vender ou gritarias e refrões explosivos como Lady Gaga, Jessie J etc.

Lembro que, na expectativa de “Get Lucky” vazar inteira, alguém pegou os 15 minutos disponíveis e, em um “loop trabalhado”, construiu com o que tinha uma “Get Lucky” de três minutos. Toquei essa versão muitas vezes na pista. Ficou demais.

O que mais sobre “Get Lucky”, hein? Que até agora vendeu 8.5 milhões de cópias em download para todas as mais variadas tribos? Que tocou na mais indie das rádios indies americanas e na Metropolitana em São Paulo? Que está no Top 10 da Pitchfork de músicas do ano e ganhou cover de rock que explodiu na internet já no dia seguinte ao seu lançamento, dia 19 de abril? Que foi tocada em streaming 138 milhões e 500 mil vezes no Spotify? E que no fim é uma musiquinha cool malemolente feita pelo Daft Punk, cantada por Pharrell Williams e seguindo a vibe guitarreira de Nile Rodgers?

Como não botar uma música ensolarada dessas em primeiro lugar?

get

1. Daft Punk – Get Lucky
2. Arctic Monkeys – Do I Wanna Know?
3. Parquet Courts – Stoned and Starving
4. Disclosure – White Noise
5. Daft Punk – Lose Yourself to Dance
6. Robin Thicke – Blurred Lines
7. King Krule – Easy Easy
8. Lorde – Royals
9. Majical Cloudz – Bugs Don’t Buzz
10. Arcade Fire – Reflektor
11. Drake – Hold On, We’re Going Home
12. David Bowie – Where Are We Now?
13. Sky Ferreira – You’re Not the One
14. Queens of the Stone Age – If I Had a Tail
15. Franz Ferdinand – Evil Eye
16. Vampire Weekend – Diane Young
17. Jagwar Ma – The Throw
18. Haim – The Wire
19. Kanye West – Black Skinhead
20. James Blake – Retrograde

*** FELIZ 2014, GALERA – A Popload não para nunca, você sabe. Pode ser que daqui para o final do ano vamos colocando um postezinho aqui, só para dar um movimento.
Algumas novidades sobre o blog (blog?) vão aparecer logo no começo do ano, stay tuned.
Assim que janeiro chegar, pelo menos dois Popload Gig vão ser anunciados, para dar uma ideia de que o ano começou.
Algumas movimentadas viagens atrás dos bons shows estão programadas logo para janeiro.
Vamos ver como tudo se arranja.
No meio de tudo isso, obrigado pela companhia em 2013. E estamos juntos em 2014! Feliz Ano Novo!

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Os melhores discos do ano da Popload – Nacional
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Lúcio Ribeiro

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popload2013_disconacional

Não sei se isso é bom (para a cena) ou ruim (para mim), mas nunca ouvi tanta música independente nacional quanto em 2013. Em diversas formas. Banda lançando um álbum inteiro, um EP, só uma música, uma música+vídeo, um crowdfunding para isso e para aquilo. Cara de banda se lançando solo. Gente de banda se juntando a outra gente de banda para formar uma terceira banda. DJ formando grupo. Grupo derivando um DJ. Banda que já tinha acabado (ou que pensávamos ter acabado) voltando. Teve de tudo.

Bandas de Curitiba às pencas, um sem-número delas em SP, estúdios de ponta em Santa Catarina, cena pop forte no Pará, bandas com vocação gringa em Goiânia, agitos electro-indie fortes em Brasília, grupo lançando vinil conceitual no Rio de Janeiro etc etc.

No meio desse melê indie brazuca eu reagi assim a um disco branco com um desenho de um cara na capa que largaram na minha mesa e que ficou rolando por ali até dias depois eu botar para ouvir: “Excelente surpresa da cena paulistana é o disco do ALDO, banda-projeto dos irmãos Murilo e André Faria. O nome Aldo é homenagem ao tio dos Faria, Aldo, segundo eles ‘um doidão dos anos 80, que os fez homens antes da hora’… Tudo funciona de modo impressionante: vocais, batidas, variedade sonora faixa a faixa. De difícil classificação, porque o ritmo no Aldo não é estático, mas “indie-eletrônico” quase disco, quase Cut Copy, quase Blue Orange, não é forçar a barra”.

