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Arquivo : maio 2012

Popload entrevista: TOTALLY ENORMOUS EXTINCT DINOSAURS
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Lúcio Ribeiro

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O Sónar SP, outro megafestival que ocupa a cidade hoje e amanhã com cerca de 50 atrações, vai levar ao Anhembi grandes nomes como Kraftwerk, Cee Lo Green e Justice. Mas, se é para fazer jus à fama de vanguarda e de “música avançada” que são a vocação do famoso evento importado da Espanha, o certo é dizer: o Sónar SP apresenta a banda-projeto Totally Enormous Extinct Dinosaurs e mais outras 49.

Foto: Stephanie Sian Smith

O nome parece ridículo, mas é para ser assim mesmo. “Ele É ridículo”, enfatiza o inglês Orlando Higginbottom, 28 anos, um dos nomes mais festejados da nova cena musical inglesa e, ainda, nenhum álbum lançado (“Trouble”, sua estreia, sai em junho).
“Esse foi o propósito. Totally Enormous Extinct Dinosaurs apareceu do nada na minha cabeça, não tenho nem que inventar uma justificativa. Na verdade, o que eu menos queria era um nome desses ‘cool’ de banda.”
Totally Enormous Extinct Dinousaurs pode parecer um batismo bizarro, na linha The Doors, Paralamas do Sucesso, Smashing Pumpkins. Mas ele também pode ser visto como um nome muito inspirado. Primeiro porque todo esse gigantismo, a selvageria e o plural desembocam em um garoto só, franzino e delicado. Depois porque “dinossauro extinto” é tudo o que o som de Higginbottom, moderno e hoje bem vivo, não é.
Espécie de pós-dubstep, supereletrônico e com flertes no indie e na house, é difícil amarrar a sonoridade de Higginbottom em uma definição. “Meu som é dance music”, ele facilita.
A entrevista ocorreu por Skype, a pedido do Dinossauro Júnior, levando em consideração que ele tocará no mesmo festival que seu bisavô eletrodinossáurico, o grupo alemão Kraftwerk. “O Kraftwerk é mais moderno que 95% dos grupos da cena eletrônica hoje”, falou, à Popload, direto do mesmo computador onde compõe suas músicas.

A custa de alguns grandes singles, Orlando Higginbottom construiu uma boa reputação na cena inglesa em 2011, quando foi chamado para tocar no revelador festival texano South by Southwest e para fazer remixes para artistas pop como Lady Gaga e Katy Perry. “Elas me escolheram para remixar músicas delas. Mas nunca me ligaram para dizer se gostaram ou não”, falou Higginbottom.
“Estou ansioso por tocar no Brasil, mas mais pela fama de ter pessoas musicalmente animadas do que por saber alguma coisa do país. O único contato que eu tive com o Brasil foi indo ver o DJ Marky tocar drum’n’bass”, falou. “O que eu espero dessa visita a São Paulo é que o tempo aí esteja quente.”
O show do Dinosaurs é também visualmente interessante. A mesa de Higginbottom não se resume a duas picapes e um mixer. É uma verdadeira estação de trabalho, onde existe ainda um sampleador, uma bateria eletrônica, um teclado. “Às vezes levo um sax também”, completa. E manipula as luzes. E pilota efeitos do microfone para sua voz deliciosa.
Orlando ainda se apresenta montado em personagens. No show, ele pode surgir vestido como um índio, um extraterrestre e, claro, um dinossauro. “Com um nome assim, pensei em roupas chamativas para tornar tudo mais divertido ainda. Eu e minha mãe fizemos a primeira vestimenta. Agora amigos estilistas me vestem.”
O Totally Enormous Extinct Dinosaurs toca na programação de amanhã no Sónar SP no palco SonarVillage, na verdade já às 4h da manhã do domingo.

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Vídeo do ano: Tokyo Savannah, “Fantastic Business”
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Lúcio Ribeiro

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* Candidato a vídeo indie do ano e música indie do ano também, saiu por estes dias o ótimo “curta metragem sonoro” para “Fantastic Business”, canção do trio paulistano Tokyo Savannah, dos bambas Chico Mitre (guitarra), Joni Hurricane (baixo) e Snoopy na bateria. Há algumas semanas, tínhamos postado aqui o “making-of” do vídeo, que já era muito bom. A obra, finalizada, então…

“Fantastic Business”, Tokyo Savannah, direção esperta, garotas mais espertas que os caras, delitos errados, música boa. Está tudo aqui.