O nome da banda era o nome de um cara. A foto da capa do CD era um sujeito tipo cabelo black power, caricaturado. A primeira música era quase dois minutos seguidos de um som repetitivo, batidas sequênciais, tudo crescendo até entrar um “James Murphy” cantando “Aldo is a real person. Aldo is a real person. Aldo is a real person. Aldo is a real person. Aldo. Aldo. Aldo”.

Aldo, o cara que inspirou a banda de dois irmãos, o nome dela, a capa do álbum e é tema recorrente das letras, era o tio deles que era malucão, ensinou “tudo” da música e da vida para os sobrinhos, e que depois virou evangélico. E ainda assim autorizou a “homenagem”, porque disco, banda, letras viraram uma questão familiar.
É a melhor história-disco ou disco-história do ano. Claro, na minha opinião.

Esse textinho ali em cima, da minha “surpresa” ao ouvi-los, foi o que eu enterrei num post aqui na Popload que dividia a atenção com outras bandas. Era abril e no tal post eu falava também de Holger, da Karol Conká, do Me & The Plant. Mas logo o Aldo, a banda, THE BAND, ganhava posts solos um atrás do outro aqui na Popload. Depois session. Depois convite para o Popload Festival.

Ih, mano, outra vida outro pique, veio de Goiânia o impressionante Boogarins. Rapaziada adolescente contrariando a vocação da cidade indie-metal, trazendo um bucólico e psicodélico primeiro álbum. Dois adolescentes que montaram uma boa banda ao redor deles para transitar entre o velho clube da Esquina mineiro e o Tame Impala. Os Mutantes e o Jagwar Ma. Ligando Pirenópolis, GO, a Sydney, AUS, num zeitgeist maluco. Ou malucão, melhor dizendo.

Puxam a grande representatividade da cena de bandas curitibanas, aqui chamado de NOVOS CURITIBANOS, o quarteto Audac e seu disco de estreia “especial”. Você sabe, ou devia saber, que a capital paranaense tem duas cenas independentes em uma só, uma espécie de Lado A e Lado B do indie curitibano. E o Audac transita bem nas duas.

A Curitiba que já deu ao mundo (mesmo!) o Bonde do Rolê e seus derivados (a Marina Gasolina Madrid) hoje dá Karol Conká e Subburbia. Tem A Banda Mais Bonita da Cidade, mas tem o Wack! Já trouxe o bombado produtor americano Diplo para dar o molho funk-inferno. E em 2013 puxou o produtor Gordon Raphael para perto para botar as mãos no Audac e tirar esse bonito primeiro disco da banda. Gordon Raphael foi “apenas” o cara que gravou o primeiro EP e o primeiro disco dos Strokes, o “Is This It”, que pautou nossas vidas depois dele. Raphael, por culpa do Audac, caiu em Florianópolis (estúdio Ouié Tohosound) para estabelecer essas conexões Audac-Strokes, Curitiba-Floripa. Não é pouca coisa.

Bem, vamos à lista. Tem um monte de EPs bons que saíram em 2013 no indie nacional e mereceriam um Top 10 separado. Mas não me organizei para fazê-lo. Tomara que esses EPs gerem bons álbuns em 2014. Porque 2013 o que temos, na cabeça da Popload, é assim, bem definido:

discos

1. Aldo – Is Love

2. Boogarins – As Plantas Que Curam

3. Audac – Audac

4. Apanhador Só – Antes Que Tu Conte Outra

5. Mixhell – Spaces

6. Emicida – O Glorioso Retorno de Quem Nunca Esteve Aqui

7. Marina Gasolina – Commando

8. Karol Conká – Batuk Freak

9. Nevilton – Sacode!

10. Stela Campos – Dumbo

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Iggor e Max Cavalera como “dupla White Stripes”. Produzida por James Murphy
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Lúcio Ribeiro

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* Exclusivo mundial. Hehe.

A revista cool mensal que sai encartada na Folha de S.Paulo de domingo, a “Serafina”, publicou ontem texto meu sobre a nova fase da vida do ex-mito do metal internacional Iggor Cavalera, considerado um dos maiores bateristas da história graças a sua marcante atuação até 2006 no Sepultura. Iggor acaba de se mudar com mulher e um dos filhos para Londres, para uma espécie de “início de carreira” aos 42 anos. Na Inglaterra, ele pretende bombar sua fase eletrônica, a banda Mixhell, que lançou o primeiro álbum recentemente, o surpreendente “Spaces”.

Mas Iggor disse que o Mixhell não será o único projeto seu a ser trabalhado na vida longe do Brasil. E muito menos o metal será definitivamente sepultado (hum…) de sua vida. O baterista, longe do Sepultura desde 2006, vai se dedicar também ao projeto que tem com o irmão, Max, o Cavalera Conspiracy. Mas aqui a coisa promete ser mais bombástica ainda.

Iggor afirmou que pretende gravar um novo EP até o final do ano em Nova York sob a tutela do midas da música pop atual, o hoje produtor e sempre gênio James Murphy, dono da DFA Records, ex-LCD Soundsystem e responsável pelo disco novo do Arcade Fire, entre outros inúmeros serviços prestados ao rock-eletrônico-pop-disco-punk.

O Cavalera vai falar melhor, no texto abaixo. Mas basicamente James Murphy o procurou dizendo que quer transformar o Cavalera Conspiracy numa dupla só com Iggor e Max. Demitindo os outros integrantes. Fazendo uma espécie de guitarra-bateria whitestripiana sem botar muitos efeitos de estúdio. Max & Iggor nus e crus. “Murphy disse que nos promete o álbum mais pesado de nossa carreira”, revelou o Cavalera do Mixhell.

Não sei você, mas eu considero essa notícia explosiva para o metal e para o rock em geral. Max e Iggor numa espécie de pré-Sepultura num mundo pós-Sepultura, com o nome do James Murphy envolvido. Caceta.

Confira, abaixo, uma edição sem cortes do que saiu ontem na “Serafina”, da “Folha”. As fotos de Iggor esvaziando o apartamento de São Paulo para ir de mala, cuia e bateria são de Candice Japiassu.

“Folha de São Paulo”, revista “Serafina”
De mudança (de novo)
Iggor Cavalera, o baterista que virou DJ, vai embora do Brasil para trabalhar em duas bandas “de família”: o eletrônico Mixhell, com a mulher, e uma velha-nova banda de metal com o irmão, Max.
Por Lúcio Ribeiro. Foto Candice Japiassu

Coloque-se no lugar de Iggor Cavalera. Ali por 2006, 2007, depois de passar mais de 20 anos tocando na banda brasileira mais famosa internacionalmente de todos os tempos e ser considerado um dos bateristas mais poderosos da história do rock, ele queria descansar.

Ficar longe do showbiz, deixar de viajar tanto, curtir o novo casamento, acompanhar o começo de vida do filho mais novo recém-nascido, reatar a relação destruída por brigas com o irmão, ter mais tempo para ir a jogos do Palmeiras.

Voltar a ser uma pessoa comum que quase nunca foi, desde que ele e o irmão Max fundaram num apartamento de Belo Horizonte, no comecinho dos anos 80, a banda ícone mundial do thrash metal, death metal ou simplesmente heavy metal Sepultura, 20 milhões de discos vendidos. Iggor na época era Igor e tinha 13 anos. Max, 14.

Aí, nesse período pacato, já fora da banda, convidam para atacar de DJ o cara que durante anos atacou baterias como um lutador de MMA.

Seria uma aventura em uma noite de rock inofensiva em um clube de eletrônica em São Paulo. Ele aceitou. Porém, desavisado, levou só discos de hip hop mexicano. Foi xingado. Mas gostou do poder de “controlar uma pista”.

Dessa noite de 2006 até agora, é possível traçar em duas frentes a seguinte trajetória da vida de Iggor Cavalera, 42, depois da tentativa de sossegar um pouco com música:

1. Dupla de DJ, junto com a mulher, Laima Leyton, 36, batizada de projeto eletrônico Mixhell. Formação da banda rocktrônica de mesmo nome, Mixhell, cujo primeiro album, XX, acaba de ser lançado. Mudança com o trio (ele, a mulher e o baixista e produtor Max Blum) mais o filho caçula para Londres. Em seguida, shows no Glastonbury, Bestival, Rússia, Barcelona e turnê européia e americana.