O trio paulistano Tokyo Savannah. Ops, wait a minute…

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Disney transforma o Mickey em ícone indie. No episódio de hoje: Kurt Cobain
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Lúcio Ribeiro

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* Essa eu vi no Stereogum e já fico esperando o que mais vem por aí. Estaria a Disney querendo atrair os… indies. Primeiro, não faz muito tempo, numa sutileza nada sutil, fizeram um Mickey Mouse dentro da estampa de capa do disco famosa do Joy Division e botaram em camiseta para vender. Lembra da polêmica? no começo deste ano?

Agora, estão vendendo um Mickey roqueirinho, boneco do rato com óculos escuros tipo o do Kurt Cobain e tocando guitarra com a mão esquerda. O título do Stereogum é bom: “Kurt Cobain gets mickey-moused!”.

Sério, tio Walt…

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Oh f*ck! Você curte… hipster hop?
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Lúcio Ribeiro

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* Eu já tinha ouvido falar na história, no gênero, na categoria, mas nunca dei bola. Achei que ia passar. Até que chegou agora esse rapper bombator Hoodie Allen…

Nesta ascensão do novo hip hop americano que saiu do underground para acabar com a mofada “era dourada” dos carrões, das minas e do ouro mesmo, a gente vê de tudo. Hip hop cabeça como o do Teophilus London, hip hop de TV como o do Childish Gambino, o hip hop do nojo e do “gatinho” tipo o do Tyler the Creator, o hip hop “diva” como o da Azealia Banks cantando Amy e Lana, o hip hop do dubstep como o do grande Flying Lotus etc. E tem o hipster hop, ou hipster hap, que é o hip hop nesta transição flertando com a cultura hipster e com o indie rock (!), segundo definições de “estudiosos” americanos. E, nesta última categoria, na qual todos acima já resvalaram de alguma forma, segundo esses caras, está o rapper Hoodie Allen, a nova estrela ascendente da parada, que ainda vive dos EPs, sem disco cheio ainda, mas já no gosto da galera… hipster.

Hoodie Allen: o cara tem toda a pinta de rapper americano, não é? Hipsteeeeeeer

Hoodie é um rapper “não comum”: branco, olhos azuis, judeu, todo fashion e FORMADO EM UNIVERSIDADE, onde estudou ECONOMIA. Haha. Tudo certo, tudo errado. E o nome do cara? As letras do rapper letrado são bem elaboradas e cheias de referências à cultura americana de artistas e esportistas conhecidos (lá).

O bicho deve pegar agora em junho, quando Hoodie Allen deve fazer sua primeira excursão inglesa. Pensa.

Bom, não vou me alongar, porque acho que vamos muito voltar a esse assunto. Fique com o vídeo dele para “Eighteen Cool”, sobre menininhas de 18 anos. Haha.

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São Paulo enquanto Londres. Mouse on Mars toca hoje na cidade. Man or Astro-Man também. The Drums fechado para julho. Tame Impala fechado para não-sei-quando
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Lúcio Ribeiro

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* Eu não vou nem falar do incrível Sónar SP e suas 50 atrações, que acontece amanhã e sábado na cidade, num “Anhembi diferente” (Vamos ver, vamos ver…), talvez o melhor festival do ano na cidade, pelo menos o que olha mais para o futuro.

* Hoje na choperia do Sesc Pompeia acontece o Nova, festival multimídia de cultura contemporânea que serve como um aquecimento bom para o Sónar SP. Pelo menos na mesma vibe. A parte musical do Nova promove hoje à noite, a partir das 21h30, shows da dupla alemã de eletrônica ambient Mouse on Mars. A experimentação toca começa na verdade com o americano de um certo hip hop lo-fi Gonjasufi, da turma do Flying Lotus. Noite para se experimentar no Sesc. Mesmo.

* Mais tarde, a surf music desmiolada do grande Man or Astro-Man?, do Alabama, faz show para terrestres da Liberdade, no Cine Joia, depois de abasbacar o público na Virada Cultural, segundo testemunhos. Man or Astro-Man? não tem muito erro.

* Para fechar o post, sem muito detalhes ainda, é com alegria que anunciamos os shows das bandas The Drums (provavelmente em julho) e Tame Impala (provavelmente depois de julho). A primeira, favoritos da casa, volta ao Brasil depois de um show “acidental” no Estúdio Emme, no ano passado. Já a segunda, molecada australiana que pensa que está na Califórnia nos anos 60, vem pela primeira vez, atendendo a muuuuuuitos pedidos. Locais, datas certas e tudo mais, nas próximas semanas chegam as infos.