2. Reconciliação com o irmão e formação de nova banda juntos, a Cavalera Conspiracy. Um plano ousado: transformar a nova banda em uma dupla tipo White Stripes, ele na bateria, Max na guitarra e vocal. Tudo produzido por James Murphy, ex-LCD Soundsystem, dono do importante selo nova-iorquino DFA e produtor do disco novo do Arcade Fire, entre outras centenas de coisas.

Iggor Cavalera sentou com Serafina em um café de São Paulo quatro dias antes de se mudar de vez para Londres, cinco dias antes de viajar para o norte da Inglaterra para participar de um festival gigante com o Mixhell, alguns meses antes de reescrever a história do metal com o novo Cavalera Conspiracy. E conta como sua vida pode ficar duas vezes mais agitada do que era quando optou, sete anos atrás, por “dar uma descansada de tudo”.

“É uma história parecida com o que eu passei com o Sepultura em 1988, 1989. A gente adorava viver aqui no Brasil, viajar para fora para tocar, voltar. Ir e voltar. Mas chegou uma hora em que esse “ir e voltar” ficou inviável. Porque a gente começava a ficar mais lá do que aqui, pagando uma estrutura de vida no Brasil e com todos os negócios, de agência até shows e gravações, tudo fora. Então fomos embora”, explicou Iggor os motivos de estar sendo “empurrado” novamente para a vida de rock star. Ou electronic star.

“Com o Mixhell está acontecendo a mesma coisa. Estamos vendo que há uma procura gigantesca lá fora pelo que a gente está fazendo, e no Brasil as coisas estão meio devagar. Pensamos ser melhor consolidar o Mixhell como banda lá fora para depois voltar ao Brasil. Como fizemos com o Sepultura”, disse.

“No mercado inglês e americano, tem muitos compromissos bons que acontecem quando você lança um disco, mas fica difícil de aceitar se você está tão longe de lá. Fomos convidados para tocar na loja de discos Rough Trade, de Londres, que é excelente para promover o álbum, gera um network incrível. Mas não dá para sair do Brasil só para isso, se essa ação não estiver atrelada a uma turnê nossa por lá.”

A passagem é de ida, sem volta determinada. Que pode ser “sem volta ponto”. Num primeiro momento, Iggor e Layton vão levar o caçula Antônio, único filho dos dois. Mas conversaram com os “agregados” (três só dele, um só dela), que estão em escolas aqui, e todos querem ir para a Inglaterra depois, se juntar aos pais. “Pode ser que viveremos lá por um bom tempo”, fala.

Mas é o projeto paralelo Cavalera Conspiracy, mais que o titular Mixhell, que pode levar mesmo a vida de Iggor Cavalera a ficar bem longe daquele descanso sonhado do começo do texto. Uma banda só ele e Max, na real uma dupla, com a chancela de James Murphy, pode ser tudo o que o metal esteja precisando hoje.

Iggor vai contando a história aos poucos, até chegar lá. Fala, Iggor.

“O CC sempre foi um projeto estranho. A banda tem suas regras: a gente nunca ensaia nem para show nem para disco. Meu irmão lá de Phoenix, nos EUA, manda umas bases por correio (ele não usa computador, email…), eu acrescento uns beats e devolvo. De vez em quando nos encontramos e fazemos um período de show, na América do Sul, Austrália, Japão… Foi assim com os dois discos lançados.”

“A ideia agora é gravar um EP em breve. Eu fui procurado pelo James Murphy para isso, mas ele quer só eu e meu irmão no estúdio. E no palco. Mais ninguém. É para a gente se livrar dos outros caras. Tocar apenas eu e meu irmão, só quando a gente estava aprendendo a tocar, no quarto da nossa casa, eu com uns pedaços de bateria, meu irmão com uma guitarra.”

“O Max está numa pilha incrível. Há algum tempo ele precisou entrar em um rehab, por causa de remédios. Agora, “clean”, ele compensa a ansiedade trabalhando. Chega a fazer até 28 shows por mês com o Soulfly, a banda dele. E está louco para gravarmos com o Cavalera.”

“Essa nova fase do Cavalera Conspiracy vai ser a volta minha e do meu irmão para o quarto de casa, 30 anos depois.”

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