As mulheres frutas do indie e o Diplo vestido de cowboy: veja o novo vídeo do Bonde do Rolê, amigo do Caetano Veloso
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Lúcio Ribeiro

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Orgulho brasileiro em terras indies gringas, o Bonde do Rolê está de volta. A banda lança “Tropicalbacanal” no próximo dia 26 de junho pelo selo Mad Decent, também conhecido como o selo do Diplo, um dos produtores do álbum, ao lado de Filip Nikolic (do incrível duo californiano Poolside).

“Tropicalbacanal” conta também com as participações especiais do grupo de hip hop Das Racist, Cecile, Poolside em si, Rizzle Kicks, Death Set e… Caetano Veloso. Avalanche Tropicália.

O primeiro single do álbum, “Kilo”, sai dia 22 de maio. O vídeo, impagável, tem um monte de mulheres frutas e o Diplo de cowboy.

Música boa, vídeo bom: Bem-vindo de volta, Bonde do Rolê.

“Tropicalbacanal”, tracklist
1 Arrastao
2 Kilo
3 Brazilian Boys [ft. Cecile]
4 Dança Especial [ft. Rizzle Kicks]
5 Puco
6 Bang [ft. Das Racist]
7 Picole
8 Baby Don’t Deny It [ft. Caetano Veloso and Poolside]
9 Kanye
10 Banana Woman
11 Tilelê
12 Baile Punk [ft. The Death Set]

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A Grimes, o vídeo novo e os anéis-vagina
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Lúcio Ribeiro

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* Saiu o vídeo novo da banda-projeto da loirinha canadense Claire Boucher, a deliciosa Grimes, que faz uma espécie de “electro-indie fantástico”, sendo que o termo aqui é mais aplicado como “fantasia”, algo mágico. Lembra Cocteau Twins?

A música do vídeo é a linda “Nightmusic”, o segundo single tirado de seu disco “Visions”, lançado com pompa indie no começo do ano, seu terceiro trabalho mas que na verdade vem sendo considerado o “primeiro a valer”.

O Pitchfork trata o vídeo como “NSFW”, a marca que indica “perigoso para ver no ambiente de trabalho” uma vez porque tem conteúdo sexual, umas pessoas peladas e tal. Mas, desconfio, é menos pelos “inofensivos” atores nus que aparecem na floresta encantada da Grimes, mas sim, e como zoeira, por causa do anel dela, que ocupa três dedos e tem o formato da b… do aparelho reprodutor feminino. Tanto que ele é chamado de “pussy ring”, uma espécie de “anel xana”.

O “Grimes Pussy Rings” foi lançado tipo oficialmente pela Grimes no final de abril. É bijuteria criada por ela em parceria com um designer de joias amigo dela, do Canadá. A Grimes usou o anel recentemente em uma apresentação no famoso programa do Jools Holland, na TV britânica.

Então repare aí, nos anéis e principalmente na música. Primeiro a Grimes usando o anel “pussy” no vídeo novo, “Nightmusic”, e depois mostrando ele para os ingleses na performance da linda “Genesis”, seu hit, no programa do Jools Holland.

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O maravilhoso mundo dos Beastie Boys: Oprah e o perigo que correm as criancinhas americanas
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Lúcio Ribeiro

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* Ainda refletindo sobre a morte “antes-da-hora” do incrível MCA, do Beastie Boys, na última sexta-feira, aos 47 anos, demos de cara com esse vídeo genial de 1986. Em um programa da Oprah, em sua versão cabelo-Thundercat, convidados discutem os malefícios causados por músicas com letras impróprias, como a dos ~Beastie Boys~. Prestem atenção no MEDO e nos olhos arregalados da Oprah quando ela fala o nome do grupo. Ou quando lê parte da letra de “Hold It, Now Hit It”, lançada naquele ano. O tom é de indignação, mas Oprah, repare, quase canta o rap dos Beastie Boys, na leitura. Se isso acontecesse hoje, certamente fariam uma versão da música em um “Oprah Remix”.

* Agora, mais atenção ainda aos convidados:

– Jello Biafra, com meia coloridíssima, ex-Dead Kennedys e acreditem, o mais sensato do debate. Ele acha a letra tão inofensiva e irõnica que poderia ser de uma música country.
– Bob Guccione Jr, fundador da SPIN e filho do fundador da revista Penthouse, defendendo que a graça toda da banda está exatamente no mau gosto.
– Tipper Gore: ex-futura-primeira-dama dos EUA e mulher do Al Gore, famosa por criticar discos com capas ‘obscenas’ e letras idem. No vídeo, ela aparece com a legenda “como criar nossas cianças em uma sociedade pornográfica”. Ela descreve um show, er, bem sensual do Beastie Boys, ao qual criancinhas desavisadas compareceram.
– Prêmio de comentário mais bizarro: a tiazinha que comprou uma fita “k7” pra filha e se chocou ao ouvir as letras. Ela não lembra se a fita era da Madonna ou do Prince. Guccione manda a real para a tiazinha.

>> E aí, qual foi o futuro de vocês, pobres crianças?

Oprah discute:

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Popload entrevista: JACK WHITE – “Tocar no Brasil? Não vejo a hora. Se o país não fosse tão longe, iria três vezes por ano”
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Lúcio Ribeiro

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* A Folha de S.Paulo publicou hoje, na Ilustrada, uma entrevista que fiz com mister Jack White, assombroso guitarrista e dono de um dos melhores discos do ano, já. Como sempre, a gente replica aqui na Popload na versão maior, sem cortes e tal. Ladies and gentlemen, JACK WHITE Extended Version.

O talentoso músico americano Jack White tem um urubu no ombro na capa de seu disco, o recém-lançado “Blunderbuss”, muito provavelmente já inscrito na lista de melhores álbuns do ano mesmo estando longe de dezembro.
Além da ave negra, as letras do primeiro álbum solo da já longa carreira de White é muito sobre perdas, mudanças. O guitarrista não faz muito tempo acabou com seu casamento e botou um fim de vez na extrafamosa dupla White Stripes.
Apesar da carga sombria que acompanha o disco desde capa, letras e músicas, “Blunderbuss” é bastante iluminado. E White parece estar muito feliz por toda a repercussão em torno dele.
“As pessoas costumam achar que rompimentos são sempre trágicos. Não são. O fim de uma banda ou de um relacionamento não necessariamente é algo negativo”, White, em entrevista à Popload por telefone.

Ah, então você vir agora com um trabalho solo depois de integrar algumas bandas famosas não expressa o sentimento de “Eu quero ficar sozinho”?
“Foi acidente. O White Stripes acabou e o pessoal do Raconteurs e do Dead Weather está muito ocupado no momento com suas outras bandas. E essas músicas que eu botei no disco começaram a sair e me vi sozinho”, contou White. “Mas nada planejado e nada demais, também. Só me pareceu o jeito mais fácil.”

Não é fácil acompanhar a mente de Jack White. Quem o segue desde os tempos de White Stripes, que ajudou no começo dos 2000 a dar uma mexida no estado de ânimo da música jovem, sabe disso.
Primeiro injetou blues no indie e popularizou um formato de “banda de dois” só com guitarra e bateria, sendo que a baterista, mulher, nem era lá uma graaande baterista. Depois, no auge dessa, inventou outra, uma banda de amigos. Na sequência, uma supergrupo indie com um povo de outros grupos famosos. Agora, saiu solo, fez um disco que tem punk, country, blues, rock clássico, Queen. E montou DUAS bandas para acompanhá-lo: uma só de garotas, outra só de rapazes. Como ele explica esse “estranho mundo de Jack”?

“Eu nunca quero ficar quieto, parado. Preciso sempre seguir em frente. É difícil, porque o mundo do showbiz envolve fazer a mesma coisa o tempo todo! Este álbum saiu em meio a sessões minhas com vários músicos, e fui incluindo mais e mais gente na gravação do disco. Até que, quando chegou a hora de apresentar essas músicas ao vivo, decidi levar duas bandas comigo! Para que isso fosse um desafio”, explicou.
“Se você está em uma banda como o White Stripes, eles dizem o que você deve fazer, que você tem que ficar naquela banda por muito tempo e provavelmente fazer quatro ou cinco discos ruins na sequência. E só então parar. Não fizemos isso.”

Jack continuou: “Você não deve começar uma turnê pela América do Sul para promover um disco, se quiser lucrar. Com o White Stripes, fizemos isso e perdemos dinheiro, mas era o que queríamos fazer! Você não deve ter duas bandas na turnê como eu estou fazendo agora. Bad business! [Risos] Mas eu quero que assim aconteça! Não ligo para as regras. E é por isso que está dando certo. Se você é a Britney Spears e toma esse tipo de decisão, a sua carreira vai pro espaço! Tenho sorte que estou em uma posição na qual posso tomar essas decisões.”

E o urubu? “Foi um amigo que colocou ele lá. Pensando nas letras e nas coisas que estavam na minha cabeça, ele tinha que estar ali. E parece, na foto, que estamos fazendo amizade. Ou que fiquei amigo da morte”, disse. E sorriu.

**** + JACK WHITE, AGORA EM TÓPICOS

– “BLUNDERBUSS” – “Não sei se consigo responder como eu definiria esse disco. Você está perguntando para a pessoa errada. Eu penso em todas as músicas individualmente e não consigo vê-las como um todo. Cada uma desempenha um papel no disco e faço todas elas como se fossem o lado A do single! Quando eu comecei a mixar o disco, comecei a colocar as peças no lugar de uma maneira que elas funcionassem como um todo e fizessem sentido.”

– WHITE STRIPES – “Não vai haver volta. Acabou de vez! O que eu amo nisso tudo é que nós nunca fizemos nada de que não nos orgulhássemos. Não há uma música sequer que a gente tenha lançado e não ame. E isso é um histórico maravilhoso quando você olha para trás. A maioria das minhas bandas preferidas lançaram álbuns ruins e passaram anos nesse conflito. Nós nunca fizemos isso! Passamos treze anos juntos, é muita coisa, muita música.”

– AMAZONAS, 2005 [Sobre ter se casado no Rio Amazonas com um padre e um pajé e tocar no Teatro Amazonas, em Manaus, um lugar onde bandas internacionais não costumam tocar] – “As duas coisas aconteceram no mesmo dia, 1 de junho. Foi uma experiência incrível para mim, do começo ao fim. Casar de manhã no Amazonas e tocar no teatro à noite. Impressionante. Na verdade, nunca mais voltaria a Manaus para outro show, porque não gostaria de recriar aquele momento da minha vida. Foi bonito demais. Um dos melhores dias da minha vida.”

– BRASIL EM BREVE? – “Claro que sim, não vejo a hora! Queria que o Brasil não fosse tão longe, senão eu iria umas três vezes ao ano!”

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A imperdível “Girls”, nova série de TV, joga a favor do indie
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Lúcio Ribeiro

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* Primeiro porque dá para, grosso modo, definir a série como uma “Sex and the City” indie. Sendo que é superindie e nada parecida com “Sex and the City”. O grupo de amigas, mais jovens e com bem menos, hum, “glamour”, e os personagens-satélites da série, moram no Brooklyn, em Nova York. Um deles tem até banda. Nos diálogos, citam grupos e clubes de rock. E sua premiere aconteceu onde? No festival South by Southwest, do Texas, claro.

* O seriado, já com quatro episódios e mostrado aos domingos na HBO americana, é incrível. Aqui no Brasil vai passar na emissora local, mas ainda sem data de estreia. A história mostra quatro amigas de 20 poucos anos, todas bem diferentes entre si, tentando ser felizes no trabalho/carreira em plena crise atual de emprego americana. E, principalmente, tentando ser felizes no amor, colecionando só fracassos em relacionamentos. “Girls”, que mantém uma média de quase 4 milhões de telespectadores por episódio, revela a garota Lena Dunham, que criou, dirige, escreve, é uma das produtoras e ainda por cima a atriz pessoal. A menina é gênia. Os diálogos e situações que ela consegue transformar em cenas são absurdos de bom e tem um ritmo delicioso.

* O personagem de Dunham, Hanna, se acha gorda e mais feia que as amigas gatas. Numa cena em que ela está chapada de ópio conversando com duas delas, Hanna fala: “Vocês duas são deusas. Quando eu olho para vocês, uma canção do Coldplay toca no meu coração”. Em uma discussão sobre o cara que não dá atenção para Hanna, a polêmica é que ele nunca respondeu o SMS que ela enviou, o que leva as amigas a dizerem para Hanna: “Esquece”. Depois fazem o ranking dos jeitos mais baixos de comunicação para chamar alguém para sair, conquistar, enfim, em escala de eficiência. Pela ordem: DM de Facebook, o chat do Gmail, o SMS, ligar no celular e por fim ao vivo.

* “Girls” sempre toca uma música inteira em seu final, na hora dos créditos. Às vezes, as músicas interagem com a cena derradeira. Já tocou a fofa The Echo Friendly (Brooklyn), a sueca Robyn, White Sea (garota que canta no/com o M83) e Harper Simon, o filho indie do Paul Simon.

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